“Di un cor che muore reca il perdono” da ópera Maria Stuarda (Donizetti)
Mariella Devia, em “Maria Stuarda” de Gaetano Donizetti (em registro de 2008).
Di un cor che muore reca il perdono
A chi m’offese, mi condannò.
Dille che lieta resti sul trono,
Che i suoi bei giorni non turberò.
Sulla Bretagna, sulla sua vita,
Favor celeste implorerò.
Ah! dal rimorso non sia punita:
Tutto col sangue cancellerò.
D’un cor che muore ecc.
Falta emoção
(Mario Schifano (1934-1998), “Futurismo rivisitato”) (Reprodução)
Na partida de ontem, 5/9, por mais que o técnico Tite gritasse ao lado do gramado, o jogo não mudava de ritmo.
O Corinthians, mesmo com o time misto, teria todas as condições de sair com uma vitória de Florianópolis, mas sua cadência no campeonato não permite. Não há dúvida de que o Timão jogou para vencer (e poderia ter conseguido), mas aquela falta de “fome de vitória” é um fator importante. E o Corinthians está – rigorosamente – jogando para cumprir a tabela. Uma pena!
Não que isso mude o mundo, mas retira o sabor da disputa e diminui o campeonato.
É grana II
A imprensa espanhola diz que Cristiano Ronaldo só não tem aumento de salário porque o Clube ainda não conseguiu “vender” outro jogador, o brasileiro Kaká.
Vender não seria o verbo mais apropriado. O Real pretende mesmo se ver livre do meia. Só não quer continuar pagando o salário para um atleta que fracassou completamente na equipe. Opa! Retifico, senão a mídia tupiniquim cai de paulada: um jogador que não teve tanto sucesso na equipe do Real Madrid.
Cristiano Ronaldo ficará “tristinho” por mais algum tempo até que o Clube consiga grana para fazer voltar seu sorriso.
Que grana!
Sei que a mídia vive pegando no pé da TV Globo por ela ter o contrato que lhe dá os direitos de transmissão dos jogos de futebol.
Reclamam de tudo: horários, locais de entrevistas e muito mais. Nunca entrei neste barco. A televisão (neste caso a Globo) é um fator importante para o futebol. Nossos Clubes sobrevivem nos dias atuais – em boa parte – em virtude do dinheiro da TV. A prorrogação do contrato – que gerou uma grana extra – está permitindo aos Clubes enfrentar a falta de recursos, que vinham de outras fontes, garantindo que toquem o barco nos campeonatos.
Viva a TV! E a sua grana.
Nossa grana
Sem publicidade fixa na camisa, o Corinthians está perdendo um dinheirão, apesar de tantos e tantos jogos televisionados.
Como está mais do que claro – neste campo – quem define as contratações é o mercado. Como já lembramos aqui, a crise econômica levou as empresas a “puxarem o breque” neste gastos. Mesmo com o Corinthians tendo títulos e torcida de sobra, o mercado hoje tem dinheiro de menos. E aí vamos para o fim da temporada sem um patrocinador definido. O marketing pode ser competente para alimentar a mídia, à guisa de grandes tacadas que não se realizam. Isso é fácil! Basta lembrarmos do coreano (ou japonês) que foi fotografado, no Pacaembu, com uma camisa de propaganda de uma montadora. Seria “o maior contratado do futebol”. A foto (meio escura e sem grande definição), transformada em viral, espalhou-se pela internet da República, sempre acompanhada de grandes e bombásticas informações. Passaram as eleições no Clube, o Campeonato Paulista e a Copa Libertadores, mas duas coisas ficaram sem resposta: a existência do tal contrato (que já estaria até assinado); e quem era aquele coreano ou japonês com a camisa da montadora no Pacaembu.
Homenagem a Ruço
José Carlos dos Santos, “Ruço” (1949-2012)
Os gols do volante carioca Ruço pelo Corinthians não foram muitos, mas foram importantes. Como o gol de meia-bicicleta, contra o Fluminense, pelas semifinais do Campeonato Brasileiro, em 5/12/1976, marcado debaixo de chuva em um Maracanã tomado pela Fiel. Ali começou o milagre da classificação, que viria nos pênaltis. Quando Ruço marcava gols como aquele, todo mundo na arquibancada já sabia como ia ser a comemoração: com beijinhos, é claro, beijinhos para toda a galera.
