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Nov 11, 2012

A manchete diz o que a noticia não diz.

São Paulo registra mais homicídios que Rio em 2012

Surto de violência causado por facção criminosa aumentou número de assassinatos em 10% de janeiro a setembro

GUILHERME VOITCH

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Policiais fazem revistas em moradores e suspeitos na comunidade de Paraisópolis, São Paulo<br /><br />
Foto: Michel Filho / Agência O Globo

Policiais fazem revistas em moradores e suspeitos na comunidade de Paraisópolis, São PauloMICHEL FILHO / AGÊNCIA O GLOBO

SÃO PAULO – Em 2012, a violência urbana está crescendo em São Paulo e diminuindo no Rio de Janeiro. Dono da menor taxa de homicídios do Brasil até o ano passado, o estado de São Paulo vive um surto de insegurança provocado por uma grande facção criminosa. Reapareceu um cenário que havia se tornado incomum no estado desde o fim dos anos 1990. De outro lado, o Rio de Janeiro vem reduzindo, em números absolutos, seus altos índices de criminalidade. Enquanto São Paulo registra um aumento de 10% no número absoluto de assassinatos (de 3.225 ano passado para 3.536 homicídios de janeiro a setembro de 2012), o Rio vive situação inversa, com redução de 3.277 para 3.028 no período.

Em números relativos, São Paulo ainda está em situação bem melhor: em 2011, registrou taxa de 10,1 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto o Rio amargou o alarmante índice de 24,9 mortes por 100 mil habitantes. Por enquanto, não foram divulgadas as taxas de 2012, mas a diferença continua grande.

Ainda assim, as tendências de alta da criminalidade em São Paulo e de queda no Rio são reflexo da fases vividas pelos dois estados na segurança pública. Especialistas apontam dois motivos para a queda do número de homicídios em São Paulo a partir do fim da década de 1990. Um deles tem a ver com a diminuição do número de armas de fogo em circulação, a criação de aparelhos de inteligência e a estruturação da investigação de homicídios, o que resultou em um aumento da taxa de resolução de crimes.

O segundo motivo guarda pouca relação com os esforços do poder oficial. Uma facção criminosa tornou-se hegemônica no estado, eliminando as rivais dentro dos presídios e nas ruas. Segundo Pedro Abramovay, ex-secretário nacional de Justiça, a hegemonia da facção fez diminuir o número de homicídios e aumentar o lucro do tráfico e dos crimes contra o patrimônio.

— Em São Paulo, deixou de existir uma guerra deliberada entre facções. A facção dominante não quer mortes, não quer chamar a atenção. Não há dois ou três grupos lutando por território. A facção quer lucrar ao máximo com o produto de seu crime — diz Abramovay.

Facção “continuou mandando em presídios”

Esse “equilíbrio” foi rompido duas vezes. Em 2001, com revoltas simultâneas em diversas penitenciárias, e em 2006, naquele que é, provavelmente, o maior episódio de violência vivido por São Paulo. Nos dois casos, a violência teve início a partir da revolta de líderes da facção criminosa que estavam presos. Houve descontentamento com transferências entre presídios e medidas de controle adotadas pelo governo.

Em 2006, a violência saiu das penitenciárias e chegou às ruas. Mais de 500 pessoas foram mortas, entre elas dezenas de agentes públicos. De lá para cá, a situação se acomodou. As chacinas tornaram-se raras, e as mortes de policiais diminuíram. Também não foram mais registradas grandes rebeliões em presídios.

— O grupo criminoso continuou mandando nas penitenciárias sem ser incomodado — diz o deputado Major Olímpio (PDT), membro da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de São Paulo.

— A facção continuou mandando nas penitenciárias e fazendo seus negócios, evitando mortes e confrontos com a polícia — concorda Guaracy Mingardi, ex-subsecretário nacional de Segurança Pública.

Na prática, vivia-se uma situação cômoda para os dois lados. Sem acerto de contas e sem provocar rebeliões em presídios, a facção continuou lucrando e expandindo seus negócios. A cúpula da Segurança, por outro lado, viu os homicídios diminuírem e as revoltas no sistema carcerário cessarem. Até que, este ano, a violência recrudesceu, com uma sequência de mortes na periferia da capital paulista e da Grande São Paulo.

