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Apr 7, 2013

Em campo o campeão.

Corinthians e São Bernardo fazem duelo de ‘fieis’ no Pacaembu

Rivais de domingo são líderes em presença de público no Paulista. Timão quer se garantir na segunda fase, enquanto Bernô luta para evitar risco

Por GLOBOESPORTE.COMSão Paulo

guerrero corinthians treino (Foto: Daniel Augusto Jr./ Agência Corinthians)
Guerrero volta ao time sedendo por gols
(Foto: Daniel Augusto Jr./ Agência Corinthians)

Os clássicos são aqueles jogos que costumam levar maior torcida aos estádios, mas o Corinthians x São Bernardo deste domingo, às 16h (horário de Brasília), no Pacaembu, é o jogo que reúne as duas equipes com melhor presença de seus fieis torcedores no Campeonato Paulista. Enquanto o Timão é líder disparado em média de público pagante, sempre no Pacaembu, o Bernô tem a maior taxa de ocupação de um estádio no estadual.

Em casa, o Corinthians levou 22.847 alvinegros por jogo ao Pacaembu, o dobro do segundo colocado nesse quesito, o São Paulo, com média de 11.435 por partida. O São Bernardo é o quarto no ranking, com 10.306 pagantes por jogo. A diferença é que seu estádio, o 1º de Maio, comporta apenas 13.440 pessoas – a taxa de ocupação média de 77% é recorde no Paulistão.

Com 29 pontos, basta ao Corinthians uma vitória neste domingo para garantir vaga nas quartas de final. Neste caso, o Timão abriria oito de vantagem sobre o Bragantino, primeira equipe fora da zona de classificação – faltarão apenas duas rodadas para o fim da fase inicial.

O São Bernardo, time de coração do ex-presidente Lula, busca pelo menos um ponto no Pacaembu. A meta da equipe é permanecer na elite estadual: atualmente tem 17 pontos, a quatro da zona de rebaixamento.

A arbitragem da partida será de Marcelo Prieto Alfieri, auxiliado por Giulliano Neri Colisse e Fabio Rogério Baesteiro. A TV Globo transmite apenas para Campinas e região, enquanto o PFC mostra o confronto ao vivo para todo o Brasil, pelo sistema pay-per-view. O GLOBOESPORTE.COM acompanha os lances em Tempo Real a partir das 16h, com vídeos.

header as escalações 2

Corinthians: com desfalques, Tite vai utilizar formação bem diferente para o confronto. A novidade é a volta de Guerrero, recuperado de dores na coxa direita. Cássio está fora. O time: Julio Cesar, Guilherme Andrade, Chicão, Gil e Fábio Santos; Edenílson e Guilherme; Giovanni, Romarinho e Jorge Henrique; Guerrero.

São Bernardo: o técnico Wagner Lopes não confirma o time, mas Fernando Lombardi e Wagner Diniz devem aparecer entre os titulares. Assim, a provável equipe será formada por: Wilson Júnior; Souza, Fernando Lombardi, Luciano Castán e Wagner Diniz; Dudu, Daniel Pereira, Ricardinho e Bady; Gil e Fernando Baiano.

quem esta fora (Foto: arte esporte)

Corinthians: Cássio, com dores no punho esquerdo; Matheus Caldeira, Ralf, Paulinho e Alexandre Pato, com a seleção brasileira; Paulo André, poupado; Emerson Sheik e Alessandro, suspensos; Renato Augusto, Danilo Fernandes, Douglas e Igor, em fases diferentes de recuperação de lesões.

São Bernardo: os volantes Naldinho e Zé Forte, lesionados, continuam fora.

header fique de olho 2

Corinthians: artilheiro corintiano na temporada, com oito gols, Guerrero volta ao time sedento. Seu último gol foi há apenas duas semanas, contra o Guarani, mas ele não quer bobear em um ataque tem Alexandre Pato e Sheik como concorrentes. As dores na coxa direita não passaram de um susto.

São Bernardo: Artilheiro do São Bernardo no Paulista com sete gols, Fernando Baiano estará bastante à vontade no Pacaembu. Ex-Corinthians, o atacante atuou diversas vezes no estádio, inclusive quando marcou cinco gols diante do Cerro Porteño, na Libertadores de 1999.
header o que eles disseram

Tite, técnico do Corinthians: “Estamos pagando um preço por ter começado mais tarde o ano. Agora quero poupar o mínimo possível para começar a repetir a equipe. Temos de driblar os desfalques, mas a ideia é não ficar mais poupando”.

