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Sep 8, 2014

Entrevista no Mesa Redonda, da TV Gazeta

Foi ao ar neste domingo a entrevista que você poderá conferir abaixo, a respeito dos problemas financeiro do Corinthians.

Sep 8, 2014

O presidente e a crise financeira do Corinthians

‘Entramos em um quadro caótico’, afirma Mário Gobbi

RAPHAEL RAMOS, VÍTOR MARQUES – O ESTADO DE S.PAULO

 

Presidente do Corinthians abre o jogo sobre a atual crise financeira do futebol brasileiro e assume a sua parcela de culpa

 

 

Por 1h03, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, recebeu os repórteres doEstado em sua suntuosa sala no Parque São Jorge. Enquanto queimava a vela que o dirigente mantém ao lado das imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora de Fátima, São Jorge, Nossa Senhora Aparecida, São José e outros santos, ele não falou apenas do Corinthians. Falou sobretudo sobre o atual momento do futebol brasileiro e fez seu diagnóstico: os clubes não suportam mais o mercado inflacionado que eles mesmos criaram.

 

 

 

Depois da Copa, abriu-se uma ampla discussão sobre o futebol brasileiro. Como o Corinthians pode contribuir para o debate?

O Brasil precisa rever conceitos e métodos de gestão dos clubes. Passamos por uma crise muito difícil porque deixamos inflacionar as despesas, tudo em busca de querer montar o melhor time. Isso tem de mudar. Não se monta time em três meses. Você tem de dar tempo ao grupo. Foi assim que o Corinthians chegou ao Mundial. O futebol brasileiro vive hoje em um patamar de finanças incompatível com a economia do País. Pagamos salários que não são mais possíveis de os clubes arcarem.

O senhor defende teto salarial?

Se você deixar cada um fazer o que pensa, não vamos chegar a um consenso. Tem de ter regras limitativas. A principal delas é que um clube não pode gastar mais do que recebe. É o que o Proforte propõe, sob pena de o dirigente arcar com o seu patrimônio particular e o clube arcar tecnicamente saindo do campeonato e caindo de divisão. Impor teto salarial é complicado porque cada profissional tem o seu valor. Equacionar isso é difícil, mas a união de todos para buscar uma solução é imperativo.

 

 

MÁRIO GOBBI
Evelson de Freitas/Estadão

Gobbi na sala da presidência do Parque São Jorge: presidente admite que clubes como o Corinthians inflacionaram salários dos jogadores.

 

Qual é o valor ideal de uma folha de pagamento?

Nossa folha é de R$ 8 milhões e teríamos de cortar no mínimo 50%. Temos de adequar os custos à receita atual. É claro que cada clube tem a sua folha de pagamento, mas todos precisam se adaptar à nova realidade financeira do País. Os clubes não suportam mais manter esse ritmo alucinante de contratações e salários de valores exorbitantes.

A Globo chamou os clubes justamente para falar sobre essa questão. Como foi a sua conversa com a emissora?

Em nenhum momento se falou que a audiência caiu e que a Globo queria aumentar a receita dela. A Globo nos chamou para estudarmos medidas para arrumar o desarranjo financeiro pelo qual os clubes passam. A reunião foi para melhorar o quadro caótico em que entramos. Eles querem fortalecer os clubes e cortar a hemorragia financeira para o campeonato ser mais atrativo.

Os clubes menores dizem que a divisão das cotas de transmissão é injusta. O senhor aceita rever esses valores?

As cotas não podem mudar até 2018 porque há um contrato em vigor. É muito cedo para falar sobre isso agora. É claro que quem ganha menos quer ganhar mais e quem ganha mais entende que ganha mais porque merece. É uma discussão sem fim. Podemos sentar e achar outros critérios para, quem sabe, corrigir uma eventual disparidade, mas cada um tem o seu valor e a sua força de mercado.

Uma espécie de Clube dos 13 pode voltar?