— Alguma coisa quebrou esse equilíbrio — diz Mingardi, atentando para o fato de que, até o momento, os presídios continuam controlados. — Mas, na periferia, o que se vê é uma guerra suja. Os motivos disso ainda não são completamente conhecidos.

Na prática, a crise atual é vista como esgotamento do modelo responsável pela queda no número de homicídios no estado. Para Ligia Rechenberg, coordenadora de análise de dados do Instituto Sou da Paz, São Paulo passa por um momento de descontinuidade de iniciativas que deram certo em sua política de Segurança Pública.

—A criação do InfoCrime, que possibilitou mapear as ocorrências na cidade, e o fortalecimento do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), que aumentou a taxa de resolução de ocorrências, são exemplos. Isso deveria ser intensificado e aprimorado. Mas parece que houve descontinuidade — disse ela.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública nega que tenha ocorrido um esvaziamento da Polícia Civil. Diz que as polícias fazem trabalhos distintos, e que a investigação continua sendo normalmente feita por policiais civis. Ainda de acordo com a secretaria, eventuais remanejamentos de policiais de um distrito para outro são normais.

Na outra ponta, o Rio está começando a colher os frutos de um combate à violência com planejamento e inteligência, depois de longo período de opções erradas na Segurança Pública.

— O Rio errou muito. Agora, há um esforço grande para reverter essa situação. A parceria com o governo federal é parte dessa política. Houve um investimento forte em metas e estratégia conjunta entre as polícias Civil e Militar. Hoje, os sistemas de informação da Polícia Civil carioca são muito mais informatizados do que os da polícia de São Paulo — diz Ligia Rechenberg.

Abramovay: há diferenças entre rio e SP

Para Abramovay, o pacote de medidas conjuntas anunciado pelo governo de São Paulo com o Ministério da Justiça pode aplacar a crise atual da Segurança Pública no estado.

— O Rio começou a reverter esse quadro de descontrole atuando em parceria com o governo federal — afirma.

Para ele, no entanto, as diferenças entre São Paulo e Rio precisam ser levadas em conta no enfrentamento da violência. O ex-secretário lembra que, no Rio, o poder público perdeu territórios para o tráfico e as milícias. Além disso, diferentes organizações criminosas disputavam pontos de tráfico, aumentando a taxa de homicídios com demonstrações de força, em uma realidade oposta à de São Paulo.

Aqui, o fundamental é aperfeiçoar o trabalho de inteligência e investigação. Não é necessário um grande aparato bélico, como no Rio. Não há território em que a polícia não entre. A questão é mais de inteligência.

Para Renato Sérgio de Lima, coordenador do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, as crises nos estados são sistêmicas e refletem a falta de política nacional de Segurança Pública.

— Nossa legislação penal é antiquada. Não resolvemos a questão dos presídios. Não delimitamos o poder e a função das polícias — diz.

www.g1.com.br

Nov 11, 2012

Grande Professor.

  • T ite dedica placar a funcionário que sofreu AVC
  • Tossiro NetoSão Paulo (SP)

Antes de o Corinthians subir ao gramado do Pacaembu na noite deste sábado, os jogadores ofereceram a oração a Gilvan, funcionário do clube que sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral) na madrugada de sábado e se encontra em estado de saúde grave. Ao fim da partida, vencida por 5 a 1, o resultado foi dedicado também a ele.

“Queria fazer menção de que todo o trabalho nosso foi para o Gilvan, para que ele possa estar legal, para que ele possa estar bem. Esse é o sentimento que o Cássio (goleiro) externou e foi o sentimento de todos nós dentro do vestiário”, disse o técnico Tite.

Gilvan trabalha na portaria do CT Joaquim Grava e é conhecido tanto dos jogadores quanto dos membros da comissão técnica. Ao serem informados do ocorrido neste sábado, todos se comoveram com a notícia e se uniram em oração ao companheiro de trabalho.

Quando a bola rolou, o Corinthians foi para cima e abriu o placar logo aos cinco minutos, em cobrança de pênalti convertida pelo zagueiro Chicão. Estava aberto o caminho da goleada, na noite em que Fábio Santos, Paulinho (duas vezes) e Guerrero também balançaram a rede da meta defendida pelo goleiro Vanderlei.

“Nosso nível de atuação foi muito bom, com consistência defensiva também, sem dar muitas oportunidades ao adversário. Convertemos as oportunidades que criamos. Tem jogo que temos que criar três ou quatro oportunidades para fazer um gol. Mas hoje (sábado) fomos efetivos. Esse foi um aspecto importante para o desfecho do jogo”, destacou o treinador.

