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Nov 7, 2012

E a Força Nacional de Segurança ? Cadê?

Estado de SP e governo federal vão criar agência para combater violência

Alckmin e ministro da Justiça anunciaram seis medidas para conter crime organizado em SP
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao lado ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do secretário estadual de segurança, à direita, Antônio Ferreira Viana<br />
Foto: Michel Filho / O Globo

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao lado ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do secretário estadual de segurança, à direita, Antônio Ferreira Viana MICHEL FILHO / O GLOBO

SÃO PAULO – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciaram nesta terça-feira seis medidas conjuntas para tentar conter a onda de violência que atinge o estado. Desde o começo do ano, 90 policiais militares já foram mortos.

Alckmin e a cúpula da segurança pública do estado receberam nesta terça-feira à tarde, no Palácio dos Bandeirantes, Cardozo, representantes da Polícia Federal, da Secretaria Nacional de Segurança Pública e da Polícia Rodoviária Federal.

— Quero dizer da nossa disposição permanente em São Paulo de combate a organizações criminosas, inclusive cortando fluxo de dinheiro dessas organizações. Essa é uma tarefa que não é fácil, quanto mais se age, mais reação às vezes têm. Mas não é possível retroceder um milímetro — afirmou Alckmin.

— Somando esforços: a inteligência da área federal e o serviço de inteligência da área estadual nós teremos relatórios precisos que orientarão as ações das nossas policias — afirmou Cardozo.

Também ficou acertada a transferência de presos de São Paulo para os presídios federais de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e de Porto Velho, em Rondônia. Alckmin disse que os presos envolvidos em mortes de policiais serão os primeiros a serem transferidos. Não há data para a transferência, nem quantidade de detentos que serão incluídos no programa.

Foi definido a realizações de blitzes conjuntas das forças de seguranças federais e estaduais em estradas, portos e aeroportos. Outra aposta é a criação de uma central especial de perícias em São Paulo. Os dois governos definiram ainda a implantação conjunta de um programa de combate ao crack. Haverá uma reunião para detalhar esse ponto acontecerá na segunda-feira. Por fim, prometeram uma central conjunta de monitoramento de operações.

www.oglobo.com.br

Nov 6, 2012

Ao trabalho

 Alckmin e Cardozo anunciam criação de agência para combater crime organizado

Também esteve em pauta na reunião a disponibilização de vagas em presídios de segurança máxima do governo federal para abrigar lideranças do PCC
 
Priscila Trindade e Pedro da Rocha – O Estado de S. Paulo –

SÃO PAULO – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, definiram nesta terça-feira, 6, ações para combater a escalada da violência no Estado. A reunião foi realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

Reunião foi realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual - Paulo Liebert/Estadão

Paulo Liebert/Estadão
Reunião foi realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual

Entre as medidas está a criação de uma agência que irá integrar as polícias. O grupo vai elaborar relatórios para orientar as polícias Federal e Estadual no combate ao crime organizado. O objetivo, segundo Cardozo, é asfixiar o financeiro das organizações criminosas.

A parceria prevê ações de contenção por mar, terra e ar. As polícias vão fiscalizar os acessos ao Estado, incluindo no porto de Santos, no litoral de São Paulo, e nos aeroportos. Nas regiões identificadas como epidêmicas de crack serão instaladas base comunitárias móveis com videomonitoramento.

A primeira reunião da agência será realizada na próxima segunda-feira. Integrarão a agência as polícias Federal, Militar e Civil Rodoviária Federal (PRF) e Estadual, Secretaria de Segurança Pública (SSP), Depem, órgão que administra as cadeias, Receita Federal, Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Secretaria da Fazenda, polícia técnico científica, Ministério Público Estadual (MPE). “Essa parceria, inclusive jurídica, entre estado e governo federal será fundamental para esse trabalho. Não devemos temer reações. Devemos perseverar nesse trabalho”, afirmou Alckmin. No encontro desta terça, ficou acertado que as Forças Armadas não serão utilizadas.