A experiência pela qual passamos com o Clube dos 13 foi um fracasso. Todos os clubes estão pagando até hoje uma prestação para saldar o débito que restou lá. A solução está entre nós, não importa a nomenclatura. Temos de sentar com federações, CBF e clubes para formar um esqueleto da gestão necessária para fazer mudanças no futebol. A presidente Dilma Rousseff tem nas mãos a chance de fazer um grande bem para o futebol. O Proforte nada mais é do que equacionar a forma de os clubes pagarem suas dívidas. Não é anistia, nem perdão. Você faz um projeto de lei e envia para o Congresso e, quando chega lá, todo mundo tem uma emenda e não sai nada. A medida provisória é um ato não democrático, mas necessário em uma situação de necessidade.

O Corinthians assume a sua parcela de culpa nesse quadro caótico que o senhor falou?

Na parte financeira, sim. O Corinthians, nos últimos anos, foi a sensação do futebol brasileiro e colaborou para o valor exacerbado a que chegou o patamar de salários, luvas e imagem de técnicos e jogadores.

Contratar o Pato foi um erro?

Compramos o Pato porque o Corinthians precisava de um artilheiro para fazer gols e alavancar as vendas. Ele é um ícone, que depois venderíamos para recuperar o investimento de 15 milhões de euros (R$ 43 milhões). Depois que trouxemos o Pato, o dinheiro começou a sumir do mercado. Isso foi um baque que não só o Corinthians, mas os outros grandes clubes sentiram do mesmo jeito. Quem não comprou o Pato afundou da mesma forma. Temos de torcer para que ele jogue bem e consiga produzir o que pode para a gente recuperar o investimento.

Como o Corinthians pode voltar a revelar jogadores?

O Corinthians revela, o problema é que não vinga. Nem sempre o garoto quando sobe para o profissional consegue render o que jogava na base. O Jô, por exemplo, foi revelado aqui, assim com o Everton Ribeiro e o Willian. Na época, ninguém teve paciência para esperar eles atingirem o patamar em que estão hoje. O mal do futebol é o imediatismo.

Qual é a sua avaliação da temporada do Corinthians?

Começamos a montar um time no meio do Campeonato Paulista e querem que a gente ganhe tudo. O time que estamos montando é muito bom, mas no ano que vem será melhor ainda. Nosso time tem potencial, mas é preciso ter paciência.

Como está a gestão da Arena Corinthians?

O estádio tem uma gestão independente. É incompatível tocar o Corinthians e o estádio. Tem um fundo que cuida de receitas e despesas. Será assim durante os dez anos que temos para pagar as dívidas. Receitas que entram lá ficam lá para abater a dívida. A bilheteria está estourando, temos renda de quase R$ 2 milhões por jogo, mas não entra um centavo para o clube. Vai tudo para amortizar a dívida.

O ex-presidente Andrés Sanchez anunciou que estava de saída da gestão do estádio. Quem será o novo gestor?

O Andrés não se afastou e continua como gestor. É um cargo pesado, estressante. O Andrés vem num ritmo alucinante. Às vezes acaba desabafando, mas foi só isso.

E os naming rights?

Estamos em busca e ele virá. Assinei duas vezes a autorização para o negócio ser fechado, mas não deu certo. Estamos conversando com as empresas.

O senhor diz que mantém uma relação de respeito e diálogo com as torcidas organizadas. Depois de tantos casos de violência, o senhor acha que essas facções respeitam o Corinthians e têm de dialogar com a diretoria?

Não compete aos clubes combater a violência. Se torcedores praticam atos de vandalismo, o aparato estatal tem de investigar e prender. Não vejo problema em receber na minha sala um grupo de torcedores. Aqui, eles se comportam bem. Na testa de cada um não está escrito quem é bandido.

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Sep 7, 2014

Mais um empate

 

No Sul, Corinthians empata mais uma vez no Brasileirão

VÍTOR MARQUES –

ESTADÃO

 

O Corinthians encerrou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro com o seu resultado mais comum. O 0 a 0 com o Criciúma, no estádio Heriberto Hülse, em Criciúma (SC), foi o nono empate do time em 19 rodadas. Já são três jogos sem vitória. Dois pontos conquistados dos últimos nove. E com um desempenho como esse até mesmo uma classificação à Copa Libertadores fica ameaçada, apesar de encerrar o domingo em quarto lugar – tem 33 pontos, contra 31 de Fluminense e Grêmio e 30 do Atlético Mineiro.