“Em nenhum momento, mesmo com o placar, o time fez firula ou deu caneta para trás. Foi sempre tocando passes em direção ao gol. Eu pedia para os jogadores tocarem e infiltrarem. Por isso é que as oportunidades surgiram. Teve grito de olé (da torcida) com nossos passes, mas foram sempre passes para frente”, acrescentou Tite, bastante satisfeito pela atuação às vésperas do Mundial de Clubes.

Com mais três rodadas a disputar no Campeonato Brasileiro antes da viagem ao Japão, a equipe tem agora 53 pontos ganhos, na sexta posição. O próximo compromisso pela competição nacional será no sábado que vem, diante do Internacional, no Beira Rio.

www.gazetaesportiva.net

Nov 11, 2012

É 100

Corinthians faz 5 a 1 no Coxa e ultrapassa marca de 100 gols no ano

Tossiro NetoSão Paulo (SP)
Uma chuva de gols caiu no Pacaembu na noite deste sábado. Com o gramado molhado pela água derramada antes da partida, o Corinthiansgoleou o Coritiba por 5 a 1 e chegou a 101 tentos na temporada, incluindo dois anotados em amistoso. Chicão, Fábio Santos, Paulinho (duas vezes) e Guerrero balançaram a rede. Pelo adversário, quem descontou foi Deivid.

Apenas em preparação para a disputa do Mundial de Clubes, a equipe comandada pelotécnico Tite chega a 53 pontos e já se vê na sexta colocação do Campeonato Brasileiro. O Coritiba, apesar da derrota expressiva, segue com 45 e também não sofre mais com a ameaça do rebaixamento.

A próxima rodada leva o Corinthians a Porto Alegre, no sábado, para enfrentar o Internacional, no Beira Rio. Um dia antes, o Coritiba joga no Couto Pereira, contra o Vasco.

O time paulista tinha novidade neste sábado. Ainda sem Emerson, contundido, o destaque foi o retorno do peruano Guerrero após suspensão, enquanto o argentino Martínez, que recentemente cobrou chance como titular, ganhou a vaga de Romarinho. Danilo, mesmo recuperado de corte no tornozelo, começou no banco de reservas.

No Coritiba, a única ausência para o técnico Marquinhos Santos foi a do volante Gil, que recebeu o terceiro cartão amarelo, cumpriu suspensão automática e, em vez de Júnior Urso ou Chico, como se imaginava, quem assumiu a posição foi Vinícius. A alteração colocou a equipe um pouco mais à frente do que de costume.

Fernando Dantas/Gazeta Press

Chicão abriu a contagem ao marcar, em cobrança de pênalti, o primeiro gol do Corinthians na partida

Choveu muito no Pacaembu nas horas que antecederam o jogo, mas a quantidade de água foi diminuindo na medida em que se aproximava o começo da partida. Apesar da trégua, o gramado ficou escorregadio, como se viu no trabalho de aquecimento dos goleiros e também em algumas quedas dos jogadores no começo da partida. 

Com o campo molhado, a bola ganhou velocidade. E o placar foi rapidamente inaugurado. Aos três minutos, Guerrero invadiu a área e caiu após cerco de Denis. O árbitro assinalou pênalti com algum atraso e foi rodeado pelos jogadores do Coritiba, mas prevaleceu a marcação. Chicão foi para a batida e acertou o canto direito baixo do goleiro Vanderlei, que se esticou, mas não evitou o gol.

Apesar do golpe, o Coritiba não se desestabilizou e partiu para cima em busca do empate. Só que o Corinthians, bem postado atrás, chegou ao segundo gol primeiramente. Aos 18 minutos, Fábio Santos pegou sobra de escanteio e experimentou arremate de fora da área. A bola desviou em Escudero e saiu do alcance de Vanderlei.

Mortal, a equipe da casa fez o terceiro gol dois minutos depois. Em troca de passes envolvente, a bola chegou até Paulinho, no bico direito da área. O volante tentou o cruzamento para o meio da área e contou com desvio de Escudero – novamente ele – para enganar o goleiro do Coritiba e acompanhar lentamente a rede ser balançada.

