A falta que a Base faz
(Leonardo Da Vinci, “O Homem Vitruviano”)
Por disputar duas competições importantes, o Corinthians, vem utilizando um time misto em boa parte dos jogos.
Foi o que ocorreu, ontem, 10/6, no jogo de Porto Alegre contra o Grêmio. E os resultados deste time misto não estão sendo nada positivos.
Além de perder vários pontos no Campeonato Brasileiro, o Time B mostra que o técnico deve ter pouca esperança em buscar, nesta formação, algum craque que possa melhorar o Time A. Ao contrário, o que vemos, na maioria dos casos, são jogadores de pouca qualidade e que não terão sucesso no time principal.
Vários dos atletas do time misto são jogadores contratados, com o critério de “compor o elenco”. Quer dizer, não se trata de craques (ou “ainda”, não o são), mas poderão substituir bem os titulares. Especialmente os contratados “para compor” pouco ou quase nada estão rendendo.
Neste momento é que vemos o quanto faz falta uma boa categoria de base que revele jogadores.
Nem sempre os que vem da Base são craques (alguns poucos, sim), mas, convenhamos, para jogar o que estão jogando, alguns destes contratados, os atletas de Base fariam papel igual ou melhor. E sempre trariam a possibilidade de aparecer um ou outro atleta diferencidado.
O mais grave é que as revelações da Base não são para curto prazo.
Hoje, estamos pagando pelos últimos anos de abandono da categoria. O que for feito agora dará frutos daqui 2, 3, 4 ou 5 anos. É preciso começar pensar nisso o quanto antes
Desqualificação
É lógico que é imprudente para um Diretor de Clube declarar que seu time é “medíocre”.
Independentemente de significar mediano (mas também significa “pequeno”), uma declaração destas tem fator explosivo, como todos estamos vendo. Mas mesmo que esta questão “medíocre” seja problema, não acho que este seja o maior dos problemas de nosso marketing.
Primeiro é preciso dizer que a mídia vem, quase com unanimidade, aplaudindo (diria melhor, louvando) o trabalho do marketing do Corinthians nos últimos anos.
Não passa dia em que não encontremos elogios para tudo. De coisas boas ou ruins, o quadro é sempre de aplauso.
Recordo que, nos últimos meses, tivemos um sem número de estudos, análises, relatórios etc todos altamente elogiativos ao trabalho do marketing corinthiano.
O principal destaque é sempre o aumento das receitas do Clube que, segundo a propaganda oficial, assumida pela mídia, seria fruto do brilhante trabalho do marketing alvinegro. Os mesmos relatórios – que são a base dos elogios – mostram, de forma incontestável, que todos (sim, todos) os Clubes tiveram grande aumento de suas receitas nos últimos anos. Destaque-se que entre os que elevaram suas receitas, estão alguns Clubes sem departamento de marketing. E se todos aumentaram este índice, não terá sido obra de um ou outro Clube. Embora isto seja claro nos “estudos”, a mídia insiste em dizer que foi “tacada” do marketing alvinegro que promoveu esta revolução.
Acrescente-se que o maior aumento de receitas vêm da TV onde, como sabemos, o marketing tem pouco ou quase nenhuma intervenção.
O que não quer dizer que não tenhamos boas (diria ótimas) ações do marketing corinthiano.
A venda de ingressos pela internet é um notável avanço e merece todo aplauso. Embora não concorde com o sistema de preços das entradas, esta forma de compra, pelo sistema “Fiel Torcedor” e pela Internet, merece todo aplauso.
Mas, como afirmei acima, a declaração imprudente do vice do Clube, numa palestra de marketing, não está na palavra medíocre (que em si, está errada), mas no que vem falando o marketing, nos últimos anos, para endeusar suas obras.
É comum venderem a ideia (isto aparece na palestra indigitada) que o Clube surgiu, quando eles começaram o marketing. Por esta razão chegaram a falar em “reconstrução do Corinthians” como se os 100 anos anteriores devessem ser esquecidos. É esta proposta de desqualificação o ponto mais negativo na atuação do nosso marketing. Quem viu a palestra, onde aparece a palavra “medíocre” , notou o esforço que o marketing faz para dizer que trabalha num ambiente de dificuldades. Enquanto em outros times a situação é fácil (pois teriam títulos internacionais, que nós não teríamos) no Timão eles precisam ser “gênios” para superar a diferença com Santos e São Paulo.