É certo que os desfalques (seis no total) contribuíram para mais um jogo ruim do Corinthians. O técnico Mano Menezes teve problemas para montar a equipe. Ele não pode escalar seus principais artilheiros no ano (Guerrero, Luciano e Romarinho, negociado com o futebol do Catar).

O treinador surpreendeu escalando o garoto Malcom, de 17 anos, como titular. Mas não foi suficiente para vencer o Criciúma. Sem atacantes no banco de reservas, o time terminou o jogo cheio de meias: Renato Augusto, Jadson e Danilo. Não por acaso a equipe caiu de produção e perdeu o poder de fogo no segundo tempo. No primeiro, ainda houve chance de abrir o placar. Na segunda etapa, nem isso.

O Corinthians demorou 15 minutos para entrar no jogo após uma pressão inicial do Criciúma. Depois, equilibrou e controlou as ações. Mas o domínio foi tímido. O ímpeto do time foi murchando até o intervalo.

O principal problema da equipe de Mano Menezes foi no meio de campo, na armação. O time só jogou pelo lado direito, aproveitando a velocidade de Malcom.

Na esquerda, não havia jogada. Renato Augusto tentou criar jogadas por um setor responsável por Petros. Ao jogar na esquerda, ele deixava vazia a faixa central. Isolado, Romero se preocupou mais em brigar no corpo a corpo, como pivô, e em cavar faltas do que buscar o gol. É muito pouco para quem pretende se firmar como titular quando Guerrero voltar ao time.

Luiz, goleiro do Criciúma, trabalhou mais que Cássio no primeiro tempo. Ele defendeu um chute e uma cobrança de falta cobrada por Fábio Santos. Mas fez bobagem e entregou uma bola nos pés de Malcom. O jovem atacante se precipitou e mandou a bola por cima do gol na melhor chance do Corinthians no primeiro tempo.

Mano Menezes só mexeu no time aos 20 minutos do segundo tempo. Enfim, Jadson entrou no jogo, mas quem saiu foi Malcom – o atacante já havia caído de produção em relação à etapa inicial.

O Criciúma melhorou com a entrada do veterano Paulo Baier. Atacou pelo lado esquerdo, explorando as deficiências de Fagner pela direita. Foi por isso que Ferrugem entrou no jogo no melhor momento do time de Santa Catarina. Cássio ainda fez um milagre desviando um chute perigoso de Paulo Baier. No final, não se pode nem reclamar do placar.

O Corinthians volta a campo nesta quinta-feira contra o Atlético Mineiro, no estádio Itaquerão, em São Paulo, na primeira rodada do returno. Só um jogador retorna ao time: o atacante Luciano. Os outros quatro jogadores que estão defendendo suas seleções não retornarão à tempo de entrar em campo.

FICHA TÉCNICA

CRICIÚMA 0 x 0 CORINTHIANS

CRICIÚMA – Luiz; Luis Felipe, Fábio Ferreira, Alcides (Ronaldo Alves) e Giovanni; Rodrigo Souza, João Vitor, Cleber Santana e Lucca (Paulo Baier); Zé Carlos e Silvinho (Maurinho). Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

CORINTHIANS – Cássio; Fagner (Ferrugem), Felipe, Anderson Martins e Fábio Santos; Ralf, Bruno Henrique, Petros (Danilo) e Renato Augusto; Malcom (Jadson) e Romero. Técnico: Mano Menezes.

CARTÕES AMARELOS – Luis Felipe, Maurinho, Cleber Santana, Fábio Ferreira e Rodrigo Souza (Criciúma); Fagner, Felipe e Bruno Henrique (Corinthians).

ÁRBITRO – Igor Junio Benevenuto (MG).

RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma (SC).

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Sep 4, 2014

Comissão por renovar o contrato? Onde isso vai parar !?

