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Jun 14, 2015

Importante vitória

DE VIRADA, CORINTHIANS VENCE O

INTERNACIONAL NA ARENA E AVANÇA NA TABELA

De virada, Corinthians venceu o InternacionalDe virada, Corinthians venceu o Internacional | Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

Contra o Internacional, o Timão disputou na tarde deste sábado a partida válida pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo, realizado na Arena Corinthians, marcou a despedida de Emerson Sheik, que deve ser mais um a deixar o clube rumo ao Flamengo.

Com o contrato já rescindido, o ataque não entrou em campo e fez com que Tite precisasse lançar mão de sua nova dupla de ataque – os estrangeiros Stiven Mendoza e Angel Romero. Além dos dois, o Corinthians também teve mudanças no meio campo, já que Elias segue na seleção e Bruno Henrique se machucou pouco após ganhar a titularidade.

Assim, o Timão entrou em campo com Cássio, Fábio Santos, Gil, Dracena, Fagner, Petros, Cristian, Jadson, Renato Augusto, Mendoza e Romero.

Primeiro tempo

Apesar da dúvida em relação ao novo ataque corinthiano, a equipe fez um bom começo de primeiro tempo. O Corinthians finalizou muito e segurou a bola no ataque, mantendo um ritmo interessante para a partida.

Mesmo chegando ao ataque, porém, ainda faltou à equipe maior potencial de finalização. Contra um Inter muito faltoso, o Timão tentou criar seu espaço, mas acabou perdendo Cristian logo aos 11 minutos. O volante deixou o campo com dores após dividida, dando lugar a Ralf, que foi ovacionado pela Fiel.

Já o Internacional, tinha muita dificuldade de fazer a ligação entre defesa e ataque, e até os 35 minutos, não havia criado nada além de uma jogada de perigo. Porém, o time de Aguirre avançou a marcação e o jogo ficou pouco criativo para ambas as equipes.

No ataque, porém, a qualidade individual se mostrou importante, e aos 40 minutos o Internacional se sobressaiu. Em jogada do trio de ex-corinthianos, Alex, Rafael Moura e Nilmar, um chute com categoria abriu o placar contra o Timão. Mesmo com a maior posse de bola (54%), a equipe de Tite terminou a etapa em desvantagem.

Segundo tempo

Atrás no placar, o Corinthians começou o segundo tempo com uma mudança tática. Tite promoveu a saída de Petros, que atuava como volante, para a entrada de Vagner Love. Com três homens no ataque, Romero assumiu a ponta direita e Love ficou com o papel de pivô.

A mudança deu movimentação para o jogo, e a presença de Love desequilibrou a defesa do Internacional. Próximo da área, o jogador corinthiano sofreu a falta e conseguiu uma oportunidade para que Jadson fizesse a cobrança.

Com categoria, o meia não decepcionou e conseguiu o empate logo aos cinco minutos da segunda etapa, equilibrando o placar. A subida pro ataque, no entanto, acabou expondo um pouco mais o time, o que fez a partida ficar mais emocionante – com chegadas das duas equipes.

Aos 20 minutos, Tite fez mais uma mudança. Tirou Romero para colocar em campo o experiente Danilo, que novamente ganhou papel de atacante. Assim, o Timão aumentou sua presença de área e apenas dois minutos depois conseguiu a virada.

Dos pés de Vagner Love após jogada excelente de Renato Augusto, o Corinthians marcou e desempatou o placar. Daí para a frente, o jogo entrou em um ritmo alucinante, com pressão e contra ataque de ambos os lados – embora nenhum outro gol tenha saído.

Com o resultado, o Corinthians sobe algumas posições na tabela e dorme no G4, enquanto espera o resultado dos jogos que acontecem entre o sábado e o domingo. O próximo jogo, contra o Santos, será na Vila Belmiro no sábado, às 16h30.

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Jun 12, 2015
admin

Entrevista para a Jovem Pan

Veja abaixo o vídeo da entrevista que o jornalista Wanderley Nogueira comandou na Jovem Pan. A descrição também está abaixo.


Uma sucessão de erros. É assim que Antônio Roque Citadini, ex-vice-presidente do Corinthians, resume o que levou o clube a uma crise financeira mesmo após anos de pujança. Para ele, a diretoria atual acreditou que o momento de pujança do futebol brasileiro duraria por muito tempo – o que não aconteceu – e se curvou aos empresários.

Em entrevista à Jovem Pan Online, o candidato à presidência do Corinthians derrotado por Roberto de Andrade, da situação, na eleição de fevereiro deste ano explicou em detalhes os problemas que o clube enfrenta fora de campo. E sugeriu as mudanças estruturais necessárias para colocar ordem numa situação complicada.

JP Online: Como o Corinthians chegou a esta situação, com tantos problemas financeiros, depois do tempo de bonança?

Citadini: Isso aconteceu por se acreditar em milagre. No fundo, o clube estava esperando que uma hora aparecesse alguma coisa milagrosa, porque nos últimos três ou quatro anos a gestão financeira foi muito ruim. Gastou o que pode, comprou cento e tantos jogadores – a maior parte nem aparece, é jogador de categoria de base. No fundo isso vai sangrando. No período pré-Copa, tudo aumentou para os clubes: a publicidade, a cota de TV, a bilheteria. De certa forma, eles se projetaram para uma situação de aumento contínuo, achando que ficaria assim. O Corinthians era o primeiro da lista, pois foi quem deu o maior salto – na televisão, na publicidade da camisa, na renda.

Ninguém pensou que depois da Copa haveria um desvalorização nisso aí, que o país entraria numa crise econômica. Estamos num momento em que as receitas do futebol estão caindo. O Corinthians foi o que menos se preparou para isso. Você tem duas maneiras de resolver esse problema. Uma delas é pensando antes: quando a coisa começou a apertar, poderia ter pisado no freio. Entretanto, contrataram o Vagner Love faz alguns meses, e todos sabem que ele não é um jogador barato. Quando o negócio apertou, começaram a fazer um negócio na categoria de base. Pegavam dinheiro do empresário, e davam jogador da categoria de base. Resultado: hoje não temos hoje categoria de base.

