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Feb 4, 2014

Laços sem ternura

Organizada diz ter prioridade para ingresso

MORRIS KACHANIDE SÃO PAULO

As torcidas organizadas do Corinthians têm direito a uma cota de 5.000 cartões do programa Fiel Torcedor, que proporciona descontos e prioridade na compra de ingressos.

Pela anuidade do cartão, pagam cerca de R$ 30, ou seja, R$ 150 a menos que o torcedor comum.

A informação é de Wagner da Costa, 30, presidente da Gaviões da Fiel, e contraria Mario Gobbi, presidente do Corinthians, que afirmou ontem que o clube não tem vínculo com as organizadas.

“Não somos doadores, nem colaboradores. Eles são órgãos independentes”, enfatizou Gobbi. Procurado, ele não atendeu a reportagem.

O preço comum da arquibancada é R$ 40. As organizadas contam com prioridade na compra das amarelas, mais numerosas e bem posicionadas, mas pagam R$ 21 por ingresso, cerca de R$ 3 a mais que o torcedor comum que adere ao programa.

Costa, 30, que dirige também a escola de samba, recebeu a Folha na quadra da torcida. “Repudiamos a violência e os atos de vandalismo. Mas que estava na hora de fazer protesto, estava. Parece uma piada, os jogadores falando em fazer greve. Eles precisam é voltar da greve, pois não estão jogando nada desde o ano passado.”

Os principais alvos, de acordo com ele, são Pato, Emerson e Romarinho. “O papel deles é jogar. O nosso é fiscalizar e cobrar. O torcedor paga o ingresso e não está gostando do futebol do time. É como se os jogadores estivessem lá roubando o salário do Corinthians. Do mesmo jeito que a população foi para as ruas nas manifestações de junho, estamos lutando por nossos direitos.”

Segundo ele, o protesto ocorreu de forma espontânea sem a participação de qualquer organizada. “É como os rolezinhos. Um chamando o outro pela rede social”, diz.

“Lógico que tinha torcedor organizado, se não estaria mentindo”, afirma. “Mas não sabemos quem participou.”

Costa, acusado por suposto envolvimento em briga com torcedores do Palmeiras, que resultou na morte de André Alves Leso e Guilherme Vinicius Jovanelli, em 2005, considera preconceituosa a ideia da violência associada às organizadas.

“A violência está espalhada em toda sociedade. Quem já não deu um murro na cara do outro?”, questiona o presidente da Gaviões, também conhecido como “B.O.”, abreviação de “Boneco de Olinda” por conta do porte físico que lembra o jogador italiano Mario Balotelli, e não de “boletim de ocorrência” como poderia se supor.

www.folha.com.br

Feb 3, 2014

Para pensar

 

4 estragos feitos pela invasão ao CT corintiano

Ricardo Perrone

1 – Reforços

O Corinthians já sofria com a falta de dinheiro para renovar um elenco desgastado. Agora corre o risco de encarar também a rejeição de atletas que estejam em seus planos. É comum jogadores se recusarem a ir para clubes em conflito com torcedores (vândalos, na verdade). Ou pedirem mais do que o normal para aceitar o convite. O Palmeiras passou por isso recentemente.

2 – Saídas

A maneira como os jogadores corintianos reagiram à ação dos vândalos no CT mostra que estão sem a mínima paciência para conviver com a insegurança no trabalho. Assim que passou o susto, eles perguntaram à diretoria o que aconteceria com o clube se não entrassem em campo contra a Ponte. Nesse cenário, o Corinthians passa a enfrentar o risco de ver jogadores pedindo para deixar o Parque São Jorge.  Pelo menos em tese, é possível atletas conseguirem liberação na Justiça alegando falta de segurança para trabalhar.

3 – Nervosismo

Contra a Ponte Preta, ficou claro o abalo emocional do time, que teve duas expulsões e voltou a jogar mal. Mas as horas de terror vividas no CT impedem cobranças da diretoria sobre jogadores e comissão técnica nesse momento. Ou seja, o alvinegro perderá tempo precioso até poder reiniciar sua tentativa de reorganização.