Isso é uma solene ignorância, além de ser uma manipulação da verdade. O maior patrimônio do Clube é a grande torcida que ele conseguiu amealhar nos últimos cem anos e isso veio pelas suas inúmeras lutas e conquistas.
Uma palavra colocada de forma imperfeita aqui ou acolá é um fato perfeitamente corrigível. Agora, uma ideia permanente de que o Clube começou quando um punhado de gênios chegou, é um problema muito mais grave.
Talvez o fato de que o mais importante contrato do marketing do Clube – o acordo com a Nike – não tenha sido feitos pelos gênios “reconstrutores” incomode-os um pouco. A bem da verdade, assim como o contrato com a TV, o de material esportivo quase nenhuma influência deve ao setor de marketing.
Enquanto aguardamos o contrato de publicidade na camisa – este sim – onde o marketing mostrará sua competência, precisamos manter um ambiete calmo, sem qualquer conflito, que venha prejudicar o time neste momento tão importante.
Neste quadro o silêncio do pessoal do marketing ajudaria muito.
Que quarta!
Era quase meia noite quando o juiz apitou o final do jogo em que o Corinthians venceu o Vasco, por 1×0, e avançou na Libertadores. Por todo canto da cidade ouviu-se um suspiro de descontração. Corinthianos passaram por mais um teste cardíaco, sem terem ido ao Incor, e os adversários foram para cama com (mais) um pesadelo na cabeça.
O Corinthians venceu mostrando regularidade. Uma defesa sólida, um meio de campo eficiente e organizado e um ataque com poucos momentos de brilho. É a marca desta equipe. Dedicação, organização, raça (muita raça) e grande paciência para esperar um gol. É um time sem craques fora de série – a maioria são dedicados jogadores médios- embora lutem (e vençam) como poucos. O Vasco é um time que tem um esquema similar ao Timão: defesa bem postada, meio de campo eficiente e ataque que cria pouco. Por esta razão, os dois jogos foram tão equilibrados e só decidido nos últimos minutos do segundo tempo do segundo jogo.
Sei que muita gente não concorda com este blog, mas nosso maior jogador é…o técnico Tite. Conseguiu, sem grande nomes, organizar um time eficiente e competitivo. É esta a razão do sucesso do último campeonato brasileiro e da campanha atual. Mesmo com ataque sem brilho, mas com muita organização, o time vai vencendo. Como venceu ontem.
E vamos para a próxima fase. Que venha ….qualquer um ( acho que será um time chileno).
Greve em dia inadequado
Quando soube que, no dia de ontem, teríamos uma greve geral nos meios de transportes, achei que havia um erro na escolha da data. Em dia de jogo decisivo do Timão, uma greve quase geral do Metrô e nos Trens! Não é sómente o problema dos que vão ao estádio, mas os que voltam para casa para ver o jogo pela TV.
No meio da tarde conversei com um advogado amigo e que atua na área envolvida. Ele foi claro:” pisamos na bola”.” A pressão é grande para encerrar o movimento”. Não sei o que houve, mas a greve, foi encerrada no final da tarde com os trabalhadores aceitando -praticamente- a mesma proposta já feita no dia anterior. Acho que o barulho negativo na blogosfera e o jogo do Timão foram fatores considerados. O Estadão, de hoje, destaca o “problema” do jogo do Timão e o fim da greve.
Lembrei-me de um tio -palestrino roxo- que passava a maior parte do dia falando cobras e lagartos do Corinthians e dos corinthianos. Ele dizia o tempo todo: “com jogo do Corinthians até velório não dá quórum.”
Voz do povo
A torcida do Corinthians está aprendendo -e rápido- como é disputar esta competição turbinada pela mídia e pelos adversários. Ontem, no estádio, apoiou o time o tempo todo. Até quando parecia que o jogo iria para os pênaltis.