Transferências. Alckmin falou durante coletiva nesta terça sobre a importância de acelerar a transferência de líderes do PCC para presídios de segurança máxima do governo federal. Cardozo afirmou que não serão divulgadas as datas e os nomes dos presos por questões de segurança.

Reunião. Os secretários Sidney Beraldo (Casa Civil), Antonio Ferreira Pinto (Segurança Pública) e Lourival Gomes (Administração Penitenciária), além de membros da cúpula da Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Civil e representantes do Ministério Público e da Administração Penitenciária também participam do encontro, que teve início por volta das 14 horas desta terça-feira.

Só neste ano, cerca de 90 policiais foram mortos em São Paulo. Na manhã de hoje, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, reuniu-se com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Brito, e o Corregedor Nacional de Justiça, Francisco Falcão, em Aracaju, para discutir maneiras de o Judiciário ajudar a combater a onda de violência no Estado.

www.estadao.com.br

Sep 18, 2012

Mais um gol do craque Romário !

 
(Goya, “Inquisição” (1812))

Blog do Citadini: O Deputado Romário está demonstrando que é possível brilhar no gramado e na atividade parlamentar.
Para alguns está surpreendendo, para outros, apenas confirmando que é uma pessoa séria  e que não se deixou envolver pela cartolagem e pela política de baixo extrato. Embora seja de um partido que apoia o governo, não tem perdido oportunidades de colocar problemas que o mundo do esporte vive por todo lado. Romário traz para a Câmara a mesma agilidade, criatividade e astúcia que tinha nos gramados. Continuando neste ritmo, será uma das belas surpresas para o Parlamento brasileiro. E o futebol ganhará muito com seu desempenho,  que segue em caminho oposto a parlamentares (que nunca tiveram nada com o esporte) e que, nos dias atuais, só fazem agradar aos cartolas e pinçar algum lugar na mídia esportiva.
O Blog do Juca publicou discurso de Romário,  onde o Deputado 
parabenizou  a iniciativa do Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, de vetar recursos públicos à Confederações esportivas que não tenham alternância de poder. Como lembra Juca, a medida  atingirá, diretamente, o famoso COB ( Comitê Olímpico Brasileiro).
Veja abaixo o texto na íntegra:

“Assisti ontem (13) à entrevista do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao jornalista Fernando Rodrigues e gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa de vetar recursos públicos e outros benefícios às confederações esportivas que não tenham alternância de poder em suas direções.

Ele e a presidenta Dilma têm o meu apoio total.

Só espero que eles não se esqueçam de incluir o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Há tempos eu venho dizendo que é preciso consertar uma coisa: o esporte sobrevive do dinheiro público, mas a gestão continua privada.

Talvez isso finalmente mude agora.

Os presidentes das Confederações de Atletismo e de Desporto Aquático, por exemplo, já estão há mais de 20 anos no poder.

Muita cara de pau!

E o presidente do COB, Carlos Nuzman, tá querendo se reeleger mais uma vez agora em outubro.

Se conseguir, também chegará a duas décadas à frente do COB.

E para quê?

Para vermos o fiasco que aconteceu em Londres?

Não seria melhor para o esporte se houvesse alternância no poder?

Soube que o Nuzman não recebe salário. Então por que tanto apego?

O que eu sei é que o COB precisa mudar de cara e deixar de ser amador.

Precisa começar a fazer uma gestão mais profissional e que dê resultados mais satisfatórios diante de tanto dinheiro aplicado nos últimos anos.

Desde que o Comitê Paraolímpico Brasileiro passou a alternar os presidentes, os resultados apareceram e hoje evoluímos para a sétima potência mundial nas Paraolimpíadas.

Por isso, concordo com o ministro Aldo para limitar o tempo de permanência e o número de mandatos desses caras dentro de alguns parâmetros. A renovação sempre é bem vinda nessas entidades e seria uma maneira de estimular a democracia.

