Klar é a nova parceira do Corinthians. Mas, de onde veio a Klar? (Foto: ESPN)
Uma temporada como a que o Corinthians fez em 2015 é difícil de se ver. Um desempenho acima da média que, naturalmente,atrai empresas – e o dinheiro delas. É o caminho natural e o Corinthians tem, de certa forma, aprendido a capitalizar o sucesso obtido dentro de campo.
Talvez por isso, não chamou muita atenção o anúncio, no último dia 2, da nova patrocinadora do Corinthians para 2016 e 2017 – aKlar, empresa com atuação no comércio de limpeza. Segundo a nota oficial do clube, a Klar é uma marca de outra empresa, aTabor Chemicals, que por sua vez é parte da Holding GLAIC, um conglomerado de empresas de vários segmentos, como Petróleo & Gás, Agricultura, Papel e Celulose, Tintas e Vernizes, Construção Civil e Esporte.
Não será a primeira vez que uma empresa relativamente desconhecida do público em geral se utiliza de um acordo de patrocínio com o Corinthians para alavancar seu nome no mercado. Um exemplo muito recente é o da Iveco, marca de caminhões da Fiat. Ela já era líder do segmento, nacional e internacionalmente falando, mas faltava inserção no grande público. Em 2012, a marca ocupou o patrocínio master da nossa camisa e viu sua notoriedade explodir em poucos meses. Foi divulgado recentemente até um video sobre o assunto:
O que quero dizer é que seria compreensível, para uma marca, se lançar no mercado apoiada em uma parceria com o Corinthians, cuja torcida possui um potencial de consumo acima da média. É um investimento que vale a pena, que pode compensar – se a parceria for bem explorada. Tanto que, à primeira vista, não vi empecilhos nesse patrocínio.
Só que o presidente da Klar começou a falar. E nos últimos dias, ele tem falado demais: em poucos dias, o senhor Marcelo Pradofez as seguintes declarações (extraídas de matérias do Meu Timão, Globo Esporte e Gazeta Esportiva):
Marcelo Prado, presidente da Klar no Brasil (Foto: Globo Esporte)
1 – Revelou que o valor do contrato de patrocínio é variável, mas que pode, em 2018, ultrapassar a marca de US$ 20 milhões (R$ 80 milhões). E sem exigir um espaço específico na camisa, pois essa decisão é do clube – pode ser manga, omoplata, meião. Vale lembrar que hoje, por exemplo, a Caixa paga R$ 31 milhões no espaço nobre da camisa. Enfim. 2 – Indicou que pretende contratar um reforço “internacional top” para o Corinthians, de um país cuja seleção esteve nas semifinais da última Copa do Mundo (ou seja, Argentina, Alemanha ou Holanda). Segundo ele, a família está dificultando a transferência. 3 – Afirmou que a Klar enviou ao Corinthians uma proposta para a compra dos naming rights da Arena, nos termos exigidos pelo clube – ou seja, cerca de R$ 400 milhões em 20 anos de contrato. Deu a entender, ainda, que sabe quais são as outras empresas concorrentes, dizendo ainda que sua proposta corre por fora.
A despeito do deslumbramento geral com as promessas do novo parceiro do nosso Corinthians, sempre tem aquele grupo mais atento de corinthianos que quer saber mais. Tive a sorte de encontrar alguns desses torcedores em um grupo de Facebook, a Barbearia Battaglia. E o debate que se sucedeu ali, hoje de madrugada, me preocupou. E acho que deveria preocupar vocês também, por isso estou escrevendo esse texto. Mas antes, vamos aos fatos.
Os fatos
Esse é Miguel Angel Larios, novo parceiro do Corinthians (Foto: BOL)
1 – A Klar não é uma empresa de capital aberto. Ela tem dono, e seu dono é um nicaraguense radicado no Brasil, chamadoMiguel Angel Larios Perez. Segundo matéria da Esporte Final, ele chegou ao Brasil na década de 1970, se especializou em Engenharia Química e hoje possui uma série de empresas no Rio de Janeiro;
2 – Em 2004, Miguel Larios fundou no RJ em time de futebol, o Esporte Clube Poland do Brasil. Por acaso, esse é o nome de uma das empresas dele, a Poland Química (guarde esse nome). Mas em 2005, o clube muda de nome, para Tigres do Brasil, e graças a muito investimento, conquista duas Copas Rio (2005 e 2009) e o acesso à elite carioca, nessa temporada. Especula-se que o CT da equipe é o mais moderno do estado, e que foram gastos mais de R$ 20 milhões só na reforma do Estádio De Los Larios (sim, o estádio leva o nome da família). 3 – No último dia 22 de outubro, foi anunciada uma parceria entre Corinthians e Tigres. O Corinthians cederá atletas para o clube carioca, e em troca terá prioridade na compra de promessas que por lá surgirem. Quem representou o Tigres na coletiva foi o seu diretor-executivo, Washington Reis. Por acaso, Reis é deputado federal (PMDB/RJ), assim como nosso superintendente, Andres Sanchez (PT/SP). Mas isso certamente é uma coincidência. 4 – Mais ou menos 40 dias depois do anúncio dessa parceria, surge a notícia do patrocínio da Klar no Corinthians. No dia do anúncio, tudo que se sabia sobre a Klar era que a empresa tinha um site na Internet e uma fanpage no Facebook com menos de 100 curtidas (hoje já são mais de 5200). Tratou-se de um negócio rápido o suficiente para já ser concretizado na partida final do Brasileirão, contra o Avaí, no último dia 6. O resto, já comentei lá em cima: declarações sobre reforço top, rios de dinheiro, naming rights, etc.