JP Online: O Corinthians mudou a estratégia de contratações de uns anos para cá. Times vencedores como o de 2012 tiveram como destaques jogadores que não foram caros e não eram renomados, mas fizeram seu nome no clube, como o Paulinho. Depois, começaram a chegar Elias, Sheik, Cristian. A diretoria deveria ter mantido a mesma filosofia de contratações?

Citadini: Se o clube está equilibrado, pode contratar jogador barato ou caro. Agora, se ele está sem condições de pagar, não deve contratar. E deve aguentar. A nossa sorte nessa situação toda é que não é só o Corinthians que está em crise: todo mundo está em crise. O São Paulo está na mesma situação ou talvez até pior. A do Palmeiras não preciso dizer nada, a do Santos é conhecida, dos clubes do Rio também. A exceção é o Flamengo que, nos últimos meses, percebeu que precisava ajustar suas contas. Nós não percebemos, e agora temos de fazer o pior ajuste, que é aquele que se faz quando não se tem dinheiro mesmo.

JP Online: Entrou tanto dinheiro no Corinthians e também saiu muito. Existe corrupção no Corinthians?

Citadini: Não. A questão é a seguinte: o Corinthians errou e foi perdulário em uma porção de coisas. Por exemplo, o Corinthians inventou um negócio de pagar comissão para empresário, para compra, para venda, para empréstimo e até para renovar contrato. Com jogador que estava na metade do contrato pagava comissão para o empresário para renovar por mais dois anos.

JP Online: Isso não é um tipo de corrupção?

Citadini: Sei lá. Aí o Roberto de Andrade (atual presidente), que na época era diretor, disse o seguinte: o mercado tinha mudado e tinha que dar dinheiro aos empresários porque senão pegavam o jogador e levavam para outro lugar. Eu acho que foi um erro, porque o Corinthians devia falar “não vou pagar, quem vai pagar é esse jogador que está ganhando um contrato bom, ele que se vire com você”. Isso aí foi algo que sangrou o clube, que entrou numa vertente de gastar, gastar e gastar. Outro fator: com esse negócio de comprar e fazer contrato cada vez maior começa a afetar os jogadores. Isso fez todo mundo querer aumento, pois pensaram que o salário do Pato, por exemplo, era referência. E não é só salário de jogador, não. Esse Mano Menezes ficou um ano no Corinthians e ganhou um salário que pode ficar dez anos sem trabalhar e não vai ficar sem dinheiro. Você acha que um técnico pode ganhar 650, 700 mil?

JP Online: O que deveria ter sido feito num momento em que o Corinthians era campeão mundial, sensação do Brasil, e a diretoria queria se manter no topo num cenário de salários inflacionados…

Citadini: (Interrompendo) E empresário ganhando muito no Corinthians. O Corinthians é a mãe dos empresários.

JP OnlineSe fosse o presidente na época, então, o que teria feito para evitar a queda na parte financeira?

Citadini: O que deveria ter sido feito era trabalhar com o tamanho das receitas. Acabou. Você acha razoável contratar um técnico pagando 700 mil? Eu não contrataria, não mesmo, porque a diferença entre técnicos no Brasil é mínima. Tem técnico ganhando 50 mil e tem outros ganhando 750 mil. Por que vou pagar isso? Não preciso pagar. Mas o Corinthians entrou num estado de euforia e acreditou que aquilo ali ficaria para sempre.

JP OnlineQuem é o culpado dessa euforia toda? O Andrés Sanchez?

Citadini: Não… Seria fácil encontrar um culpado. Não é (ele), a diretoria toda está envolvida. Você tem de olhar lá atrás, quando se contrata um Rodriguinho pagando não sei quanto, daí paga comissão para empresário. O Corinthians tem de ter mais amor ao dinheiro.

JP Online: Você foi vice-presidente numa época em que o Corinthians fez grandes contratações também.

Citadini: Sim, mas naquela época era diferente. Nós tínhamos uma parceira que pagava para nós, e na verdade era uma situação estruturalmente diferente. A parceira ficava com a receita de televisão, a receita de camisa. O futebol tem racionalidade quando se está ganhando. Quando não se está ganhando, que o clube está precisando trazer jogador, aí a matemática financeira vai para o “beleléu”. Você tem de ter muita coragem para chegar e falar “não”, porque a matemática é superada pela necessidade de ter um time competitivo. Falam da pressão das torcidas organizadas… Sinceramente, as organizadas têm pouquíssima influência nisso tudo. Tem mais influência no Corinthians o “departamento do Canindé”, que é um grupo de associados que joga bola lá de fim de semana, do que as torcidas organizadas.

Todo mundo sabe que eu sou oposição, mas não gosto de ficar de fora, e por isso digo “nós”. Nós, o Corinthians, erramos. O Corinthians tem eleição com voto dos associados, e muitos desses associados, diria que quase a metade deles, não estão nem aí para o futebol. Eles estão preocupados com seu departamento, se a sauna está boa, se o tênis está bem… Então a diretoria fez obra pra tudo quanto é lado no Parque São Jorge, no fundo para atender aquele associado que também vota. A mãe de todas as receitas no Corinthians é o futebol. Na minha campanha, eu dizia que o futebol não poderá indefinidamente bancar as despesas do clube. Teremos de viver um clube social mais modesto.

JP OnlineEntão quer dizer que o grande adversário do departamento de futebol do Corinthians são os seus associados?

Citadini: Não são os associados, mas aqueles departamentos que só pensam no seu pé, não pensam no conjunto do clube. Esse é um perigo porque o clube acaba tendo que gastar. Veja, existem dois Corinthians: um fora do Parque São Jorge, que é uma nação de 40 milhões de pessoas apaixonadas, que compram camisa, que torcem, que sofrem; e existe um Corinthians lá de dentro, dos quais uma parcela grande não está nem aí para o futebol. Eles falam na minha cara: “não estamos nem aí para o futebol”. É um problema estrutural que nós temos.

JP Online: Então como lidar com esses interesses? Seria necessária uma reforma no clube ou uma gestão mais dura e austera?