Wagner Lopes, técnico do São Bernardo: A equipe precisa ter calma e tranquilidade na hora de fazer o gol. A partir de agora, cada jogo será o mais importante de nossas vidas”.

header números e curiosidades

* Esse será o segundo jogo da história entre Corinthians e São Bernardo. O primeiro foi em 2011, no ABC, pelo Paulistão, e terminou empatado por 2 a 2.

* A partida deste domingo será a 11ª do Corinthians no Pacaembu neste ano. Até agora, a equipe computou seis vitórias, três empates e uma derrota (para a Ponte, por 1 a 0). Foram 23 gols marcados e nove sofridos.

* A atual média de gols do Paulistão é de 2,7 por jogo (446 gols em 162 partidas). A vitória
do Corinthians por 5 a 0 sobre o Oeste, na quinta rodada, foi a maior do campeonato até agora.

* Disputando pela segunda vez o Paulistão, o São Bernardo ainda não conseguiu vencer um dos quatro maiores clubes do estado. Até agora, são cinco derroats e dois empates. A última chance neste ano é justamente neste domingo, diante do Corinthians.

header último confronto v2 (Foto: arte esporte)

 

 

A última partida entre as duas equipes foi no dia 30 de janeiro de 2011, pelo Paulistão, e terminou empatada por 2 a 2. O Bernô ficou à frente no placar duas vezes, primeiro com Júnior Xuxa e depois com Cauê, mas o Timão empatou em ambas, graças a gols de Danilo, ainda no primeiro tempo, e do peruano Ramírez, aos 35 minutos da etapa final.

 

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Apr 7, 2013

Noticias da Bolívia

 

Evo se exime sobre corintianos presos e atribui caso ao Judiciário

 

Bruno Ceccon, Enviado EspecialSanta Cruz de la Sierra (Bolívia)

No intervalo do amistoso entre Bolívia e Brasil, disputado em Santa Cruz de la Sierra na tarde deste sábado, o presidente Evo Morales concedeu uma breve entrevista. Nos camarotes do Estádio Ramon Tahuichi Aguilera, ele atribuiu a questão dos 12 corintianos presos em Oruro ao poder Judiciário e tratou de se eximir.

“Lamento muito o que aconteceu em Oruro. Entendo a enorme preocupação dos brasileiros, mas vocês também sabem que há poderes independentes e isso é responsabilidade do poder Judiciário. O poder Executivo não tem essas atribuições”, declarou Evo.

O grupo de brasileiros preso em Oruro é acusado de envolvimento na morte de Kevin Beltrán, 14 anos, atingido por um sinalizador no jogo entre San José e Corinthians, pela Copa Libertadores. Questionado se já tratou do tema com a presidente Dilma Roussef, Evo procurou garantir que a questão não interfere na relação entre os dois países.

“A Dilma é muito respeitosa da independência entre os distintos órgãos. Quero dizer que temos relações muito fluídas com o Brasil. Somos dois países irmãos e vizinhos. Esse problema não afeta em nada. É uma questão que se apresentou e vai ser resolvida pelo poder Judiciário”, repetiu.

Há quem diga que a prisão dos torcedores do Corinthians detidos em Oruro desde o dia 20 de fevereiro tenha uma conotação politica, já que o Brasil ofereceu asilo ao senador Roger Pinto, integrante da oposição ao presidente Evo Morales. Oficialmente, autoridades dos dois países negam a tese.

Rafael Ribeiro/CBF

Presidente Evo Morales exibe camisa autograda por Neymar ao lado de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero

Parte da renda do amistoso disputado na tarde deste sábado deve ser revertida à família de Kevin Beltrán. O tema causou desconforto, já que a Federação Boliviana de Futebol (FBF) exigiu ficar tom toda a arrecadação para então decidir a parcela que será repassada aos parentes do garoto. 

“Uma vida foi perdida e esse tipo de problema dói. Eu sou de Oruro e lamento pela dor da família”, declarou Evo Morales. Em seguida, o boliviano ganhou das mãos de José Maria Marin, presidente da CBF, uma camiseta do Brasil autografada por Neymar e posou para fotos.

