– Goleiro Cássio, do Corinthians, faz uma defesa diante de Titi, do BahiaFriedemann Vogel/Getty Images
A cena tornou-se comum em clubes brasileiros, mas quase sempre gera polêmica. O diretor chama o jogador que já tem alguns anos de casa para renovar contrato e no final das tratativas paga 10% do valor da negociação para o empresário contratado pelo atleta.
Casos assim, quando chegam aos ouvidos de conselheiros, geram protestos, acusações de desperdício de dinheiro e até pedidos de investigação interna. Pressionados, diretores de clubes alegam que se tornou normal os atletas passarem para as agremiações a conta que eles deveriam pagar referentes ao trabalho de seus agentes, e iniciam um movimento para tentar colocar fim à prática.
O Corinthians é um dos clubes em que o tema mais causa debates atualmlente. Em julho, o clube renovou com Cássio e Gil, pagando comissão ao empresário Carlos Leite, também remunerado na contratação de Mano Menezes, seu cliente.
Conselheiros da oposição e da situação entendem ser desnecessário pagar um intermediário para acertar com atletas que já estão no time ou para negociar com um técnico que é amigo de outros carnavais do presidente Mário Gobbi.
Há mais casos. Gilmar Veloz, empresário de Tite, velho conhecido do clube, também recebeu comissão na volta do treinador ao Parque São Jorge. Cartolas alvinegros afirmam que até na troca entre Pato e Jadson, que não envolveu dinheiro, precisaram botar a mão no bolso. Contam que pagaram R$ 780 mil de comissão. Essa operação também é alvo de críticas de conselheiros.
“Foi um excelente negócio para as duas partes, uma negociação muito difícil, em que trabalhei muito. Por todo envolvimento, toda repercussão, por todo assunto que gerou para a mídia, o mínimo que eu teria que ter era uma comissão. Acho que foi pouco perto de tudo que isso envolveu. E ainda nem recebi”, disse Bruno Paiva, empresário que intermediou a troca feita entre São Paulo e Corinthians. Ele não revelou quanto sua empresa recebeu pelo negócio.
O clube do Parque São Jorge, como os demais, também paga comissão quando compra o jogador, não apenas quando vende. Para trazer Lodeiro, ex-Botafogo, o alvinegro desembolsou cerca de R$ 1,4 milhão.
“No mundo ideal, não é o clube que deveria pagar comissão quando compra um jogador ou renova. Acho que tem que mudar, mas é assim há muito tempo. Com todos os empresários, a primeira condição numa negociação é pagar a comissão deles. O Roberto [de Andrade, ex-diretor de futebol do Corinthians], dizia que, se você não pagar, o agente leva o atleta para outro clube”, afirmou ao blog Ronaldo Ximenes, diretor de futebol do Corinthians.
Recentemente, o Corinthians viu a exigência de comissões chegar ao extremo. Na venda do volante Guilherme, agenciado por Giuliano Bertolucci, a diretoria fez as contas e viu que teria prejuízo. Precisaria gastar cerca de 40 mil euros com comissão. A direção, então, bateu o pé para pagar apenas 30% da comissão, já que essa era sua participação nos direitos econômicos do atleta. Os parceiros eram empresários e o BMG. Assim, o alvinegro conseguiu ficar com uma quantia da venda, feita por cerca de 4 milhões de euros.
Os gastos com comissões, já viraram alvo de questionamentos feitos por escrito por conselheiros da oposição corintiana, caminho que o Palmeiras conhece bem, e de longa data. Depois de muito barulho, uma auditoria foi feita e entregue ao então presidente Arnaldo Tirone no final de 2011.
O trabalho da Torga Consultoria mostra que o Palmeiras se comprometeu a pagar R$ 11,7 milhões em comissões para empresários em 29 operações com atletas e na contratação do técnico Luiz Felipe Scolari. Média de R$ 390 mil por negócio. O alviverde remunerou agente até para fazer a troca entre Leo e Leandro Amaro com o Cruzeiro. Só nessa operação, a comissão para três empresas de agentes foi de R$ 850 mil.
“As negociações, chegaram a um nível intolerável. O empresário multiplica o salário do jogador por 13 e pede comissão de 10% sobre o valor total. Quer comissão até sobre o 13º salário. Você acerta, chama a imprensa, diz que o jogador renovou, daí o agente fala: ‘agora quero uma parte dos direitos econômicos’, disse Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba . O dirigente lidera os cartolas nas discussões da lei sobre refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes.