O que preocupa a todos não é a história em si, e suas conexões não tão aparentes. O que preocupa é o que NÃO está sendo contado. Os furos. Vamos a eles:
Problema 1 (editado)
Existem, hoje na Receita, 77 registros para “Klar” na busca de CNPJ. Apenas dois apontam para empresas relacionadas ao segmento de produtos de limpeza. Amras as empresas já foram encerradas, uma em 1994 e outra esse ano. Veja abaixo:
*** Edição (08/12 às 23h19): Em conversa com o Teleco, colunista do Meu Timão, o executivo da Tabor Chemicals, Felipe Larios, afirmou que a Klar não possui CNPJ pois é uma marca da Tabor Chemicals, criada para iniciar um projeto de inserção da companhia no mercado brasileiro. Segue abaixo o print do pedido de registro da marca:
Problema 2
A Tabor Chemicals possui um CNPJ ativo na Receita, desde março de 2014. E só. Não tem fanpage, site na Internet, nenhuma referência além disso. Ah, e curiosamente, a empresa funciona no mesmo endereço da Poland Química (lembram dela?). Mesma rua, mesmo lote, e dividem a mesma quadra. Confira:
Problema 3
Sobre a Holding GLAIC, o maior mistério: não foi encontrada NENHUMA referência ou informação na Internet. Absolutamente nada. A única coisa que se encontra, fazendo uma pesquisa, são as referências feitas pelo release do Corinthians – e vastamente replicados na mídia.
Cometi a ousadia de procurar a Klar pelos seus canais de comunicação (o site e a fanpage). Apesar de não esperar qualquer tipo de resposta, decidi fazer a eles, muito respeitosamente, as seguintes perguntas:
1 – Existe um CNPJ cadastrado para a Klar Comércio de Produtos de Limpeza, de número 18.066.896/0001-77, e que se encontra baixado, ou seja, encerrado. Sob qual CNPJ a Klar atualmente trabalha? Respondido: a Klar não é uma empresa, e sim uma marca, da Tabor Chemicals. Por isso não tem CNPJ.
2 – O release do Corinthians, sobre a parceria, mostra que a Klar é uma marca do grupo Tabor Chemicals, cuja matriz possui o CNPJ 20.182.490/0001-00. Esse CNPJ está correto?
3 – Não encontrei, mesmo após longa pesquisa, nenhum site, página ou matéria a respeito da Tabor Chemicals. Qual o motivo de não existir referências sobre a empresa, na Internet?
4 – A Tabor Chemicals informou à Receita Federal um endereço onde também funciona, segundo dados da própria Receita, a Poland Química. As duas empresas dividem o mesmo endereço?
5 – O release do Corinthians, já citado anteriormente, também revela que a Tabor Chemicals é, na verdade, uma empresa que faz parte de uma holding chamada GLAIC. Porém, também não foi encontrada absolutamente nenhuma referência à Holding GLAIC na Internet. O que significa GLAIC e onde é possível encontrar mais informações sobre a companhia?
6 – O presidente da Klar, Marcelo Prado, teria admitido publicamente que existe uma proposta da empresa para adquirir os naming rights da Arena Corinthians. Essa proposta é real?
7 – Também foram veiculadas informações sobre o interesse da Klar de investir até US$ 20 milhões em contratação de atletas e outros segmentos do clube. Esse interesse é real?
8 – Qual foi o faturamento da Klar e da Tabor Chemicals no último ano fiscal?
9 – Uma empresa aberta há menos de dois anos possui lastro para um investimento do porte que é pretendido pela Klar, de acordo com o que vem sendo veiculado na imprensa?
10 – O acordo de patrocínio da Klar foi oficializado aproximadamente um mês depois de o Corinthians firmar parceria com o clube carioca Tigres do Brasil, cujo dono é Miguel Angel Larios Perez. O que explica o aumento tão rápido no nível de relacionamento entre Larios e Corinthians, para que tantos acordos fossem cogitados e/ou negociados?