“Estamos encontrando toda a boa vontade das autoridades bolivianas para ter uma solução o mais rápido possível para o problema dentro do respeito à legislação vigente no país. O presidente Evo é um esportista e tem grande sensibilidade humana”, discursou Marin.

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Apr 6, 2013

Contra a violência e o crime.

 

Corinthians e Ministério organizam fórum sobre violência no futebol

 

São Paulo (SP)

No encontro da última quarta-feira com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Mário Gobbi deixou acertada a realização de um fórum sobre a violência no futebol. O presidente do Corinthians foi a Brasília pedir providências em relação aos torcedores presos na Bolívia – acusados de envolvimento na morte do garoto Kevin Beltrán na partida do time contra o San José – e prometeu empenho para que o caso sirva para mudanças efetivas.

“Já disse algumas vezes: a tragédia de Oruro não pode ficar no ato simbólico, na dor, na tristeza. Temos que encontrar formas para que isso nunca mais ocorra. O Corinthians, junto com o Ministério da Justiça, está disposto a ajudar. Vamos reunir todos os setores da sociedade civil com debates de alto nível e soluções práticas”, afirmou o dirigente.

O “Primeiro Fórum Nacional de Combate à Violência no Futebol e Respeito à Cidadania” terá, segundo o clube do Parque São Jorge, jogadores, técnicos, cartolas, torcidas, órgãos de segurança pública, juízes, promotores e professores universitários. Ainda não há data para o evento, a ser planejado em conjunto com um instituto de referência na defesa dos Direitos Humanos.

“De nada adianta clamar por punições, atendo-se aos efeitos da criminalidade, em vez de combater as causas, fazer prevenção e apontar soluções. Queremos a ajuda de todos os envolvidos no futebol para, unidos, acharmos um meio de dar segurança a todos os que militam no esporte”, concluiu o presidente do Timão.

Divulgação/Agência Corinthians

No encontro entre Mário Gobbi e José Eduardo Cardozo, surgiu a ideia do fórum (foto: Rodrigo Coca)
www.gazetaesportiva.net

 

Apr 5, 2013

Alô Bolívia III

Confusão e receio: os bastidores do papo entre Timão e a família Beltrán

Pai do garoto Kevin explica recusa à doação do Corinthians, que se coloca à disposição para iniciar nova conversa sobre ajuda

Por Leandro Canônico*Cochabamba, Bolívia

Pais de Kevin Espada, Carola Beltrán Espada e Limbert Beltrán  (Foto: Reprodução / SporTV)
Pais de Kevin Espada, aguardam novo contato do
Corinthians (Foto: Reprodução / SporTV)

“Não quero ficar rico. Quero apenas um legado do Kevin para os três irmãos dele. Algo que eu não pude fazer por eles todos. Eu nem devo usar esse dinheiro”.

A frase acima foi dita por Limbert Beltrán, pai do garoto boliviano Kevin Douglas Espada Beltrán, morto no último dia 20 de fevereiro, após ser atingido por um sinalizador disparado da área onde estava a torcida do Corinthians durante o empate por 1 a 1 com o San José, em Oruro, pela Taça Libertadores.

Depois de um mal-entendido com a diretoria do Corinthians a respeito de uma doação proposta pelo clube, Limbert tenta uma reaproximação com o time brasileiro. Inicialmente, o pai de Kevin recusou os US$ 200 mil (aproximadamente R$ 400 mil) oferecidos pelos alvinegros. Ele não achou o valor significativo.

Limbert queria mais por estar com medo de o clube brasileiro utilizar a doação como argumento para ajudar na liberação dos 12 corintianos presos em Oruro, suspeitos da morte do garoto. O menor H.A.M., de 17 anos, confessou o crime no Brasil. Mas os bolivianos não aceitam o depoimento. Muito menos o pai de Kevin.

– Eu estava com receio de que, com essa doação, os 12 brasileiros presos em Oruro fossem soltos. Portanto, eu pedi um valor mais significativo. E não considero o depoimento desse menor no Brasil. Só vou acreditar nele se aparecer aqui na Bolívia para confessar – disse Limbert ao GLOBOESPORTE.COM.