 

Agentes cobram até para renovar com atleta. Clubes não querem mais pagar 

 

Ricardo Perrone

 – Goleiro Cássio, do Corinthians, faz uma defesa diante de Titi, do BahiaFriedemann Vogel/Getty Images

 

A cena tornou-se comum em clubes brasileiros, mas quase sempre gera polêmica. O diretor chama o jogador que já tem alguns anos de casa para renovar contrato e no final das tratativas paga 10% do valor da negociação para o empresário contratado pelo atleta.

Casos assim, quando chegam aos ouvidos de conselheiros, geram protestos, acusações de desperdício de dinheiro e até pedidos de investigação interna. Pressionados, diretores de clubes alegam que se tornou normal os atletas passarem para as agremiações a conta que eles deveriam pagar referentes ao trabalho de seus agentes, e iniciam um movimento para tentar colocar fim à prática.

O Corinthians é um dos clubes em que o tema mais causa debates atualmlente. Em julho, o clube renovou com Cássio e Gil, pagando comissão ao empresário Carlos Leite, também remunerado na contratação de Mano Menezes, seu cliente.

Conselheiros da oposição e da situação entendem ser desnecessário pagar um intermediário para acertar com atletas que já estão no time ou para negociar com um técnico que é amigo de outros carnavais do presidente Mário Gobbi.

Há mais casos. Gilmar Veloz, empresário de Tite, velho conhecido do clube, também recebeu comissão na volta do treinador ao Parque São Jorge. Cartolas alvinegros afirmam que até na troca entre Pato e Jadson, que não envolveu dinheiro, precisaram botar a mão no bolso. Contam que pagaram R$ 780 mil de comissão. Essa operação também é alvo de críticas de conselheiros.

“Foi um excelente negócio para as duas partes, uma negociação muito difícil, em que trabalhei muito. Por todo envolvimento, toda repercussão, por todo assunto que gerou para a mídia, o mínimo que eu teria que ter era uma comissão. Acho que foi pouco perto de tudo que isso envolveu. E ainda nem recebi”, disse Bruno Paiva, empresário que intermediou a troca feita entre São Paulo e Corinthians. Ele não revelou quanto sua empresa recebeu pelo negócio.

O clube do Parque São Jorge, como os demais, também paga comissão quando compra o jogador, não apenas quando vende. Para trazer Lodeiro, ex-Botafogo, o alvinegro desembolsou cerca de R$ 1,4 milhão.

“No mundo ideal, não é o clube que deveria pagar comissão quando compra um jogador ou renova. Acho que tem que mudar, mas é assim há muito tempo. Com todos os empresários, a primeira condição numa negociação é pagar a comissão deles. O Roberto [de Andrade, ex-diretor de futebol do Corinthians], dizia que, se você não pagar, o agente leva o atleta para outro clube”, afirmou ao blog Ronaldo Ximenes, diretor de futebol do Corinthians.

Recentemente, o Corinthians  viu a exigência de comissões chegar ao extremo. Na venda do volante Guilherme, agenciado por Giuliano Bertolucci, a diretoria fez as contas e viu que teria prejuízo. Precisaria gastar cerca de 40 mil euros com comissão. A direção, então, bateu o pé para pagar apenas 30% da comissão, já que essa era sua participação nos direitos econômicos do atleta. Os parceiros eram empresários e o BMG. Assim, o alvinegro conseguiu ficar com uma quantia da venda, feita por cerca de 4 milhões de euros.

Os gastos com comissões, já viraram alvo de questionamentos feitos por escrito por conselheiros da oposição corintiana, caminho que o Palmeiras conhece bem, e de longa data. Depois de muito barulho, uma auditoria foi feita e entregue ao então presidente Arnaldo Tirone no final de 2011.

O trabalho da Torga Consultoria mostra que o Palmeiras se comprometeu a pagar R$ 11,7 milhões em comissões para empresários em 29 operações com atletas e na contratação do técnico Luiz Felipe Scolari. Média de R$ 390 mil por negócio. O alviverde remunerou agente até para fazer a troca entre Leo e Leandro Amaro com o Cruzeiro. Só nessa operação, a comissão para três empresas de agentes foi de R$ 850 mil.