Interessante foi ouvir -numa rádio hostil – entrevista de torcedores que chegavam ao estádio. O locutor, como sempre, começava as perguntas com a balela “a Libertadores é o mais impor…” o Timão nunca ga…” a torcida quer…” etc e tal. Dos 6 ouvidos, quatro foram diretos: ” o importante é o Corinthians, não o torneio” ; ” a mídia só valoriza o evento porque o Timão ainda não ganhou”, e um disse um palavrão ao se referir ao Torneio: ” não é essa m…. toda ” .
Parabéns à torcida, pois está entendendo que não devemos entrar no jogo dos adversários e da mídia. Desapareceu aquela bobagem de “ganhar a Libertadores é obrigação”, que as uniformizadas andaram divulgando. Com esta nova postura dos torcedores estamos no caminho certo. Para desespero dos adversários e da mídia.
É só governo
” Não se pode organizar uma Copa sem o governo” disse hoje o presidente da Fifa, Joseph Blatter, numa mudança de discurso sem igual. Quando o Brasil foi escolhido, como sede da Copa de 2014, o ex-presidente Ricardo Teixeira disse : “Copa do Mundo será, essencialmente, privada.”
Era falso. O discurso era apenas para a Fifa e a CBF tomarem a direção da Copa. A grana é ( e sempre foi) do governo. Agora que a fábula acabou, o presidente da Fifa vem dizer a verdade. A Copa só é feita com o governo. Como foi em todos os países e será – também – no Brasil.
É luta
(Michelangelo Buonarrotti (1475-1564) “Capela Sistina – O Juízo Final”) (Reprodução)
Mesmo com os problemas que temos no time (dentre eles a falta de ataque), creio que o Corinthians reune todas as condições para vencer o Vasco e avançar na Libertadores.
Muitos dirão “não fale assim”, o futebol é sempre dado a apresentar surpresas. Pode ser arriscado dizer isso. Mas acredito que o time conseguirá uma boa vitória amanhã no Pacaembu. Além de termos um time melhor, o Pacaembu estará cheio e manteremos nossa tradição de vencer o Vasco. E isso tudo não é pouco.
É esquecer os problemas da equipe e vencer.
Esta Copita Libertadores, tão badalada pela mídia, é um prejuízo para os Clubes grandes, como o Corinthians.
Deve ser (certamente é) um grande negócio para estes times da Bolívia, Peru, Equador etc. Mas para nós dá um trabalho imenso, e quase nenhum retorno financeiro. Viagens caras, campos ruins, hotéis complicados e tudo o mais. Como a mídia resolveu levar este Torneio ao céu – somente porque o Corinthians ainda não o conquistou – ficamos gastando mundos e fundos nesta disputa. Após o Corinthians conquistar esta Taça, acredito que devamos criar todos os embaraços para este torneio. O número de Clubes deve ser reduzido, jogos em cidades altas, proibidos, e – principalmente – fazer a TV pagar mais do que efetivamente paga.
No modelo em vigor só há prejuízo.
Ingressos pela internet
Muito bom que os Clubes vendam ingressos pela internet.
É um grande passo que melhorar nosso futebol. E, também, preparar o país para a Copa do Mundo, que adota este sistema. Uma pena que justo em um jogo importante com Corinthians e Vasco o “sistema” tenha apresentado tantos problemas. Membros do programa “Fiel Torcedor”, que assiduamente vão às partidas do Timão, não puderam comprar seus ingressos.
Uma pena.
Um atraso só
(Aldemir Martins) (Reprodução)
Quem viu, na noite de ontem, o jogo do Boca contra o Flu, pela TV daqui (ou ouviu pelas rádios brasileiras) deve ter ficado triste.
Triste e preocupado com o padrão em que se encontra nosso jornalismo esportivo. E isso é regra nas transmissões de jogos com os argentinos.
A mídia tupiniquim colocou na cabeça que os jogadores argentinos são eternamente desleais, catimbeiros, maldosos, brutos como uns animais.
E eles jogariam com objetivo de machucar o adversário, iludindo o juiz ou fraudando o resultado. É uma posição antiga e claramente preconceituosa com os hermanos. O tempo todo se fala em lances violentos, quase nojentos dos platenses.