Não considero o depoimento do menor”
Limbert Beltrán

A confusão dos valores foi provocada por má interpretação na reunião que o pai de Kevin teve, por telefone, com um representante corintiano. O vice-cônsul do Brasil em Cochabamba, Vitorino Barros da Silva, foi o mediador. Ele foi procurado pela reportagem, mas o consulado disse que ele havia saído para levar a esposa ao médico.

De acordo com Limbert, depois de dar as condolências à família pela morte do garoto, o representante do Corinthians avisou que daria uma ajuda financeira à família. Foi quando o pai de Kevin pediu que essa doação fosse quantificada. Vitorino, então, escreveu em um papel: um milhão.

Pressionado por diversos advogados (brasileiros e bolivianos), que diziam que a família poderia levar até US$ 6 milhões em um eventual processo, Limbert pediu o dobro. A reunião, então, terminou com a promessa de uma contraproposta do Corinthians nos dias seguintes. A resposta veio dois dias depois.

– Eles nos procuraram novamente dois dias depois e ofereceram US$ 200 mil. Eu não entendi nada. Recusei. Queria um valor mais significativo não para ser abusivo, mas para que o Corinthians pagasse uma quantia que os fizesse lembrar para sempre do Kevin. Afinal, pelo que sei, os clubes ajudam as torcidas – disse.

Limbert é convicto de que o Corinthians colabora com a viagem dos seus torcedores. Por isso, acredita que o clube tem responsabilidade também na morte do seu filho. De qualquer maneira, houve um equívoco nos valores. Na realidade, o Timão ofereceu inicialmente 10% da renda de uma partida.

O vice-cônsul, então, anotou o valor de um milhão (seria de dólares) querendo dizer que essa era a provável renda total de uma partida do Corinthians com o Pacaembu lotado. Portanto, o clube brasileiro daria 10% dessa renda (US$ 100 mil). Diante do pedido de Limbert para dobrar, o Corinthians ofereceu US$ 200 mil.

Na cabeça do pai de Kevin, no entanto, a ideia era pedir o dobro, independentemente da moeda. Passado alguns dias, ele admite o mal-entendido.

– Houve uma confusão. Não vou rechaçar mais a oferta. Não tenho condições. Quero apenas voltar a ter contato com o Corinthians, para explicar tudo isso. O consulado não quer mais mediar essa conversa e eu estou em contato por email com o clube. Mas ainda espero uma resposta – finalizou Limbert Beltrán.

Procurado pelo GLOBOESPORTE.COM, em Bogotá, na Colômbia, o diretor de futebol do Timão, Roberto de Andrade, afirmou que o clube ainda quer ajudar.

– Se a família do Kevin quiser conversar novamente, estamos à disposição. Não estávamos sabendo dessa confusão – disse o dirigente alvinegro.

A família de Kevin Espada Beltrán não tem intenção de entrar na Justiça contra o Corinthians. Primeiro por querer um entendimento amigável em relação à doação proposta pelo clube. Depois por achar que não vale a pena uma briga nos tribunais, tanto no aspecto financeiro quanto no psicológico.

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Apr 5, 2013

Alô Bolívia II

Ficha suja prejudica quatro dos corintianos detidos na Bolívia

Corintianos com antecedentes criminais deverão ter mais dificuldade para deixar a cadeia em Oruro

Gonçalo Junior – O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – Quatro dos 12 corintianos presos na Bolívia, acusados de envolvimento na morte de Kevin Beltrán Espada, têm antecedentes criminais e por isso devem ter mais dificuldades para conseguir a liberdade provisória solicitada pelos advogados de defesa.

Situação dos torcedores corintianos que estão presos em Oruro deve demorar para ser resolvida - Daniel Rodrigo/Reuters
Daniel Rodrigo/Reuters
Situação dos torcedores corintianos que estão presos em Oruro deve demorar para ser resolvida

 

A documentação foi encaminhada pelo Ministério Público de São Paulo à Justiça boliviana no início da semana e está sendo analisada pelo fiscal de investigação Alfredo Santos. O vídeo que identifica o autor do disparo e a confissão feita pelo menor de idade no programa Fantástico, da Rede Globo, enviados espontaneamente pelo Brasil, não foram incorporados ao processo de Oruro. “Não há relevância esses materiais. A justiça boliviana não considera a confissão como prova”, explica o fiscal boliviano responsável pelo caso.