Andrade defende que, em conjunto, os clubes deixem de pagar os empresários, repassando a conta aos jogadores. “É um absurdo, o cara é empresário do jogador, então, que receba do jogador. Em média, o gasto com comissões representa 10% das receitas dos clubes. Os dirigentes estão conversando, caindo na real sobre as distorções do mercado. Se todos começarem a deixar de pagar, os empresários vão ficar preocupados”, afirmou Andrade.
Ataíde Gil Guerreiro, vice-presidente de futebol do São Paulo, apoia um movimento contra o pagamento de comissões. “No meio empresarial não tem isso. Se eu quero contratar um advogado, contrato um ‘headhunter’ [especialista em encontrar profissionais para empresas], combino um preço e pago pelo serviço dele. Se eu quiser renovar o contrato com o mesmo advogado, não preciso pagar mais para o headhunter”, declarou o dirigente são-paulino.
Guerreiro afirmou que desde que assumiu o cargo, em abril, só renovou o contrato de Rafael Toloi, sem precisar pagar comissão e que vai estudar casos futuros. “Não posso ir sozinho contra a maré. Mas, se o Vilson já levantou essa bandeira [contra as comissões], ele conta com a minha vontade”, completou o cartola tricolor.
Os empresários se defendem. “Se o dirigente chega pra mim e pede ajuda pra renovar o contrato de um jogador que eu represento, então tenho que receber do clube. Já teve casos em que recebi 5% do atleta e 5% do clube porque trabalhei para os dois. O importante é não cobrar porcentagens absurdas” disse ao blog Pepe Dioguardi, agente de Kléber e Ganso, entre outros.
“Existem várias formas de comissão. O jogador pode até pedir 10% a mais e ele mesmo pagar o agente. Depende de como você trabalha. Eu trabalho de forma transparente. Nossa empresa tem uma filosofia de agregar ao produto [o jogador] do clube. Temos assessoria de imprensa, ensinamos a atleta a se posicionar melhor. A única regra hoje é que os clubes não estão pagando ninguém. Assinam o contrato, mas no dia combinado não pagam a comissão”, afirmou Bruno Paiva, agente que tem Jadson em sua lista de clientes.
Em decisão inédita, STJD exclui Grêmio de torneio por racismo
COPA DO BRASIL
Punido, clube gaúcho irá entrar com recurso e pode paralisar campeonato
ADRIANO BARCELOSDO RIO
O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu por unanimidade excluir o Grêmio da Copa do Brasil. Essa é a primeira vez no futebol brasileiro que uma equipe é eliminada de uma competição por conta de atos racistas dos seus torcedores.
“A decisão pode ser considerada a maior punição por atos racistas no futebol brasileiro”, disse o presidente da 3ª Comissão Disciplinar do STJD, Fabrício Dazzi.
O clube gaúcho promete entrar com recurso contra a decisão e pode até provocar a paralisação do torneio.
A punição, decidida nesta quarta-feira (3) depois de um julgamento de quatro horas, se deve aos atos de injúria racial que foram direcionadas ao goleiro Aranha, do Santos, na quinta passada (dia 28).
Com a decisão do STJD, o time paulista, que já havia vencido por 2 a 0 a partida de ida, em Porto Alegre, está automaticamente classificado para as quartas de final.
Segundo o relator do caso, Francisco Pessanha Filho, o fato de o torneio ser disputado no formato mata-mata, com confrontos eliminatórios em dois jogos, foi decisivo para a definição da exclusão.
“Se a mesma infração fosse no Brasileiro [jogado em pontos corridos], a pena seria de perda de seis pontos.”
A perda de pontos foi a opção no caso de racismo contra o juiz Márcio Chagas da Silva, no primeiro semestre. Na ocasião, o Esportivo perdeu nove pontos pelos atos. O clube recorreu, reduziu a punição para três pontos, mas foi rebaixado no Gaúcho.
No julgamento desta quarta, a acusação, representada pelo subprocurador-geral, Rafael Vanzin, lembrou que o Grêmio é reincidente em discriminação racial vinda dos seus torcedores.
Mencionou o clássico Gre-nal de 30 de março, quando o zagueiro Paulão, do Inter, foi hostilizado por gremistas. O episódio rendeu uma multa de R$ 80 mil.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, afirmou que a punição pesaria sobre a história do clube. Mas sua argumentação e o fato de o time ter ajudado na identificação dos agressores não evitou a pena.