Tudo uma fraude! Os argentinos são sim bons jogadores, têm uma bela escola de futebol, somente inferior à nossa (nós temos atletas negros e eles não, e isso faz a diferença) e o resto é invenção.
Quando vivíamos na época do rádio, tudo bem. A mentira era livre. E aí foi sendo construída esta imagem deturpada no futebol. Agora, com a TV, por mais que se queira manipular o discurso, não dá para sustentá-lo. Essa mania de querer acusar o destempero de argentinos e de juízes pelas derrotas brasileiras é lamentável, e de vida curta. Quando vista a imagem, a farsa da transmissão é desmontada.
Ontem à noite, o juiz “pegou leve” com o Flu.
Se o árbitro quisesse prejudicar, teria expulsado mais um ou dois jogadores brasileiros. Teve até jogador do tricolor dando um golpe (um não, 3) como somente é visto no UFC. E não foi expulso! O pior foi a cena (mal feita) de um outro jogador brasileiro, fingindo ter sido atingido. O repórter da Fox completou, informando que o argentino estava xingando o atleta do Flu, que estava rolando no chão. Que maldoso, esse argentino!
Nem aplaudiu uma cena tão ridícula dessas.
Os jogadores brasileiros, normalmente perdem a cabeça em jogos com os argentinos.
A mídia brasileira inventa e alimenta que eles são medievais e os nossos craques entram nesta bobagem. Agrave-se que o nível escolar e cultural dos jogadores brasileiros é bem baixo, quando comparado aos argentinos. Quase todos os nossos guerreiros vêm das periferias das cidades. Poucos chegam aos clubes sabendo ler e escrever com desenvoltura. A vida só lhes deu o dom de jogar futebol. Aí eles assumem todas as bobagens da mídia, chegando ao campo com o equilíbrio psicológico prejudicado. E vão para o jogo como quem entra numa guerra. Como fez o Flu ontem.
E se dão os vexames que já conhecemos.
Recordo-me disso num jogo do Corinthians contra o River em 2003, na Argentina.
Não há psicólogo que remova todos estes obstáculos: atletas com formação cultural precária; uma mídia os incendiando, pintando o adversário como desleal, violento etc; e a cabecinha de alguns de nossos jogadores (e também torcedores) aceitando que vamos enfrentar “covardes” argentinos.
É o caminho para o bom futebol ir por água abaixo.
Quando a mídia tapuia entender que os argentinos jogam futebol (e do bom), com virtudes e defeitos, como nós também temos, nossos jogadores e técnicos mudarão a forma de enfrentar o adversário e o quadro será melhor.
Mas isto demora. E muito.
Dopados
Quando comecei a acompanhar o futebol (no final dos anos 50), aceitei todas as informações preconceituosas (e até mentirosas) da mídia brasileira a respeito dos argentinos.
Era comum, nos jogos contra eles, a acusação de sempre: jogam dopados. Só venciam porque estavam dopados. Farsa. Anos após, vi que alguns dos maiores clubes brasileiros (não vou citá-los novamente) adotavam os vários “remédios”, um claro doping – comum – em seus atletas.
Aquele papo contra os argentinos era mais uma acusação preconceituosa da mídia timbira.
Sem nível
Quem leu ontem a nota do Presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro deve ter ficado espantado.
O baixo nível e a falta de pé e cabeça dos termos de seu protesto contra a arbitragem do jogo Corinthians e Vasco assustam pela infantilidade.
Não afirma nada, insinua tudo. O mais interessante é a parte final com a expressão “Muito estranho!!!!!!” . Quem foi o bobalhão que redigiu isso?
É motivo para demissão por justa causa.
O jogo continua
(Manabu Mabe, “Agonia” (1963)) (Reprodução)
A primeira partida de Corinthians e Vasco terminou com empate de 0x0, num jogo comprometido pelo péssimo gramado.
São Januário – sempre elogiado – é um estádio ruim, com um gramado pior ainda. Duas equipes aguerridas, com pouca criação individual, muita força e correria foi isso o que tivemos.