“As negociações, chegaram a um nível intolerável. O empresário multiplica o salário do jogador por 13 e pede comissão de 10% sobre o valor total. Quer comissão até sobre o 13º salário. Você acerta, chama a imprensa, diz que o jogador renovou, daí o agente fala: ‘agora quero uma parte dos direitos econômicos’, disse Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba . O dirigente lidera os cartolas nas discussões da lei sobre refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes.

Andrade defende que, em conjunto, os clubes deixem de pagar os empresários, repassando a conta aos jogadores. “É um absurdo, o cara é empresário do jogador, então, que receba do jogador. Em média, o gasto com comissões representa 10% das receitas dos clubes. Os dirigentes estão conversando, caindo na real sobre as distorções do mercado. Se todos começarem a deixar de pagar, os empresários vão ficar preocupados”, afirmou Andrade.

Ataíde Gil Guerreiro, vice-presidente de futebol do São Paulo, apoia um movimento contra o pagamento de comissões. “No meio empresarial não tem isso. Se eu quero contratar um advogado, contrato um ‘headhunter’ [especialista em encontrar profissionais para empresas], combino um preço e pago pelo serviço dele. Se eu quiser renovar o contrato com o mesmo advogado, não preciso pagar mais para o headhunter”, declarou o dirigente são-paulino.

Guerreiro afirmou que desde que assumiu o cargo, em abril, só renovou o contrato de Rafael Toloi, sem precisar pagar comissão e que vai estudar casos futuros. “Não posso ir sozinho contra a maré. Mas, se o Vilson já levantou essa bandeira [contra as comissões], ele conta com a minha vontade”, completou o cartola tricolor.

Os empresários se defendem. “Se o dirigente chega pra mim e pede ajuda pra renovar o contrato de um jogador que eu represento, então tenho que receber do clube. Já teve casos em que recebi 5% do atleta e 5% do clube porque trabalhei para os dois. O importante é não cobrar porcentagens absurdas” disse ao blog Pepe Dioguardi, agente de Kléber e Ganso, entre outros.

“Existem várias formas de comissão. O jogador pode até pedir 10% a mais e ele mesmo pagar o agente. Depende de como você trabalha. Eu trabalho de forma transparente. Nossa empresa tem uma filosofia de agregar ao produto [o jogador] do clube. Temos assessoria de imprensa, ensinamos a atleta a se posicionar  melhor. A única regra hoje é que os clubes não estão pagando ninguém. Assinam o contrato, mas no dia combinado não pagam a comissão”, afirmou Bruno Paiva, agente que tem Jadson em sua lista de clientes.

http://blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br/

Sep 4, 2014

Duro golpe

Em decisão inédita, STJD exclui Grêmio de torneio por racismo

COPA DO BRASIL
Punido, clube gaúcho irá entrar com recurso e pode paralisar campeonato

ADRIANO BARCELOSDO RIO

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu por unanimidade excluir o Grêmio da Copa do Brasil. Essa é a primeira vez no futebol brasileiro que uma equipe é eliminada de uma competição por conta de atos racistas dos seus torcedores.

“A decisão pode ser considerada a maior punição por atos racistas no futebol brasileiro”, disse o presidente da 3ª Comissão Disciplinar do STJD, Fabrício Dazzi.

O clube gaúcho promete entrar com recurso contra a decisão e pode até provocar a paralisação do torneio.

A punição, decidida nesta quarta-feira (3) depois de um julgamento de quatro horas, se deve aos atos de injúria racial que foram direcionadas ao goleiro Aranha, do Santos, na quinta passada (dia 28).

Com a decisão do STJD, o time paulista, que já havia vencido por 2 a 0 a partida de ida, em Porto Alegre, está automaticamente classificado para as quartas de final.

Segundo o relator do caso, Francisco Pessanha Filho, o fato de o torneio ser disputado no formato mata-mata, com confrontos eliminatórios em dois jogos, foi decisivo para a definição da exclusão.