11 – Atualmente, o Tigres do Brasil possui 11 patrocinadores diferentes para manter o projeto de futebol saudável financeiramente. Por que razão isso ocorre, se a Klar possui tanto dinheiro para investir em esporte, a ponto de cogitar adquirir os NR’s da Arena Corinthians?
Considerações Finais
Me preocupa muito essa negociação. Esse grupo, formado por Klar / Tabor Chemicals / Holding GLAIC, tem muito poucas referências na Internet. CNPJ recentes, capital social relativamente baixo – a Tabor tem capital de R$ 500 mil, e uma única proprietária: a filha de Miguel Larios. Será que esse grupo tem capacidade financeira para bancar um investimento de mais de R$ 600 milhões no Corinthians em 20 anos? E, mais importante: POR QUÊ o Corinthians?
Cada vez mais vemos as grandes empresas se afastando dos negócios corriqueiros do clube, dando espaço a grupos menores ou sem expressão. A impressão que fica é que, quanto maior o rigor dos negociantes, mais difícil fica transitar pelo clube, e isso não é bom.
Acredito que cabe a nós, torcedores, colocar os pés no chão e exigir explicações do Corinthians. Quais são os reais atores dessa negociação? Como ocorreu essa escalada de conversações, que em um mês partiu de um mero convênio de atletas com o Tigres e chegou a uma profunda parceria, culminando em uma proposta de naming rights para a Arena? Como assim??
Precisamos saber como um clube do porte do Corinthians é capaz de, em nota oficial, citar uma empresa que aparentemente não existe, e outra que não tem mais do que um CNPJ ativo? Como o clube permite que essa empresa fale à imprensa sobre projetos e contratações para os próximos anos como se fosse parte do núcleo duro da gestão, inclusive se comparando àParmalat?
Minha humilde opinião é que até mesmo a MSI de Kia Joorabchian e Boris Berezovsky era mais sincera. Eles prometeram investir no clube, e cumpriram (foram R$ 150 milhões em contratações), mas deixaram claro que queriam a gestão do futebol em troca. Fomos largamente investigados, citados em páginas policiais inúmeras vezes entre 2005 e 2007. No fim, todos foram inocentados, mas a crise provocada pela saída da MSI, aliada a outros fatores, nos levou ao rebaixamento e ao fundo do poço da moralidade. Não quero viver isso de novo. Acho que não mereço. Nenhum de nós merece.
Acorda, Corinthians. A Fiel precisa de mais KLAReza!
No estadão:
Corinthians desmente novo patrocinador sobre ‘naming rights’ e reforço de fora
ESTADÃO CONTEÚDO
09 Dezembro 2015 | 21h 05
Presidente Roberto de Andrade está irritado com a Klar
Começou mal a relação entre o Corinthians e o seu novo patrocinador, a empresa de produtos de limpeza Klar. O presidente Roberto de Andrade e o superintendente de Futebol Andrés Sanchez ficaram irritados com o presidente da Klar, Marcelo Prado, e o clube soltou uma nota oficial nesta quarta-feira desmentindo as recentes declarações do parceiro comercial.
Em entrevista à rádio Transaméricana última segunda-feira, o empresário disse que fez à diretoria do Corinthians uma proposta pelo “naming rights” do estádio Itaquerão, em São Paulo. Afirmou também que estava negociando a contratação de um jogador “estrangeiro e top” que disputou a semifinal da Copa do Mundo e o valor do contrato de patrocínio no uniforme passaria de US$ 20 milhões (cerca de R$ 75 milhões).
Essas três afirmações de Marcelo Prado tiveram grande repercussão no Parque São Jorge. Andrade e Sanchez passaram a ser questionados por sócios, conselheiros e diretores. Nesta quarta-feira, então, ficou decidido que o patrocinador seria desmentido por meio de um nota oficial no site.
O texto afirma: “1) A Klar não está envolvida na negociação para os direitos de ”naming rights” da Arena Corinthians. O processo ainda está em andamento, protegido sob cláusula de confidencialidade das empresas envolvidas; 2) A Klar não tem nenhum envolvimento na compra ou negociação de jogadores do clube; 3) Os acordos relativos a qualquer jogador são feitos pelo Departamento de Futebol, e não por patrocinadores ou quaisquer outros parceiros comerciais do clube; 4) O clube nega também os valores do investimento feito pela Klar, tornado público nos últimos dias, com relação à propriedade na camisa do time”.
O Estado apurou que, apesar do mau estar provocado pelas declarações do presidente da Klar, a diretoria do Corinthians não cogita nesse momento a hipótese de romper o contrato de patrocínio com a empresa. O acordo foi assinado na semana passada e é válido até dezembro de 2017.