Com a boa vantagem, os mandantes diminuíram um pouco o ritmo e, mais encolhidos, permitiram a equipe rival se manter no ataque novamente. O castigo veio aos 31 minutos, quando Deivid, livre de marcação, aproveitou cruzamento rasteiro vindo da direita e apenas tocou para o fundo do gol, sem chance de reação para o goleiro Cássio.

Dez minutos depois, o Coritiba chegou com perigo em outra bola alçada à área, quando Denis cobrou falta pelo alto, mas o assistente apontou impedimento. O Corinthians, por sua vez, desceu para o vestiário lamentando bola de Martínez na trave direita, após escanteio cobrado por Douglas.

No retorno do intervalo, o técnico do Coritiba sacou Denis e Vinícius e colocou Pereira e o peruano Ruidiaz na tentativa de deixar a capital paulista com empate. Mas, ao contrário, sua equipe voltaria para a capital paraense goleada. O quarto saiu aos 19 minutos. Após rápida troca de passes, Danilo, que havia acabado de entrar, levantou bola na cabeça de Guerrero, que não perdoou.

Quatro minutos depois, Douglas bateu escanteio com perfeição pelo lado direito, e Paulinho subiu sozinho para anotar o quinto gol corintiano. A partir daí, os mais de 22 mil pagantes presentes passaram a gritar “olé” a cada passe da equipe alvinegra. A torcida coxa-branca, por sua vez, deixou as dependências do Pacaembu bem mais cedo, muito antes do apito final do árbitro, sem ver ainda a expulsão do zagueiro Pereira, que facilitou mais o controle de jogo corintiano.

www.gazetaesportiva.net

Nov 11, 2012

Programação da Rádio Ópera – domingo (11/11/12)

Maria Callas interpreta a Cavatina de Lady Macbeth, “Nel di della vittoria”, de
Macbeth (Verdi)



LA SERVA PADRONA (Paisiello) Horário: 07:30
Cremona, 15/5/1991.  Maestro: Paolo Vaglieri.
Elenco: Anne Victoria Banks, Gian Luca Ricci.
LULU (Berg) Horário: 08:30
Londres, agosto-setembro/1996. Maestro: Ulf Schirmer.
Elenco: Constance Hauman, Julia Juon, Theo Adam, Peter Straka, Monte Jaffe, Michael Myers, Gert Henning-Jensen, Sten Byriel, Helen Gjerris, Ulrik Cold, Susanne Elmark.
I PURITANI (Bellini) Horário: 11:20
Cidade do México, 29/05/1952. Maestro: Guido Picco.
Elenco: Maria Callas, Giuseppe di Stefano, Piero Campolonghi, Roberto Silva, Rosa Rimoch, Tanis Lugo, Ignacio Ruffino.
RIGOLETTO (Verdi) Horário: 13:40
Milão, 13-21/05/1994. Maestro: Riccardo Muti.
Elenco: Roberto Alagna, Renato Bruson, Andrea Rost, Dimitri Kavrakos, Mariana Pentcheva, Antonella Trevisan, Giorgio Giuseppini, Silvestro Sammaritano, Ernesto Gavazzi, Antonio de Gobbi, Nicoletta Zanini, Ernesto Panariello.
LAKMÉ (Delibes) Horário: 15:40
Monte Carlo, outubro/1967. Maestro: Richard Bonynge.
Elenco: Joan Sutherland, Gabriel Bacquier, Alain Vanzo, Jane Berbié, Emile Belcourt, Gwenyth Annear, Claud Calès, Josephie Clément, Monica Sinclair.
MACBETH (Bloch) Horário: 18:00
Dortmund, 2001. Maestro: Alexander Rumpf.
Elenco: Hannu Niemela, Sonja Borowski-Tudor, Karl-Heinz Lehner, Jill-Maria Marsden, Thomas de Vries, Norbert Schmittberg, Fredric Hellgren, Sven Ehrke, Thomas Mehnert.
ANDREA CHÉNIER (Giordano) Horário: 20:00
Nova Iorque, 9/10/1970. Maestro: Fausto Cleva.
Elenco: Renata Tebaldi, Carlo Bergonzi, Anselmo Colzani, Judith Forst, Jean Kraft, Lili Chookasian, Gabor Carelli, Gene Boucher, Andrea Velis, Clifford Harvout, Paul Plishka.
www.radioopera.com.br
Nov 10, 2012

Mãe é Mãe

MÃE DE ZIZAO VIRA ‘GANDULA’ E ROUBA A CENA EM TREINO DO CORINTHIANS

Crédito da imagem: Eduardo Viana

Crédito da imagem: Eduardo Viana

Se o chinês Zizao não deve ter mais chances de entrar em campo pelo Corinthians nesta reta final de Brasileiro, a mãe do jogador tem sido a grande atração no CT Joaquim Grava.