4 – Política

O episódio faz ferver ainda mais o caldeirão político no Parque São Jorge. A crise é um prato cheio para a oposição, composta em boa parte por ex-aliados. A ala formada pelos que já estiveram ao lado da diretoria, aliás, é mais barulhenta do que a oposição tradicional.

www.blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br

Feb 2, 2014

Briga bilionária

BC vai à Justiça cobrar R$ 39,8 bi em multas de empresas e clubes de futebol

Apenas 126 empresas, bancos e pessoas físicas respondem por R$ 24,2 bilhões desse total

01 de fevereiro de 2014 | 17h 00
Adriana Fernandes e Célia Froufe, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – O Banco Central está à caça de R$ 39,8 bilhões de multas que estão sendo cobradas de bancos e empresas, e que não entraram para os cofres do governo. O ‘Estado’ teve acesso à lista inédita dos principais alvos dessa operação judicial de recuperação de créditos, que inclui grandes empresas, bancos liquidados ou em funcionamento e times de futebol como Santos, Corinthians, Internacional, Fluminense e Atlético Mineiro.

A maior parte desse dinheiro que o BC tenta recuperar – R$ 24,2 bilhões – é devida por pouco mais de uma centena de empresas, instituições financeiras e pessoas físicas. De acordo com os documentos internos do Banco Central, as irregularidades mais comuns são ilícitos cambiais, principalmente de empresas importadoras e exportadoras.

Mas há casos de multas aplicadas por irregularidades no acesso aos recursos das reservas bancárias pelos bancos, omissão de informações sobre capitais brasileiros no exterior e infrações diversas praticadas por instituições financeiras, empresas de auditoria, administradoras de consórcio e empresas que atuam sem a autorização do Banco Central.

O banco está executando essa dívida na Justiça e montou uma força-tarefa de advogados para ir atrás dos devedores e do seu patrimônio. Muitas empresas encontradas eram de fachadas, de proprietários “laranjas”.

Na busca dos devedores, os procuradores do Banco Central passaram a fazer cruzamentos de informações estratégicas que estão na base de dados cadastrais do próprio BC e de outros órgãos públicos, como Receita Federal, INSS, Secretarias de Segurança Pública e Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior.

“O importante é que se conheça o devedor e que se busquem estratégias eficientes para alcançar o seu patrimônio”, diz Isaac Sidney Ferreira, procurador-geral do BC.

Sem garantias. Das 126 ações mais relevantes, que concentram os valores mais elevados, apenas 18 estão garantidas judicialmente com bens imóveis. De acordo com o procurador, a ausência de garantias formais não compromete necessariamente a perspectiva de recuperação de crédito. “Em relação a essas ações mais relevantes, o BC detém informações estratégicas para perseguir o devedor e alcançar seu patrimônio”, assegura.

Segundo ele, o BC tinha listas “valiosíssimas” que não eram usadas – como o cadastro de correntistas, por exemplo – que mostram o relacionamento bancário das pessoas.

No caso da Receita, o BC verificou que o Fisco muitas vezes está mais adiantado na localização do devedor e dos bens, o que facilita o trabalho. “Na estação de trabalho dos procuradores, temos um sistema que acessa os procedimentos instaurados no âmbito da Receita”, diz Ferreira.

Depois de reconhecer enormes deficiências no trabalho de cobrança, a diretoria do BC montou em 2006 um projeto de recuperação de crédito para melhorar os resultados. Até então, a arrecadação com a cobrança de créditos, nos cinco anos anteriores ao projeto, tinha sido de apenas R$ 2 milhões.

No período de implantação do programa, entre 2006 e 2011, a arrecadação subiu para R$ 307,32 milhões e, nos últimos dois, saltou para R$ 16,19 bilhões.

O BC tinha uma série de créditos a recuperar inscritos e não inscritos em dívida ativa e se deu conta que não conhecia os devedores – alguns já tinham morrido e os herdeiros não eram encontrados “O BC era reativo. Tínhamos execuções de mais de 10 anos”, reconhece o procurador.

Segundo ele, o BC mudou as regras e deu baixa em processos de pequeno valor ou com remota possibilidade de recuperação. “Pegamos os processos e examinamos um por um”, diz o procurador. Os dados do BC mostram que o número de execuções fiscais em andamento é hoje de 2.978.

E apenas cerca de 10% delas contam com alguma garantia. Apesar do esforço do BC, na busca de recuperação dos créditos, apenas 1% dos débitos tem alta chance de entrar nos cofres do governo a curto prazo.