O empate é um bom resultado para o Corinthians, que tem todas as condições de vencer a partida no Pacaembu na próxima quarta-feira. Não faltou empenho dos atletas. O Corinthians com uma defesa impecável, um meio de campo combativo, mas pouco criativo e um ataque com deficiências claras. Conseguiu um bom resultado numa disputa de 180 minutos. Agora é partir para a decisão em São Paulo, onde o ataque poderá render muito mais.
Mesmo com a mídia querendo ver erros do juiz onde não houve (como no caso do gol impedido do Vasco), o resultado traduziu a partida e foi melhor para o Timão. Agora vamos ao segundo tempo desta disputa onde temos todas as condições de vencer.
A mídia sofre
Que tristeza a mídia da TV e das rádios procurando botar pressão em cima do Corinthians com esta história de Libertadores.
Todos os dados inventados para favorecer o Vasco foram trazidos. O Corinthians não ganha disso… não vence daquilo… blábláblá… e vai por este caminho. Cada vez mais fico convencido de que este Torneio é supervalorizado apenas para atacar o Timão, que ainda não o ganhou.
Esta história de dizer que é “coisa mais importante do mundo” é balela.
É uma disputa importante como tantas outras que o Corinthians já participou e ganhou. A mídia só supervaloriza porque ainda não a conquistamos. O dia em que isso ocorrer, dará a esta Copa o papel que realmente tem.
Bem menor do que diz a mídia hoje.
Estádio
Pelo que diz a mídia (e a Fifa) o único estádio em construção em bom ritmo é o do Corinthians.
No relatório divulgado pelos jornais, quase todas as reformas ou construções de arenas, estão atrasadas. Algumas já comprometidas e com prazos estourados. Apenas a Arena Corinthians segue uma boa trilha. Está no prazo (ou melhor, adiantada) do calendário previsto. Não seria hora de a mídia elogiar o Timão, que tanto está lutando para deixar a Cidade com um estádio para abrir a Copa? Não. Não virá nenhum elogio. Mesmo que os fatos provem o contrário.
É a regra.
Um Parreira à paulista
Amedeo Modigliani, “Grande Figura Nua Deitada”, 1918.
EXPOSIÇÃO: AMEDEO MODIGLIANI NO MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO
QUANDO: Abre amanhã, dia 16/5, às 19h30, para convidados; de ter. a dom., das 11h às 18h; qui., das 11h às 20h; até 15/7.
ONDE: Masp (av. Paulista, 1.578, tel. 0/xx/11/3251-5644). ACESSO: Estação de Metrô Trianon-MASP.
QUANTO R$ 15.
Neste dia (15 de maio), há 10 anos, o técnico Carlos Alberto Parreira vivia um momento ímpar em sua vitoriosa carreira.
O Corinthians, time que ele dirigia, ganhava naquela noite, em Brasília, a Copa do Brasil. Três dias antes havia conquistado no Morumbi o Torneio Rio-S.Paulo, que reunia as 16 principais equipes cariocas e paulistas. Foi um momento especial em sua carreira, como ele mesmo falaria tempos depois.
Quando Parreira chegou ao Corinthians, era um técnico para lá de contestado, especialmente em São Paulo, pela mídia e pelos torcedores.
Sua fama de retranqueiro era o mínimo de que se falava. Embora já tivesse um longa carreira com grandes vitórias (como Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira nos EUA, 1994; Campeão Nacional com o Fluminense (embora tivesse dirigido a equipe somente na parte final do campeonato), Parreira era impiedosamente criticado. Tanto que, alguns dias antes de ser contratado pelo Corinthians, em grande entrevista, disse que não desejava dirigir qualquer Clube no ano de 2002, após sua passagem pelo Inter de Porto Alegre.
A mídia paulista era especialmente azeda com Parreira.
Acusavam-no de ter um discurso muito refinado (incompatível com o futebol, segundo eles). Não era um boleiro e os jogadores não “gostavam” disso. Por outro lado, havia a dramática passagem pelo SPFC, alguns anos antes. Logo após conquistar o Campeonato do Mundo, chegou ao Tricolor, que era todo festa. Seria a reunião de um time diferenciado, com um técnico que falava sem erros de linguagem, tão ao gosto dos lordes. Foi um fracasso total. Creio que Parreira nunca esqueceu o “conto do vigário” em que caiu. Aquilo que a mídia dizia ser um “Olimpo”, na verdade se tratava de um Clube com métodos quase varzeano.