Citadini: Precisa de duas coisas: uma gestão austera e aumentar o número de associados envolvidos nisso. Por exemplo, nós agora temos o Fiel Torcedor, que reúne um monte de gente que não frequenta o Corinthians, mas que é de uma grande importância para o clube. Vai chegar uma hora em que vão perguntar por que esse pessoal não pode votar. Por que tem de votar só os quatro mil que estão lá frequentando a piscina, a sauna, e esses cento e tantos mil não podem votar? É uma coisa que tem de ser discutida.

JP Online: A Arena teve influência nesses problemas do Corinthians?

Citadini: Não. Aí que vem aquela simplificação: “o Corinthians perdeu as rendas e agora está sem dinheiro por isso”. O Corinthians sabia que a hora que tivesse a arena, a renda iria para pagar o estádio. Não tem esse papo de ter sido surpreendido. A arena tem uma vantagem que é fantástico assistir aos jogos lá, e eu diria que o Corinthians mudou muito com ela. A sua torcida mudou. As pessoas ficam meio bravas quando digo isso, mas a torcida, aquela coisa de ficar a quatro metros do jogador, dá um prazer de ver o futebol que não há em outros estádios. Você precisa ter uma arena como essa. Acho que o Corinthians, recuperando desta temporária situação financeira, explorando bem a arena, se tornará um clube difícil de ser batido. Acho que também será assim no caso do Palmeiras.

JP Online: Como o Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, ajuda os clubes hoje?

Citadini: Ele não ajuda em nada. A realidade é a seguinte: mudança no futebol brasileiro pode vir de vários lugares, mas tem dois lugares que não mudam nada: a CBF e as federações. Você não tem nenhuma mudança relevante ocorrida nos últimos 50 anos, exceto quando o Ricardo Teixeira fez o campeonato por pontos corridos e em 1958 quando o João Havelange resolveu terceirizar a organização da Seleção que foi para a Copa do Mundo com Paulo Machado de Carvalho. Fora isso, a CBF não tem nada.

JP Online: E por que é assim?

Citadini: Porque as mudanças só podem vir dos clubes ou do governo. Se não for por essas duas vias, não muda nada na essência. Por causa dessa estrutura maluca, em que as federações estaduais, que não são reconhecidas pela Fifa, elegem o presidente. O Corinthians vale menos que a federação do Acre nesse sentido. Em outros países são os clubes que votam. Isso só vai mudar quando o Governo mandar um projeto de lei em que diga que o presidente da entidade do futebol brasileiro será escolhido pelos clubes.

JP Online: E o caminho da criação de uma liga de clubes, que muitos sugerem para resolver essa situação?

Citadini: A liga é um caminho. O problema é que nós já tivemos uma experiência com a liga Rio-São Paulo, que fez o Rio-São Paulo de 2002, que foi um excelente campeonato, e depois acabaram com ela. Nós não temos muita tradição nisso, mas o governo pode ajudar.

JP Online: Então os clubes não tem união suficiente para fazer isso sozinhos?

Citadini: Os clubes não têm união nenhuma. Eu sempre digo que o Corinthians poderia ajudar com seu exemplo, quando acabou com a reeleição. Foi uma grande vantagem para o Corinthians. Por que não se estabelece que todos os clubes, federações e confederações não tenham reeleição? Porque aí você oxigena essas entidades, significa mudar, mexer nisso que está aí.

Você vê a reação contra a lei de parcelamento da dívida porque o governo está fazendo uma ou outra exigência mínima. Se fosse eu o governo faria um monte. Eu sou a favor de proibir a reeleição. Dizem que a Fifa vai protestar, mas a Fifa não protesta coisa nenhuma. Ela não admite que o Governo interfira no futebol, tipo colocando mais um goleiro no jogo, mas se o Governo brasileiro disser que não haverá mais reeleição nos clubes, ela não falará nada. Há coisas que precisam se modernizar, e a lei deveria ser mais rigorosa.

JP Online: O jornalista Juca Kfouri deu uma sugestão que muitos não gostaram: que os presidentes dos clubes sejam responsabilizados com apreensão de bens pessoais e até prisão caso sejam descobertas irregularidades em suas administrações. Você é a favor ou contra?

Citadini: Eu sou a favor. Eu sou favorável a que a direção do clube não seja remunerada e seja perfeitamente esclarecido isso e o cara viva de sua profissão. Agora, sou favorável à punição e também a uma série de medidas, como os dirigentes publicarem seu imposto de renda.

JP Online: Qual foi o maior vexame do futebol brasileiro recentemente: a goleada da Seleção sofrida para a Alemanha, a eliminação do Corinthians na Libertadores para Tolima e Guaraní-PAR ou a goleada que o Santos sofreu para o Barcelona?

Citadini: São coisas diferentes. A nossa derrota para o Guaraní foi muito ruim porque o time deles é muito ruim. Está certo que ninguém é grande coisa nesta Libertadores, mas qual é o jogador deles que poderíamos contratar para o Corinthians? Não veja. Agora, a questão do 7 a 1 para a Alemanha tem outro sentido. Ele foi terrível porque mostrou o buraco em que o futebol brasileiro está.

JP Online: Então você relaciona o 7 a 1 a todos os problemas do futebol brasileiro que discutimos até aqui?

Citadini: Sim, sim. Você não consegue pegar dos dirigentes da CBF e das federações nenhuma declaração de que nós estamos nessa situação vexatória. Se falar com eles, vão dizer que já fomos tantas vezes campeões…

JP OnlineEles não escutaram o recado?

Citadini: Não.

Jun 11, 2015
admin

O Estacionamento do Parque São Jorge

Um resumo da história da concessão e perda da área que o Corinthians explorava como estacionamento

Por Haroldo Dantas

Muitos defensores da situação, diante da perda da posse e retomada do estacionamento, se apressaram em criar a versão oficial isentando da culpa os dirigentes instalados no poder, mas não há versão que suplante a verdade. E verdade seja dita.

Se é certo que não se pode lançar culpa exclusiva aos dirigentes corinthianos pela perda da posse do estacionamento, tampouco se pode absolvê-los.