Multa bilionária. Um dos campeões de multas é o empresário do Rio de Janeiro Sérgio de Paulo Pacheco, ligado ao comércio de importação e exportação, que deve R$ 2,044 bilhões, segundo o levantamento obtido pelo Estado. Ele foi multado por conta de ilícitos cambiais. A reportagem não conseguiu localizá-lo.

Entre as grandes empresas, está a Schincariol, fabricante de refrigerantes e cervejas. A empresa está sendo executada na Justiça pelo BC por uma multa de R$ 4,783 milhões. O processo é anterior à compra da empresa pela japonesa Kirin, em 2011. Procurada, a empresa informou que não comenta processos jurídicos em andamento.

www.estadao.com.br

Feb 1, 2014

O que é isso companheiro ?

 

Torcedores invadem CT do Corinthians e fazem elenco se esconder

 

São Paulo (SP)

A Invasão Corintiana voltou a acontecer, mas desta vez no CT Joaquim Grava. Aproximadamente cem torcedores, de acordo com a Polícia Militar, passaram pelo alambrado e entraram nos campos em busca do técnico Mano Menezes e do elenco, que se refugiaram em um local secreto.

Os atacantes Emerson Sheik e Alexandre Pato, além do próprio treinador, foram os principais alvos dos fãs, revoltados com a goleada sofrida para o rival Santos no meio de semana. Na Vila Belmiro, o Timão perdeu de 5 a 1 – o time vinha de revés para o São Bernardo, em pleno Pacaembu.

Mauro Horita/Agif/Gazeta Press

Policiais não conseguiram impedir ivasão corintiana no CT Joaquim Grava na manhã deste sábado

Antes do treinamento marcado para a manhã deste sábado, 15 torcedores já protestavam na entrada do CT, fazendo com que o clube ficasse preocupado e acionasse a Polícia. No entanto, as autoridades não conseguiram impedir a invasão.

Os torcedores querem falar com pelo menos um representante da equipe, fora da zona de classificação para a próxima fase do Campeonato Paulista. Neste sábado, Mano Menezes faria os últimos ajustes antes do jogo contra a Ponte Preta, agendado para este domingo, em Campinas (SP).

www.gazetaesportiva.net

Feb 1, 2014

Vamos reagir

 

Mano tenta ajeitar Corinthians e se recusa a resumir problemas a atitude

 

Marcos GuedesSão Paulo (SP)

Mano Menezes repetiu, em sua primeira crise na volta ao Corinthians, algo que já fez bastante em sua passagem anterior pelo clube. O treinador se recusou a atrelar a derrota por 5 a 1 para o Santos e o mau momento a qualquer falta de empenho, procurando resolver no campo os problemas ali apresentados.

“Acredito em posicionamento, postura tática,desempenho. É muito fácil para o técnico resumir dizendo que faltou atitude. Atitude é um conjunto de situações. É comum a equipe não encontrar o adversário em campo na marcação e dizer que faltou pegada, atitude. Primeiro, faltou posicionamento. Atitude, para mim, é um conjunto de ações”, afirmou.

“O futebol não se resume só a vontade. Não posso reclamar de falta de vontade. Muito pelo contrário. Foi um resultado atípico, e você não trabalha em cima da exceção. A exceção traz lições, pode funcionar como divisor de águas, mas não vou desestabilizar a equipe em cima de uma exceção”, acrescentou.

A falta de empenho foi apontada como um dos grandes problemas do time no segundo semestre do ano passado, um período ruim após duas temporadas cheias de conquistas importantes. O assunto voltou à tona com a goleada da última quarta, e o gerente de futebol Edu Gaspar pediu “atitude de Corinthians”.

“Seria um absurdo eu fazer uma análise sobre o que estava acontecendo na temporada passada. Não tenho direito, não estava aqui. Sobre este momento que estamos passando, é natural no início da temporada. Os jogadores estão trabalhando forte”, discordou Mano, negando qualquer falta de disposição do elenco.

“Neste início, a produção de uns demora mais para chegar. Para outros, demora menos. Mas todos estão trabalhando, não vejo ninguém acomodado. Seria cômodo para o técnico transferir a questão para a vontade. Futebol não se resume a isso, é bem mais complexo”, resumiu o gaúcho.

www.gazetaesportiva.net

Jan 31, 2014

Porque estamos nessa.