Que levaria o treinador a um curto (e inesquecível) período no Tricolor.
No dia de sua apresentação no Corinthians, a Diretoria alvinegra quase foi massacrada pelos jornalistas, que “queriam vingança” por Parreira não ter vencido no São Paulo. Poucas foram as vozes que divergiram, vendo em Parreira um profissional de alto nível, sério e competente.
O tempo se encarregou de mostrar que o ex-técnico da Seleção era – na verdade – um treinador ideal para um grande Clube. Organizado, sua Comissão Técnica tinha toda a programação do ano. De treinos técnicos, jogos, coletivos e até dias de rachão. E ele sempre gostou de fazer o que poucos técnicos apreciam: treinar. Treinar o tempo todo, sempre cobrando disciplina em campo.
Sua vitoriosa passagem pelo Corinthians marcou sua carreira. Decorridos 10 anos daquela conquista, ele se tornou um técnico que deixou imensa saudade e uma marca positiva entre os corinthianos. Após aquela temporada, desapareceram os rótulos acusando-o de retranqueiro, despreparado e anti-futebolista. E ele merece todo o respeito por ser um profissional correto, sério competente e vitorioso.
E nós do Corinthians agradecemos. Muito.
Não esquecem
O que leva uma torcida, na hora em que seu time é campeão, gritar e cantar xingamentos contra um adversário que não estava ali?
Simples. Freud explicaria bem. Não se esquecem do adversário – em qualquer situação – porque queriam, na verdade, não o título, mas o status e a grandeza que correspondem ao outro e eles não têm.
Mônica e Sônia
A coluna de hoje da Mônica Bérgamo, na Folha, e a da Sônia Racy, no Estadão, deveriam circular juntas.
Todas as fotos são iguais. Torcedores “famosos” – a maioria banqueiros – num camarote no Morumbi, no último domingo. Será que apareciam para prestigiar a equipe deles? Não creio. Talvez fosse mais um banqueiro querendo melhorar sua imagem diante do público (Vejam, eles vão ao futebol! então são gente comum…) do que para mostrar a força do time.
Bom exemplo
O Blog do Birner, no dia de hoje, publica uma interessante matéria sobre a briga do SPFC/Inter/Oscar/ Bertolucci.
Um membro de um Tribunal Superior – onde tramita o caso – vai se dar por impedido na matéria, por ser torcedor militante do São Paulo. É um exemplo que deve ser destacado. Em tese, a imparcialidade em casos como este, estaria comprometida. Mas faz bem o juiz em se afastar da questão. Há outros casos idênticos a esse. E alguns onde o comportamento foi no sentido contrário.
Devemos aplaudir o magistrado lembrado pelo Blog do Birner e não nos esquecer dos que fizeram de maneira diversa.
Dez anos!
Corinthians, campeão da Copa do Brasil, 2002.
Corinthians, campeão do Rio-São Paulo, 2002.
2 títulos em 3 dias
(Aldo Bonadei. “Abstrato” (1962) (Reprodução))
Há 10 anos o Corinthians ganhava dois títulos em uma mesma semana.
Foi uma jornada de intensa emoção, com o Timão vencedo o “Torneio Rio-São Paulo” ( dia 12 de maio de 2002) e a “Copa do Brasil” em 15 de maio.
No domingo, no Morumbi, o Corinthians conquistou o primeiro título (Rio-São Paulo), com um empate contra o São Paulo.
O Timão já havia vencido o primeiro jogo (3×2) em 5 de maio. O Torneio reunia as principais equipes cariocas e paulista. Eram 16 times na disputa, que teve partidas emocionantes. No primeiro jogo da final, os gols do Corinthians foram de David, Gil e Leandro. No segundo jogo, o Corinthians conquistou a Taça com um empate no Morumbi. O gol do Timão foi de Rogério, aos 32 do segundo tempo. Para desespero dos tricolores, que vinham de uma série famosa de derrotas para o Coringão.