Para entender melhor vamos aos fatos.

A área do estacionamento foi concedida ao Corinthians através da Lei nº 12.000/96, a qual determinou a desincorporação da área em questão da classe dos bens de uso comum do povo e autorizou o Prefeito Municipal (Paulo Maluf) a outorgar ao Corinthians, a título gratuito, pelo prazo de noventa e nove anos, independentemente de concorrência, o direito real de uso do bem para o estacionamento de veículos de seus associados. Até aqui tudo bem.

Ocorre que para que a concessão se aperfeiçoasse era necessário a efetivação do ato autorizado pela Lei, ou seja, a outorga deveria ocorrer por ato do Poder Executivo no qual constariam as condições estabelecidas, dentre outras, as previstas no próprio art. 4º, letras “a” a “f”, da lei referida.

Em ouras palavras, a Lei nº. 12.000/96 autorizou o executivo a outorgar a concessão. Todavia o poder executivo até hoje não outorgou a concessão.

Todavia, ainda que sem a efetivação do referido ato (expedição do termo de concessão do direito real de uso) o Corinthians tomou posse da área, e o executivo municipal, violando preceitos de natureza administrativa, nada fez para regularizar a situação.

Aos 03/03/2010, a procuradoria da Municipalidade promoveu ação de reintegração de posse com pedido de liminar, cumulado com indenização por perdas e danos tendo como fundamento a suposta impossibilidade jurídica da concessão na forma como foi outorgada.

Em pronunciamento final o juízo processante julgou a ação procedente, não pelos fundamentos da petição inicial, que se circunscreveram a sustentar a impossibilidade jurídica da concessão, mas porque a concessão não chegou a se efetivar porquanto, não obstante autorizado pela Lei nº. 12.000/96, o Executivo Municipal não expediu o termo de concessão do direito real de uso da área do estacionamento ao Corinthians. Vejam:

“Destarte, como a concessão nunca foi formalizada, inegavelmente não poderia o Sport Club Corinthians Paulista ocupar a área em questão, para uso exclusivo de seus associados, de maneira que, após a notificação, ficou bem caracterizado o esbulho, a justificar a reintegração de posse pleiteada.”

O julgamento de procedência da ação veio acompanhado da condenação do Corinthians a indenizar a municipalidade pelo uso da área no período porquanto confessado pelo Corinthians que, no período, utilizou a área em desconformidade com o que previa a Lei nº. 12.000/96 (utilização da área sem benefício econômico).

Em síntese, percebe-se do processo estudado, que houve uma série de impropriedades desde a promulgação da Lei nº. 12.000/96, que autorizou o Executivo Municipal a expedir o ato administrativo que garanta ao Corinthians a ocupação do local e o exercício da posse, das quais enumeramos: (i) a apressada e irregular entrada na posse sem que o termo de concessão tivesse sido expedido; (ii) uso indevido da posse uma vez que ao descrito no item (i), somou-se a exploração comercial irregular do bem, em desconformidade com o texto da Lei nº. 12.000/96, que gravou a impossibilidade de destinação comercial do imóvel; e (iii) inabilidade dos nossos dirigentes na esfera política, haja vista que, não obstante terem uma Lei Municipal autorizando a concessão, não lograram obter do executivo municipal a expedição do termo de concessão, tudo vindo a resultar em indubitável prejuízo ao associado Corinthiano.

Destaque-se por fim que os dirigentes instalados no poder sabiam do caráter definitivo da decisão que determinou a reintegração de posse desde 15/09/2014 e sonegaram esta informação do associado na clara intenção de não sofrer os impactos da decisão nas eleições de fevereiro de 2015.

Jun 9, 2015

A Reforma no Estatuto corinthiano.

A presidência do Conselho Deliberativo do Corinthians divulgou, nesta última semana, a Comissão que foi formada para preparar a reforma do Estatuto do Corinthians.

Uma reforma é uma medida mais do que necessária, pois muitas falhas apareceram nos últimos tempos, mostrando grandes imperfeições na “Constituição” corinthiana. O chapão que elege o Conselho é um desses pontos principais. Quem obtém a maioria fica com todas as cadeiras.

Nas últimas eleições, o grupo que conseguiu 57 % dos votos teve todas as vagas. O que obteve 43% ficou sem qualquer representação no Conselho.

O Estatuto do Clube é como a Constituição da República e suas mudanças devem obedecer os mais amplo consenso possível entre os associados.

Infelizmente não foi este o caminho seguido. A presidência do Conselho preferiu indicar uma Comissão por critérios que não levam em consideração esta pluralidade do clube. E este critério (seja lá qual for) sequer foi divulgado.

Mesmo não tendo sido ouvidos para a formação da Comissão de Reforma estatutária, os grupos de oposição à atual direção não ficarão só assistindo a reforma a ser feita.

Organizarão uma Comissão de Estudos que apresentará aos sócios (e também ao Conselho) suas propostas de alteração estatutária. E devem fazer contemplando a necessidade tornar-se mais democrático e transparente. Isso significa que não será apenas uma reforma que altere as eleições do Conselho, mas uma mudança que traga a modernidade necessária para um grande clube popular como o Corinthians.

Esperamos, também, colocar nosso projeto de reforma em discussão entre os sócios de forma a buscar o mais amplo apoio na revisão.

E isso deverá, inclusive, dispor a nossa nova situação: agora o Corinthians possui um grande e moderno estádio e precisa explorá-lo e pagá-lo.

Mesmo sendo um trabalho paralelo, a Comissão tem legitimidade para propor mudança, já que na última eleição teve 43% dos votos. E isso é algo muito significativo.

Perdendo o Terreno.

Nesta última semana, o Corinthians teve que devolver à Prefeitura de São Paulo um terreno em que recebeu em compensação por ter perdido parte de suas áreas quando da construção da Marginal. A Diretoria adiou o quanto pôde a notícia da perda e quando a realidade se impôs, ficou muda. Nada esclareceu sobre o que ocorreu e procurou mostrar que era perseguição da Prefeitura ou do Ministério Público. Coube aos que propuseram a ação explicar que o clube estava dando uso inadequado para área cedida e sabia dos seus equívocos. E todos ficaram quietos. Quietíssimos.