No último domingo, na partida contra o Avaí, na última rodada do Campeonato Brasileiro, a marca da Klar foi exibida nas mangas do uniforme. Para o próximo ano, a ideia da diretoria é fazer um rodízio entre os patrocinadores em diferentes espaços da camisa, com exceção apenas do peito e das costas.
Amanhã completa 39 anos da histórica “invasão” corinthiana ao Rio de Janeiro, no jogo da semifinal do Brasileirão/76, entre o Timão e Flu. Segundo Celso Unzelte é, ainda, o jogo com maior público da história do Corinthians: 146.043 pagantes. É, também, uma das mais belas páginas de nosso esporte e da vida do nosso clube. O texto que segue é comentário de Nelson Rodrigues, no jornal O GLOBO, sobre o ocorrido. É uma peça histórica, magnífica, orgulho pra todos: corinthianos, tricolores e outros mais.
NELSON E A INVASÃO CORINTIANA
Nelson Rodrigues
1-Uma coisa é certa: – não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória. Ainda digo mais: – já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
2-Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
3-A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: –“O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.
4-Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: – “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.
5-Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.
6-A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo. Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.
7-Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês:
– empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: – “E agora?” Disse – amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.
No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.
NELSON RODRIGUES era tricolor e publicou este texto no GLOBO em 6/12/76, no dia seguinte ao jogo Fluminense x Corinthians.
Ano passado também fizemos este vídeo, sobre a invasão corinthiana:
O Corinthians foi a Recife enfrentar o Sport neste domingo. Já campeão, a equipe corinthiana buscava agora quebrar os recordes do Brasileirão. O principal deles, ter a maior pontuação da história dos pontos corridos.
Para conseguir o feito, o Timão precisava de pelo menos um empate ou vitória sobre o Sport hoje (ou sobre o Avaí no próximo domingo). Assim, a equipe poderia superar os 80 pontos do Cruzeiro na temporada 2014.
Mesmo buscando o recorde, porém, Tite preferiu respeitar a condição física dos jogadores. Por esse motivo, o treinador abriu mão de alguns titulares que estavam mais desgastados, promovendo rodízio entre os atletas.
Além disso, o técnico teve as ausências Cássio e Arana vetados, além de Lucca que, apesar de ter viajado com a delegação, voltou para São Paulo às pressas para o nascimento de seu filho. Com isso, o Timão foi à campo com: Walter, Fagner, Edu Dracena, Gil e Uendel; Cristian, Bruno Henrique, Rodriguinho e Jadson; Romero e Vagner Love.
A mudança na escalação também exigiu uma alteração tática: Tite precisou abandonar o já tradicional 4-1-4-1 e atuar com dois atacantes no sistema mais clássico de 4-4-2.
Primeiro tempo
Com o Corinthians campeão e o Sport sem chances de classificação para o G4, a partida prometia ser tranquila na Itaipava Arena. Apesar disso, o clima foi quente em Recife – na temperatura e em campo.
Por isso, quem assistiu a partida viu um jogo pegado, com reclamações vindas de ambos os lados e muita correria. A tensão se refletiu nos cartões: antes do fim da primeira etapa, Ricardo Marques Ribeiro deu um amarelo para o Corinthians e dois para o Sport. Com o cartão recebido, Jadson fica suspenso e é desfalque confirmado para a partida contra o Avaí.
Já o Sport, que joga contra a Ponte Preta em Campinas, queria se despedir da sua torcida com a vitória, e quebrar o tabu de seis anos sem vencer o Corinthians. O time de Tite, por sua vez, sofria com o novo sistema tático e viu o poder criativo ser bem abaixo do esperado.
A mudança também afetou o forte sistema defensivo do Timão, que caiu de produção. E assim, aos 22 minutos, a equipe acabou sofrendo o gol do Sport, após bola cruzada na área e cabeceio do zagueiro Matheus Ferraz. O Corinthians saiu para o intervalo com a desvantagem no placar.
Segundo tempo
A segunda etapa começou com muitas reclamações e mais cartões amarelos (foram três para os jogadores Sport e um para Rodriguinho, do Corinthians). Ao contrário do esperado, a partida dos líderes do fairplay foi rica em faltas, mas de baixo nível técnico.
Sem melhora na qualidade em campo, Tite antecipou as mudanças. A primeira foi a entrada de Danilo no lugar de Love, aos 20 minutos. Pouco depois, Malcom entrou aos 28 minutos no lugar de Rodriguinho. Aos 38 minutos, a última alteração foi a saída de Cristian para a entrada de Lincom.
As mudanças, porém, não tiveram o efeito esperado e o Timão amargou a derrota. Na parte final da partida, a equipe perdeu ainda mais espaço para o ataque do Sport, que ameaçou mais vezes o gol de Walter.
