Nov 9, 2012

Verdade e História

Na última quinta-feira acompanhei na Câmara Municipal uma sessão da Comissão da Verdade ( Wladimir Herzog) o depoimento de meu amigo e colega de militância estudantil e partidária Waldir José de Quadros. Hoje, um professor da Unicamp na área de Economia, cabelos brancos , voz suave mais sempre o mesmo cara correto dos anos 70.

Waldir foi presidente da Juventude do MDB ( eu era seu vice) naquele período de grande dificuldades para os que lutavam na oposição. Na àrea universitária militava junto com membros do PCB ( Partido Comunista Brasileiro) uma das poucas ( talvez a única) organização de esquerda que condenava a luta armada e defendia a militância politica pacífica para sairmos da ditadura implantada à partir de 1964.

O nome de Waldir foi sugerido a Comissão da Câmara Municipal por Pedro Tavares de Lima (também membro do grupo do MDB) e hoje procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo.

Waldir falou com clareza as dificuldades daquele tempo. Era o segundo semestre de 1975 e o regime desencadeou uma onda de prisões a pretexto de combater os membros do clandestino PCB. E todas as torpezas foram praticadas: prisões ilegais ( como era prática do regime); tortura e morte dos dissidentes.

Logo após a prisão de Waldir e de um grupo grande de companheiros do MDB – duas semanas antes do assassinato de Waldimir Herzog- fizemos de tudo para salva-los de das prisões que poderia ser um passo para entrarem na lista de desaparecidos.

Procuramos denunciar à imprensa os fatos, embora a rigorosa censura bloqueasse a maioria das informações. Mesmo assim, com risco de toda a ordem, os jornais começaram a dar pequenas notas das prisões.

O pior era para a familia dos desaparecidos. Mães, esposas, filhos saiam por todo lado procurando informações para localizar seus familiares. O desespero das famílias era a parte mais difícil de enfrentar.

Uma das mães – em uma das continuas visitas a séde do MDB, na Cãmara Municipal, pediu -quase em desespero- que fôssemos a séde do II Exército e tentássemos falar com os militares.Consegui, com ajuda de José Luiz Portela ( há época estudante de engenharia e integrante de um grupo de jovens que acreditava numa liberalização do regime ) um contacto no comando militar. Sómente anos após soube que quem fornecerá o nome da pessoa fora Cláudio Lembo, há época presidente da Arena.

Com minha inesquecível Eliane reunimos um grupos de mães e fomos para o Ibirapuera onde estava o comando do Exército. Para nossa surpresa fomos recebidos pelo general Ednardo D’avila Mello comandante do II Exército e – acreditávamos- o responsável pelas prisões. Por duas semana fizemos visitadas diárias ao militares com mães, irmãos e filhos clamando pelo direito de verem seus parentes. Nada era informado mais tudo era prometido para o dia seguinte. E no dia seguinte, nada. Era remarcada para outro dia e nós lá estávamos nesta busca infrutífera.

Neste contactos conheci quase toda a cúpula dos militares de São Paulo. O General Ednardo (comandante ?), o general Antonio Ferreira Marques (chefe do Estado Maior) e até o coronel Paes ( então desconhecido) que viria -no futuro- frequentar a listas dos piores do regime . Éramos obrigado a ouvir horas e horas de pregações contra o comunismo, contra deputado Ulisses, contra o senador Brossard (tido como traidor da Revolução) e outros tantos. Trouxeram até um ex-membro da ALN ( que passará para o lado do regime -se é que alguma vez tenha sido contra) que ficava horas falando contra seus ex-companheiros.

Eu tinha um discurso claro: lutávamos pelo Estado de Direito e pela democracia e o MDB recebia de braços abertos todas as correntes que pretendesse mudar o regime por uma saída pacífica. Lembro que uma vez o ex- ALN ficou uma arara quando disse que a opção pela luta armada era um erro infantil da extrema – esquerda. Ele vivia- ou fazia crer que vivia – um dilema ainda não resolvido pela sua “militância” .
Os generais eram diariamente desmentidos por oficiais de patente inferior. Quem mandava era o Coronel Paes. O General ouvia e abaixava a cabeça. Era um completo quadro de quebra da hierarquia.
Mandavam os que atuavam nos porões da repressão. Os demais, davam cobertura.