Raçudo sem ser tecnicamente brilhante, Ruço veio do Madureira, em 1975, e foi um dos herois do título paulista de 1977.
Depois, voltou para o Rio, onde defendeu o Botafogo. (Cf. UNZELTE, “Almanaque do Timão”. São Paulo: Abril, 2000, p.513)
NELSON E A INVASÃO CORINTIANA
Nelson Rodrigues
Uma coisa é certa: — não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória.
Ainda digo mais: — já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela.
Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: — “O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.
Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: — “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.
Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.
A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo.
Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.
Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês:
Empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: — “E agora?” Disse — amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação.
Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.
No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.
NELSON RODRIGUES era tricolor e publicou este texto no GLOBO em 6/12/1976, no dia seguinte ao jogo Fluminense x Corinthians.
É grana!
(Roy Lichtenstein, “Happy Tears” (1964)) (Reprodução)
O jogador Cristiano Ronaldo, após marcar um gol para o Real Madrid, no último domingo, 2/9, fez um biquinho e uma cara de magoado.
Encerrada a partida, lá foi a imprensa perguntar qual era o motivo daquele ato: “a Direção já sabe. Falei com a Diretoria” .
A partir da afirmação, foi uma corrida da mídia para saber porque o craque estava “infeliz”.
Todos os motivos foram especulados: problema familiar, atritos com o técnico, saudades da Ilha da Madeira etc. Nada disso!
É tudo muito simples.
O motivo é “grana”.
O jogador quer faturar mais do que já ganha pelo atual contrato. Cita inclusive Kaká, que recebe igual a ele, e nem mesmo é relacionado para o banco. O jogador “já falou” para a Diretoria o que quer e disse mais, que o Paris Saint German tem uma proposta para ele. O Clube francês, comprado pelos petrodólares de Dubai, nega a proposta.
Mas tudo foi esclarecido.
O craque quer outro contrato – com grande reajuste – e a Diretoria já teria conhecimento de suas bases.
O único problema é que o Real Madrid está numa pindaíba de dar gosto. Vive nos últimos anos de “emprestar dinheiro de bancos sob juros camaradas”. Ocorre que, nos dias atuais, os bancos de Madrid estão (quase todos) quebrados, vivendo de ajuda dos alemães.
Em uma situação normal, o Real não teria problemas e daria o reajuste ao craque na hora.
Com a Espanha quebrada e sem saída, pedindo socorro aos alemães, o problema do Real Madrid é de encontrar grana.
E o aperto é grande. Até Kaká está sem receber seus salários, assim como vários outros atletas de nome.
A crise chegou ao futebol, inclusive aos “grandes” investidores na Europa.
O Real Madrid vai dar um jeito.
A solução não será a mesma do caso Tevez, na Inglaterra, quando o dono do time lhe disse: vendo por este valor e pronto.
E o jogador teve que recuar e ficar calado.
Ronaldo voltará a sorrir com o reajuste, daqui a pouco.
Ainda que o Real tenha que se afundar mais e mais.
Sem vencedor
Nos últimos tempos, a mídia andou levantando a bola do Atlético Mineiro.
Vimos alguns jornalistas que começaram a dar o título aos alvinegros de Minas.
Menos! Bem menos.
Ontem, 2/9, no Pacaembu, o Corinthians venceu – e poderia ter sido por mais – o time que é apontado como o melhor do Campeonato.
Não sei, não. Acho que nada está ganho ou perdido para ninguém. No grupo dos que podem vencer há um número considerável de equipes. Entre os que podem cair, a coisa está mais clara, com um número reduzido de equipes que disputarão a degola.
Não vou citar nomes para não lhes ferir o orgulho.
Mas ao Corinthians, que, por vários motivos, distanciou-se do grupo da ponta, o Campeonato deve servir para não relaxar.
Jogar sempre para vencer é o melhor caminho para preparar a equipe para as disputas do final do ano.