Nos final do jogo, aconteceu melhor chance do Corinthians. Cara a cara, o meia Danilo enfrentou o goleiro Danilo Fernandes, formado na base do Timão. O arqueiro defendeu bem um peixinho do camisa 20 corinthiano. No lance seguinte, o Corinthians acabou sofrendo o segundo gol e viu a desvantagem para o Sport aumentar.
Agora, para conquistar a melhor campanha, a equipe de Tite precisa garantir o empate ou a vitória Itaquera se quiser entrar para a história da competição.
A próxima partida do Corinthians, contra o Avaí, será a última da temporada. O jogo está marcado para domingo que vem, dia 6, na Arena, e será marcado por um dia de festa. A diretoria do Timão já solicitou liberação para uma grande comemoração no estacionamento do estádio corinthiano.
O Campeonato Mundial conquistado pelo Brasil, em 1958, é um marco na história do futebol e do Brasil. Ninguém esquece aquela seleção, seus craques, suas vitórias e esta final na Suécia.
Agradeço ao conselheiro Edgard Ortiz que achou e me enviou este belo vídeo daquela final histórica.
Com o título garantido, o Corinthians recebeu o São Paulo neste domingo, na Arena. O clássico, válido pela 36ª rodada do Brasileirão, tinha clima de festa para os corinthianos que fizeram chuva de papel picado, mosaico 3D e claro, muitas provocações aos rivais.
Antes do jogo, o treinador Tite prometeu seriedade na partida – importantíssima para o adversário – e garantiu que a equipe não ia tirar o pé. Hexacampeão, o Corinthians ainda brigava por uma única coisa: a melhor campanha dos pontos corridos.
A equipe alvinegra quer superar o Cruzeiro de 2014, que fez 80 pontos na competição. Com 77 alcançados e três partidas a disputar, a liderança do ranking virou a meta corinthiana. Mesmo assim, Tite não quis expor os jogadores à riscos desnecessários.
Por isso, o Corinthians entrou em campo com uma formação diferente: dos últimos titulares, somente Felipe, Cássio e Ralf estavam na equipe. No tradicional 4-1-4-1, o Timão entrou em campo com Cássio, Fagner, Felipe, Edu Dracena e Uendel; Ralf; Danilo, Bruno Henrique, Rodriguinho, Lucca e Ángel Romero.
Porém, nem mesmo o mais otimista dos torcedores podia imaginar o que vinha por aí.
Primeiro tempo
Com um começo de primeiro tempo um pouco tímido, ainda pouco entrosado, os jogadores do Corinthians não davam sinal do show que se veria em campo, a partir dos 26 minutos da primeira etapa.
O gol veio dos pés de Bruno Henrique, após aproveitar rebote de cabeceio de Felipe. Menos de dois minutos depois, o menino Romero fez o segundo e levou a Fiel à loucura. Daí para frente, o São Paulo sentiu e a facilidade do Corinthians em campo dava mostras de que o jogo prometia ser uma festa completa.
O terceiro, do zagueiro Edu Dracena, veio aos 45 minutos e fez os são paulinos abandonarem a Arena antes mesmo do intervalo. A torcida corinthiana – que bateu recorde na Arena – fez sua parte e ajudou o juiz a apitar o fim da primeira etapa sobre os gritos de olé.
Até mesmo Dentinho, ex-jogador e torcedor assumido do Corinthians, não resistiu ao ímpeto da piada – e, pelo Twitter, fez graça com os rivais.
Segundo tempo
O Timão voltou ainda mais leve para o segundo tempo – já o São Paulo, tentou duas alterações. Apesar disso, o Corinthians continuou sobrando em campo e o quarto gol saiu aos 16 minutos, com Lucca.
De novo, poucos minutos depois, Romero aproveitou a oportunidade como titular e fez seu segundo gol. O placar chegou aos cinco gols de vantagem, mas ainda vinha mais por aí – para sacramentar o hexa, o Timão tinha que buscar o sexto gol.
O São Paulo, naquele momento, esboçou sua única reação na partida. A equipe rival marcou um gol, mas não estava pronta para o show de Romerito: o atacante sofreu o pênalti e deu a chance que o Timão precisava para fazer história.
Depois do gol sofrido, aos 25, Tite fez suas três alterações na equipe: Danilo saiu, completamente ovacionado pela Fiel, para a entrada de Lincom. Aos 28 minutos Rodriguinho deixou o campo e deu vaga para Cristian.
E claro, por esse motivo, o pênalti sofrido pelo Romero foi batido por ele. Carrasco do rival, Cristian chamou a responsabilidade e marcou o sexto. Um gol para cada título corinthiano, dos pés de reservas, titulares, nada mais justo para o Corinthians avassalador: e o melhor da história dos pontos corridos.