Na quarta-feira (dia 15) – ainda com um sabor de festa no ar – com um empate com o Brasiliense, em Brasília, o Corinthians ganhava a Copa do Brasil.
No primeiro jogo (dia 8), vencera a equipe da capital no Morumbi, por 2×1, com dois gols de Deivid. No empate em Brasília, também o gol do Timão foi de Deivid.
Esta é uma marca inesquecível para o Corinthians: dois títulos importantes em uma mesma semana.
A equipe corinthiana era dirigida pelo técnico Carlos Alberto Parreira e uma eficiente equipe de profissionais. O time-base daquela conquista era: Dida, Rogério, Anderson, Fábio Luciano; Fabrício, Vampeta, Ricardinho; Deivid, Gil e Leandro.
Dois títulos que a torcida corinthiana nunca esquece.
O que vier
(Reprodução)
Logo após a vitória do Corinthians sobre o Emelec no Pacaembu, a discussão ficava na escolha do melhor adversário a ser enfrentado nesta nova etapa da Libertadores.
Ainda no estádio, com os pênaltis sendo batidos na Argentina, alguns preferiam o Vasco, outros, queriam o Lanus para o próximo jogo. Nesta fase da Libertadores não há escolha fácil e qualquer adversário sempre será problema. Dizer que o melhor é o Vasco, porque nosso time conhece melhor o adversário, é argumento fraco. Falar que o Lanus seria melhor, porque o campeonato argentino está muito fraco, é chute.
A mídia, em geral, anda falando que os corinthianos preferiam o Vasco, porque é brasileiro e com isso querem atacar o Timão, dizendo que não gosta de jogar contra argentinos. É a balela de sempre da mídia, que está entrando em alto stress nos jogos do Timão. A única coisa certa para os próximos jogos será o sofrimento angustiante dos jornalistas, com o avanço do Corinthians.
Haja Maracujina em estoque !
A nova lista do Mano
O técnico Mano Menezes convoca a Seleção com as novas regras da gestão José Maria Marin na CBF.
Agora, antes de ser divulgada (48hs, para ser exato), o novo Presidente da CBF examina os nomes dos convocados (quer dizer, listados) para ver, segundo ele próprio, se não há alguns “truques” na convocação. O que fará se achar um nome que não quer? Tirará da lista? Discutirá com o técnico? Está aí um dado interessante nesta briga toda.
Não sei até onde o novo Presidente Marin continuará dando “pitos” em público no técnico Mano Menezes.
Se apertar muito, poderemos ter novidades. Mas somente se apertar em excesso. Estas cobranças em público, embora humilhantes, serão assimiladas. A importância do cargo e suas vantagens serão preservadas.
O UOL pirou ?
Até os adversários ficaram preocupados com a nota do UOL, sobre o Corinthians na Libertadores, no dia de ontem.
Ficar procurando estatísticas para cá e para lá, somente para inventar tabus, é dose. Não seria bom reforçar a dose de Maracujina, não? Ajuda, em caso leves.
Nos outros casos, só enchendo a cara.
Tricolores e alvinegros
Tenho recebido muitas críticas por ter citado (e elogiado) o Blog do Birner na cobertura do Corinthians e do caso Oscar-SPFC-Inter-Bertolucci.
Muitos leitores não aceitam as citações, pois dizem que aquele Blog é “notoriamente” são-paulino. Como diria o filósofo “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. É claro que sei que naquele Blog – com muita frequência – aparecem duros ataques ao Corinthians. Alguns – por lá – fazem uma campanha permanente de desqualificação do Clube alvinegro. Sua história, suas conquistas, seu papel no esporte e em São Paulo são mitigados por todo o lado. Diferente é com o SPFC, ali sempre defendido, exaltado e quase glorificado.
Paciência.
Mas, a verdade é que o Blog tem boas fontes no Corinthians e no SPFC.