Dentre as quatro fichas com antecedentes – todos relacionados a violência nos estádios – está a de Tadeu Macedo de Andrade, tesoureiro e um dos líderes da torcida Gaviões da Fiel.

Independentemente dos antecedentes, Cleuter Barreto Barros e Leandro Silva de Oliveira são acusados de serem os autores materiais da morte de Kevin, já que foram encontrados com sinalizadores. Os outros dez foram indiciados como cúmplices.

PRAZO INDEFINIDO

O desfecho do caso deve demorar, indicou nesta quinta o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Pela primeira vez o chanceler sinalizou que há confiança das autoridades brasileiras na inocência dos detidos.

“Uma vez comprovada a inocência, aquilo que acreditamos que será o desenlace, queremos garantir a libertação dos nossos concidadãos e que o processo seja célere”, disse Patriota na audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Os deputados que foram à Bolívia prestar solidariedade aos presos e pedir agilidade nas investigações concordaram com a avaliação do chanceler.

“Tivemos uma boa evolução na sensibilização da Justiça boliviana em relação à necessidade de tomar decisões de maneira mais ágil”, disse o deputado Carlos Zarattini (PT/SP). “Mas não temos nenhuma garantia em relação aos prazos”, lamentou.
“Ainda teremos um longo caminho pela frente. O primeiro passo é resolver o problema penal e tirá-los da cadeia. Depois, vamos resolver o retorno ao Brasil”, disse o deputado Jefferson Campos (PSD/SP).

ADIAMENTO

A reconstituição do crime de Oruro não será mais realizada segunda-feira. Os corintianos vão ao estádio apenas para contar sua versão dos fatos em um processo que se chama “inspeção” na Bolívia.
“Pela lei boliviana, a reconstituição do crime só é feita no final da investigação, quando todos os fatos já foram comprovados”, diz Alfredo Santos.

www.estadao.com.br

Apr 5, 2013

Alô Bolívia.

 

Advogado da Embaixada trata processo contra corintianos como “lixo”

 

Bruno Ceccon, Enviado EspecialOruro (Bolívia)

 

Com exclusividade, a Gazeta Esportiva.netteve acesso ao processo contra os 12 brasileiros investigados pela morte do boliviano Kevin Beltrán. Miguel Blancourt, advogado ligado à Embaixada do Brasil em La Paz que defende os corintianos detidos em Oruro, apontou uma série de irregularidades e pontos obscuros ao analisar o material ao lado da reportagem.

O primeiro problema observado por Blancourt se refere ao policiamento da partida entre San José e Corinthians, disputada em 20 de fevereiro. Na “Tribuna de Preferencia” do Estádio Jesús Bermúdez, setor ocupado pela torcida visitante, 12 homens eram responsáveis pela segurança o que, para o advogado, é um indício de que as prisões foram realizadas a esmo.

“Entendo que esses 12 policiais correspondem aos 12 detidos. Se fossem 20 policiais, teríamos 20 detidos. Além disso, os vídeos mostram que os policiais não estavam observando a torcida, mas sim vendo o jogo. Um evento desse nível raramente ocorre em Oruro, e os policiais estavam desfrutando do espetáculo ao invés de trabalhar”, disse Blancourt à GE.net.

Confira os detalhes do processo

      Clique na imagem para ampliar

Já a “Ata de Consignação e/ou Registro de Pessoa Apreendida”, assinada pelos 12 torcedores, aponta que o motivo da prisão foi “ter sido surpreendido em flagrante” (com o braço engessado, o acusado Rafael de Almeida apenas colocou suas digitais). Segundo Blancourt, os brasileiros, sem os serviços de um tradutor, não tinham consciência do que faziam – alguns garantem quem nem sequer estavam dentro do estádio no momento do acidente.

“Eles foram praticamente obrigados a confessar que foram surpreendidos em flagrante sem que existisse um tradutor no momento. Os torcedores não sabiam o que estavam fazendo. A falta de tradutores nas atas de prisão dos 12 brasileiros é uma irregularidade”, afirmou Blancourt.

Os vídeos produzidos no dia da partida são provas de fundamental importância. No processo, consta o diploma do perito Carlos Jabier Paredes, responsável por analisar o material. Desde agosto de 2012, ele tem o título de especialista em “delitos informáticos” pela Academia Colombiana de Criminalística e Fotografia Investigativa.

