Vencer os problemas
A reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, realizada na última segunda-feira (dia 7), foi muito relevante para toda a coletividade corinthiana. Importante para o passado, para o presente e para o futuro.
Nos últimos anos, nos acostumamos a ouvir todo tipo ataque: “o estádio é com dinheiro público doado”; “o estádio é obra do governo Lula”; “o estádio não é do Corinthians, é da Odebrecht”; “o Corinthians ganhou o estádio”; etc e tal. Foi sempre um bombardeio procurando mostrar que o Corinthians, de forma ilícita, ganhou um estádio dos cofres públicos.
Isso sempre foi uma tremenda bobagem. Infelizmente, muitos corinthianos (de forma equivocada) ajudaram nesta contra-campanha. Era comum corinthiano dizer “o Corinthians não precisa pagar nada”; “o Timão não vai botar nenhum centavo no estádio”; “só com os camarotes já será possível pagar tudo”. Era evidente equívoco.
Nossa bela Arena foi uma decisão correta do clube. Como vimos agora mais claramente, sem a Copa do Mundo, não teria sido possível a sua construção.
O fato é que temos uma Arena e muitos problemas para pagá-la. Não foi doação, como dizia a mídia anti-corinthiana. Ela nasceu de quatro empréstimos: um do BNDES-Caixa, nas mesmas condições que tiveram todas as Arenas da Copa -e outros três com instituições financeiras privadas, por conta dos atrasos nas negociações com os Bancos Públicos.
A quitação dos empréstimos, como foi dito, se dará com a receita das rendas dos jogos do Corinthians, a venda do nome do estádio (Naming Rights), o aluguel de cadeiras e camarotes e, finalmente, pelo CID (título público municipal para quem investe na região leste). Há também toda a receita de negócios dentro do estádio (bares, estacionamento, lojas etc).
Todo o esforço do clube para gerar as receitas, no entanto, ainda não alcançam as necessidades para o pagamento. Muito precisa ser feito de economia e esforço para arrecadar mais e pagar o estádio.
Também é preciso reconhecer, como foi feito na reunião do Conselho, que o Brasil de hoje não é o Brasil da época em que foi levantada a Arena.
Uma brutal crise financeira atinge todo o país, e isso reduz a capacidade das empresas para investir.
Neste quadro dramático, tornou-se difícil vender cadeiras e camarotes, negociar CIDs e encontrar empresas dispostas a fazer um contrato de 20 anos de Naming Rights.
Essas dificuldades só podem ser vencidas com muito trabalho. O plano apresentado pela Diretoria Financeira para aumentar os ganhos de exploração do estádio é um caminho importante e deve ser implementado rapidamente. Devemos economizar tudo o que for possível e lutar pelo aumento de receita.
É um desafio grande, mas tenho certeza que o clube vencerá. E para isso, todos devem ajudar.
Até os ingressos de cortesias para “assessores e conselheiros” devem acabar, mesmo que não representem um item destacado de receita. É importante pelo exemplo aos corinthianos. Não tenho problema de falar isso, pois sempre defendi o fim de todas as “cortesias”. Inclusive essa de “assessores”, que chegou -no período da última eleição- ser superior a 400 (carteirinhas e votos).
Precisamos, também, conclamar os torcedores corinthianos de renda alta para que comprem cadeiras e camarotes. Isto já ajudaria muito.
Por outro lado, lamentavelmente, a crise econômica não apresenta um quadro de recuperação que possa estimular a venda dos CIDs e do NR. Mas o clube deve tentar e trabalhar seriamente em cima desta questão.
Neste Brasil de economia arrebentada, ninguém construiria uma Arena como a do Corinthians. Ouso dizer que nos próximos 20 anos ninguém fará nada igual (ou mesmo parecido).
Isso só reforça nossa disposição de luta para pagarmos o estádio, que veio com a Copa e tanto nos orgulha.
É hora da raça. E ninguém tem raça como nós. Cada obstáculo que vier, encontraremos força para ultrapassá-lo.
É o que devemos deixar para as novas gerações de corinthianos que estão vindo por aí.
Nunca foi tão importante, como agora, lembrar do Chico Mendes e dizer “Vai Corinthians”.
A CBF não vai reformar nada
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou um Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro. Com 17 membros, alguns são dirigentes da própria atual CBF, outros de federações. Há também alguns ex-jogadores e advogados da área.
A grave crise que vive nosso futebol, escancarada na última Copa, deveria ser motivo para uma mudança profunda.