Após duas semanas de visitas permanentes deu-se o terrível acontecimento em que foi o assassinato de Herzog e – a partir dai-eu e as mães , filhos e esposas dos presos fomos proibidos de entrar na àrea.
Foram 15 dias dramáticos para todos onde eu vi o mundo em que vivíamos.Um Exército sem hierarquia , com coronéis mandando em generais, e os grupos mais radicais do regime dando as ordens.

No depoimento de Waldir, da última quinta, relembramos dos terríveis acontecimentos de outubro de 1975 e que viria a marcar todas as nossas vida.
Espero que dias como aqueles nunca mais venham a ocorrer.
Publico abaixo duas notas divulgadas pela imprensa naquele período. Um é o comunicado das prisões que os jornais davam com grande dificuldades. Sómente a idade (de quase irresponsabilidade) permitiu-me assinar comunicados a imprensa sobre prisão naquele quadro onde a policia politica era a lei. Só para lembra muitos dos presos eram sindicalista (dentre eles o irmão do presidente Lula) mas nenhum Sindicato deu um píu pelas presos. A segunda nota foi um apelo para a soltura dos presos ( sem ordem judicial) e que estavam há quase três meses no DOI-CODI e no Dops. Fico espantado com o equilibrio da nota no período do natal que acredito tenha sido ponderações do Pedrinho ( Pedro Tavares de Lima) e do Marrey ( Luis Antonio Marrey). Não acho que sózinho faria uma nota tão serena que lida quase quarenta anos mostra interamente adequada.

JUVENTUDE DO MDB RELACIONA PRISÕES

O Departamento Estadual de Juventude do MDB de São Paulo divulgou ontem uma relação de pessoas presas nos últimos dias, entre as quais vários membros do partido, “sem cumprimento das formalidades legais” e que chegaram a seu conhecimento através de informações de parentes e amigos dos presos.

A nota, assinada pelo presidente do Departamento, Antonio Roque Citadini, contém a seguinte relação de nomes: Severian Loureiro, membro do Diretório da Juventude; Sérgio Azevedo Fonseca, membro da Juventude; Lenita Nobuko Yassuda, membro da Juventude; Ricardo de Moraes Monteiro, jornalista e membro da Juventude; Luís Guilherme de Moraes Monteiro, membro da Juventude; Paulo Sérgio Markum, jornalista e membro da Juventude; Diléa Markum, jornalista e membro da Juventude; David Capistranoda Costa Filho, membro da Juventude; Miguel Treffault Urbano Rodrigues, estudante de Biologia-USP; Benauro Roberto de Oliveira, professor; Cristina de Castro Mello, arquiteta; Luís Paulo da Costa, jornalista e membro do Diretório do MDB de São José dos Campos; Ubiratan de Paula Santos. membro da Juventude; Anthony de Chrysto, jomallsta.

Além dessas pessoas, presas recentemente, segundo a relação da Juventude do MDB continuam presas mais as seguintes pessoas: Waldir José Quadros, presidente do Departamento de Juventude do MDB; Sérglo Gomes da Silva, jornalista e membro da Juventude; José Salvador Faro, professor e membro da Juventude; Miguel Trujillo Filho, membro da Juventude e do Diretório de Sorocaba; Francisco José Cavalcanti de Albuquerque Lacerda, médico em Taubaté e membro da Juventude; Marisa Saenz Leme, membro da Juventude; José Carlos de Souza Alves, estatístico; Lázaro de Campos, membro do Diretório o MDB de Sorocaba; Aurélio Sabadin, Sorocaba; Manoel José Constantino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, filiado ao MDB local; José Ferreira, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul; Pedro Daniel de Souza, ex-líder sindical e comerciante em São Caetano do Sul, filiado ao MDB local; Henrique Buzzoni, advogado, filiado ao MDB de Vila Madalena; Antonio da Costa Gadelha Neto, corretor de seguros; Jafet Henrique de Carvalho, arquiteto; Osmar Gomes da Silva, dentista; Ernesto Correa de Mello, feirante; Eleonora Machado Freire, médica; Frederico Pessoas da Silva, Jornalista; Simão Lorente, aposentado; Sônia Maria de Oliveira Morosetti, advogada, de Santos; Sandra Mara Nogueira Miller, advogada, de Santos; Roberto Caland Salles da Costa, de Santos; Luís Martins, presidente da Sociedade Amigos do Jardim Lavinha – São Bernardo do Campo; Álvaro Bandarra, comerciante, de Santos; Fernando Gomes da Silva, engenheiro; José Milton Ferreira de Almeida; Aldo Pedro Dettrich; Gildázio Westin Consensa; Armando Eurico Gomes; Ricardo Felício Mansur; Francisco Vítor Machado; Edwaldo Alves da Silva.