Como o visto do pai do corintiano expirou, foi a vez da mãe conseguir a liberação para passar um período no Brasil. A irmã de Zizao, com compromissos de trabalho na China, não deve visitá-lo por enquanto.

Durante o treino desta quinta-feira, a mãe de Zizaoatacou até de gandula. No meio do aquecimento, ela chutou para dentro do campo três bolas que foram em direção dela, que assistia à movimentação do filho numa das áreas cobertas atrás do gramado mais próximo aos vestiários do CT.

Ela também costuma fazer alongamentos e exercícios de Tai Chi Chuan. Zizao, de 24 anos, tem apenas um jogo com a camisa do Corinthians, quando entrou no segundo tempo da derrota para o Cruzeiro.

www.meutimao.com.br

Nov 10, 2012

Grande Audálio!

Audálio Dantas foca na mobilização política ao narrar história de Herzog.

ELEONORA DE LUCENADE SÃO PAULOA família Herzog fugia do nazismo e buscava abrigo na Itália, escondendo suas origens. Era o ano de 1943. Vlado tinha pouco mais de seis anos quando foi interpelado por um homem de olhar raivoso que queria saber o seu nome. “Aldo”, respondeu.

O homem retrucou: “Como você se chama Aldo se usa sempre essa malha com a letra “V” bordada”?

Vlado não titubeou: “Ganhei esta malha do meu primo Vittorio”.

Audálio Dantas parte dessa história de infância turbulenta para narrar “As Duas Guerras de Vlado Herzog”. A primeira, travada com a família na escapada contra a ira de Hitler, resultou na perda de parentes e na migração para o Brasil em 1946.

A segunda, contra a ditadura militar instaurada em 1964, levou sua vida depois da tortura sofrida no DOI-Codi na rua Tomás Carvalhal, em São Paulo. No sábado, 25 de outubro de 1975, Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura, foi assassinado nas dependências do 2º Exército.

Só agora, há pouco mais de um mês, a Justiça determinou que a certidão de óbito fosse alterada: Herzog não cometeu suicídio; foi torturado até a morte.

A última sessão da barbárie iniciou com o torturador pedindo o envio da máquina de choque elétrico. “Tragam a pimentinha!”, berrou.

Com depoimentos, Audálio reconstitui a trajetória de Herzog: o tumulto da infância, os estudos no Brasil, o casamento com Clarice, a chegada dos filhos, o trabalho na BBC de Londres, o interesse por cinema, a aproximação com o Partido Comunista.

Mas o forte do livro está no relato das semanas que antecederam a morte e nas discussões que levaram à realização do ato ecumênico em memória de Herzog -então a maior manifestação contra a ditadura desde o AI-5.

Audálio era então presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e esteve no centro dos acontecimentos. Viu a onda de terror desencadeada pelo general Ednardo Mello no comando do 2º Exército e os seus embates com o governador paulista Paulo Egydio.

Os personagens mais duros do regime buscavam mais espaço no poder e alegavam enxergar comunistas por todo o lado: na Polícia Militar e nos jornais; em figuras como o empresário José Mindlin, então secretário da Cultura, e o cardeal Paulo Evaristo Arns. É nesse contexto que Audálio descreve a onda de prisões daquelas semanas.

Foram 63 policiais presos -o tenente Ferreira de Almeida morreu no DOI-Codi. Entre os jornalistas, foram presos 12 -incluindo Vlado, que se apresentou voluntariamente no quartel onde seria morto.

“As pessoas sumiam de uma hora para a outra”, lembra o autor, relatando sequestros, depoimentos de torturados e fugas. O sindicato protestava e receava a intervenção dos militares. Poderia fazer mais?

No seu último encontro com Vlado, Audálio recorda que a discussão foi sobre esse ponto. Vlado pedia um maior envolvimento dos jornalistas nos protestos e saiu da conversa com “uma visível expressão de desalento”, conta o autor.