Mesmo com alguns (poucos) bem intencionados, o problema é que a CBF faz tudo para manter as coisas como estão. Por lá uma ou outra ideia inovadora poderá aparecer, mas desde que, na essência, nada mude.
É a ideia de gattopardismo puro. Mudar, para continuar tudo igual.
A CBF nunca foi uma instituição modernizadora no futebol.
Nos últimos 60 anos, apenas em duas oportunidades a Confederação contribuiu para medidas renovadoras em nossa futebol.
Um deles foi em 1958, quando terceirizou para um grupo de São Paulo (dirigido por Paulo Machado de Carvalho) a organização a preparação para a Copa. Uma Comissão técnica foi feita e planejou de forma adequada a seleção de 1958. Organizou, trabalhou e venceu sendo o esquema repetido em 1962 e abandonado em 1966.
O outro momento renovador foi quando da implantação dos pontos corridos no Campeonato Nacional. Seja lá qual interesse tenha movido a instituição, a verdade é que a nova forma de disputa foi implantada e serve bem ao nosso futebol.
Hoje, a luta da CBF é sobreviver como está ou com algumas pequenas mudanças. Veja a questão das federações estaduais. São um peso para os clubes e não são nem reconhecidas pela Fifa. Mas são importantes no esquema eleitoral atual. Deveriam parar de “morder” a renda dos clubes e tornarem-se mero escritórios da CBF, sem qualquer direito a voto.
O caso do Corinthians é emblemático. Construiu uma bela Arena para abrir a Copa do Mundo e, em todos os jogos, toma uma mordida (5 ou 7%) do total da renda. A Federação (que não deu um saco de cimento para a obra) recolhe, na maior tranquilidade, uma bolada em cada partida.
Teria a CBF coragem para mudar isso? Não. As federações estaduais são fundamentais para manter o estado de atraso no futebol.
Qualquer boa mudança no futebol só vem por dois caminhos: ou pelo governo ou pelos clubes.
Nos clubes, mesmo com todos os problemas que encontramos, há espaço para a busca de novas formas de organização e atuação. Modernizam seus estatutos, criam formas de ação e têm sempre uma boa parcela dos sócios que atuam fiscalizando as direções. É o que vem ocorrendo nas últimas décadas. Por exigência do profissionalismo, muitos clubes avançaram na modernização.
O governo, quando bem intencionado e bem orientado, decreta leis que modernizam nosso futebol. É o que vem ocorrendo nas últimas décadas.
Esperemos que o governo, em algum momento, estabeleça que somente os clubes votem para eleger a CBF, como ocorre em todo o mundo.
Certamente medidas como essa não virá de uma Comissão da CBF.
De lá só virão mudanças que… não mudam.
A Arena Corinthians faz a diferença
A Arena Corinthians é um marco para a renovação do futebol paulista e brasileiro.
Quem acompanha nossos artigos por aqui sabe que sempre defendemos a construção da Arena para abrir a Copa do Mundo, modernizar nosso futebol e permitir um salto do Corinthians.
Como sou oposição ao atual grupo dirigente do clube, muitos criticaram a defesa que fiz da construção do estádio. Mesmo a direção do Corinthians não defendia que o estádio estivesse na preparação da Copa. Quando da solenidade que anunciou o Morumbi como estádio escolhido para a abertura da Copa, lá estava a diretoria do Corinthians para aplaudir -entre políticos e tricolores- a opção são-paulina. Foi um grave erro. Felizmente foi corrigido à tempo.
A situação era clara: a cidade de São Paulo tinha que abrir a Copa e precisava de um estádio.
O SPFC apostava tudo em colocar o Morumbi na jogada. Mas havia um problema sério: o estádio tricolor precisava de uma reforma profunda, quase uma nova construção. Mas o tricolor não acreditava nisso. Dizia que o estádio era maravilhoso e que bastavam algumas pequenas mudanças e a abertura da Copa seria por lá. Foi um grande equívoco. Teriam que derrubar e construir um estádio novo se entrassem no projeto Copa.
Com o Morumbi vetado, o problema reapareceu: a cidade de São Paulo não poderia ficar fora da Copa.
O Corinthians tinha vários (e bons) projetos de construção de estádio, mas apenas o de Itaquera entrava na Copa. E isso era fundamental.
Quando o Luis Paulo Rosenberg apresentou o projeto em reunião do Cori, fiquei empolgado. Era moderno e diferente de todos os outros que estavam sendo construídos para o evento da Fifa.
Fez bem a direção corinthiana de entrar com todo o esforço para abrir a Copa.