Foram comunicadas às auditorias militares mais as seguintes prisões ocorridas nos últimos dias: Elzo Ramos Júnior, 30/9; Nivaldo José Costa Miranda, 30/9; Sebastião Vitorino da Silva, 30/9; Emílio Bonafante de Maria, 1/10; Antonio Bernardino dos Santos, 1/10; Rosa Maria Colombo Faria, 1/10: Feliciano Eugênio Neto, 2/10; Fernando J. Dias, 2/10; Ana Marta Maduro Gonçalves Brandão Dias, 2/10; Geraldo da Silva Espinosa, 2/101 Sérgio Martins. 2/10; Francisco Stedel, 2/10; Adegildo Justiniano de Paula. 3/10; José Hortêncio. 3/10: Isaías Trajano da Silva. 3/10; Gumercindo Arias Rodrigues, 4/10; José Ferreira da Silva, 4/10.

DEPUTADO DENUNCIA

O deputado Dias Menezes, oposicionista por São Paulo, denunciou ontem na Câmara a prisão de jomalistas em diversos estados, “na mesma ocasião em que se instala na capital paulista a assembléia da Sociedade Interamericana de Imprensa”. Lembrou ele a contradição entre as prisões e a luta que aquela entidade mantém em defesa da liberdade de informar.

Citou o parlamentar a prisão dos jornalistas Luiz Paulo Costa, em São José dos Campos, e Paulo Sérgio Markum e sua mulher Diléa Markum, na capital.

(FOLHA DE S. PAULO, 21/10/1975)

APELO DO MDB

Os departamentos da Juventude e Trabalhista do MDB paulista, distribuíram ontem comunicado formulando apelo às autoridades no sentido de que o espírito natalino alcance também aqueles que, sem mandado judicial e sem prisão preventiva, se acham detidos há quase oitenta dias dentro dos quais se destacam: Waldir José de Quadros, presidente do Departamento de Juventude do MDB de São Paulo; Davi Rumel, Genivaldo Matias da Silva, Ricardo Moraes Monteiro, Sérgio Azevedo Fonseca e Ubiratan de Paula Santos, membros do Departamento da Juventude de São Paulo; Davi Capistrano Filho, Hélio Rodrigues e Osvaldo Luiz de Oliveira, de Campinas e Miguel Trujillo Filho de Sorocaba.

Assinado pelos dirigentes partidários Antônio Roque Citadini e João Gerônimo, respectivamente presidente em exercício do Departamento da Juventude e presidente do departamento Trabalhista do MDB, o documento assinala que, é de público conhecimento que todos os indiciados possuem endereço certo e conhecido, têm empregos definidos, são contribuintes do Imposto de Renda, sendo alguns mutuários do BNH, chefes de família regularmente constituída.

Não se tratam, portanto, de indivíduos clandestinos, de vida nômade e irregular e paradeiro incerto.

Quando de suas prisões, não houve maiores dificuldades para encontrá-los. Estavam em suas residências ou em seus locais de trabalho.

Solicitamos, por isso, seja acolhida a mensagem papal de liberdade, para que todos possam vivê-la em família, neste Natal de 1975. Não se pede a anistia (uma vez que ainda não foram julgados), mas o direito de responderem em liberdade as eventuais acusações que lhes sejam feitas.

Finalizando, os referidos departamentos reafirmam sua fé de que só com o restabelecimento do Estado de Direito – que possibilite os processos regulares, com prisões efetuadas sob mandado judicial, preservando aos acusados ampla defesa – ver-se-ão satisfeitos os anseios populares.

(DIÁRIO DA NOITE, 18/12/1975)

Nov 9, 2012

Problema de difícil solução.