A notícia da morte de Vlado foi um choque. No enterro apressado, Ruth Escobar rompeu o silêncio: “Até quando vamos continuar suportando tanta violência?”. Na saída do cemitério, alguém gritou: “Vamos para o sindicato!”.

A partir daí, o sindicato passou a realizar assembleias e concentrou o debate contra a ditadura. Audálio relata as pressões dos militares para conter manifestações e dos que queriam uma ação mais forte da entidade. Do cardeal Arns ouviu a indagação: “Não sei se não é hora de um protesto mais forte. Quem sabe, sair pela rua?”.

Audálio, 80, defende que a linha ponderada do sindicato foi correta e o transformou “numa importante trincheira, espaço para uma reação organizada contra a repressão”.

O autor também analisa a cobertura da imprensa no período. “Jornais que haviam se calado durante anos diante dos crimes da ditadura abriam espaço para o noticiário em páginas inteiras e alguns chegavam a ousar comentários, em artigos assinados, sobre os ‘excessos’ dos órgãos de repressão política e o desrespeito aos direitos humanos”.

Segundo Audálio, “a maioria [dos donos dos grandes jornais] havia apoiado o golpe de 1964 e convivera bem com o regime. Engoliram a censura até perceber que a mercadoria que entregavam aos leitores -a informação- começava a correr perigo de não ser aceita, por falta de credibilidade”.

E anota: “Depois do assassinato de Herzog, já não era possível limitar a notícia da morte de presos políticos aos termos dos comunicados oficiais. As versões de suicídio ou de morte ’em confrontos’ com as forças de segurança já não eram aceitas sem discussão”, escreve.

MULTIRRELIGIOSO

Audálio narra os detalhes da preparação do culto multirreligioso que lotou a Sé: a operação militar para impedir a presença de manifestantes, os agentes infiltrados, as pressões sobre os religiosos.

Um diálogo do autor com dom Helder Câmara, que não quis falar no evento, resume a história. “O senhor não quis falar?”, perguntou Audálio. Resposta do arcebispo: “Há momentos, meu filho, em que o silêncio diz tudo. A ditadura começou a cair hoje”.

Dois meses e meio depois, o operário Manoel Fiel Filho morreu no DOI-Codi. Não houve manifestações de protesto. Só então o general Ednardo foi demitido do comando do 2º Exército. A ditadura duraria até 1985.

AS DUAS GUERRAS DE VLADO HERZOG
AUTOR Audálio Dantas
EDITORA Civilização Brasileira
QUANTO R$ 39,90 (406 págs.)
AVALIAÇÃO bom

www.folha.com.br

Nov 10, 2012

Bolsa familia? Só com ouro.

Dois terços dos indígenas recebem do Bolsa Família

Datafolha mostra que 94% plantam e 85% caçam; para 57%, falta terra

Maioria sabe ler, e 65%, escrever em português; 30% exercem trabalho remunerado, mas só 7% com carteira assinada

DE BRASÍLIAA pesquisa sobre o perfil indígena feita pelo Datafolha, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), revela que 64% dos índios são beneficiários do Programa Bolsa Família, recebendo em média R$ 153 por mês.

A região Nordeste é a campeã do benefício: 76% dos índios recebem o programa social do governo. O Sul aparece em segundo com 71%; seguido do Centro-Oeste (63%), Norte (56%) e Sudeste (52%).

Mesmo com os benefícios, 36% afirmam ser insuficiente a quantidade de comida que consomem. A maioria dos índios (76%) bebe água que não é filtrada nem fervida. As doenças infectocontagiosas atingem 68% e os problemas estomacais, como diarreia e vômito, 45%.

Os índios também afirmam que luz elétrica, água encanada, rede de esgoto e casa de alvenaria são muito importantes para eles.

Mais de 70% dos índios ouvidos atribuem muita relevância à atuação da Funai (Fundação Nacional do Índio) na sua aldeia. No entanto, 39% reprovam o desempenho do órgão, avaliando-o como ruim ou péssimo.

CESTA BÁSICA

Quase metade dos entrevistados (46%) relatou receber cesta básica da Funai ou da Funasa (Fundação Nacional da Saúde). Os índios da região Nordeste são os que mais recebem o benefício: 79%. Na região Norte apenas 7% ganham a cesta básica.

O acesso ao atendimento médico é considerado difícil por 63% dos índios; 69% deles foram atendidos em postos de saúde dentro da aldeia e 12% dentro de casa. Eles ainda usam mais os remédios naturais (66%) do que os farmacêuticos (34%).