Nunca me aprofundei na tal “engenharia financeira” que viabilizaria o estádio. Era -com pequenas mudanças- o mesmo suporte que estavam recebendo outros estádios da Copa (BNDES, vantagens fiscais etc). Tudo claro e igual a todos os outros.
Sempre apareceram “denúncias” do estádio que diziam: “é da Odebrechet”; ” é de um fundo”; ” é da prefeitura”; “não vão pagar”; “o Ministério Público disse isso ou aquilo”. Tudo isso passava à margem da construção do estádio.
O importante era construir essa bela e moderna Arena que abriria a Copa e daria uma posição de liderança ao Corinthians.
É o que está ocorrendo. Cada vez que vou ao estádio e vejo nossos torcedores assistindo ao jogo a poucos metros das jogadas e percebo o desespero dos adversários, sinto que o clube acertou.
A única ressalva é que o nosso estádio não pode virar um “Pacaembuzão”: estádio agradável para ver jogo (como é o Municipal), mas com uma confusão de penetras, cambistas e desorganização generalizada.
Nossa Arena é moderna e deve continuar marcando a mudança do nosso futebol.
O Corinthians e os corinthianos agradecem.
Mais uma vitória na Arena
As vitórias do Corinthians frente ao SPFC estão ficando cada vez mais rotineiras que chego a esquecer de registrar neste blog.
Ontem, mais uma vez, o Timão bateu os tricolores com um time misto. Misto? Não sei.
Só sabemos que nos últimos anos, com qualquer tipo de escalação, o Corinthians atropela ao SPFC.
O pavor que os tricolores tem, tradicionalmente, de jogar contra o Timão é acrescido, agora, com a Arena do alvinegro.
A Arena, repleta e com a torcida gritando desestrutura a equipe rival.
Foi o que vimos ontem e temos visto nos últimos jogos.
Base: 100% ou caos
Nas últimas semanas, com a saída dos jogadores da Base do Corinthians, ganhou intensidade as críticas sobre o modelo de gestão adotado pelo clube.
Como sabemos, nos últimos anos, os jogadores da Base do Corinthians tiveram seu contratos transferidos a “empresários”, “agentes” etc, numa política denominada como “parcerias”.
No início o clube alegava que precisava de dinheiro e que os “empresários” adiantavam em troca de receberem jogadores da base. Embora esses negócios de “parcerias” tenha pontos obscuros, a verdade (clara como o dia) é que o clube foi perdendo mais e mais jogadores.
A Base, que tinha por objetivo relevar jogadores para o clube passou a ser um celeiro dos empresários. Quase todos os jogadores que vinham das categorias menores eram de empresários. Nos negócios o clube quase nada recebia.
Nos últimos dias foram intensas as críticas, especialmente pela Internet. Torcedores revoltados com esta política do Timão clamam por mudanças de gestão.
Aí é que reside o problema. A diretoria defende essas parcerias e, vez por outra, procura justificar a saída de um ou outro jogador. Protegidos pelo silêncio da mídia, esta área do clube só aparece quando o caso é mais escandaloso.
A Diretoria defende este tipo de parceria. Foi o atual grupo gestor que a implantou -em longa escala no futebol principal- e esparramou o método nas categorias de Base.
Por maior que seja a revolta dos torcedores não organizados (as torcidas organizadas, como vemos, ficam em silêncio total), será difícil uma mudança radical nesta área.
E é um grande erro. Como reiteradamente dissemos esta política deveria mudar e o clube deveria ter 100% dos direitos sobre os jogadores da Base. Ou então continuar a revelar para os “empresários”.
Na “revolta” dos últimos dias, tivemos manifestações de torcedores que pensam seriamente no Corinthians e desejam a mudança deste quadro. Alguns defendem mudanças há anos.
Mas tivemos, também, torcedores sócios que apoiaram a diretoria nos últimos pleitos. Foram, talvez, os mais duros nas cobranças. Alguns não tiveram tempo de apagar seu suas postagens com aplausos frenéticos a atual gestão. Muitos desses, inclusive, passaram a acusar a oposição de não fazer “nada” para barrar isso.
Deixemos claro. A oposição apresentou, nas últimas eleições, posição clara sobre o assunto: 100% da Base deve ser do Corinthians. Sem medo ou omissão, a oposição continuará a dizer o que pensa.
E não entrará no papo desses de revoltas episódicas.
Veja aqui um dos vídeos que gravamos para tratar desse assunto durante as eleições. Há também diversas entrevistas à emissoras de rádio e TV sobre o assunto.