Novos Oposicionistas

Com as dificuldades do clube sendo escancaradas com a crise financeira e de resultados no futebol, o Corinthians vive um clima de revolta e indignações.

Curioso, no entanto, são alguns dos revoltados. Na mídia, a maior parte dos jornalistas que criticam o tempo todo o Timão, foram um poço de elogios às diretorias dos últimos anos. Sem qualquer constrangimento passaram a atacar como nunca.

Curioso, também, o fato de cobrarem da oposição que “impeçam que a diretoria” faça isso ou aquilo. É como se a oposição passasse a ser responsável por o clube ter feito contratações estratosféricas, renovado contratos com salários altíssimos e pagando comissões maiores ainda.

É claro que isto é -da mídia e parte dos associados- jogada para desviar da Diretoria sua única e clara responsabilidade. Querer fazer um ataque genérico e cobrar da oposição, sabendo que o Conselho do Clube é todo oficialista. Isso é puro jogo para proteger a diretoria.

As organizadas também são exemplos negativos. Perderam toda sua independência. Apoiaram tudo da direção e agora atacam os…jogadores. Isso não pega.

Como não pega a tática de querer incluir a oposição- que tudo denunciou e de nada participou- na gestão financeira irresponsável dos últimos anos.

Quem quer ser oposição que seja. Mas saiba bem que a responsabilidade do caos é da Diretoria. E a oposição não tem que pedir desculpas por ter sido contra.

Jun 7, 2015

3 pontos de grande importância.

CORINTHIANS VENCE EM JOINVILLE E AVANÇA NA

TABELA DO BRASILEIRÃO

Jadson comemora o gol com Renato AugustoJadson comemora o gol com Renato Augusto | Foto: Ricardo Taves / Agência Corinthians

Na noite deste sábado, o Corinthians foi à Joinville, onde encarou o lanterna da competição para reverter o início ruim no Campeonato Brasileiro. Sob o comando de Tite, a equipe corinthiana tinha a obrigação da vitória para responder em campo a fase ruim vivida no Parque São Jorge.

Já o Joinville veio a campo com a estreia do novo treinador – conhecido da torcida do Corinthians, com passagens como jogador e técnico, Adilson Batista. Lidando com a nova realidade do time, o Timão entrou em campo repetindo a escalação de quarta-feira, contando com a dupla Romero e Mendoza.

O treinador enfatizou que, apesar dos dois gols sofridos nos minutos iniciais da partida contra o Grêmio, aprovou o desempenho do time na partida anterior. Por esse motivo, manteve a equipe com Cássio, Fábio Santos, Gil, Dracena, Fagner, Cristian, Bruno Henrique, Renato Augusto, Jadson, Mendoza e Romero.

A torcida, que já havia comparecido em peso no treino de reconhecimento na Arena Joinville, também fez sua parte e marcou presença na casa do adversário. Na sexta rodada do Brasileiro, o Timão entrou em campo precisando alcançar ainda sua terceira vitória na competição.

Primeiro tempo

Embora a primeira etapa da partida tenha começado com vantagem para o Corinthians na posse de bola, a equipe demorou para achar efetividade. Os minutos iniciais foram de jogadas disputadas no meio campo, onde houve apenas uma tentativa corinthiana, com Renato Augusto batendo forte de fora da área.

Somente a partir dos 15 minutos o Timão conseguiu exercer alguma pressão sobre o Joinville, quando perdeu uma bola caprichosa na trave, após batida do zagueiro Gil. O jogo ameaçou engrenar, mas o Corinthians demonstrou dificuldade na ligação do meio campo.

Insistindo em ligação direta entre Fágner e Mendoza, a equipe começou a perder o ímpeto. O JEC sentiu o momento e deu trabalho pro Corinthians, apostando especialmente nas jogadas de contra-ataque. Aos 20 minutos, Renato do Joinville, exigiu uma defesa difícil de Cássio.

O mesmo Renato, em dividida fortíssima com Bruno Henrique, tirou o volante corinthiano aos 26 minutos da partida. O jogador foi atendido em campo e ainda tentou continuar, mas acabou pedindo a substituição, quando saiu para a entrada de Petros.

Aos 31 minutos, finalmente, o Timão alterou o placar com jogada individual de Jadson, que bateu de fora da área com muita categoria para marcar um golaço. O gol mudou a postura do Corinthians que ficou mais ofensivo e quase marcou novamente com Romero, apenas quatro minutos depois.

Em jogada de contra ataque, Romero recebeu belo lançamento de Renato Augusto, ficando cara a cara com o goleiro Oliveira. O paraguaio, porém, perdeu por pouco a chance de um belo gol e lamentou muito a oportunidade perdida. Antes da etapa acabar, Renato – que acabou tirando Bruno Henrique – também sofreu em dividida e deixou o campo chorando.

Segundo tempo

Com o bom desempenho da primeira etapa, o Corinthians parecia vir para o a metade final da partida com as armas para decidir o jogo. Porém, como as palavras do próprio Jadson, autor do único gol corinthiano da partida ainda faltavam 45 minutos.

Nos minutos iniciais da etapa, o Timão criou muito e chegou gol de Oliveira com grande perigo por duas ocasiões – aos 8 minutos com Renato Augusto e aos 18 com Mendoza. A equipe, porém, começou a cair de rendimento e o treinador optou por mudanças.

Tite fez suas duas últimas modificações na equipe – faltando 20 minutos para o apito final, o técnico chamou Love no lugar de Romero e Ralf no lugar de Renato Augusto. Daí para a frente, o poder ofensivo diminuiu e o Timão perdeu espaço no jogo.

Nos minutos finais, o Corinthians caiu a perfomance e pouco a pouco foi deixando o Joinville gostar do jogo. A equipe catarinense – atrás no placar – tinha pouco a perder e se lançou com tudo no ataque, colocando a vantagem do Timão em risco. Para aumentar a tensão, Petros, lesionado, precisou continuar em campo sem poder ser substituído. Recuada, a equipe corinthiana precisou se defender nos minutos finais sob forte pressão e conseguiu o segurar o empate.