E a idéia dele de baixar uma regulamentação no próprio Ministério do Esporte para condicionar essas entidades privadas ao preenchimento de alguns requisitos para terem acesso aos recursos públicos foi ótima.

Dessa forma, o governo não legislará sobre entidade privada nenhuma, mas definirá parâmetros para liberar os recursos que as mantêm. Se quiserem receber, precisam se enquadrar às regras impostas pelo governo. Certíssimo.

Pra finalizar, acho que entre essas normas elaboradas pelo governo deveria estar também a garantia do voto direto aos atletas. Nada mais justo do que o próprio competidor que rala e representa o país lá fora possa ajudar a escolher os melhores administradores de suas confederações e do COB. Fica a sugestão.

O ministro disse corretamente na entrevista que essas entidades não são “casas reais”.

Concordo. Até porque, se fossem, os dirigentes não seriam os reis, mas os bobos da corte.”

 

Aug 30, 2012

Sem surpresas

Kurt Schwitters (1887-1948), “Merzbild Rossfett“, 1919 (Reprodução)

 

O futebol é um esporte fantástico, porque não admite unanimidade.
O torcedor sempre se encarrega de contestar algo, criando um caminho diferente para descrever os fatos. Ontem, tivemos mais uma rodada do Campeonato Brasileiro.
Emoção, gritos e choros sobraram por todo lado.

O Corinthians, como qualquer guri sabe, vive um momento pouco comum no futebol.
Suas duas últimas conquistas ainda não saíram da cabeça do torcedor (e também dos jogadores). Não adianta dizer que isso é bom ou ruim, sendo melhor disputar o Brasileirão com uma fome insaciável de vitórias. Os fatos são mais fortes que este desejo. Por esta razão o time alterna boas e más atuações, vitórias e derrotas.
Até o empate entra na categoria de “deixa prá lá”.

Na noite passada, o Corinthians não fez a melhor exibição do mundo, mas poderia ter vencido.
Mesmo com o Flu mordido, querendo a vitória (que interessante, todos querem sempre jogar tudo contra o Timão!) o resultado poderia ser melhor.
Nada que mude o mundo.

Clássico é clássico

Vi  nos jornais que o Palestra perdeu para a Lusa e o Santos foi batido pelo Bahia.
Pelo que diz o noticiário nos jornais, houve protestos de torcedores palestrinos e santistas. No caso dos esmeraldinos, acho um exagero: clássico é clássico e tudo pode acontecer, como diz a mídia. Inclusive uma vitória por 3 gols da Lusa. No caso santista, não sei qual seria uma boa justificativa. Talvez dizer que jogar contra times baianos  é muito difícil. Pode ser.
Alguns acreditarão.

Mudança

Qualquer mudança na legislação desportiva do país precisa estabelecer o fim da  reeleição para os cargos de dirigentes.
Clubes, Federações e Confederações de qualquer esporte devem ter mandatos de até 3 anos e nada mais.
O pessoal dos tais “desportos olímpicos”, que vivem uma “eternidade” nos altos cargos, que procure o que fazer.

Aug 29, 2012

Turbinando

 (David Hockney) (Reprodução)

 

A Copa do Brasil do próximo ano ganhará uma nova cara.
Irá até o final do segundo semestre e terá a participação das maiores equipes do país. Viva!
Será uma competição no sistema mata-mata, que cobrirá quase todo o ano.

Nunca houve motivo para a reduzida participação das equipes nesta disputa.
Veja o que ocorreu neste ano: poucas vezes tivemos uma competição com tanta esquadras fracas. As mais fortes – em grande número –  estavam na Libertadores e excluídas da Copa do Brasil.

Trata-se de um avanço, que deveria ser seguido por uma reformulação da Copa Sul-América.
Seria interessante receber, também, os maiores Clubes de cada país (acho que deveriam tentar envolver o México e os Estados Unidos). Seria uma disputa (em mata-mata), que poderia desenvolver os mercados do Norte do continente para o futebol.
Este era o objetivo quando foi criado.