“Se a mesma infração fosse no Brasileiro [jogado em pontos corridos], a pena seria de perda de seis pontos.”

A perda de pontos foi a opção no caso de racismo contra o juiz Márcio Chagas da Silva, no primeiro semestre. Na ocasião, o Esportivo perdeu nove pontos pelos atos. O clube recorreu, reduziu a punição para três pontos, mas foi rebaixado no Gaúcho.

No julgamento desta quarta, a acusação, representada pelo subprocurador-geral, Rafael Vanzin, lembrou que o Grêmio é reincidente em discriminação racial vinda dos seus torcedores.

Mencionou o clássico Gre-nal de 30 de março, quando o zagueiro Paulão, do Inter, foi hostilizado por gremistas. O episódio rendeu uma multa de R$ 80 mil.

O presidente do Grêmio, Fábio Koff, afirmou que a punição pesaria sobre a história do clube. Mas sua argumentação e o fato de o time ter ajudado na identificação dos agressores não evitou a pena.

Além da exclusão da Copa do Brasil, o time de Porto Alegre foi multado em R$ 50 mil. Os autores dos atos de injúria racial identificados foram proibidos de ingressar em jogos do Grêmio por 720 dias.

Após o julgamento, Koff anunciou que o clube irá recorrer. Um dos advogados do clube, Tiago Brunetto, admitiu pedir a paralisação do torneio enquanto o recurso não for julgado. “Nossa ideia não é tumultuar o campeonato, mas não podemos aceitar que o Grêmio sofra um prejuízo dessa enormidade”, afirmou.

O juiz Wilton Pereira Sampaio foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 800 por não ter relatado as ofensas na súmula. Os auxiliares também receberam punições.

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Sep 4, 2014

Vamos prá frente.

Corinthians espanta zebra e chega às quartas de final

COPA DO BRASIL
Time supera Bragantino e espera Palmeiras ou Atlético-MG

ALEX SABINODE SÃO PAULO

O Corinthians nunca foi vítima de uma grande zebra na Copa do Brasil. Não há na vida do clube um ASA, que eliminou o Palmeiras em 2002. Nem um CSA, que despachou o Santos em 2009. Ou o Bragantino, que surpreendeu o São Paulo neste ano.

O time do interior paulista tentou aplicar uma peça nesta quarta (3), no Itaquerão. Saiu com um revés por 3 a 1.

Nas quartas de final, o Corinthians agora espera o vencedor do confronto entre Palmeiras e Atlético-MG. Os mineiros venceram a primeira por 1 a 0, no Pacaembu. O jogo de volta será nesta quinta (4), em Belo Horizonte.

Não houve drama no Itaquerão. Em nenhum momento as 27.817 pessoas no estádio cantaram serem corintianos, maloqueiros e sofredores. A equipe perdera o confronto de ida por 1 a 0, em Cuiabá. Mas no Itaquerão, em 19 minutos, marcou três gols.

O triunfo serviu para mostrar que o Corinthians não tinha motivo para temer os desfalques de Gil, Elias (na seleção brasileira), Lodeiro (uruguaia) e Guerrero (peruana).

Mano Menezes montou esquema com três atacantes e armou uma blitze contra o adversário. O resultado foi imediato. Os gols foram marcados em jogadas pelo lado direito e concluídas por Renato Augusto, Ralf e Felipe.

Em uma partida tranquila, mas a defesa não conseguiu passar 90 minutos sem ser vazada pela sexta vez consecutiva. No segundo tempo, as organizadas chegaram a esquecer o que acontecia em campo e puxaram um canto de “parabéns para você”, homenageando o aniversário do clube. O Corinthians completou 104 anos na segunda (1).

Nos minutos finais, o telão do Itaquerão mostrou os números do jogo. O time do interior tinha mais posse de bola (57% a 43%) e havia chutado mais a gol (12 a 6). Porém, acabou e eliminado. Nem o gol de Guilherme Mattis no final mudou isso.