“Não existe na Bolívia uma pessoa qualificada para fazer a perícia dos vídeos. O meu laptop, que é bem antigo, é melhor que o desse perito. O computador dele simplesmente não consegue reproduzir os vídeos. É uma boa pessoa, mas não sei como está fazendo o seu trabalho”, afirmou o advogado.

Blancourt ainda acusa Abigail Saba, promotora que era responsável pelo caso, de assinar documentos como se tivesse participado de eventos de que não participou. “Essa investigação não avançou praticamente nada e já se passaram mais de 40 dias. As primeiras 48 horas depois de um delito são chaves, e não há nada”, protestou.

O advogado calcula que o processo tem aproximadamente 800 páginas. Os responsáveis pela investigação solicitaram a empresas de transporte aéreo e terrestre os nomes dos brasileiros que ingressaram na Bolívia na época. Assim, cerca de um terço do material é composto por listas com nomes de pessoas.

Bruno Ceccon/Gazeta Press

Miguel Blancourt, advogado ligado à Embaixada do Brasil em La Paz, enumerou críticas ao processo

“Esse processo com mais de 800 páginas prova três coisas. Primeiro, que os torcedores não chegaram a Oruro em transporte público, fato ridículo. Depois, quem são os policiais que estavam no estádio. Em terceiro lugar, que dois corintianos portavam sinalizadores. Esses são os resultados da investigação. Um lixo, não serve para nada”, disse Blancourt. 

A única testemunha da tragédia no processo é Beymar Jonathan Trujillo Beltrán, primo de Kevin. Os dois viajaram de Cochabamba a Oruro para acompanhar o jogo no Estádio Jesús Bermúdez. Posicionado ao lado do familiar, Beymar diz ter percebido o deslocamento de ar provocado pela passagem do sinalizador.

“Senti um golpe de vento na cabeça que arrancou a peruca que estava usando. Fiquei de pé para ver o que tinha acontecido e vi meu primo deitado na arquibancada com um objeto incrustrado em seu olhinho”, diz o depoimento de Beymar, que seguiu para o Hospital Obrero. “Ali me disseram que meu primo estava morto”, afirmou.

No processo, há uma sequência de fotos do cadáver de Kevin. As imagens são chocantes e não serão publicadas pela GE.net. É possível observar que o sinalizador atingiu o olho direito do garoto e penetrou na diagonal. Parte do objeto chegou a sair pelo lado oposto, abaixo da orelha esquerda, na altura do pescoço.

Alfredo Santos, promotor que herdou o caso de Abigail Saba no Ministério Público de Oruro, evitou se aprofundar ao conceder entrevista à GE.net. “Já foram realizadas algumas investigações e devemos continuar com isso. Nossa legislação estabelece seis meses de investigação. Estamos dentro do período para acumular os elementos de prova”, afirmou

 

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Apr 5, 2013

Rádio Ópera- programação- sexta-feira- 05/04/13

www.radioopera.com.br

 

Quinta

L’AMICO FRITZ (Mascagni) Horário: 07:00
Londres, 1969. Maestro: Gianandrea Gavazzeni.
Elenco: Mirella Freni, Luciano Pavarotti, Laura Didier Gambardella, Vincenzo Sardinero, Benito Di Bella, Luigi Pontiggia, Malvina Major.
LUCIA DI LAMMERMOOR (Donizetti) Horário: 08:25
Roma, 1961. Maestro: Sir John Pritchard.
Elenco: Joan Sutherland, Renato Cioni, Robert Merrill, Cesare Siepi, Kenneth Macdonald, Rinaldo Pelizzoni, Ana Raquel Satre.
CARMEN (Bizet) Horário: 11:00
Genebra, 1962. Maestro: Thomas Schippers.
Elenco: Regina Resnik, Mario del Monaco, Joan Sutherland, Tom Krause, Georgette Spanellys, Robert Geay
RADAMISTO (Handel) Horário: 13:20
Londres, 1993. Maestro: Nicholas McGegan.
Elenco: Ralf Popken, Juliana Gondek, Lisa Saffer, Dana Hanchard, Monika Frimmer, Michael Dean, Nicolas Cavallier.
L’HEURE ESPAGNOLE (Ravel) Horário: 16:20
Londres, junho/1997. Maestro: André Previn.
Elenco: Kimberly Barber, Georges Gautier, Kurt Ollmann, David Wilson Johnson, John Mark Ainsley.
FERNANDO CORTEZ (Spontini)  Horário: 18:00
Nápoles, 15/12/1951. Maestro: Gabriele Santini.
Elenco: Gino Penno, Renata Tebaldi, Piero De Palma, Aldo Protti, Antonio Cassinelli, Italo Tajo, Afro Poli, Augusto Romano, Gerardo Gaudioso, Gianni Avolanti, Luigi Paolillo.
Apr 4, 2013