@bloguedotimao Esse Diego Macedo foi escorraçado daqui do Ceará, não acreditei quando o Corinthians o contratou… Põe na conta do Edu.—
Morgana Costa (@MorganaMC) January 30, 2014

Bastava o Edu visitar a Wikipédia:

Carreira[editar | editar código-fonte]

Diego Macedo atuou em times do Distrito Federal e do interior de São Paulo, aonde se destacou jogando pelo Bragantino, despertando o interesse de Atlético Mineiro e Cruzeiro.1

No dia 14 de maio de 2010, o Atlético Mineiro anunciou oficialmente a contratação do jogador, por indicação do técnico Vanderlei Luxemburgo.2 No Galo, o jogador não conseguiu demonstrar boas atuações, e no começo de 2011 foi anunciado que Diego Macedo não estava nos planos do time para a temporada, e que seria emprestado.3

No dia 25 de março de 2011, o jogador rescindiu oficialmente seu contrato com o Atlético Mineiro, e acertou com o Ceará.

No dia 12 de julho de 2011 foi dispensado do Ceará por indisciplina e e acertou com o Bragantino.

No dia 30 de novembro de 2011, foi anunciado pelo Linense, para disputar o Paulistão de 2012.

Em março, foi dispensado denovo, por indisciplinas. Em junho de 2012, acertou com o Guaratinguetá.

Sem jogar nenhum jogo pelo Guará, ele voltou novamente ao Bragantino.

Já em 24 de setembro de 2013, foi divulgado que o jogador acertara com o Corinthians.4

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Como um time grande contrata um jogador com essa página do WIKIPÉDIA??!

www.bloguedotimao.wordpress.com

Jan 30, 2014

Péssima quarta.

Santos faz 5, o que rival não sofria há 6 anos

PAULISTA Corinthians não tomava cinco gols desde agosto de 2007; vencedor completou quarto jogo sem derrota

Com direito a gritos de olé, timinho e outras provocações, o Santos impôs a maior goleada ao Corinthians de Mano Menezes, considerando a primeira passagem do técnico entre 2008 e 2010.

O time santista venceu por 5 a 1, ontem, na Vila Belmiro, no primeiro clássico do ano.

E o placar poderia ter sido mais amplo para o time do litoral, dado o domínio sobre o rival da capital paulista, especialmente na etapa final.

O Santos fez 2 a 0 no primeiro tempo, com Arouca e Gabriel. Ampliou na etapa final com dois de Thiago Ribeiro e outro Bruno Peres.

Todos os gols da equipe tiveram como semelhança jogadas rápidas de contra-ataque pelas pontas do campo.

O volante Guilherme fez o gol de honra do Corinthians, em chute de fora da área, ainda no primeiro tempo, quando o duelo foi um pouco mais equilibrado entre os times.

O time paulistano até teve mais posse de bola, mas finalizou muito pouco e ofereceu espaços nos contra-ataques.

A última vez que o Corinthians sofreu uma goleada assim foi em de agosto de 2007 –5 a 2 para o Atlético-MG–, quando era treinado por José Augusto. Em setembro do ano passado, o time perdeu por 4 a 0 para a Portuguesa, ainda sob o comando de Tite.

Ontem, o Santos completou o quarto jogo sem derrota em 2014. Com isso, lidera o Grupo C com dez pontos e viu, mesmo que momentaneamente, a crise referente a venda de Neymar ser esquecida –o assunto foi ignorado no estádio durante o jogo.

“Esse placar deixa a gente prazeroso. Espero que seja o primeiro degrau que vamos subir na temporada”, avaliou o atacante Thiago Ribeiro.

“O lado bom do Santos é apostar na molecada da base e isso vem dando resultado. Jogando assim, vamos fazer muitos gols e envolver os rivais”, completou o jogador.

Já o Corinthians perdeu a segunda partida consecutiva, ouviu seus torcedores vaiarem Pato –que entrou no final do jogo– e é o segundo do Grupo B, com seis pontos.

“Vamos avaliar o que aconteceu, treinar e cada responsável pelo Corinthians vai assumir. Não é normal. Mas sentimos os gols”, tentou justificar Emerson no gramado.

O time terá até domingo para colocar ordem na casa. Neste dia irá enfrentar a Ponte Preta, em Campinas.