Além da exclusão da Copa do Brasil, o time de Porto Alegre foi multado em R$ 50 mil. Os autores dos atos de injúria racial identificados foram proibidos de ingressar em jogos do Grêmio por 720 dias.
Após o julgamento, Koff anunciou que o clube irá recorrer. Um dos advogados do clube, Tiago Brunetto, admitiu pedir a paralisação do torneio enquanto o recurso não for julgado. “Nossa ideia não é tumultuar o campeonato, mas não podemos aceitar que o Grêmio sofra um prejuízo dessa enormidade”, afirmou.
O juiz Wilton Pereira Sampaio foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 800 por não ter relatado as ofensas na súmula. Os auxiliares também receberam punições.
Corinthians espanta zebra e chega às quartas de final
COPA DO BRASIL
Time supera Bragantino e espera Palmeiras ou Atlético-MG
ALEX SABINODE SÃO PAULO
O Corinthians nunca foi vítima de uma grande zebra na Copa do Brasil. Não há na vida do clube um ASA, que eliminou o Palmeiras em 2002. Nem um CSA, que despachou o Santos em 2009. Ou o Bragantino, que surpreendeu o São Paulo neste ano.
O time do interior paulista tentou aplicar uma peça nesta quarta (3), no Itaquerão. Saiu com um revés por 3 a 1.
Nas quartas de final, o Corinthians agora espera o vencedor do confronto entre Palmeiras e Atlético-MG. Os mineiros venceram a primeira por 1 a 0, no Pacaembu. O jogo de volta será nesta quinta (4), em Belo Horizonte.
Não houve drama no Itaquerão. Em nenhum momento as 27.817 pessoas no estádio cantaram serem corintianos, maloqueiros e sofredores. A equipe perdera o confronto de ida por 1 a 0, em Cuiabá. Mas no Itaquerão, em 19 minutos, marcou três gols.
O triunfo serviu para mostrar que o Corinthians não tinha motivo para temer os desfalques de Gil, Elias (na seleção brasileira), Lodeiro (uruguaia) e Guerrero (peruana).
Mano Menezes montou esquema com três atacantes e armou uma blitze contra o adversário. O resultado foi imediato. Os gols foram marcados em jogadas pelo lado direito e concluídas por Renato Augusto, Ralf e Felipe.
Em uma partida tranquila, mas a defesa não conseguiu passar 90 minutos sem ser vazada pela sexta vez consecutiva. No segundo tempo, as organizadas chegaram a esquecer o que acontecia em campo e puxaram um canto de “parabéns para você”, homenageando o aniversário do clube. O Corinthians completou 104 anos na segunda (1).
Nos minutos finais, o telão do Itaquerão mostrou os números do jogo. O time do interior tinha mais posse de bola (57% a 43%) e havia chutado mais a gol (12 a 6). Porém, acabou e eliminado. Nem o gol de Guilherme Mattis no final mudou isso.
O presidente Mário Gobbi deu uma longa entrevista no domingo, na TV Gazeta, no programa Mesa Redonda (Confira aqui trechos da entrevista). Falou de todos os problemas do futebol (e do Corinthians) e deve ter deixado perplexos os corinthianos pouco informados que ouviam aquela singular manifestação.
Falou que o futebol vive uma grande crise; que os clubes estão gastando o dinheiro que não têm; que os salários de jogadores e treinadores estão muito altos; que se não houver mudança, o futebol brasileiro vai ao colapso; que o projeto do governo tem que vir logo, senão a situação será insustentável. Reconheceu que o Corinthians vive uma dura crise financeira; que está sem dinheiro para pagar as próximas folhas de pagamento; que não tem nenhuma receita das rendas do estádio; que a folha “bate em 10 milhões”; que já adiantou receitas futuras da TV, da CBF, da Federação Paulista e de outros parceiros de publicidade e da parceira de uniforme; disse que não deu certo a compra do Alexandre Pato; que a política de parcelamento dos direitos dos jogadores está errada e que isso tudo não pode mais ocorrer, referindo-se ao caso Cléber.
A entrevista toda foi numa linha impessoal, mostrando que os problemas são graves e chegaram sem muita explicação. Indicou que o caminho é mudar tudo.
A fala do presidente provoca espanto pois adota um discurso totalmente diferente do que vem sendo dito ultimamente. Quem recebeu -nos últimos anos- os “Relatórios de Sustentabilidade”, ricamente encadernados e fartamente distribuídos no clube, deve ter visto na entrevista do presidente um pesadelo. Nos grossos cadernos com fotos, gráficos e muitas cores, as prestações de contas indicavam uma situação singular de gestão, sem problemas. Equilíbrio entre receita e despesas e uma contínua melhora nas contas da agremiação. Era tudo um engano, como provam as palavras do presidente na TV Gazeta.