Depois do atropelo, faltava pouco para o juiz apitar a partida. Porém, o “campeonato manchado” ainda preparava uma surpresa pro Timão: um pênalti mal marcado podia fazer o São Paulo diminuir a diferença. A Fiel não se preocupou: embaixo das traves, para fechar com chave de ouro, o gigante Cássio defendeu o pênalti e aumentou ainda mais o tamanho dessa conquista.
Pouco depois, o juiz acabou o jogo e fechou o caixão. O Timão pode, finalmente, comemorar com a Fiel seu primeiro título na Arena! Parabéns, Corinthians!
TIMÃO CONSAGRA O TÍTULO E CONQUISTA O HEXACAMPEONATO BRASILEIRO
Em São Januário, o Corinthians chegou para o jogo que poderia ser o último passo para a conquista de um título. Mas não seria fácil: muito perto do rebaixamento o Vasco quis usar todas as suas armas.
Um estádio apertado, a torcida, o clima de guerra marcado por ameaças de torcedores rivais. Em campo, também a dúvida. Até a última hora, Tite não sabia se poderia contar com três de seus titulares.
Gil, Elias e Renato Augusto, mesmo tendo servido à Seleção Brasileira menos de dois dias antes da partida, se colocaram à disposição. E assim, o treinador teve seu time quase titular em campo para o jogo decisivo.
Cássio, Arana, Gil, Felipe, Edilson e Ralf; Elias, Renato Augusto, Jadson, Malcom e Love. Foram esses os 11 nomes escolhidos. Os nomes que representariam todo o elenco no jogo onde o Corinthians poderia se consagrar hexacampeão brasileiro.
Primeiro tempo
Como era esperado, São Januário não se mostrou território fácil. O Vasco, desesperado pela vitória e pressionado pelos times da parte debaixo da tabela, veio com tudo contra o Timão. Os primeiros minutos foram tensos.
O Corinthians mais uma vez resistiu. Manteve a frieza e a consistência, acreditou na defesa. Embora não criasse mostrava a dificuldade ao adversário, seguia impassível e sem sofrer fortes ameaças.
Mas sentia o cansaço. Elias não estava em seus melhores dias. Edilson mostrava nervosismo. Felipe e Gil funcionavam mas sobrava a ansiedade em campo, que dificultava o passe de bola. Assim, os primeiros 45 minutos passaram e postergaram a decisão – que também dependia do jogo entre São Paulo e Atlético-MG.
Para se sagrar campeão com os 100% garantidos pela matemática, o Timão precisaria da vitória simples em São Januário. Ou torcer contra a vitória do Atlético no Morumbi.
Segundo tempo
Com o 0 a 0 no primeiro tempo, o Timão voltou com nervosismo controlado. Mas com o placar sem alterações nos 15 minutos iniciais, a ansiedade aumentava aos poucos. E também o cansaço.
Embora tenha voltado igual para a segunda metade, Tite preferiu tirar Renato Augusto e promover a entrada de Rodriguinho. Minutos depois, outro momento marcante: Malcom sofreu uma falta feia na entrada da área, e o zagueiro e capitão vascaíno, Rodrigo, acabou expulso com o segundo cartão amarelo.
Aos 25 minutos, com a vantagem de um homem em campo, Tite fez a segunda alteração, com Lucca no lugar de Elias. E o mais improvável aconteceu: dois minutos depois, o Vasco achou o gol com Júlio César.
Tite fez a última substituição com a entrada de Bruno Henrique no lugar do Ralf. E chegou ao empate com Love, de que contestado à artilheiro soltou o grito e o choro. E antes que o árbitro pudesse apitar o fim da partida, os corinthianos puderam gritar: É campeão.
Em São Paulo, acabava o jogo com derrota do único que podia nos tirar a vitória. Com o resultado, pudemos finalmente soltar nosso grito. É campeão, Corinthians. Corinthias, Campeão Brasileiro de 2015. Hexacampeão, contra tudo, contra todos. Solta o choro, Fiel.
O Corinthians pode terminar a noite desta quinta-feira como campeão brasileiro. Para isso só precisa de uma vitória simples em cima do Vasco, adversário da partida de logo mais, às 22h, em São Januário.
Como poucas vezes aconteceu na temporada, o técnico Tite ainda não tem a equipe titular definida. Uma reunião entre a diretoria, a comissão técnica e os três jogadores que foram titulares com a Seleção Brasileira vai definir o time.
Uma coisa é certa: a dupla de laterais será Edílson e Arana, mesmo que Fagner e Uendel já estejam recuperados. Outra certeza é a presença do goleiro Cássio. Ele também esteve na Seleção Brasileira, mas não atuou contra o Peru.