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Sep 2, 2014

Uma entrevista esclarecedora. E estarrecedora!

O presidente Mário Gobbi deu uma longa entrevista no domingo, na TV Gazeta, no programa Mesa Redonda (Confira aqui trechos da entrevista). Falou de todos os problemas do futebol (e do Corinthians) e deve ter deixado perplexos os corinthianos pouco informados que ouviam aquela singular manifestação.

Falou que o futebol vive uma grande crise; que os clubes estão gastando o dinheiro que não têm; que os salários de jogadores e treinadores estão muito altos; que se não houver mudança, o futebol brasileiro vai ao colapso; que o projeto do governo tem que vir logo, senão a situação será insustentável. Reconheceu que o Corinthians vive uma dura crise financeira; que está sem dinheiro para pagar as próximas folhas de pagamento; que não tem nenhuma receita das rendas do estádio; que a folha “bate em 10 milhões”; que já adiantou receitas futuras da TV, da CBF, da Federação Paulista e de outros parceiros de publicidade e da parceira de uniforme; disse que não deu certo a compra do Alexandre Pato; que a política de parcelamento dos direitos dos jogadores está errada e que isso tudo não pode mais ocorrer, referindo-se ao caso Cléber.

A entrevista toda foi numa linha impessoal, mostrando que os problemas são graves e chegaram sem muita explicação. Indicou que o caminho é mudar tudo.

A fala do presidente provoca espanto pois adota um discurso totalmente diferente do que vem sendo dito ultimamente. Quem recebeu -nos últimos anos- os “Relatórios de Sustentabilidade”, ricamente encadernados e fartamente distribuídos no clube, deve ter visto na entrevista do presidente um pesadelo. Nos grossos cadernos com fotos, gráficos e muitas cores, as prestações de contas indicavam uma situação singular de gestão, sem problemas. Equilíbrio entre receita e despesas e uma contínua melhora nas contas da agremiação. Era tudo um engano, como provam as palavras do presidente na TV Gazeta.

Os problemas não são novos e o atual presidente não pode eximir-se de sua cota (grande) de responsabilidade.

Há quase 7 anos ele dirige o clube (primeiro como diretor de futebol e depois como presidente) e sua autocrítica não elimina suas duras  responsabilidades.

Anunciar que o futebol está em crise e que o Corinthians está no meio desta confusão pouco altera o quadro da realidade. Dizer que há dificuldade para pagar a folha dos profissionais (10 milhões) só mostra a pouca responsabilidade fiscal dos últimos anos. O San Lorenzo, que venceu a última Libertadores, tem uma folha que é de, aproximadamente, um terço da que o Corinthians ostenta. E os gastos corinthianos no futebol são altos porque a diretoria assim decidiu: nosso técnico ganha o dobro (sim, o dobro) de qualquer outro treinador do país. Estava desempregado e conseguiu um precioso acerto com o Corinthians. Os salários de nossos jogadores são de dar inveja a todos. O clube aceitou o pedido feito pelos procuradores dos craques que vestem a camisa corinthiana. O Corinthians adotou uma política de pagar comissões (na compra, venda e renovações) que não era coisa comum no Parque São Jorge e na maioria dos clubes brasileiros. A categoria de base “comprou” um exército de jogadores nos últimos anos, alguns sem nunca terem jogado com a camisa alvinegra. Isso tudo vem sangrando nossas finanças.

É claro que a compra do Pato não deu certo, mas não foi esta a única operação danosa para o caixa do clube. Os pagamentos a jogadores que atuam em outros clubes também comprometem claramente o orçamento.

Reclamar por não ter a receita do novo estádio também não altera nada. Isso era previsto e a Arena teria -e tem- que ser paga.