Com o resultado, o Timão conquistou a terceira vitória e escalou cinco posições na tabela do Brasileirão. Agora, Tite terá uma semana para treinar a equipe para a próxima partida, no próximo sábado, quando enfrentará o Internacional na Arena Corinthians.

 

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Jun 4, 2015

Sem compensação.

Corinthians perde estacionamento do Parque São

Jorge para Prefeitura

Clube utilizava área próxima à Marginal Tietê desde 1996, mas é obrigado

a devolver terreno após decisão judicial. A partir desta quarta-feira, não

há mais grades no local

Por GloboEsporte.comSão Paulo

A Prefeitura de São Paulo recuperou nesta quarta-feira a posse de um terreno que servia há quase 20 anos como estacionamento do clube social do Corinthians, no Parque São Jorge. Com isso, grades e muros que delimitavam a área começaram a ser retirados desde a madrugada. A informação é do portal Lancenet!.

Depois de uma decisão judicial tomada em agosto de 2013, o Timão se viu obrigado a devolver a área cedida pela Prefeitura, mas conseguiu postergar a ação por quase dois anos. O clube perdeu em todas as instâncias e foi avisado no fim de maio de que a Prefeitura faria valer sua vitória nos tribunais.

Por isso, funcionários começaram as obras nesta quarta-feira. O estacionamento não terá mais separação com a Marginal Tietê, via que passa pelo Parque São Jorge, e o Corinthians não poderá mais cobrar de quem parar o veículo no local.

O terreno foi cedido gratuitamente em 1996. A briga começou na gestão do prefeito Gilberto Kassab, em meados de 2008. O Corinthians ainda não conseguiu acordo com o sucessor dele, Fernando Haddad.

Parque São Jorge protesto Corinthians (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
Parque São Jorge terá estacionamento “colado” à Marginal Tietê, sem grades (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
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Jun 4, 2015

Duelo de Mosqueteiros.

CORINTHIANS SOFRE NO INÍCIO E NÃO SE

RECUPERA EM PARTIDA CONTRA O GRÊMIO

Em um ritmo alucinante, o Timão não conseguiu reverter os gols sofridos no início da partida e saiu derrotado por 3 a 1Em um ritmo alucinante, o Timão não conseguiu reverter os gols sofridos no início da partida e saiu derrotado por 3 a 1 | Foto: Ricardo Taves / Agência Corinthians

O Corinthians viajou a Porto Alegre para enfrentar o Grêmio pela quinta rodada do Brasileirão. Para o duelo, o técnico Tite promoveu duas mudanças na equipe em relação ao clássico contra o Palmeiras, disputado no último fim de semana. Ralf e Petros deram lugar a Cristian e Mendoza, que formaram o meio de campo junto a Jadson, Renato Augusto.

No esquema 4-2-3-1, o Timão foi a campo com: Cássio; Fagner, Edu Dracena, Gil e Fábio Santos; Cristian, Bruno Henrique, Jadson, Renato Augusto e Mendoza; Romero. Era a segunda chance do paraguaio como atacante titular.

Ritmo alucinante

A partida começou quente. Em um ritmo alucinante, a equipe gaúcha se lançou ao ataque pelo lado direito da defesa alvinegra. Logo aos dois minutos de jogo, Pedro Rocha recebeu livre na área e cruzou da esquerda para Giuliano, que tirou bem do goleiro Cássio e abriu o placar. Com uma recomposição lenta da defesa, o Corinthians continuou a dar espaços para o time da casa.

Dois minutos depois, Marcelo Oliveira, revelado nas categorias de base do Parque São Jorge, soltou uma bomba com a perna direita à meta de Cássio, ampliando o resultado na Arena do Grêmio. Na base do “chutão”, a equipe corinthiana se segurou na defesa até acertar a marcação. Precisando da vitória, o Corinthians começou a entrar no jogo com a movimentação de seus dois laterais.

Após linda jogada pela direita, Fagner cruzou para a pequena área. Bruno Henrique chutou rasteiro e, no susto, Romero acertou o travessão de Tiago. Aos 22 min de partida, era a melhor chance do time alvinegro até então. Insistente, o lateral-direito voltou à linha de fundo, driblou o defensor gremista e cruzou novamente. Com um leve desvio na zaga rival, Mendoza matou no peito e marcou um belo gol, diminuindo para o Timão.

Com o tento marcado, o Corinthians passou a trocar passes no meio de campo e controlar o confronto. Responsáveis pelo setor ofensivo, Romero e Mendoza se movimentavam bem na frente. Aos 25 min, o Timão havia finalizado sete vezes à meta do goleiro Tiago, contra três do Grêmio ao gol de Cássio.

Aos 30 min, no entanto, a zaga corinthiana voltou a falhar. Após uma cobrança de escanteio, a bola sobrou para Giuliano. Enquanto a linha defensiva do Timão avançava para deixar os atacantes rivais em situação irregular, Bruno Henrique dava condição, contribuindo para o terceiro gol do Grêmio. Sem mais chances para nenhum dos lados, a primeira etapa terminou com a derrota momentânea do Corinthians por 3 a 1.

Poucas chances e perigo no contra-ataque

No segundo tempo, a equipe corinthiana resolveu colocar a bola no chão e trocar passes no campo do Grêmio. Principais articuladores, Jadson e Renato Augusto buscavam sair da marcação para se apresentar ao jogo. O time mandante, por sua vez, abusava dos contra-ataques pelos dois lados do campo. Ángel Romero, substituto de Guerrero, tentava segurar a bola no ataque, mas era facilmente desarmado.

Em boa jogada individual, Renato Augusto passou por dois marcadores e rolou na área para Jadson. O camisa 10 arriscou com a perna esquerda, e a bola passou raspando a trave. Aos 15 min, Renato Augusto achou espaço no meio-campo e rolou para o colombiano Mendoza na esquerda. O atacante cruzou para Bruno Henrique, que quase marcou o segundo do Timão.