A maioria dos índios (66%) sabe ler, e 65% sabem escrever na língua portuguesa. Segundo a pesquisa, 30% exercem trabalho remunerado, mas somente 7% têm carteira assinada.

A agricultura é exercida por 94%, e 85% praticam a caça; 57% deles consideram que o tamanho das terras onde vivem é menor do que o necessário.

O índios também citaram algumas medidas governamentais que poderiam melhorar a vida dos indígenas no país: intervenções na área da saúde (25%), demarcação de terras (17%), reconhecimento dos direitos indígenas (16%), investimentos públicos (15%) e educação (15%).

Procurada anteontem, a Funai afirmou, pela assessoria de imprensa, que tinha muitas demandas e que não poderia responder às questões da reportagem até o encerramento desta edição.

“A presidente [Marta Azevedo] está em viagem, sem disponibilidade de agenda. Ela seria a pessoa mais indicada para comentar a pesquisa”, afirmou, por e-mail.

CRITÉRIOS

O sorteio das aldeias a serem pesquisadas levou em conta a região em que se localizam e o tamanho da população indígena residente. Os dados são representativos dos índios brasileiros.

Foi entrevistada somente a população indígena brasileira que fala português e todos os pesquisadores foram vacinados contra tétano e febre amarela para não expor os seus habitantes a riscos.

Os entrevistadores também provaram que não tinham tétano, febre amarela, febre tifoide, sarampo, catapora, hepatite ou malária, como determina o regulamento da Funai.

Os pesquisadores viajaram de ônibus, carro, avião ou barco para os locais sorteados, como Tarauacá (AC) e Borba (AM), em dupla.

O objetivo de enviar um homem e uma mulher foi evitar o risco de constrangimento caso os entrevistados não aceitassem ser abordados por pessoas do sexo oposto.

A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

www.uol.com.br

Nov 10, 2012

Índios protestam na… Avenida Paulista. Certíssimo. O negócio deles é garimpo ilegal de ouro.

Índios estão integrados ao modo de vida urbano, afirma pesquisa

Datafolha mostra que DVD, celular, geladeira e fogão a gás estão no cotidiano de aldeias do país

Indígenas desejam obter diploma de uma universidade; maior problema é o difícil acesso à saúde

DE BRASÍLIAOs índios brasileiros estão integrados ao modo de vida urbano. Televisão, DVD, geladeira, fogão a gás e celulares são bens de consumo que já foram incorporados à rotina de muitas aldeias. A formação universitária é um sonho da maioria deles.

Pesquisa inédita do Datafolha, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), revela esse perfil. Entre os dias 7 de junho e 11 de julho, foram realizadas 1.222 entrevistas, em 32 aldeias com cem habitantes ou mais, em todas as regiões do país.

Segundo a pesquisa, 63% dos índios têm televisão, 37% têm aparelho de DVD e 51%, geladeira, 66% usam o próprio fogão a gás e 36% já ligam do próprio celular.

Só 11% dos índios, no entanto, têm acesso à internet e apenas 6% são donos de um computador. O rádio é usado por 40% dos entrevistados.

Para o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), “é evidente que essa novidade produz mudanças, mas isso não significa a instalação de um conflito cultural. Não é o fato de adquirir uma TV ou portar um celular que fará alguém ser menos indígena”.

De todo modo, os números ainda estão longe dos percentuais de acesso a bens de consumo da média da população. No Brasil como um todo, segundo o IBGE, 98% têm televisão; 82%, aparelho de DVD; e 79% têm celular.

A pesquisa teve ainda o intuito de avaliar as condições de vida dos indígenas.

Questionados sobre o principal problema enfrentado no Brasil, 29% dos entrevistados apontaram as dificuldades de acesso à saúde.

A situação territorial ficou em segundo lugar (24%), seguida da discriminação (16%), do acesso à educação (12%) e do emprego (9%).

Em relação ao principal problema enfrentado na vida pessoal, a saúde permaneceu em primeiro lugar para 30%. O emprego apareceu em segundo, com 16%, seguido de saneamento (16%). A questão territorial, nesse caso, desaparece.

A pesquisa mostra que o aumento de fontes de informação tem influenciado a vida familiar dos índios: 55% conhecem e 32% usam métodos anticoncepcionais como camisinha e pílula. Mais de 80% ouviram falar da Aids.