Uso de drogas é livre em frente a unidade para onde são levados adultos viciados

Segundo Secretaria municipal de Assistência Social, 90% dos usuários de crack saem de abrigo em Paciência e voltam às ruas

SÉRGIO RAMALHO

COLABOROU GUSTAVO GOULART


A céu aberto. Vestindo uma bermuda com a logomarca da prefeitura, um usuário cheira cocaína na calçada em frente ao abrigo municipal
Foto: Pedro Kirilos / O Globo

A céu aberto. Vestindo uma bermuda com a logomarca da prefeitura, um usuário cheira cocaína na calçada em frente ao abrigo municipalPEDRO KIRILOS / O GLOBO

RIO — Destino da maior parte dos dependentes de crack recolhidos nas operações da Secretaria municipal de Assistência Social, a Unidade de Reinserção Rio Acolhedor, com capacidade para 422 pessoas, fica num dos acessos à Favela de Antares, em Paciência. Agachado na calçada de terra batida, um homem fuma crack num copo plástico improvisado como cachimbo. A poucos metros dele, outro cheira cocaína enquanto caminha pela rua. O cenário lembra uma cracolândia, com gente maltrapilha, lixo e embalagens de drogas descartadas pelo chão, mas os flagrantes foram feitos à frente ao abrigo da prefeitura.

O GLOBO acompanhou a rotina em torno da unidade, ouviu relatos de moradores, funcionários (que só aceitaram falar sob anonimato) e dependentes. Dois viciados disseram morar no abrigo, onde encontram comida e roupa, e sair constantemente à rua para consumir drogas, voltando depois. Um dos usuários flagrados cheirando cocaína vestia uma bermuda com a logomarca da prefeitura. Na manhã de quarta-feira passada, ele chegou a se oferecer para buscar drogas para os repórteres, que conversavam com outro usuário na calçada do abrigo. Em troca, pediu dinheiro para comprar algumas “pedras” (crack). Sabia de cor os preços das drogas vendidas a poucos metros de distância e ainda sugeriu a cocaína, afirmando estar “boa”.

Na manhã do dia seguinte, lá estava ele no mesmo local, dessa vez consumindo a droga que tentara vender. Logo depois, tentou retornar ao abrigo, mas foi abordado na portaria por um funcionário. Segundo a Secretaria de Assistência Social, os servidores são orientados a repreender os dependentes flagrados usando drogas do lado de fora do abrigo e, em seguida, a encaminhá-los a assistentes sociais e psicólogos da unidade.

Moradores se sentem inseguros

A presença dos usuários em torno do abrigo só fez aumentar a sensação de insegurança entre os moradores da área, que também são obrigados a conviver com traficantes armados. Poucos aceitam falar abertamente sobre o problema. Foi o caso da moradora Cleide Ribeiro, de 37 anos. Há dois anos, ela se mudou para o bairro, mas agora já faz planos de alugar um apartamento fora da região.

— Não tenho segurança para criar meus filhos aqui. Todas as manhãs, quando saio para trabalhar, fico preocupada com eles, que são adolescentes e não aceitam ficar em casa enquanto eu e meu marido trabalhamos — disse.

As imagens de consumo de drogas em frente do abrigo municipal expõem a complexidade do problema dos adultos dependentes. Para Maria Thereza Aquino, professora de psiquiatria da Uerj, que também atua como consultora da Secretaria municipal de Assistência Social, é preciso multiplicar o número de pontos de atendimento aos dependentes:

— Se há 20 cracolândias no Rio, precisamos ter o dobro de pontos de atendimento. Não estamos lidando apenas com a dependência, mas com um quadro complexo. O usuário vive na rua, sem família, sem trabalho, sem comida e, sobretudo, sem perspectiva de vida. Por isso, é tão importante oferecer a eles atendimento especializado, comida e uma alternativa ao vício.

Órgão nega uso de drogas em abrigo

Apesar de dependentes ouvidos pelo GLOBO afirmarem que usam drogas também no interior da Unidade de Reinserção Social, a Secretaria de Assistência Social negou que qualquer caso desse tipo tenha sido registrado. No local, segundo nota do órgão, os usuários de drogas recebem atendimento social, por meio de assistentes sociais e psicólogos, além de serem avaliados e orientados para tratamento da dependência química em Centros de Atenção Psicossocial, da Secretaria municipal de Saúde. O espaço, inaugurado em 2011, oferece ainda alfabetização para jovens e adultos, capacitação profissional e esportes. Os abrigados são incentivados a fazer os cursos oferecidos, que incluem aulas de iniciação à informática e oficinas na área da construção civil.

O prédio tem ambulatório, cozinha, refeitório, sala de TV, de atendimento social e área administrativa. Suas instalações foram adaptadas para portadores de necessidades especiais. A Secretaria de Assistência Social negou haver déficit de funcionários por causa da insegurança na região. De acordo com a nota, a equipe do Rio Acolhedor é composta por 203 profissionais. Além de assistentes sociais e psicólogos, o quadro de pessoal é formado por educadores, pedagogos, fonoaudiólogos, professores de educação física, enfermeira e nutricionista.