Foi aí, então, que o técnico Tite resolveu mexer no time. Com a forma física recuperada, Vagner Love entrou no lugar de Romero. Atrás do placar, o Corinthians avançou sua linha defensiva para pressionar o Grêmio, que abusava dos contra-ataques. Aos 25 min, o Timão saiu em velocidade com Jadson. No ataque, o meia achou Vagner Love na esquerda, que dominou demorou para concluir e acabou recuando para a defesa adversária.

Momento depois, Tite sacou Bruno Henrique e Renato Augusto para a entrada de Petros e Danilo. As mudanças, no entanto, não tiveram efeito no futebol apresentado pelo Corinthians. Mesmo com a posde bola maior da equipe alvinegra – Corinthians 58% x 42% Grêmio, o Timão pecava no último passe e não conseguia chegar ao segundo gol. Com o fim do jogo, a equipe rival venceu a partida pelo placar de 3 a 1.

O próximo compromisso do Corinthians acontece neste sábado, contra o Joinville, às 22h, fora de casa. Por questão de logística, a delegação corinthiana não voltará a São Paulo e permanece no Sul para o duelo, válido pela sexta rodada do Brasileirão.

 

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Jun 2, 2015

Cobrar a mordida

A ação do Governo dos Estados Unidos, com destaque ao FBI, deixou à vista do mundo muita coisa podre do futebol. Para nós brasileiros, a operação mostrou especialmente o quanto os clubes são “tungados” por dirigentes de Federações.

A exemplar ação do FBI mostrou, de forma clara, que algumas competições importantes para os nossos clubes têm a “mão pesada” dos cartolas brasileiros e sul-americanos.

De forma direta, e sem o tal “segundo consta” ou ” foi dito”, o FBI nos revela que a Copa do Brasil era uma grande fonte de grana para os dirigentes. Diz valores, depósitos e os donos das contas sem qualquer margem para as dúvidas. Assim, os americanos apontam -em detalhes- em quais momentos os clubes foram tungados por dirigentes, tanto na Copa do Brasil como na Libertadores. São revelados até pagamento de iates, que estão singrando por nossos mares, com mulheres belas (e também alguns homens).  E quem foram… os clubes!

Frente a tudo isso, as agremiações brasileiras não podem ficar em silêncio. Não podem mais sofrer com essa “mordida” em parte de suas receitas.

Na Copa do Brasil, por exemplo, a situação está clara e os nossos clubes devem entrar com ação contra a CBF exigindo o dinheiro que foi desviado.

Esta Copa sempre retornou pouco aos times, e com a ação do FBI, sabe-se porquê. No começo do século, quando o Corinthians firmou parceria com a HMTF, os americanos não gostaram dos valores que eram pagos nesta Copa. Defendiam-se os dirigentes dizendo que o maior prêmio era a vaga na Libertadores e que a Copa ainda estava no início e sem grande interesse dos anunciantes.

Depois do FBI sabemos que a história é outra. Os dirigentes “tomavam” parte da grana para suas contas.

Na Copa Libertadores -conforme diz os federais americanos- a história se repete. Os clubes são lesados lá também.

O Corinthians deve propor uma ação, o quanto antes, tanto para ser indenizado pela Copa do Brasil e pela Copa Libertadores. As provas são fartas e cobertadas por confissões. Seria importante que o Timão tomasse a frente pois, certamente, foi o mais prejudicado, já que arrastou para as competições grandes audiências.

Lembremos, apenas pelo fato histórico, que a maior audiência da história do SBT foi na partida final da Copa do Brasil entre Corinthians e Grêmio.

Esses dirigentes da CBF, Conmebol e de outras entidades precisam devolver tudo que foi “tomado” dos clubes.

Segunda linha

Os dirigentes brasileiros na Conmebol são todos de segunda linha. Ficam com cargos menores e sem grande poder. O FBI provou  que com a distribuição de grana isso também se confirma. Eles receberam as parcelas menores.

Nesta entidade sul-americana quem manda (e recebe mais) são os argentinos e paraguaios.

“Mordidas ” e “Mordidas”

A Federação Paulista de Futebol “morde” 5% da renda bruta de todos os jogos dos clubes. O Corinthians é um pai e mãe desta “organização” burocrática.

A que título?  Só por colaboração à entidade. A Federação Paulista de Futebol não deu um tijolo para construir nossa Arena e recebe 5% da renda bruta de todos os jogos.

E ainda existe gente que acha que o futebol não deve mudar.

As Federações Estaduais não são reconhecidas pela Fifa e deveriam ser extintas. Ou melhor, virar um Escritório da CBF, e com despesas pagas pela entidade do Rio.

Sem Grana, sem discurso

Já há algum tempo, mesmo antes da campanha eleitoral que viveu o Corinthians, a perspectiva de dificuldade financeira aparecia por todo lado.

O atual grupo dirigente achou melhor negar e continuar gastando o que tinha e não tinha. Essa postura dos diretores só agravou o problema.

Continuaram gastando em contratações por todo lado, salários gigantes e comissões para agradar empresários numa escalada que só poderia chegar onde chegou. As finanças do clube estão em péssima condições.

É só olharmos as últimas contratações: Wagner Love (em cima da eleição) e também Elias e Cristian por valores altíssimos. Foi possível ver a falta completa do sentido de responsabilidade.

Esperemos que os dirigentes não fujam de suas atribuições e assumam os erros que cometeram e que tanto prejudicarão o Corinthians nas próximas competições.

 

May 31, 2015

Derrota na Arena

 

 

CORINTHIANS NÃO JOGA BEM E PERDE PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASILEIRÃO

Com mudanças, Corinthians perde pela primeira vez no campeonatoCom mudanças, Corinthians perde pela primeira vez no campeonato | Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Na tarde deste domingo, o Corinthians recebeu o Palmeiras na casa alvinegra para disputar a partida válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Com Cássio, Fagner, Edu Dracena, Gil e Fábio Santos; Ralf e Bruno Henrique; Petros, Jadson e Renato Augusto; Romero em campo, Tite não mudou a equipe vista durante os treinos dessa semana.