Adeus
Ruço ficará para sempre na história do Corinthians.
Sua saúde já estava abalada há algum tempo e muitos temiam que viria a falecer em breve. Foi um guerreiro naquela equipe dos anos 1970 que fez história.
Ninguém vai esquecer o Ruço!
São Paulo é Corinthians e… Ponte
Os times de São Paulo apresentaram resultados pífios na radada de ontem pelo Campeonato Nacional.
Somente o Corinthians e a Ponte salvaram a “lavoura”. Pouco adiantou o blá-blá-blá da mídia tentando levantar a bola do Tricolor. Cobertura de estádio, venda de jogadores, prêmios e tudo mais cairam com o Bahia. Como disse bem o Blog do Birner “alguns jogadores do time de Ney Franco merecem severas críticas”.
Também acho.
Do Palestra e do Santos pouco posso acrescentar, até porque eles estão com uma sensibilidade de recém- nascidos.
Mas, com desculpa pela indelicadeza, está mais do que na hora de reagir.
Ou não!
Arbitragem
Não entendi nada da reclamação do Ronaldinho (ex-melhor que Garrincha) no final da partida, no Pacaembu.
O “tal gol” foi um golpe típico de MMA do jogador atleticano. Aquela rebatida de mão do beque do Atlético será adotada pelo técnico José Roberto, na nova seleção de vôlei.
É justo.
Morreu um guerreiro
Morreu Ruço, um dos mais queridos meio-campistas de contenção da história do Corinthians.
Ruço foi o camisa 5 do inesquecível time libertador de 1977: Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir Caipira (Zé Eduardo) e Vladimir; Ruço, Basílio e Luciano (Palhinha); Vaguinho, Geraldão e Romeu; técnico: Osvaldo Brandão (entre parênteses, o nome dos titulares que não puderam jogar na noite de 13 de outubro de 1977).
Ruço foi também um dos heróis do jogo da Invasão Corinthiana, em 1976,ao marcar o gol que empatou a partida e levou a decisão para a cobrança de pênaltis, que terminou com triunfo corinthiano e levou ao êxtase os mais de 70 mil fiéis presentes no Maracanã.
Descanse em paz, Ruço.
Saudade e respeito corinthianos.
texto enviado pelo corinthiano Miguel
Demônios da Garoa, “Coríntia, Meu Amor é o Timão”
(Adoniran Barbosa e Juvenal Fernandes)
Como é bom ser alvinegro
Ontem, hoje e amanhã
Respirar o ar mistura
Do Tietê e Tatuapé!
Lá no alto a velha Penha
Anchieta e Bandeirantes
Ver São Jorge lá na lua
‘Bençoando a Fazendinha
Onde mora um gigante
Tem igreja e tem biquinha!
Corinthians, Corinthians,
Meu amor é o Timão.
Corinthians, cada minuto,
Dentro do meu coração!
Corinthians, Corinthians,
Meu amor é o Timão.
Corinthians, cada minuto,
Dentro do meu coração!
Belém, Vila Maria e Moóca
E São Paulo e extensão
Mogí, Guarulhos, Itaquera
Tudo vibra coringão
É o Corinthians de nós todos
É paulista, é campeão!
Corinthians, Corinthians,
Meu amor é o Timão.
Corinthians, cada minuto,
Dentro do meu coração!
Corinthians, Corinthians,
Meu amor é o Timão.
Corinthians, cada minuto,
Dentro do meu coração!
De Gilberto Gil, “Corintiá”
Ser corintiano é decidir
Que todo ano a gente vai sofrer
Se enrolar no pano da bandeira
E reclamar se o time não vencer
Mas de repente o ano é santo, a gente tá no céu
O time é forte, a sorte é grande, o axé tá com a Fiel
O axé tá com a Fiel
Voa suave o gavião
O axé tá com a Fiel
Bate na trave o coração
Ser corintiano é mergulhar
No oceano da ilusão que afoga
Não importa o plano do destino
Cada jogo é o coração que joga
Bate na trave a ilusão da gente, vai que vai
Chuta de novo que o coração entra e o grito sai:
É gol!
Corintiá
É gol!
Corintimão
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