Audiência pública sobre internação

O Ministério Público informou na terça-feira que a internação compulsória de adultos usuários de crack, como quer o prefeito Eduardo Paes, é ilegal. Os promotores Rogério Pacheco Alves, da 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania, e Anabelle Macedo Silva, da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Saúde, anunciaram para o dia 11 de dezembro uma audiência pública para discutir a questão, com a participação de vários segmentos sociais e técnicos.

Segundo o MP, “medidas de remoção compulsória de pessoas adultas em situação de rua não encontram fundamento legal”. O objetivo da audiência é facilitar o diálogo entre gestores e especialistas em saúde mental, para aprimorar o atendimento aos usuários de crack. E também estabelecer protocolos de atendimento e cronogramas para a ampliação da rede de saúde mental. A Secretaria municipal de Assistência Social informou que foi notificada ontem para que um representante do órgão vá ao MP hoje, esclarecer como está sendo feito o recolhimento.

Um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado entre o MP e a prefeitura em maio cita a necessidade de adequar as instalações públicas para receber usuários de drogas.

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Nov 9, 2012

Olhando os gringos.

Jogadores assistem jogo do Chelsea após o treino

TimãoNet – 

Os jogadores do Corinthians e o técnico Tite tentam, mas tirar o Chelsea da cabeça vem sendo difícil. Após o treino desta quarta-feira, no CT Joaquim Grava, parte do elenco acompanhou dos vestiários pela televisão a vitória dos Blues por 3 a 2 sobre o Shakhtar Donetsk-UCR, em Londres, pela Liga dos Campeões. A ordem, porém, é pensar apenas no primeiro jogo do Mundial de Clubes.

– Nós estávamos assistindo. O Paulinho comemorou o golaço do Oscar. Eles são amigos da Seleção. São campeonatos diferentes. Quando nós jogarmos contra eles, não vamos comemorar nada juntos. Esperamos comemorar sozinhos – afirmou o zagueiro Paulo André.

Tanto os jogadores quanto comissão técnica e diretoria se esforçam para não falar de um possível encontro com os ingleses na decisão. O discurso é de respeito ao duelo das semifinais. O adversário será Auckland City, da Nova Zelândia, o campeão japonês ou o campeão africano – a decisão é entre Esperánce, da Tunísia, e Al Ahly, do Egito.

– Nós sabemos a dificuldade que será se encontrarmos o Chelsea na final. Mas tem um jogo antes. Daqui até o jogo nós só vamos falar desse adversário. Estamos vendo as dificuldades que todos tiveram nesse primeiro jogo do Mundial – disse Paulo André.

– Vamos entrar concentrados e depois pensar no Chelsea. É um time mais veloz e com mais qualidade que do ano passado – emendou o zagueiro.

Tite cobrou uma melhora da defesa corintiana principalmente em jogadas de bolas paradas nos últimos do Brasileirão. Para Paulo André, não sofrer gols nas semifinais do Mundial será determinante para a equipe manter a cabeça no lugar e obter a classificação.

– É um jogo delicado. Nesse tipo de jogo o detalhe faz a diferença. Sofrer gols também faz. Precisamos ter controle emocional e sair na frente no placar para deixar as coisas mais fáceis.

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Nov 9, 2012

Índio quer garimpo e madeira (ilegais)

Choques têm se intensificado em outras regiões

DE SÃO PAULO

Conflitos entre policiais federais e índios têm sido comuns nos últimos anos.

Em 2009, tupinambás invadiram uma fazenda em área que compreende os municípios de Ilhéus, Buerarema e Una (BA).

Os agentes usaram armas de choque para conter os índios. Cinco indígenas procuraram o Ministério Público Federal na Bahia e disseram ter sido torturados.

Também em 2009, seis índios se feriram em confronto com agentes em operação para combater um suposto esquema de pesca ilegal na terra indígena Umutina, perto de Barra do Bugres (MT).

Segundo a PF, o embate ocorreu quando agentes tentavam cumprir um mandado de busca.

Policiais federais e caingangues também entraram em conflito no fim de 2000, quando 50 indígenas bloquearam a rodovia RS-324, na divisa de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Dois caingangues foram presos.

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Nov 9, 2012

É o fim. Sindicato diz que não é seu papel defender quem trabalha.