O NR e a crise econômica
Em quase todas as semanas (algumas vezes todos os dias), a mídia anuncia que o Corinthians está “às portas” para assinar um contrato com alguma companhia para vender o NR (naming rights) da Arena.
Tantas e tantas empresas já foram anunciadas como parceiras do Corinthians neste tormentoso contrato que já perdi a conta do número.
Uma companhia aérea árabe ganhou publicidade grátis com tantas as vezes que foi citada como o possível nome da Arena.
E a mídia gosta deste assunto. Alguns dirigentes também. Diziam: “estamos 99% fechados com uma grande empresa”.
Outro caso foi de uma montadora que ganhou publicidade como a “próxima” parceira do Timão. Recordo que ligou-me um conselheiro dizendo que um primo (vendedor de automóvel numa concessionária) havia garantido que era “para já” a assinatura com o Corinthians.
E sempre que “aparece” o iminente contrato, a mídia -especialmente na Web- gasta todo tempo disponível discutindo o NR da Arena.
No fim do último mês de novembro, me ligou uma jornalista -de razoável prestígio- dizendo que tudo estava “fechado” e que em dezembro (dia 16) o Corinthians faria uma grande festa para anunciar o contrato.
Perguntou-me se eu sabia qual era a empresa. Naturalmente, eu disse que não tinha nenhuma informação sobre a questão. E acrescentei que não havia qualquer contrato “fechado” para ser anunciado naquela oportunidade. Por pura intuição, disse que era impossível no Corinthians uma notícia dessa ficar mais de 20 minutos em segredo.
O tempo passou e a grande notícia ficou por isso mesmo. E nada mais.
Agora aparece uma complicada operação do NR que, nem com auxílio de dois economistas, consegui entender.
Mas por que tanta dificuldade em um contrato como esse?
Simples. O Brasil vive uma brutal crise econômica e as empresas estão -todas- com o breque de mão puxado, cortando toda sorte de investimento.
O melhor período para um contrato de NR foi aquele que antecedeu a Copa do Mundo. A Arena Corinthians seria importante no evento e -principalmente- a crise econômica não tinha aparecido.
Vivemos hoje a mais dura crise no país nos últimos 50 anos. É dura, profunda,violenta e chegou com rapidíssima intensidade. As empresas estão tomando todo cuidado em seus negócios. O contrato de NR é de longo prazo e exige muitas garantias.
É claro que seria melhor se a diretoria tivesse assinado o nome do estádio. Este dinheiro foi previsto para abater a dívida da construção. Sem ele, o estádio precisa de outras fontes de recursos.
Será importante um contrato de NR, mas quem definirá este jogo é o mercado, que agora vive um péssimo momento.
O melhor para todos (torcedores, diretores e mídia) seria não lançar nomes por aí.
Quando chegar a hora, o clube fará o contrato. E esperamos que seja o quanto antes.
Vitória contra o XV
Não foi um grande jogo, mas começar o campeonato vencendo o XV de Piracicaba não é nada ruim. Principalmente porque a equipe está renovada com a saída de mais da metade do time campeão do ano passado.
Agora é ter calma e torcer para que Tite faça o mesmo que sempre faz. Com elenco limitado organiza a equipe e disputa o título.
É o que todos esperamos.
A primeira meta é formar atletas
Rivellino grande craque revelado na Base do Corinthians.
Nota: Após a publicação do artigo “O problema não é a saída é a entrada” este blog sofreu todo tipo de ataque cibernético. O trabalho para recolocar o blog em ordem foi difícil pois foram ataques em série. O sistema que era usado para publicar os textos ficou inacessível. Resolvido o problema e tomadas as medidas para impedir que aconteça novamente, não me interessa muito saber quem foram os autores, mas, uma simples leitura do último texto dá um caminho de quem foram os incomodados no Blog. Vamos em frente.
Muitos torcedores do Corinthians ficaram chateados com perda da Copa São Paulo. O time vinha jogando bem, com boa organização em campo e perder nas penalidades sempre dói.
Mas isso é do jogo. Ganhar ou perder um campeonato -na maioria das vezes- depende de um lance pouco ou mais criativo.
O título é importante, mas, no caso das categorias de base, o melhor mesmo é formar atletas que possam vestir a camisa titular de nosso clube.
O Corinthians sempre revelou jogadores em sua categoria de base. Algumas vezes craques “fora de série”, como Rivellino, outras vezes jogadores que tinham “pinta” de craque, mas tornaram-se médios e só completaram o elenco. São inúmeros os casos de jogadores que -à primeira vista- pareciam craques mas, não vingaram.