Jan 29, 2014

Um artigo nota 10 sobre Parreira. Por Antero Greco.

Antero Greco

O berro do Parreira

Antero Greco – O Estado de S.Paulo

Pessoal, 2014 promete fortes emoções ligadas ao esporte. Nem arrancamos o mês de janeiro da folhinha e se acumulam burburinhos: o caso Lusa, atrasos em estádios, a transferência de Neymar, os protestos contra a Copa. O barulho de começo de semana fica para Carlos Alberto Parreira. O treinador campeão do mundo em 1994 e hoje assessor de Felipão meteu a boca no megafone ao descer a lenha na preparação para a Copa de logo mais. Em entrevista à rádio CBN, foi taxativo ao afirmar que perdemos excelente oportunidade de mostrarmos um Brasil com cara diferente e em condições de dar conforto ao povo.

Parreira lamentou o descaso com que o governo tratou das obras de infraestrutura para o evento, embora o país tenha sido confirmado como sede em 2007; portanto, com tempo suficiente para executar as obras. Também gastou ironia ao lembrar que, de fato, teremos alguns serviços melhorados, mas em 2018, 2020… “Queríamos isso para agora, para mudarmos a visão que os estrangeiros têm do Brasil.”

Nada do que Parreira disse é novidade. Setores da imprensa com senso crítico apurado e sem pendores oficialistas (chapa-branca, no popular) há muito alertam para o perigo de trabalhos executados sem transparência e sem competência. O panorama atual não surpreende os que não embarcaram no mundo cor de rosa prometido por governantes e pelos organizadores da Copa. O sinal de que havia muita conversa fiada explodiu tão logo o ex da CBF garantiu que a competição seria feita totalmente com dinheiro privado. Desnecessárias explicações adicionais.

O que chamou a atenção foi o berro ter partido de alguém ligado à CBF, com trânsito livre na Fifa e experiente o suficiente para saber no vespeiro em que mexeu. Parreira não é um rapazinho empolgado com notoriedade súbita e que sai por aí a despejar o que lhe vem na veneta. Portanto, não fala à toa.

A bronca pública de personagem experiente no mundo da bola levantou várias interpretações, reação comum em casos semelhantes. Teria Parreira externado o que a Fifa desejava ouvir? (Blatter e Valcke cutucam o Brasil a todo momento.) Ajudou a oposição à presidente Dilma, ainda mais em ano eleitoral? Reforçou os argumentos de quem sai às ruas para protestar contra o Mundial? Ou apenas exerceu o direito ao uso do livre-arbítrio diante de situação que considera constrangedora?

Fico com a última alternativa, à falta de provas em contrário e com o risco de ter atitude ingênua. Dois aspectos, porém, me parecem irrefutáveis: 1 – a CBF provavelmente não gostou do desabafo do ilustre colaborador. José Maria Marin foge a todo custo de confrontos com o Planalto. Mas não deve fazer nada, diante do peso do nome do técnico; 2 – Parreira não mentiu.

Em tempo: difícil imaginar que não haverá novas passeatas de quem esteja descontente com os custos do Mundial. Temos liberdade para tanto. Perigoso e inútil o lema “Não vai ter Copa”. Trata-se de hipótese inviável e que feriria nossa autoestima. E é prato cheio para grupos radicais, que se aproveitam das multidões apenas para espalhar medo.

www.estadão.

 

Jan 28, 2014

Vamos reagir

Corinthians vai com força máxima à Vila Belmiro para clássico com Santos

Mano Menezes contará com o time completo e pode ter novidades nas duas laterais

Vítor Marques – O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – Mano Menezes contará com o time completo para o clássico com o Santosnesta quarta-feira na Vila. O treinador do Corinthians pode ter novidades nas duas laterais. Além disso, pretende reconduzir à equipe jogadores que foram reservas na derrota para o São Bernardo.

 

Expectativa é que Fagner faça sua estreia no Corinthians - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Expectativa é que Fagner faça sua estreia no Corinthians

 

O lateral-esquerdo Uendel se recuperou de uma pancada na coxa direita e treinou com bola. Na direita, a expectativa é que Fagner faça sua estreia. Danilo, Guerrero e Romarinho, que foram reservas na derrota para o São Bernardo (1 a 0), devem voltar ao time. No primeiro clássico do ano, Mano quer escalar a equipe que ele considera até agora a melhor.