Plágio do plágio

O UOL diz que o Corinthians (não é bem o Corinthians) teria questionado o Remo por usar do símbolo da campanha da República Popular do Corinthians.
Estariam plagiando o “grande” feito de publicitários – alimentados pela Nike – em campanha de torcedores.

É plágio de um plágio, pois o símbolo utilizado pela tal República é  uma cópia vulgar do símbolo da dinastia dos Romanov, que governou (e barbarizou) a Rússia por 700 anos.

Como o dinheiro da Nike é dela, pode fazer o que quiser.
E sempre há alguém, de uma empresa de publicidade, para trazer uma “grande idéia” (com grande custo, é claro) para a empresa “tocar”. Não conheço nenhum corinthiano que esteja envolvido por esta campanha. Exceto – é claro – os que estão fazendo o merchand e gastando a grana da Nike. Agora, brigar com o Remo é de lascar!
Oh, gênios!

Dois pesos e duas narrações 

Engraçado esta rádio Jovem Pan.
Vive levando ao ar o gol que Rogério marcou contra o Corinthians (dizem que o número 100 de sua carreira). Não falam, no entanto, um piu sobre os gols que ele tomou do Corinthians. É proibido dizer  qual é o número? Quando ele marcou é 100, quando ele tomou, não sabem.
Tenho um conhecido que fez a relação de todos os gols e, se a Jovem Pan quiser, acho que ele empresta.

Japonês de Hiroshima

Diz a lenda que há uma síndrome em Hiroshima: uma pessoa foi ao banheiro e,  justamente, no momento em que caiu a fatídica bomba, estava apertando o botão da descarga.
Foi difícil fazer crer ao pobre homem que não tinha sido ele quem produziu aquele barulho todo. O Secretário Geral da Fifa vive esta síndrome. Está dizendo que foi aquela sua declaração de bêbado (a do “chute no traseiro”) que provocou o avanço das obras da Copa. Se ele souber com se faz um conjunto de reformas e construções tão complexo como este, verá que seu ato nada tem a ver com o avanço das obras.
É a síndrome de Hiroshima.

Aug 23, 2012

Olho vivo !


Franz Kline (1910-1962) (Reprodução)

Nos últimos 20 anos, a imprensa brasileira, em sua imensa maioria, apoiou, aplaudiu e elogiou o quanto foi possível o Presidente da CBF Ricardo Teixeira.
Apenas um número reduzido de jornalistas manteve uma posição distante e crítica da gestão de nossa entidade maior de futebol. Há alguns meses, pouco antes de sair da Confederação e do Brasil, o Presidente da CBF era louvado por todo lado. Apoiado por dirigentes de futebol – sem nenhuma discordância – políticos (de todos os partidos), sem falar do sempre presente suporte da mídia. Numa hecabombe, sem precedente, dirigentes, jornalistas e políticos foram surprendidos pela saída de Ricardo Teixeira.  Só uns poucos – dentre eles o Juca Kfouri – estavam de outro lado na história. Por esta razão é importante ficarmos de olhos abertos em sua coluna. Algumas vezes ele dá uma opiniões atravessadas com as quais não concordo. E todos sabem quais são. Mas – neste campo-  é preciso ficar atento.
Após a “renúncia” de Ricardo Teixeira qualquer faísca pode acabar em fogueira.

 

Mudança de rota

JUCA KFOURI

As relações do governo federal com a CBF e com o COB passam por delicado momento de correção

CBF E COB viveram no melhor dos mundos no governo Lula. Após um primeiro momento de colisão, com a aprovação do Estatuto do Torcedor e da chamada Lei da Moralização do Esporte, vistas pelas entidades como contra elas, Lula deixou-se seduzir pela cartolagem, saiu em sua defesa e lhe deu não só a Timemania como as leis de incentivo. Sem exigir nenhuma mudança no modelo de gestão, como seria obrigatório, o que só aprofundou os problemas.