Com isso, o Corinthians, cheio de dúvidas, que pode iniciar a partida desta quinta-feira, é: Cássio, Edílson, Edu Dracena (Gil), Felipe e Guilherme Arana; Ralf; Jadson, Bruno Henrique (Elias), Rodriguinho (Renato Augusto) e Malcom; Vagner Love.
Do outro lado, o Vasco que também teve indecisões durante a semana, está definido. O técnico Jorginho vai poder contar com Nenê, que se recuperou de dores na coxa esquerda, e com o atacante Rafael Silva, que teve o julgamento adiado e está confirmado para o jogo.
Com isso, o Vasco que entra em campo em São Januário é: Martin Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho, Serginho, Andrezinho e Nenê; Rafael Silva e Riascos.
Se o Corinthians pode ser campeão com apenas três pontos conquistados, sem depender de ninguém, o Vasco precisa da vitória para se manter vivo na briga pelo rebaixamento. O time carioca está na 19ª colocação, com 33 pontos.
Corinthians e Vasco se enfrentam nesta quinta-feira, às 22h, em São Januário. A partida será válida pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro e será transmitida para quase todo o Brasil.
Voltou -e voltou com muita força- a campanha para rediscutir a distribuição do dinheiro da TV entre os clubes da primeira divisão do campeonato brasileiro.
A campanha atual tem o velho mote: “precisamos fazer uma distribuição mais ‘justa’ e equitativa do dinheiro dos jogos”.
Alegam os nossos adversários que, pelos atuais critérios, Corinthians e Flamengo recebem muito da TV. Muito mais que os outros. Para eles, essa forma terminará por aumentar a diferença entre os dois maiores clubes dos demais.
A atual fórmula respeita o mercado publicitário. Isto é, quem vem com grande público de audiência ganha mais. Quem dá audiência média ou pequena ganham menos.
Essa fórmula é claramente a mais justa. Dá a cada agremiação de acordo com seu tamanho. Quem define são os anunciantes e toda turma do mercado publicitário.
O que querem os nossos adversários é um sistema em que os dois grandes ganhem igual a clubes médios (SPFC, Palestra, Vasco, Flu etc), embora a TV tenha que transmitir mais de Corinthians e Flamengo para atrair audiência.
Esse sistema igualitário é injusto e nada ajuda ao futebol. E o caso visto adotado com o Campeonato Paulista, onde Corinthians, SPFC, Palestra e Santos “fingem” que são iguais e recebem o mesmo dinheiro. No Brasileirão não é assim. O mercado publicitário ditou as propostas da Globo e Corinthians e Flamengo estão bem distantes do “médios”.
Para justificar, eles dizem que o Campeonato Brasileiro pode tornar-se uma espécie de campeonato espanhol, no qual só duas equipes disputam.
Curioso isso. Todos elogiam o Campeonato espanhol pelos grandes atletas e grandes jogos, mas querem mudar a fórmula de pagamento dos clubes.
Não devemos cair nessa lorotas de coirmãos. Cada um com seu tamanho.
O Corinthians não nasceu grande. Lutou, enfrentou todas as dificuldades e tornou-se grande por seus méritos. Nesses mais de cem anos de história, o clube foi acumulando seu maior patrimônio: sua torcida.
Os médios e pequenos que façam o mesmo.
Nós não podemos renunciar o tamanho que temos.
Agora, com o aumento da TV paga, a diferença aumentará. E precisamos cobrar a venda de pacotes por times. Isso dará a clara diferença dos clubes.
Cada um de acordo sua força. É o mercado, no fim das contas, que acaba escolhendo quem é grande, médio ou pequeno.
Com o estádio alvinegro lotado – quebrando seu recorde, com 43.688 torcedores presentes -, o Timão, líder do torneio, agora com 76 pontos, venceu um time que luta contra o rebaixamento, na 18ª posição, com 34 pontos.
Esta foi a 51ª partida da Arena Corinthians, e Jadson foi responsável pelo 100º gol alvinegro dentro da casa corinthiana.
Primeiro tempo
A primeira boa chegada da partida foi do Coritiba, aos seis minutos, com jogada de Henrique, que desviou a bola para Negueba cabecear, por cima do gol de Cássio. Na sequência, o Corinthians tentava sair para o ataque com mais velocidade.
Pouco depois, porém, o Timão criou sua primeira chance. Renato Augusto cruzou na grande área, a bola foi desviada e Jadson dominou e chutou, mas parou na defesa de Wilson. No rebote, a bola ainda acertou a trave adversária.