Contra o São Bernardo, Mano quis dar uma chance a jogadores como Emerson, Alexandre Pato e Ibson. Nenhum deles foi bem. O único jogador que ainda não tem condição de atuar é o meia Renato Augusto, que faz trabalho especial de pré-temporada. Não há previsão para que ele estreie.

Quatro garotos que se destacaram na Copinha subiram para o profissional: o zagueiro Pedro Henrique, o lateral-esquerdo Guilherme Arana, o volante Fabiano e o meia Zé Paulo.

www.estadao.com.br

Jan 27, 2014

A batalha na FIFA

Diante dos protestos, Fifa não pode ser imperialista e autoritária

Candidato à presidência da entidade, ex-diplomata no Brasil diz que críticas no país não são só contra a Copa, mas por menos corrupção

LEANDRO COLONDE LONDRES

Primeiro candidato à eleição de 2015 para presidente da Fifa, o francês Jérôme Champagne, 55, diz que a entidade precisa evitar a imagem de “imperialista e autoritária” em países como o Brasil.

Ele afirma que o atual modelo do Comitê Executivo da Fifa criou um “toma lá, dá cá” com os continentes. “Às vezes não é ético, não é moral”, disse em entrevista à Folha, após lançar a candidatura em Londres na semana passada para uma das eleições mais importantes da entidade após escândalos de corrupção.

Sobre os protestos no Brasil contra a Copa e a Fifa, Champagne respondeu: “A Fifa tem que analisar o que se passa para não ser vista como imperialista e autoritária.”

Secretário-adjunto e diretor internacional da Fifa entre 1999 e 2010, Champagne era braço-direito do presidente Joseph Blatter, a quem elogia. Ele defende mudanças do Comitê Executivo e mais transparência nas transações milionárias de jogadores.

Diplomata no Brasil entre 1995 e 1997, Champagne tem Pelé como seu principal cabo eleitoral: “É o rei do futebol, isso é incrível para mim”. Ele afirmou que saiu da Fifa por, entre outras coisas, ter sido “excluído” da Copa no Brasil.

Folha – O senhor fez parte da gestão Blatter por 11 anos. Como convencer de que é novidade? Sua candidatura não é mais do mesmo?
Jérôme Champagne – Pode investigar meu passado: fui diplomata de carreira, dois anos no Brasil, trabalhei na Fifa, no comitê da Copa de 98 e quatro anos como consultor. Paguei meus impostos na Suíça e nunca recebi mais do que meu salário.
Durante 11 anos, vi como funciona. Não sou arrogante de achar que sei tudo, mas acho que estou em posição para defender o que defendia lá dentro.

Por que decidiu ser candidato?
A eleição de 2015 definirá que tipo de futebol queremos no século 21. Vemos hoje uma elitização, um número cada vez menor de ligas, clubes, jogadores. Hoje, há mais dinheiro na América Sul e na África do que 20 anos atrás, mas continua uma diferença enorme em relação à Europa.
Há também desigualdade no futebol europeu. Na Liga dos Campeões, há um número cada vez menor de quem pode ganhar. Se quero aprofundar esse debate, tenho que ser candidato.

O senhor foi braço-direito de Blatter, atual presidente. Isso não prejudica a imagem e o discurso de mudança?
Não sei, não sou quem decide se machuca ou não minha imagem. Não tenho vergonha do que fiz ao lado dele. Conheço o senhor Blatter. Não é corrupto, é um homem honesto.

Por que o senhor saiu da Fifa?
Tive um conflito com o presidente da Confederação Asiática, que queria modificar o estatuto em duas federações para permitir que amigos ganhassem. Ele pediu minha cabeça. E também apoiei Blatter na tese de que a Fifa tem um papel regulador sobre o futebol europeu.

Dizem que o senhor saiu também por causa do atual secretário-geral, Jérôme Valcke.
Não vou comentar muito sobre ele. Mas posso dizer, sem sentimento de revanche, que, quando a Fifa decidiu dar a Copa ao Brasil, em 2007, fiquei contente porque tive o privilégio de morar dois anos no país. Sou apaixonado pelo Brasil, meu filho nasceu em Brasília. Poderia ter esse conhecimento aproveitado, mas ninguém quis. Entendi que não era interesse de algumas pessoas. Fui excluído.