A gestão Dilma ainda patinou no relacionamento graças ao comportamento servil do ex-ministro do Esporte Orlando Silva Jr., que acabou caindo em meio às mais variadas denúncias, embora consideradas inconsistentes pelo Conselho de Ética do próprio governo.

A chegada de Aldo Rebelo à pasta esfriou o relacionamento, mantida a formalidade institucional.

A saída pelos fundos do ex-presidente da CBF, a chegada do novo acumulando cargos no Comitê Organizador Local da Copa do Mundo, mais o incômodo do COI com o mesmo procedimento do presidente do COB, que também acumula a presidência da Rio-2016, somados ao mau desempenho em Londres, permitiram ao governo federal uma correção de rota que, se seguida com firmeza, poderá trazer resultados positivos no futuro imediato e mais ainda a longo prazo.

Nestas alturas, por delicados que sejam os movimentos, é indisfarçável o empenho governamental em tomar as rédeas dos megaeventos no país e em parar de dar dinheiro diretamente ao COB. Em todos os escalões são abundantes as críticas à má gestão do dinheiro público no caso do COB, além de se fazer coro às preocupações do COI.

Do mesmo modo que se está de acordo com o constrangimento da Fifa pela imagem do novo presidente da CBF, não só por seu passado subserviente e colaboracionista em relação à ditadura como, principalmente, pelo episódio da subtração da medalha, que “correu o mundo”, segundo a coluna ouviu de envergonhado alto funcionário da entidade que controla o futebol mundial.

Afinal, se o conservadorismo político ou, mais, o reacionarismo, são marcas tradicionais na cúpula do esporte -Juan Samaranch, o antecessor do atual presidente do COI, era franquista de carteirinha, e João Havelange, na Fifa, se dava melhor com ditadores sul-americanos e africanos-, havia uma preocupação com o decoro que os fazia evitar gestos públicos como o de José Maria Marin na premiação da Copa São Paulo de futebol júnior.

Carlos Nuzman já dá sinais de ter entendido que a situação se complicou e tem piscado mais que o normal. Seu descontrole na entrevista final em Londres, sem saber que estava sendo gravado, comprova: “Não dá mais para fazer reunião e fazer merda. Tô de saco cheio, eu tô cansado, tô cansado de fazer merda. Me encheu”.

blogdojuca@uol.com.br

Aug 14, 2012

Apoio (em excesso) prejudica

Di Cavalcanti, “Samba” (1925) (reprodução)

Tanto o técnico Mano Menezes quanto o Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Sr. Carlos Nuzman,  vêm recebendo declarações de apoio por todo lado.
Da mídia em geral, de dirigentes, de políticos, de atletas, de analistas etc. Todas muito interessantes, mas, ao mesmo tempo, muito preocupantes.

Com a derrota para o México, na final do futebol nas Olimpíadas de Londres, o técnico Mano Menezes passou a ser contestado por muita gente.
Mas, defendido por um número ainda maior de pessoas. O Presidente da CBF, José Maria Marin, e o Diretor da Seleção, Andrés Sanches, saíram logo com declarações de apoio ao treinador. A CBF divulgou que até o ex-presidente Lula teria telefonado e elogiado o desempenho brasileiro pela medalha de prata conquistada.

Mano Menezes é um experiente profissional do futebol e sabe que todos estes discursos vão  abaixo se a Seleção não começar a apresentar uma boa atuação nos próximos jogos.
Palavras (ainda que belas) não seguram ninguém no cargo, especialmente na Seleção. Ou vence – e bem – os próximos jogos, ou deve ficar preparado para o pior. E com este elenco de “estrelas” que tem nosso futebol qualquer técnico “suará frio” para dirigir a Seleção.

O Presidente do COB, Sr. Carlos Nuzman,  é outro que vem sendo defendido pelo desempenho em Londres da equipe olímpica do Brasil.
Tabelas, gráficos e elogios brotam como nunca. Da mídia, de políticos e do governo.