Os problemas não são novos e o atual presidente não pode eximir-se de sua cota (grande) de responsabilidade.
Há quase 7 anos ele dirige o clube (primeiro como diretor de futebol e depois como presidente) e sua autocrítica não elimina suas duras responsabilidades.
Anunciar que o futebol está em crise e que o Corinthians está no meio desta confusão pouco altera o quadro da realidade. Dizer que há dificuldade para pagar a folha dos profissionais (10 milhões) só mostra a pouca responsabilidade fiscal dos últimos anos. O San Lorenzo, que venceu a última Libertadores, tem uma folha que é de, aproximadamente, um terço da que o Corinthians ostenta. E os gastos corinthianos no futebol são altos porque a diretoria assim decidiu: nosso técnico ganha o dobro (sim, o dobro) de qualquer outro treinador do país. Estava desempregado e conseguiu um precioso acerto com o Corinthians. Os salários de nossos jogadores são de dar inveja a todos. O clube aceitou o pedido feito pelos procuradores dos craques que vestem a camisa corinthiana. O Corinthians adotou uma política de pagar comissões (na compra, venda e renovações) que não era coisa comum no Parque São Jorge e na maioria dos clubes brasileiros. A categoria de base “comprou” um exército de jogadores nos últimos anos, alguns sem nunca terem jogado com a camisa alvinegra. Isso tudo vem sangrando nossas finanças.
É claro que a compra do Pato não deu certo, mas não foi esta a única operação danosa para o caixa do clube. Os pagamentos a jogadores que atuam em outros clubes também comprometem claramente o orçamento.
Reclamar por não ter a receita do novo estádio também não altera nada. Isso era previsto e a Arena teria -e tem- que ser paga.
Ao admitir que o clube vive hoje de adiantamentos de receitas de competições futuras, o presidente poderia ter sido mais claro. Deveria ter dito quanto já gastou dos recebíveis futuros da Globo, da CBF, da Nike, da Caixa, da Federação etc. A informação de que esta prática não é recente e que “só entrei nela” não diminui sua responsabilidade. Primeiro porque quando o clube foi assumido no final de 2007 , havia por volta de 19 milhões em caixa (dinheiro da venda do Willian) e a dívida (parcialmente negociada) chegava perto de 50 milhões. Destaque-se que nos anos que antecederam a Copa, as receitas do futebol deram um salto em todos os clubes. A concorrência da TV elevou os contratos chegando a valores nunca vistos e o equilíbrio orçamentário era perfeitamente possível com aquela situação.
O problema de hoje é o gasto excessivo. Gastou-se de forma errada, como o próprio presidente admitiu.
Quando estava na oposição, o Sr. Mário Gobbi tinha uma receita clara para mudar o clube e chegar-se a um equilíbrio orçamentário. Uma “reengenharia” seria feita e pronto: tudo se resolveria. Ele atormentava o Conselho com longos (e profundos) discursos sobre o que deveria ser feito para mudar a realidade do clube. Nada ocorreu.
A entrevista na TV Gazeta choca muitos corinthianos, especialmente os pouco informados sobre o que se passa nos bastidores.
Tragicamente, a situação é pior do que a revelada pelo presidente. Bastaria ele explicar (sem rodeios) os adiantamentos de receitas e que as cores da crise ficariam mais complicadas ainda.
A entrevista no Mesa Redonda só traz uma conclusão sobre o quadro crítico das finanças do Corinthians. Quem dá esta conclusão é o próprio presidente Mário Gobbi: precisamos mudar tudo. E rápido.
Meia sai do banco e muda Corinthians no empate em 1 a 1
DE SÃO PAULOJadson chegou no início do ano. Petros foi contratado depois do Campeonato Paulista. E Lodeiro desembarcou há poucos meses como um reforço de Copa do Mundo.
O Corinthians reformulou seu setor de criação nesta temporada. Mas quem evitou a segunda derrota do time na história do Itaquerão foi um meia remanescente de 2013.
Renato Augusto, 26, saiu do banco de reserva para incendiar a partida no segundo tempo. Criou a jogada do gol do empate em 1 a 1 com o Fluminense, no domingo (31), e impediu que sua equipe deixasse a zona de classificação para a próxima Libertadores.