Sindicato rebate “pseudopolitizado” Paulo André sobre apoio a Verdão
 
O Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo não aceitou as cobranças públicas do zagueiro Paulo André, que pediu uma atitude da entidade em defesa dos jogadores do Palmeiras. O Sapesp emitiu comunicado oficial em que alegou não ter a responsabilidade de proteger os alviverdes da ameaça dos torcedores e ainda rebateu a manifestação do corintiano, conhecido por ser engajado fora de campo.

“A manifestação do atleta Paulo André Cren Benini é característica dos pseudopolitizados, que não conhecem definitivamente qual é o papel do Sindicato de Atletas”, informa um trecho da nota, que classificou a entrevista do zagueiro como “desastrosa”.

O Sapesp citou que age na defesa dos direitos de jogadores em casos de atrasos de salários, períodos de férias e horários de jogos, por exemplo, mas nega ser de sua alçada a proteção da integridade física dos profissionais fora dos gramados.

Fernando Dantas/Gazeta Press

Paulo André cobrou o Sindicato a defender o Palmeiras, mas foi rebatido em comunicado da entidade

“A situação de risco vivenciada pelos atletas profissionais da Sociedade Esportiva Palmeiras é de responsabilidade do clube, da polícia e da Secretaria de Segurança Pública do Estado”, acrescentou. 

Diante da ameaça de rebaixamento do Palmeiras, os jogadores e a diretoria do clube vêm sofrendo ameaças por parte dos torcedores. Apesar de não ter envolvimento com o rival, Paulo André manifestou indignação com a situação e cobrou uma providência do sindicato, causando o mal-estar.

“Lamentavelmente, o atleta Paulo André mostrou desconhecer profundamente o trabalho realizado pelo Sindicato de Atletas nos últimos anos, talvez por viver fora do País e não acompanhar os serviços prestados pela entidade aos atletas profissionais em todas as divisões do futebol paulista”, rebateu a entidade.

O Sindicato ainda citou episódio em que João Vitor brigou com torcedores do Palmeiras em frente ao Palestra Itália, no ano passado. Segundo o comunicado, a entidade se reuniu na época com jogadores de Santos, Corinthians e Verdão, que tomaram uma decisão em conjunto.

“Ficou definido que em qualquer outro episódio envolvendo agressões a atletas, em represália nenhum dos elencos entraria em campo na rodada seguinte. O São Paulo F.C se absteve”, completou.

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Comentário do Blog do Citadini: Está certo o Paulo André. O Sindicato deveria ter emitido nota cobrando da Polícia e do Palestra a  defesa dos jogadores. Se o sindicato não existir para defender quem está sendo ameaçado no trabalho para que serve o órgão. Dizer que apoia em ações trabalhistas é pregar o óbvio. Este sindicato deu um péssimo exemplo de uma entidade trabalhista.
Parabéns ao jogador.  

Nov 9, 2012

Está certo.

Paulo André cobra proteção sindical para jogadores do Palmeiras

 

Helder JúniorSão Paulo (SP)

O engajado Paulo André não resume a sua atuação política ao Corinthians. Nesta quarta-feira, o zagueiro foi solidário e cobrou proteção do Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo (Sapesp) aos jogadores do rival Palmeiras, que têm sofrido ameaças de violência por causa da grande probabilidade de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

“Estava querendo falar sobre isso”, avisou Paulo André. “Gostaria que o nosso sindicato fosse um pouco mais atuante. A gente tem visto inúmeros casos de agressão, de falta de respeito com os profissionais. É preciso que o sindicato ajude na prevenção do problema junto dos órgãos públicos. Os torcedores logicamente são apaixonados e estão buscando o melhor para o seu time, mas a classe de atletas deveria se unir para que as ameaças não sejam mais corriqueiras”, discursou.

A insegurança no Palmeiras já fez o argentino Hernán Barcos ameaçar deixar o clube se for obrigado a dirigir de carro blindado e andar com escolta. “O Barcos tem razão. O cara não é bandido para ter que sair com segurança”, disse Paulo André, que também já foi alvo de violência – principalmente quando o colombiano Tolima eliminou o Corinthians na pré-Libertadores do ano passado. “Já aconteceu com a gente. Existe uma inversão de valores no futebol. As pessoas acham que essa situação é normal.”