Enquanto o Corinthians estava a uma vitória de reassumir a liderança isolada na competição, o Palmeiras se aproximava da zona e rebaixamento. No primeiro tempo, faltou objetividade do elenco corinthiano, e o arremesso de objetos nos gols ocupados tanto por Fernando Prass quanto por Cássio pode prejudicar o Corinthians futuramente.

Na segunda etapa, Tite fez as três substituições e, mesmo assim, o Palmeiras não encontrava grandes dificuldades para tocar a bola em campo. Com muitos cartões amarelos, a partida terminou com o placar desfavorável ao Corinthians.

Primeiro tempo

A primeira chance de gol da partida foi do lado do rival, aos três minutos, mas a bola passou perto do travessão do gol de Cássio. Logo em seguida, Renato Augusto invadiu a área e foi travado por Fernando Prass. No rebote, Romero também foi impedido, dessa vez pela zaga.

A escolha do técnico Tite para o ataque, Ángel Romero, se movimentava bem dentro de campo, dando opções aos meias Jadson, Renato Augusto e Petros. O paraguaio, inclusive, sofreu falta dura de Vitor Hugo. Entretanto, o primeiro cartão amarelo da partida só saiu alguns munitos depois, aos 17, para Arouca.

Com forte marcação, o Palmeiras dificultava a saída de bola do Corinthians. Dessa forma, aos 24 minutos, aproveitando falha da zaga alvinegra, quem abriu o placar do jogo foi Rafael Marques, para o Palmeiras. Após o gol, o nervosismo parecia atrapalhar até a troca de passes do Timão.

Aos 38, foi a vez de Ralf receber o segundo cartão amarelo da partida, e o primeiro do elenco alvinegro. Egídio foi o segundo palmeirense a receber amarelo, resultando em uma falta cobrada por Jadson, sem sucesso. Logo após, Zé Roberto aproveitou a falha de Edu Dracena e marcou o segundo do Palmeiras.

Segundo tempo

O Corinthians voltou para o segundo tempo com mudanças: saiu Ralf e entrou Mendoza. Logo no início, cartão amarelo para Renato Augusto. Jadson tentou de longe, mas não acertou o gol de Prass.

Mendoza, aos 12 minutos, foi responsável pela primeira chance do Corinthians na segunda etapa do clássico, recebendo de Renato Augusto e chutando forte, mas para fora. Logo em seguida, tentou mais uma vez, mas a bola passou por cima do gol adversário.

A segunda substituição na equipe do Corinthians foi entre Petros e Danilo. Poucos minutos após a mudança, além de mais um cartão amarelo para o Palmeiras, em Lucas, Gil levou amarelo. A terceira e última troca foi entre Fagner e Edílson, aos 25 minutos. Assim que entrou, o lateral fez falta em Valdívia e recebeu amarelo.

Na área, mais um cartão amarelo na partida, dessa vez para Danilo que, pela interpretação do árbitro, se jogou. Aos 33, Cássio defende bola de Egídio com os pés. Em seguida, Valdívia dá carrinho em Jadson e recebe amarelo. Com apenas um minuto de acréscimo, o placar não sofreu mudanças.

Com o resultado, o Corinthians caiu para a oitava posição, com sete pontos em quatro jogos. O próximo compromisso do Corinthians será nesta quarta-feira, contra o Grêmio, às 22h, na Arena do Grêmio, pela quinta rodada do Brasileirão.

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May 26, 2015

Nem aí.

Junto com as dores da desclassificação da Libertadores aparecem todo tipo de crítica e proposta para o Corinthians superar suas dificuldades.

Não há caminho fácil e sem dor. O clube sabia por onde iam as coisas mas acreditava que -numa medida mágica- tudo seria solucionado. Os gastos exagerados efetuados pelo Departamento de Futebol, nos últimos anos, com enxurrada de contratações, pagamentos de comissões e salários por todo lado debilitaram muito as finanças.

Esperando saídas milagrosas, o clube não se preparou para “perder” as rendas da bilheterias que viriam com o novo estádio. Além disso, foi disparado um número de obras sem fim no clube social, que ajudaram a aumentar as despesas.

A contratação de Wagner Love, às vésperas da eleição, e os gastos exagerados no Clube Social deram votos. Mas deram, também, os problemas atuais que terão que ser enfrentados de frente.

Mas, sejamos francos, mesmo com todas as encrencas do Futebol, um número de sócios (diria, pelo menos a metade) não está nem aí para os problemas que tanto angustiam os torcedores. A preocupação desses associados é com as verbas em seus Departamentos. Se preocupam em manter seus espaços. A maioria do pessoal da Bocha, Canindé, Tamboréu, Sauna, Tênis e outros tantos só vive o futebol quando seus diretores e assessores veem chegar a hora de ingressos para os jogos. No mais, para a maioria, lamentavelmente, o problema do Futebol é com a torcida e com um número menor de associados.

Nesta última eleição vi bem este quadro. A campanha dos meus adversários -ao final majoritária e vencedora- dizia que eu só pensava no futebol e queria “acabar” com o clube social. Esta lorota (reiteradamente repetida) é que dá tranquilidade para a Diretoria. O futebol é prioridade dos portões do Parque São Jorge para fora.

A preocupação só chega quando os problemas extrapolam os muros do Parque São Jorge e começa a faltar dinheiro para todo mundo. No mais, a coisa vai andando com a única política de não “mexer” nos Departamentos. Por isso, a maioria dos associados não dá bola quando o clube faz as piores coisas nas categorias de Base, como as “parcerias” com empresários.

Como já disse aqui há meses, há duas maneiras para um clube acertar suas finanças e ter um time competitivo no futebol.

A primeira é por decisão planejada, política e racional de que precisa gastar menos (no futebol e no clube social) e, como consequência, equilibrar o orçamento.

O segundo caminho é aquele que aparece quando acaba o dinheiro. Secam as torneiras e não se tem para onde ir. Esse não é o caminho ideal, mas é o que sobra para resolver os problemas. E é o que estamos vivendo.

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