A maioria dos índios (67%) gostaria de ter uma formação universitária. Apesar de ser considerado muito importante para 79% dos entrevistados, o banheiro em casa só existe para 18% deles.

Algumas características das aldeias: 69% têm postos de saúde; 88%, escolas; 59%, igrejas; 19%, mercados; e 6%, farmácias.

(MATHEUS LEITÃO)

www.uol.com.br

Nov 10, 2012

Garimpo ilegal.

Extração ilegal de ouro ocorre há 4 anos, afirma PF

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM CUIABÁ

O confronto que causou a morte de um índio no rio Teles Pires tem como pano de fundo um sistema de extração ilegal de ouro operado há ao menos quatro anos na região da divisa entre Mato Grosso e Pará.

Alvo da Operação Eldorado, deflagrada pela Polícia Federal nesta semana em sete Estados, o esquema movimentava milhões de reais.

A estrutura criminosa é descrita em detalhes em decisão da Justiça Federal que determinou a prisão de 28 suspeitos de envolvimento na exploração ilegal, além de 64 ações de busca e apreensão.

Segundo o documento, oito índios caiabis e mundurucus -dois deles caciques- recebiam pagamentos em dinheiro, ouro, combustível e até tratamento médico em São Paulo para autorizar a permanência de garimpeiros em terras indígenas.

O ouro era extraído do rio Teles Pires por meio de balsas. A PF identificou 14 delas na região, gerando danos ambientais como assoreamento e contaminação por mercúrio. No total, cada balsa rendia R$ 500 mil por mês, totalizando R$ 84 milhões ao ano, segundo a PF.

“A atividade é praticada não por garimpeiros artesanais, mas por ricos ’empresários do crime'”, aponta trecho da decisão do juiz Fábio Fiorenza, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso.

Com base em grampos telefônicos legais, a PF identificou quatro grupos da operação: 1) líderes indígenas; 2) donos de balsas e garimpeiros; 3) donos de postos de compra de ouro; 4) pessoas que dão apoio ao esquema.

Para ocultar a origem ilegal do ouro, entravam em cena empresas de comércio de ouro de cidades como Jacareacanga (PA), Porto Velho (RO) e Alta Floresta (MT), ligadas a firmas que vendem o metal no mercado financeiro.

A produção era “regularizada” com notas frias fornecidas por pessoas físicas ou cooperativas de garimpeiros.

A exploração mineral em terras indígenas, vetada por lei, é tema de projeto de lei em discussão no Congresso.

Pela proposta, índios receberiam royalties. A Funai é favorável.

(RODRIGO VARGAS)

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Nov 10, 2012

Sindicato, não. Anti-sindicato.

  • Tite não entende ataque de sindicato de atletas a Paulo André
Helder JúniorSão Paulo (SP)

O técnico Tite ficou surpreso com as críticas do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp) ao zagueiro Paulo André. Nesta semana, o jogador do Corinthians cobrou que a entidade agisse em defesa de seus colegas de profissão do Palmeiras, ameaçados por torcedores por causa da grande probabilidade de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Foi atacado em seguida.

“Chamaram o Paulo André de covarde?”, espantou-se Tite. “A ideia que ele quis transmitir é muito maior do que qualquer outra coisa. Não consegui entender a manifestação do sindicato, mas respeito”, acrescentou, balançando a cabeça em sinal de negação.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Técnico Tite controlou a boca para não ser mais crítico ao sindicato que atacou postura de Paulo André

Em comunicado, o Sapesp classificou a manifestação de Paulo André como “característica do pseudopolitizados” e “desastrosa”. O sindicato ainda citou que age na defesa dos direitos de jogadores em casos de atrasos de salários, períodos de férias e horários de jogos, por exemplo, mas não na proteção da integridade física dos profissionais fora dos campos. 

Tite tentou não alimentar ainda mais a polêmica. “Não vou dar uma resposta ao sindicato. Absolutamente. Prefiro olhar sob outra ótica, a do Paulo André, e entender que agir contra a violência é uma questão de princípios”, disse.

O treinador fala sobre o problema enfrentado pelo Palmeiras por experiência própria. No ano passado, quando o Corinthians foi eliminado da pré-Libertadores pelo colombiano Tolima, ele e seus comandados também sofreram com cobranças violentas de torcedores. “A paixão da torcida tem limite”, ensinou Tite.

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