Como vê a imagem negativa da Fifa, ainda mais no Brasil?
Isso dói muito. É uma organização honesta, que cometeu erros, mas tem trabalhadores dedicados e honestos. A Fifa é criticada por comportamentos de quem não está lá dentro. Pessoas se demitiram da Fifa por acusações, mas essas pessoas não eram da Fifa, como o Ricardo Teixeira, que estava lá por ser presidente da CBF.
No caso do escândalo da ISL (empresa de marketing), temos de conhecer a história. Até cinco, seis anos, em países como Suíça e Alemanha, uma empresa dar uma comissão era legal, mas há coisas que são legais e não éticas.

No caso da ISL, ficou provado que, além de Teixeira, o ex-presidente da Fifa João Havelange recebeu comissão. O senhor o considera corrupto?
Não sei todos os detalhes. Eu cheguei à Fifa em 1999. Eu não sabia do caso ISL, que faliu em 2001. Tenho respeito pelo que fez o presidente Havelange, ao derrotar o dirigente inglês (Stanley Rous) na disputa em 74, adotar uma visão não racista do futebol, universalizá-lo. Ele lançou os programas de desenvolvimento, expulsou a federação da África do Sul por causa do apartheid em 76. Apesar das críticas, temos que render homenagem ao que ele fez.

Qual o principal problema para quem dirige a Fifa?
O de governança. É preciso mudar a composição do Comitê Executivo (indicado pelas confederações). O presidente não pode montar um governo para implementar seu programa e ainda tem trabalhar com o adversário lá dentro. A consequência é o “toma lá, dá cá”, o presidente tem que fazer compromissos.

Poderia dar um exemplo de ‘toma lá, dá cá’?
Os programas de desenvolvimento da Fifa (que concedem desde consultoria técnica até equipamentos esportivos e assistência financeira): quando alguém pede, temos que dar. Todos fazem isso. Não é ilegal; às vezes não é ético, não é moral. A África conta com 54 federações, mesmo número da Europa, e tem quatro cadeiras no comitê, contra oito da Europa. Há um direito divino da Europa?

O senhor vê erros na organização da Copa no Brasil?
Fui do comitê da Copa de 98, na França. Tivemos erros. Um ano antes estávamos atrasados, e no fim foi fantástica. No Brasil, a coordenação talvez pudesse ter começado um pouco antes. Agora tem de fazer com que essa Copa seja um sucesso. O Brasil merece.

Qual sua opinião sobre os protestos contra a Copa no Brasil e o “padrão Fifa”? Escolher 12 sedes não foi um exagero?
A Copa deve ser realizada com no mínimo oito estádios ou, com segurança, nove. A decisão pertence a quem a tomou. Entendo as pessoas que criticam. Os protestos não são só contra a Copa, mas contra a impunidade, um sentimento por menos corrupção, como a história do mensalão.
Sobre o “padrão Fifa”, isso mostra que a entidade tem um padrão de qualidade, é bom. Mas a Fifa tem que analisar o que se passa no Brasil para não ser vista como imperialista e autoritária.

Temos na Espanha o caso Neymar. Como o senhor vê essas transações milionárias?
Esses grandes clubes são locomotivas, atraindo torcida, imagem. Não tenho problema com transferência milionária, mas que seja transparente.
O Paris Saint-Germain tinha um dos melhores centros de formação. E o Marquinhos (zagueiro brasileiro) foi comprado por € 35 milhões, mas o clube tinha outros franceses na mesma posição. Nada contra o Marquinhos. O problema é que esses clubes têm tanto dinheiro que não têm preocupação em formar.

O senhor mexeria em regras do futebol como presidente?
Temos que proteger os árbitros, que fazem um trabalho duríssimo. Incomoda -me ver jogadores gritando na cara deles. Proponho que importemos boas experiências, como no rúgbi, onde só o capitão pode falar com o árbitro.
Há também o cartão laranja, aplicado antes da expulsão, em que o jogador passaria dois, três minutos fora. E tem a tecnologia. Agora, vamos ao estádio com smartphones. Vemos tudo o que acontece, menos o árbitro. Se não queremos que a tecnologia domine o futebol, temos que dominar a tecnologia.

www.folha.com

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