Ainda assim, o Corinthians continuou na vantagem. Aos 14 minutos, Edílson foi derrubado na grande área e o árbitro Dewson Fernando Freitas da Silva marcou pênalti. Escolhido para a cobrança, Jadson bateu rasteiro, abrindo o placar da partida e entrando para a história da Arena Corinthians, como o autor do 100º gol da casa alvinegra.
Aos 35 minutos, Guilherme Arana roubou a bola no meio de campo e lançou para Elias, que perdeu a chance de aumentar a vantagem corinthiana na Arena, batendo na saída de Wilson, que fez boa defesa.
Disputado de maneira intensa, o Corinthians manteve seu padrão durante todo o primeiro tempo, mas, principalmente no início do embate, o Coritiba se mantinha ligado ao jogo, aproveitando-se de alguns erros corinthianos para criar oportunidades.
Segundo tempo
Com a vantagem de um gol no placar, o Corinthians voltou ao campo para o segundo tempo sem alterações. Já o Coritiba apresentou uma mudança: Juan saiu para a entrada de Thiago Lopes.
Logo no segundo minuto, Negueba recebeu de Carlinhos, de pé direito. A bola passou por toda a área alvinegra, e o atacante do Coritiba chegou nas costas de Guilherme Arana para empatar o jogo. Nesse início de segundo tempo, o Corinthians não conseguia atacar e a primeira chance desta etapa surgiu somente aos nove minutos, quando Elias deixou Malcom na cara do gol, mas Wilson não permitiu que a bola entrasse. Apesar de o Timão continuar atacando, as jogadas continuavam parando na marcação.
A primeira mudança corinthiana aconteceu aos 19 minutos, com a saída de Malcom para a entrada de Lucca. Pouco depois, aos 28, Vagner Love deu seu lugar ao experiente Danilo, que ficava mais centralizado no ataque alvinegro. A última mudança foi entre Renato Augusto e Rodriguinho.
Aos 42 minutos, Danilo desviou a bola e Lucca completou a jogada, virando o placar para 2 a 1 para o Timão, concretizando a possibilidade de tornar-se campeão de forma antecipada – caso o Atlético-MG perca ou empate com o Figueirense neste domingo.
Enquanto o Coritiba terminou a partida com quatro jogadores amarelados – Kleber, Leandro Silva, Rafael Marques e Carlinhos -, o Corinthians permaneceu sem advertências. O próximo compromisso do Timão acontece somente no dia 19, contra o Vasco – a grande pausa é em decorrência da disputa das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 pela Seleção Brasileira.
Estou certo de que os jogadores do Corinthians não ficarão chateados se eu afirmar que o técnico Tite é a nossa maior figura e o grande responsável pelo êxito do time neste campeonato brasileiro.
Que Tite é um técnico sério, todos já sabem. Não vive enrolado em “esquemas”, tão comuns no futebol.
Que Tite é trabalhador e dedicado também não é surpresa para ninguém. Quando em 2004, na sua primeira passagem pelo Corinthians, ele acertou (melhor diria que apalavrou o contrato) num almoço. Meia hora depois estava treinando a equipe que vivia um momento ruim.
Que Tite é estudioso e preocupado com a modernização de nosso futebol, qualquer comentarista (mesmo dos mais críticos) notam.
Que Tite não fica intimidado com a mídia (requisito essencial para ser técnico do Timão) torcedores e jornalistas também podem observar.
Mas nas atual campanha tivemos ainda fatos mais interessantes.
Além unir o grupo, o técnico Tite é um “recuperador” de jogadores que poucas vezes vimos por aí. Basta ver os principais nomes de nosso elenco que encontramos jogadores que -em outros clubes e temporadas- pouco ou nada produziram.
Só para citar três (poderia citar outros mais); Wagner Love, Renato Augusto e Jadson estão jogando o que nunca jogaram. Alguns tiveram períodos de duras críticas (por vezes até merecida), mas conseguiram virar o jogo e ser peças importantes nesta jornada.
Tite é o craque que recolocou outros craques no jogo.
Tite é o mais vitorioso técnico da história do Corinthians. Creio -não me critiquem por isso- que supera até a lenda Oswaldo Brandão, de tantas glórias no Timão.
Mas além de grande técnico, Tite tem especial paixão pelo Corinthians. Suas conversas -públicas ou privadas- constituem-se em declarações de amor pelo Corinthians.
Isso, talvez, mostre a força motivadora do Corinthians e sua torcida. Carlos Alberto Parreira também deixou o Corinthians, mas nunca afastou o Timão do coração. Isso não é comum no futebol e em outros clubes. Veja o Muricy Ramalho, que também tanto venceu no tricolor. Sem querer provocar nesta hora de festa, cada declaração de Muricy -pública ou privada- tem outro rumo.
Para nós, corinthianos de alma e carne, ter o técnico Tite como o grande nome dos treinadores que venceram no Timão é motivo de orgulho eterno.