Com o resultado, o time de Mano Menezes continua na quarta posição do Brasileiro, com 32 pontos, dois a mais do que os cariocas, quintos.
“Tivemos uma boa atuação no segundo tempo. Merecemos a vitória, criamos para isso, mas não convertemos”, afirmou Renato Augusto.
O meia, que sofre com seguidas contusões desde que desembarcou no clube, no ano passado, entrou no intervalo, no lugar de Lodeiro, quando o Corinthians estava perdendo por 1 a 0 –gol de pênalti convertido por Fred.
A jogada do empate saiu dos seus pés. Depois de dois dribles dentro da área, rolou para Romarinho fuzilar.
A virada ficou a centímetros de ter sua assinatura. O camisa 8 corintiano fez nova tabela com Romarinho e arriscou chute no canto. A bola passou raspando a trave.
ARBITRAGEM
A guerra que Mano e os jogadores do Corinthians têm travado com a arbitragem ganhou um novo capítulo.
No domingo, até o presidente Mário Gobbi entrou no conflito e culpou Paulo Henrique de Godoy Bezerra pelo tropeço dentro de casa.
O Corinthians reclamou do excesso de faltas apitadas pelo árbitro, que só atuou porque Sandro Meira Ricci se machucou e não pôde apitar, e do pênalti a favor do Fluminense –Gil derrubou Wagner após uma freada do meia.
Só que no domingo não foi só o time paulista que reclamou do comportamento do juiz. O Fluminense teve um gol mal anulado, por impedimento, e não deixou barato.
“A arbitragem brasileira tem que ser profissionalizada. Ela é fraca. Isso é deprimente”, disse o técnico Cristóvão Borges, após o jogo.
3 pontos foram retirados do Esportivo (RS) após torcedores do clube colocarem bananas em carro de árbitro
ALEX SABINODE SÃO PAULO
“Preto fedido”, gritavam torcedores do Grêmio para o goleiro do Santos, Aranha, durante jogo na última quinta (dia 28) em Porto Alegre. “Macaco”, também berravam em direção ao atleta.
Ao fim do jogo, Aranha expôs sua indignação aos repórteres e demonstrou abatimento no vestiário.
Denúncias de gestos racistas no futebol profissional brasileiro são frequentes.
Levantamento feito pela Folha indica 12 casos desse tipo nos primeiros oito meses deste ano. Ou seja, mais de um episódio de ofensa racial veio à tona por mês em 2014. São situações que envolvem jogadores, árbitros, torcedores ou jornalistas.
De modo geral, as penas não são pesadas e, quando o condenado recorre ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), consegue torná-las ainda mais brandas.
Conforme explica o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, o CBJD [Código Brasileiro de Justiça Desportiva] prevê perda de, no máximo, três pontos para o clube condenado. “No caso de torneio eliminatório, é o mesmo que a exclusão”, diz ele.
Neste ano, a punição mais severa imposta a um time por racismo foi ao Esportivo, do Rio Grande do Sul.
Em março, o árbitro Márcio Chagas da Silva encontrou bananas colocadas em seu carro na saída do estádio de Bento Gonçalves, após partida contra o Veranópolis.
Em decisão do tribunal desportivo estadual, o Esportivo perdeu nove pontos, o que o rebaixaria para a segunda divisão do estadual.
O clube, então, recorreu ao STJD, que diminuiu para três pontos, como determina o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva).
“A punição ao Esportivo no tribunal local foi um exagero”, acredita Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo internacional. “Quando o caso foi para o STJD, houve a punição justa”, complementa.
Mesmo com a perda menor de pontos, o Esportivo caiu para a divisão de acesso.
Foi o único caso em 2014 no Brasil em que um time sofreu perda de pontos após episódio de racismo.
MULTAS BAIXAS
O Bandeirante, que disputa a quarta divisão paulista, foi multado em só R$ 2.000 após a torcida ter entoado cantos racistas contra Antonio Carlos Buião, técnico do time do Vocem.
O jogo aconteceu em Birigui, interior de São Paulo, em abril deste ano.
No mesmo mês, pela Copa do Brasil, o volante Marino, do São Bernardo, disse ter sido xingado de “macaco” pela torcida do Paraná Clube.
O time da capital paranaense foi condenado no caso, mas não perdeu pontos. Recebeu multa de R$ 30 mil. Recorreu e conseguiu diminuir para R$ 15 mil.