Nos últimos dias, publicou três notas seguidas – e perfeitas – sobre o Timão: Corinthians e Emelec; o caso da renovação do Liedson e o caso Júlio César e Portuguesa. Com boas fontes na Direção do Clube ele informa de forma adequada sobre muitas questões do Timão. Não sei bem como conciliar os lados antagônicos de ataque à instituição Corinthians e de uma relação especial com parte da Diretoria do Clube. Aliás, eu sei. Levado pelos seus amigos do Tricolor, construiu boas pontes, que aceitam esta situação, independente dos ataques que o Blog faz à instituição.
Não à Diretoria, mas ao Clube.
O problema não é o jornalista, mas de parcela da Diretoria, que, após o Blog ter dito que “não é dos que critica a Direção do Corinthians”, adotou com entusiasmo uma relação especial com o jornalista.
Não se trata de um percalço do jornalista, que aceitou “ser apresentado” pelos amigos da Direção do SPFC aos diretores corinthianos.
Assim, por um elogio aqui e acolá, aceitaram transformar o Blog (que tanto ataca a instituição Corinthians) em um dos melhor informados da Internet sobre a atual gestão alvinegra.
Por esta razão, mesmo com as críticas que aqui faço, vou continuar citando o Blog, bem informado que é, pela Direção alvinegra.
Agora, o que acho dos diretores do Timão neste episódio é outra coisa.
E uma outra conversa.
Vitória e Secagem
(Claude Monet (1840-1926), “Almoço na relva” (1865-66)) (Reprodução)
Retornei há pouco do Pacaembu, onde o Timão venceu o Emelec por 3×0.
Com este resultado o Corinthians avança na Libertadores e enfrentará o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. O jogo com estádio cheio é sempre melhor. A vibração da torcida, a presença de mulheres, jovens e pessoas idosas dão sempre uma cor especial ao espetáculo. Foi isto o que ocorreu no Pacaembu.
O Corinthians, em nenhum momento do jogo, esteve ameaçado pela equipe equatoriana. Os gols foram saindo, sem que o adversário reagisse em qualquer parte dos 90 minutos. Não foi lá uma partida brilhante do Timão mas, também, sempre estava clara sua vitória. A equipe tem na sua organização (especialmente na defesa e meio de campo) o ponto forte de seu jogo. Vencida esta etapa ,vamos para o jogo contra o Vasco.
Secagem
No Pacaembu, vendo o jogo do Timão, ouvia em meu radinho a transmissão da partida. Que sofrimento da mídia! É uma bruta torcida contra o Timão o tempo todo. Uma luta contra os fatos, só para desqualificar o Corinthians. O comentarista da tal rádio lembrava o tempo todo que o Corinthians tinha perdido para o Tolima, que a torcida exigia que ganhasse a Libertadores, que o Timão tinha traumas no Torneio e aquele blá-blá-blá conhecido.
Acho que estes radialistas deveriam exigir um adicional salarial de sofrimento nos jogos do Timão. Mas este não seria pela dramaticidade do jogo, mas pelo desejo-permanente- de ver o Corinthians perder. E como sofrem! Acho que para a mídia transmitir jogos do Timão é pior do que chegar aos círculos do Inferno da Divina Comédia, de Dante. Ao ver e transmitir os jogos do alvinegro, eles vão assistindo ao desenrolar do horror dos piores crimes.
E o mal maior, para eles, é o Corinthians vencer.
Intervenção
A mídia anuncia que o Governo decretou uma intervenção branca (informal) no tal Comitê Organizador da Copa.
Nada mais justo. Só o Governo está gastando e sendo cobrado por todo lado. Não faz sentido a CBF e a Fifa controlarem o negócio onde elas não colocam um mísero tostão. Quando foi anunciada a Copa do Mundo no Brasil o ex-Presidente da entidade brasileira, Ricardo Teixeira, disse que a Copa de 2014 seria “praticamente” privada. O Governo nada gastaria, exceto em aeroportos, policiamento etc. Nada disso ocorreu (ou está ocorrendo). Só o Governo gasta, em tudo e por todo lado. Estão aí as reformas e construções de estádios para provar. Não há nenhuma grana privada, ou da Fifa e da CBF nessas obras. Quem banca é o Governo e ele quer mandar. E está certo.
E terá cada vez mais poder.
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