Tudo ajuda pouco. Deve o Sr. Nuzman lembrar-se que o governo gastou muito para resultados tão pequenos em Londres.
Isto é um problema. Mas o problema mesmo é que a Presidente Dilma Roussef , que já derrubou o presidente da entidade que dirige o futebol (CBF) , tomou uma simples medida: recusou-se  a receber em audiência o Sr. Ricardo Teixeira. Mesmo com apelos de muitos segmentos (desde cartolas até de políticos – e até  mesmo do ex-presidente Lula), a Presidente bateu o pé e disse: Não recebo! E o Presidente da CBF viu que não daria para comandar o futebol – em uma Copa do Mundo – com um veto deste tamanho.

O Presidente Marin nunca foi recebido pela Presidente da República, mas ele finge que “não é com ele”.
Isto é, não pede audiência. O Sr. Nuzman deve ficar atento. O apoio do governador Cabral e do prefeito do Rio, Paes, são importantes, mas, como no caso da CBF, se a Presidente bater o pé, a coisa toda muda. E aí não adianta apoio na mídia, na política,  etc.
Ninguém teve tanto apoio quanto Ricardo Teixeira  na hora em que deixou o Rio de Janeiro e foi para Miami.

Muito apoio pode atrapalhar.

 

Aug 13, 2012

Golaço! E de letra

 

 

O belo gol de Romarinho salvou o fim de semana desportivo de nossa gente.
Um toque de gênio na vitória do Corinthians em Curitiba por 2×1, contra o Coxa. Romarinho mostra, cada dia mais, que pode se tornar um ótimo jogador para o Timão e para a Seleção Brasileira. Não só pelos belos gols que faz  (um deles na primeira linha da história – aquele de Buenos Aires), mas pelo refinado toque de bola que tem. Vamos torcer para que sua carreira avance e ele – numa nova fase – consolide-se como o grande atacante que já dá claros sinais de ser. Tivesse ele o apoio da mídia, como os Lucas, Oscares ou Marcelos da vida, já estaria ocupando todo o espaço de rádios, TVs e jornais.
Melhor assim, seguir contra a maré, sem bajulação, pois a conduta da mídia nada resolve.
Conduta que só dá a ideia,  errada, de que jogador médio é que merece ser rotulado como craque.

Seleção e derrota

A Seleção Brasileira perdeu no sábado, 11/8, para a do México, em jogo que não deixa espaço para choros e caras de brabo.
Perdeu, merecidamente. Trata-se de uma Seleção em que 80% dos jogadores que lá estão poderiam ficar de fora que ninguém sentiria falta. Creio que boa parte deles permaneça por lá, ainda que sem grandes resultados, e com a mídia insistindo que são craques. E este é o time “principal” do Brasil.
Com esta geração jogando esta bola, toda a Copa de 2014 pode se tornar um evento trágico para o “País do Futebol”.

Evento londrino

A abertura e o encerramento das Olimpíadas de Londres foi no mesmo ritmo: lento, arrastado, quase sonolento. Não deixará saudades e não intimida o Rio de Janeiro para daqui 4 anos. Qualquer escola de samba, com uma boa bateria e um razoável carnavalesco, fará uma apresentação muito mais criativa.
Aquela entrada com as Bachianas de Villa-Lobos indica um bom caminho para os organizadores do evento no Brasil.

Bem pior do que a festa londrina foi o desempenho da delegação do Brasil.
Com o Comitê Olímpico Brasileiro recebendo 2,1 bilhões para sua preparação (o dobro do que recebeu o grupo da Itália, e mais do que recebeu a “gigante” Austrália,  1,7 bi), o número de medalhas conquistadas e os índices obtidos foram pífios.  Com o dinheiro todo centralizado no COB, e distribuído para os “amigos” das Confederações, o Brasil faz o trabalho oposto ao que todos os exemplos de sucesso indicam. Nada se investe em Clubes, universidades, escolas e centros de formação de atletas, procurando concentrar-se em gastos administrativos de entidades, qu pouco contribuem para o crescimento dos esportes e devido suporte aos atletas. Com as mudanças na CBF fica cada vez mais difícil manter este reinado de miséria (em vitórias) e de fartura em grana vinda do governo. Vamos torcer para que a Presidente Dilma Roussef venha a ter com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro a mesma postura que aplicou ao futebol.
Aí, sim, a coisa muda.