Djalma Vassão/Gazeta Press

O engajado Paulo André mostrou solidariedade com os seus ameaçados colegas de profissão do Palmeiras

O zagueiro ainda lembrou que o sindicato da sua categoria não é o único culpado pela falta de ação em casos de violência contra jogadores. “A nossa relação com o sindicato é um pouco distante. Falta um pouco de iniciativa para nós”, reconheceu. 

Paulo André só não afirmou torcer para que seus colegas de Palmeiras alcancem a paz com a salvação no Brasileiro. “Para mim, é indiferente se eles ganham ou perdem”, avisou o corintiano. “A situação do Palmeiras é delicada, mas a dos jogadores também”, repetiu.

www.gazetaesportiva.net

Nov 9, 2012

Boa.

Martínez pede desculpas após mal-estar no Corinthians

Lateral Fábio Santos diz que argentino chamou o grupo para explicar cobrança que havia feito para ser titular
 
RAPHAEL RAMOS – Agência Estado

SÃO PAULO – A declaração dada na semana passada pelo argentino Martínez de que, se não for titular em 2013, pedirá para deixar o Corinthians, não pegou bem e o atacante teve de pedir desculpas aos companheiros. O lateral Fábio Santos revelou nesta quinta-feira que Martínez, após ver que sua declaração causou mal-estar no grupo, chamou os jogadores para se explicar.

 

Martínez diz que não foi bem entendido pela imprensa - Daniel Teixeira/Estadão - 28/9/2012
Daniel Teixeira/Estadão – 28/9/2012
Martínez diz que não foi bem entendido pela imprensa

 

“Não foi legal, mas ele disse que não foi bem aquilo que quis dizer. Como ele quer disputar a Copa do Mundo de 2014 pela Argentina, precisa estar jogando pelo clube, então é normal querer ser titular. Talvez o erro dele foi ter falado isso para a imprensa”, disse Fábio Santos.

O lateral, porém, procurou colocar panos quentes na discussão e evitou comentários mais contundentes. “Já está tudo resolvido, isso não é motivo para polêmica.”

Depois de reclamar de não estar sendo escalado como titular por Tite, Martínez começou jogando contra o Atlético-GO, no último domingo, e marcou o primeiro gol do Corinthians na vitória por 2 a 0. Para a partida contra o Coritiba, sábado, no Pacaembu, no entanto, o argentino ainda não está garantido. Tite não definiu o ataque e Martínez, Jorge Henrique e Romarinho disputam duas vagas.

Contratado do Vélez Sarsfield após ter se destacado na Copa Libertadores, o argentino assinou com o Corinthians até 2015. Em 15 jogos pelo time brasileiro, ele marcou dois gols.

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Nov 9, 2012

Programação da Rádio Ópera – sexta (09/11/12)

James Morris interpreta a ária de Claggart em “Billy Budd” (Britten)

 

 

BILLY BUDD (Britten) (BBUD001) Horário: 08:10
Londres, 1961. Maestro: Richard Hetherington.
Elenco: Philip Langridge, Simon Keenlyside, John Tomlinson, Alan Opie, Matthew Best, Alan Ewing, Quentin Hayes, Clive Bayley, Mark Padmore, Richard Coxon.
 
OBERTO (Verdi)  Horário: 11:00
Maestro: Lamberto Gardelli.
Elenco: Ruza Baldani, Carlo Bergonzi, Rolando Panerai, Ghena Dimitrova, Alison Browner.
 
 
VANESSA (Barber) (VANE001) Horário: 13:00
Nova Iorque, fevereiro-abril/1958. Maestro: Dimitri Mitropoulos.
Elenco: Eleanor Steber, Rosalind Elias, Regina Resnik, Nicolai Gedda, Giorgio Tozzi, George Cehanovsky, Robert Nagy.
 
IL BRAVO (Mercadante) (IBRA002) Horário: 15:00
Martina Franca, 28-31/7/1990. Maestro: Bruno Aprea.
Elenco: Dino Di Domenico, Adelisa Tabiadon, Janet Perry, Sergio Bertocchi, Stefano Antonucci, Leonardo De Lisi, Ambrogio Riva, Giuseppe De Matteis, Maria Cristina Zanni.
 
LA CAMBIALE DI MATRIMONIO (Rossini) (CAMB001) Horário: 18:00
Londres, 20-23/8/1990. Maestro: Marcello Viotti.
Elenco: Bruno Praticò, Alessandra Rossi, Maurizio Comencini, Bruno de Simone, Francesco Facini, Valeria Baiano.
 