Ao admitir que o clube vive hoje de adiantamentos de receitas de competições futuras, o presidente poderia ter sido mais claro. Deveria ter dito quanto já gastou dos recebíveis futuros da Globo, da CBF, da Nike, da Caixa, da Federação etc. A informação de que esta prática não é recente e que “só entrei nela” não diminui sua responsabilidade. Primeiro porque quando o clube foi assumido no final de 2007 , havia por volta de 19 milhões em caixa (dinheiro da venda do Willian) e a dívida (parcialmente negociada) chegava perto de 50 milhões. Destaque-se que nos anos que antecederam a Copa, as receitas do futebol deram um salto em todos os clubes. A concorrência da TV elevou os contratos chegando a valores nunca vistos e o equilíbrio orçamentário era perfeitamente possível com aquela situação.

O problema de hoje é o gasto excessivo. Gastou-se de forma errada, como o próprio presidente admitiu.

Quando estava na oposição, o Sr. Mário Gobbi tinha uma receita clara para mudar o clube e chegar-se a um equilíbrio orçamentário. Uma “reengenharia” seria feita e pronto: tudo se resolveria. Ele atormentava o Conselho com longos (e profundos) discursos sobre o que deveria ser feito para mudar a realidade do clube. Nada ocorreu.

A entrevista na TV Gazeta choca muitos corinthianos, especialmente os pouco informados sobre o que se passa nos bastidores.

Tragicamente, a situação é pior do que a revelada pelo presidente. Bastaria ele explicar (sem rodeios) os adiantamentos de receitas e que as cores da crise ficariam mais complicadas ainda.

A entrevista no Mesa Redonda só traz uma conclusão sobre o quadro crítico das finanças do Corinthians. Quem dá esta conclusão é o próprio presidente Mário Gobbi: precisamos mudar tudo. E rápido.

 

Sep 1, 2014

Um empate ruim na Arena Corinthians.

Renato Augusto comanda reação contra Fluminense

BRASILEIRO

 Meia sai do banco e muda Corinthians no empate em 1 a 1

DE SÃO PAULOJadson chegou no início do ano. Petros foi contratado depois do Campeonato Paulista. E Lodeiro desembarcou há poucos meses como um reforço de Copa do Mundo.

O Corinthians reformulou seu setor de criação nesta temporada. Mas quem evitou a segunda derrota do time na história do Itaquerão foi um meia remanescente de 2013.

Renato Augusto, 26, saiu do banco de reserva para incendiar a partida no segundo tempo. Criou a jogada do gol do empate em 1 a 1 com o Fluminense, no domingo (31), e impediu que sua equipe deixasse a zona de classificação para a próxima Libertadores.

Com o resultado, o time de Mano Menezes continua na quarta posição do Brasileiro, com 32 pontos, dois a mais do que os cariocas, quintos.

“Tivemos uma boa atuação no segundo tempo. Merecemos a vitória, criamos para isso, mas não convertemos”, afirmou Renato Augusto.

O meia, que sofre com seguidas contusões desde que desembarcou no clube, no ano passado, entrou no intervalo, no lugar de Lodeiro, quando o Corinthians estava perdendo por 1 a 0 –gol de pênalti convertido por Fred.

A jogada do empate saiu dos seus pés. Depois de dois dribles dentro da área, rolou para Romarinho fuzilar.

A virada ficou a centímetros de ter sua assinatura. O camisa 8 corintiano fez nova tabela com Romarinho e arriscou chute no canto. A bola passou raspando a trave.

ARBITRAGEM

A guerra que Mano e os jogadores do Corinthians têm travado com a arbitragem ganhou um novo capítulo.

No domingo, até o presidente Mário Gobbi entrou no conflito e culpou Paulo Henrique de Godoy Bezerra pelo tropeço dentro de casa.

O Corinthians reclamou do excesso de faltas apitadas pelo árbitro, que só atuou porque Sandro Meira Ricci se machucou e não pôde apitar, e do pênalti a favor do Fluminense –Gil derrubou Wagner após uma freada do meia.

Só que no domingo não foi só o time paulista que reclamou do comportamento do juiz. O Fluminense teve um gol mal anulado, por impedimento, e não deixou barato.

“A arbitragem brasileira tem que ser profissionalizada. Ela é fraca. Isso é deprimente”, disse o técnico Cristóvão Borges, após o jogo.

www.folha.com.br

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