Aug 5, 2012

O Sr. Derrota

Presidente do COB ocupa o cargo há 17 anos

Do Blog do Nassif

Por Vinicius Carioca

Pede pra sair, Nuzman: o que aprender com o desempenho da Grã-Bretanha nas Olimpíadas

De Kiko Nogueira, No Diário do Centro do Mundo


Nuzman, presidente do COB há 17 anos, reeleito, sem oposição, para mais três

O Brasil, mais uma vez, vai micar.
Já virou uma tradição – ou, numa expressão cara ao meu irmão Paulo, o triunfo da esperança. Olimpíadas têm, no mínimo, uma função importante: inspirar as pessoas a saírem do sofá e praticar esportes. Por que o país não evolui na competiçao? Bem, há muitas explicações. A principal delas nós sabemos: o Brasil não tem uma estrutura que proporcione o surgimento de atletas de outra modalidade que não seja o futebol. Além disso, não há renovação: Cesar Cielo, Fabiana Murer, Bernardinho, Marta, Daiane, Diego Hipólito etc etc. Nada de novo, a não ser na turma do judô.

Mas há um nome que é o mais velho deles e deveria responder por esse desempenho.
Carlos Arthur Nuzman está há 17 anos no Comitê Olímpico Brasileiro, sem trazer resultados expressivos. O que explica esse apego? Em 2000, ele reclamou que não tinha verba e que, se tivesse, transformaria o país em potência olímpica. Bem, contou com 2 bilhões de reais, investidos na preparação para Londres. E aí?

Sim, ele teve um papel importante no fato do Rio de Janeiro ter vencido a disputa para sediar os Jogos de 2016.
Mas o que isso faz dele? Organizador de festas? Em abril, ele foi reeleito até 2016. Foi o único a registrar uma chapa. Nuzman guarda alguma semelhança com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Ambos são especialistas em se perpetuar nos cargos. Teixeira, porém, tem duas vantagens: 1; ele saiu; 2. apesar de tudo, ele entregou resultados importantes durante seu reinado.


Lorde Moynihan: espantado com o baixo número de atletas ingleses vindos de escolas públicas

Nos Estados Unidos, o presidente do Comitê Olímpico é Stephanie Streeter, eleita em março de 2009.
Seu colega chinês, Liu Peng, assumiu em 2008. O presidente do British Olympic Association, BOA, Lorde Moynihan, está lá desde 2005. Seu mandato expira este ano. A Grã-Bretanha deve terminar em terceiro lugar no quadro de medalhas. O Brasil provavelmente estacionará no 25º, atrás de Cazaquistão, Bielorússia, Coreia do Norte, entre outros.

Na semana passada, Moynihan declarou ser inaceitável a desproporção entre medalhistas oriundos de escolas públicas e privadas.
Apenas 7% dos ingleses frequentam escolas particulares – mas metade das medalhas ganhas em Pequim pertencia a alunos dessas instituições. Até agora, o chamado Team GB faturou nove ouros. Quatro são de gente de escolas privadas e um quinto é de um atleta que estudou na Alemanha. ”Nós teremos falhado se, em 2016, olharmos para trás e não acharmos que transformamos nossa paisagem esportiva. Os Jogos de 2012 têm de causar arrepios em cada uma das nossas crianças”.

Nuzman tem visto, provavelmente, as boas práticas em outros lugares.
Há várias lições a aprender. Mas, talvez, a principal delas é a que ele jamais admitirá: quem perde há tanto tempo precisa sair.
Pede pra sair, Nuzman.

Publicado no www.advivo.com.br/luisnassif/

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