IL GIUSTINO (Vivaldi) (IGUS001) Horário: 19:15
Roterdã, 8/10/2001. Maestro: Alan Curtis.
Elenco: Dominique Labelle, Marina Comparato, Francesca Provvisionato, Geraldine McGreevy, Leonardo De Lisi, Laura Cherici.
 
Nov 8, 2012

Sim e Não.

À TV chinesa, Tite não descarta Zizao no Mundial da Fifa

TimãoNet  

– Tite, Zizao estará na lista do Mundial? – perguntou a repórter, esforçando-se para falar em português.
– Daqui a 19 dias eu te respondo…É um dos que podem ir, mas vamos aguardar, tem bastante treinamentos – despistou o treinador.
O diálogo aconteceu durante a entrevista coletiva do treinador na última terça-feira, quando uma repórter da China Central Television (CCTV), a TV estatal chinesa, fez três perguntas em sequência sobre o jogador.
A primeira, na verdade, foi em relação à adaptação do jogador. Tite, sempre atencioso, explicou que a tendência é que ele tenha bastante espaço durante o Paulistão.
– Tem de construir ao longo do tempo nos treinamentos uma adpatação maior. Por exemplo no Paulista do ano que vem, onde o nível de enfrentamento pode ser um pouco melhor. Há menos responsabilidade. Não só com o Zizao, como com os jovens da base, para terem mais tranquilidade e confiança para atuar. Seguramente, essa possibilidade será maior no ano que vem – explicou, citando os seus concorrentes:
– Hoje, concorrem na posição dele o Emerson e Jorge Henrique, dois campeões da Libertadores, o Martínez, da seleção argentina, o Romarinho, o Danilo que é campeão do mundo. A concorrência é grande, não é nem pelo fato de não estar bem, mas por terem outros em grande momento – esclareceu.
O técnico terá de entregar a lista dos 23 inscritos no Mundial de Clubes para a Fifa no próximo dia 26. As dúvidas, porém, são poucas e a chance de o chinês fazer parte da lista é quase nula

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Nov 8, 2012

Pacificando.

ONG lança campanha contra a violência policial na Maré

 

  Daniel Marenco/Folhapress  
Moradoras leem panfleto contra violência e abuso policial distribuído pela ONG Redes da Maré
Moradoras leem panfleto contra violência e abuso policial distribuído pela ONG Redes da Maré

 

DIANA BRITODO RIO

A ONG Redes da Maré lançou uma campanha contra violência policial no Complexo da Maré, na zona norte, maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro com cerca de 130 mil habitantes.

Adesivos e folders com orientações para moradores se prevenirem contra possíveis abusos de policiais foram distribuídos a partir de anteontem na favela Nova Holanda. A ação tem o apoio da Anistia Internacional e do Observatório de Favelas.

Os adesivos estão nas portas e janelas das casas com autorização dos moradores. Neles, os dizeres: “Conhecemos nossos direitos! Não entre nessa casa sem respeitar a legalidade da ação. Em caso de desrespeito, ligue para a corregedoria da Polícia Militar: (21) 2725 9098 (24 h).

Até dezembro, 50 mil adesivos e panfletos serão distribuídos em 45 mil domicílios das 16 favelas da Maré.

“A gente não pode dizer que está se preparando para a implantação da UPP [Unidade de Polícia Pacificadora], essa é uma ação do Estado. Nosso papel é colocar a segurança pública em pauta”, disse Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré.

Cerca de cem voluntários da ONG percorreram ruas e becos da favela para divulgar a campanha “Somos da Maré e temos direitos”.

“Espero que eles tenham sempre consciência para cumprir seu trabalho com respeito aos moradores”, disse a dona de casa Sandra de Castro, 52, há meio século na Nova Holanda.

O coordenador do Observatório de Favelas Jailson de Souza e Silva diz que denúncias de violência policial são frequentes no país. A Redes da Maré registra duas a três reclamações por semana.

“Ouvimos de um morador que os policiais estão entrando nas casas de novo com chave mestre, na favela Parque União [Maré], aqui ao lado”, disse Silva.

A PM afirmou, em nota, que o cidadão que quiser denunciar qualquer atitude suspeita de um policial militar deve entrar em contato com a Ouvidoria das Polícias pelo tel. 0/xx/21/3399-1199.

A Secretaria de Segurança Pública não se pronunciou sobre a campanha contra a violência policial.

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