Isso é regra. Nem sempre o clube consegue criar grandes ídolos. Mas a meta deve ser – sempre!- a de buscar atletas para o time principal.
Infelizmente, a política adotada em nosso clube nos últimos anos vai no sentido contrário. Ao criar o sistema de “parcerias” com “empresários” o clube renuncia sua principal meta nas categorias de Base.
Os tais empresários querem “mostrar” seus jogadores. E o Corinthians virou uma vitrine de luxo. Após ser bem “mostrado” os tais donos dos jogadores querem vender, vender e vender.
A categoria de base só será importante para o clube quando voltarmos a ter como meta jogadores 100% do Corinthians e trabalhados para atender o time principal.
Perder o título Copinha não é nada perto de ter jogadores de empresários que só servirão ao clube no período de mostra.
Mesmo que no primeiro momento tenhamos times mais fracos, o caminho é uma base só do Corinthians. Ou então a categoria -mantida com grana do clube- pouco ajudará o Timão.
O problema da saída é a entrada
O presidente Roberto de Andrade foi claro: o clube chinês acerta com o empresário, com o jogador e o Corinthians é avisado meia hora antes que a “multa de rescisão” será paga e o atleta vai embora.
Completa o presidente que não há o que fazer. Paga a multa, o jogador vai pra onde ele quiser.
Nisso está certo.
Só o que falta explicar é como chegamos a este ponto. O problema não está na negociação de saída, mas na negociação de chegada.
Como sabemos, todos os jogadores em saída, são apenas parcialmente do Corinthians. Algumas vezes, a participação do clube é insignificante. A maior parte dos direitos do jogadores está nas mãos de “parceiros”, empresários, agentes e até do próprio jogador.
Essa política de “parceira” adotada pelo Corinthians cobra agora o seu preço. O presidente atual, como os anteriores, foram os implantadores deste mecanismo que leva a esse colapso atual.
O clube e o parceiro têm interesses conflitantes. O clube quer o jogador para jogar, marcar gols, conquistar títulos e títulos. O “parceiro empresário” não quer nada disso. Só quer valorizar seu produto e vendê-lo na primeira oportunidade.
Por esta razão, aos “parceiros” interessa uma multa pequena que não seja obstáculos para negociações futuras. Ao clube interessaria multa alta, pois quer a permanência dos atletas.
Mas isso só é possível quando o clube tem o controle do negócio. Nas “parcerias” o clube não tem.
Em clubes que não adotam essa política -que o presidente Roberto Andrade foi um dos implantadores- o quadro é diferente. Veja-se os clubes europeus principais, onde a multa é definida pelo clube.
O mesmo dinheiro chinês que chega aqui pagando salários astronômicos aos jogadores poderia procurar craque na Itália, Espanha, Inglaterra etc mas não o fazem. E quando atacam os europeus é com jogador com contratos a beira de terminar.
As pesadas multas de rescisão não permitem.
Enquanto o Corinthians não encerrar essa política de parcerias, as saídas de jogadores serão assuntos rotineiros.
Ou rompemos essas “parcerias” onde o clube pouco ganha (ou nada ganha), ou veremos jogadores chegando e saindo a toda hora.
Manter esse fatiamento de jogadores com “empresários” e multas baixas (impostas pelos parceiros) deixa o clube vulnerável.
Esse é o grande problema.
Será que vai ser enfrentado? Tenho dúvidas. Muitas dúvidas.
Em tempo
Bastou a Diretoria enfrentar problemas (como este tsunami de saída de jogadores) para alguns “jornalistas” e outros conhecidos na Internet desencadearem cobranças na mídia social. Todas com o objetivo de “aliviar” para a Diretoria. “A oposição tem que barrar isso”; “a oposição não pode permitir isso”; “onde está a oposição que não bloqueia esses negócios?”. O objetivo é claro: transferir para a oposição o problema da debandada de jogadores. Esqueçam essas lorotas. A responsabilidade da saída dos jogadores é da direção. Só dela. A oposição sempre teve posição contraria a essas “parcerias” com empresários, agentes, intermediários etc que só prejudicam o Corinthians.
Falamos sobre isso em diversos momentos, como nesse vídeo abaixo.
Feliz Natal e um 2016 muito vencedor!
Quero desejar aos amigos corinthianos um Feliz Natal e um 2016 com muitas vitórias.
Neste ano o Timão conquistou seu sexto título brasileiro.
E para fechar 2015, quero compartilhar abaixo alguns vídeos sobre as campanhas destes títulos e também daqueles conquistados pela Copa do Brasil.
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