COM PROPOSTA MILIONÁRIA, ROMARINHO SORRI E DIZ NÃO SABER DE NADA
O Corinthians tem uma proposta na casa dos 7 milhões de euros (R$ 20,75 milhões) por Romarinho, que diz não ter sido informado sobre ela. O ucraniano Shakhtar Donetsk é o principal interessado no atacante, embora o clube do Parque São Jorge trate também com o El Jaish, do Catar.
‘Não sei de nada. Não sei de nada’, afirmou o atleta de 23 anos, com um largo sorriso no rosto, na chegada da delegação alvinegra a São Paulo. De volta de Cuiabá, onde o time perdeu por 1 a 0 para o Bragantino, ele sorriu ainda mais quando sua ignorância em relação à proposta foi ironizada. ‘Para mim, não chegou nada.’
Questionado sobre sua vontade, Romarinho apontou o desejo de permanecer. ‘Quero ficar no Corinthians. Com certeza, muitos títulos virão ainda, muitas conquistas. Tenho muitos objetivos para buscar no Corinthians’, disse, entrando no ônibus da equipe em Cumbica.
O Corinthians tem 40% dos direitos econômicos do atacante, campeão de uma Copa Libertadores, umMundial , um Paulista e uma Recopa Sul-americana em preto e branco. Confirmada a negociação na casa dos 7 milhões de euros, caberia ao clube 2,7 milhões de euros (R$ 8,3 milhões).
Um dos interessados, o El Jaish, é justamente o clube do qual está se desligando Nilmar, atacante que tem o interesse da agremiação do Parque São Jorge. O clube do Catar já negociou com a diretoria alvinegra o empréstimo de Anderson Martins até o meio de 2015.
A mídia anuncia que o Corinthians parcelou mais uma parte de sua dívida fiscal.l . O acordo com a Receita Federal estaria na casa de 100 milhões. Ao aderir a este novo Refis o clube resolveria sua dívida de curto prazo. Ficará, no entanto, com um grande carnê para os próximos 15 anos. As prestações – conforme informam- estarão em ordem crescente.
Com essa medida , espera o Corinthians, que, a partir de agora,não sofrerá novas ações da Justiça Federal.
Esse novo Refis,não afeta o anterior que o clube diz que está pagando e que é objeto de processo por crime fiscal na Justiça Federal.
O Corinthians se virou como pôde para pagar dívidas tributárias que fizeram Andrés Sanchez ser acusado de crime fiscal. O clube usou receitas futuras como garantia para conseguir dinheiro emprestado a fim de quitar os débitos.
Na operação, conhecida como antecipação de receitas, foram usadas verba a ser paga pela Globo para transmitir jogos da equipe e repasse da CBF.
Praticamente de uma só vez, a direção corintiana precisou de cerca de R$ 21 milhões. De acordo com a “Folha de S.Paulo”, foram gastos R$ 15 milhões referentes a impostos que teriam sido retidos na fonte em 2010 e não repassados aos cofres públicos. O pagamento da dívida pode interromper a ação contra Andrés, Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro, André Luiz de Oliveira, ex-diretor administrativo, e Roberto de Andrade, ex-diretor de futebol e pré-candidato à presidência do Corinthians.
Entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões também foram desembolsados para o alvinegro conseguir a inclusão no Refis (programa de refinanciamento fiscal do Governo Federal). Esse valor foi dado como entrada a fim de parcelar dívidas fiscais de aproximadamente R$ 126 milhões feitas enquanto Andrés era presidente do clube, conforme noticiou nesta terça o blog do Rodrigo Mattos.
O gasto acontece num momento em que o clube tem dificuldades para honrar seus compromissos e em que está com o dinheiro contado para atender ao pedido de Mano Menezes e contratar mais um atacante e um zagueiro.
A família Ermírio de Moraes sempre apoiou o Corinthians. O clube, nas últimas décadas, vem prestando seguidas homenagens a estes ilustres brasileiros e corinthianos.
Aqui temos fotos do busto do Senador José Ermírio de Moraes, que muito auxiliou o clube na construção do parque aquático. Também o busto de sua esposa, dona Helena, que encontra-se a décadas no conjunto aquático corinthiano.
Em 2002, o Corinthians prestou também significativa homenagem ao Dr. José Ermírio de Moraes Filho com um busto na entrada do clube.
Nesta semana, em que faleceu Antonio Ermírio de Moraes, conselheiro vitalício do Corinthians, lembramos da relação desta ilustre família com o nosso clube.