Questão Boliviana III

Ferraço volta a disparar

À espera de uma solução

De nada adiantaram as críticas de Ricardo Ferraço a José Eduardo Cardozo e Antônio Patriota (Leia mais em: Alô, vocês), pelo menos até agora.

Ferraço reuniu-se hoje de manhã com Patriota, no Itamaraty, e saiu do encontro como entrou: sem sinalização de que o governo brasileiro entrará na briga pelos doze torcedores corintianos presos na Bolívia.

– Falta um banho de povo à diplomacia brasileira. Todos os temas são tratados de maneira absolutamente protocolar, e alguns casos pedem mais envolvimento, sensibilidade.

No final da tarde, seria a vez de Cardozo ouvir as queixas de Ferraço sobre o que encontrou na cidade boliviana de Oruro. Seria, explica o senador:

– Cheguei 16h30, com agendado, para levar todas as informações, mas levei um chá de cadeira de uma hora e saí de lá sem ser recebido.

E amanhã de manhã, Patriota e Ferraço voltarão a ficar frente à frente, na comissão de Relações Exteriores, presidida pelo parlamentar.

Por Lauro Jardim

www.veja.com.br

Apr 4, 2013

Questão boliviana II

 

Por Kevin, advogado rebate Gobbi e pede encontro pessoal com clube

 

Bruno Ceccon, Enviado EspecialOruro (Bolívia)

O gabinete do advogado Jorge Ustarez Beltrán, secretário-geral da Alcaldía de Oruro, é enfeitado por mártires. Atrás da mesa em que recebe dezenas de pessoas diariamente, o tio de Kevin e advogado da família pendurou imagens de Simon Bolívar e Antonio José de Sucre, dois heróis da independência boliviana, e de Jesus Cristo. Entre os três ícones, o representante dos parentes do garoto de 14 anos atingido de maneira fatal por um sinalizador disse esperar que o sobrinho não tenha morrido em vão.

“A questão do Kevin não é apenas o problema particular de uma família. O objetivo da família é a reparação do dano e marcar um ponto histórico no futebol para impedir que essas coisas se repitam”, declarou Ustarez. Durante a entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.net, ele lembrou que a tragédia levou à gestação de uma lei para aumentar a segurança nos estádios bolivianos. “Acreditamos que a morte do Kevin tenha contribuído para esse avanço”, declarou o advogado.

Bruno Ceccon/Gazeta Press

O advogado Jorge Ustarez Beltrán, tio de Kevin, representa a família do garoto no processo

Atingido por um sinalizador que partiu da torcida do Corinthians no jogo contra o San José, Kevin morreu na noite do dia 20 de fevereiro. Há cerca de duas semanas, Limbert Beltrán, pai do garoto, conversou com um representante do Corinthians pelo telefone no primeiro contato oficial entre as partes. A conferência, intermediada por um intérprete, foi infrutífera, o que leva Jorge Ustarez a pedir um encontro pessoal com diretores do clube para tentar chegar a um acordo. 

Eloquente, o representante da família de Kevin escolheu as palavras com cuidado para se comunicar com o público brasileiro. Ele contestou as recentes declarações de Mário Gobbi, presidente do Corinthians, e lamentou a situação dos 12 brasileiros detidos desde o dia 20 de fevereiro na penitenciária de San Pedro. Por outro lado, desconsiderou a confissão do menor que assumiu a autoria do disparo e disse acreditar que o verdadeiro culpado está no grupo recluso em Oruro.

Gazeta Esportiva.net – No último domingo, o presidente Mário Gobbi se exaltou ao falar sobre os 12 corintianos presos em Oruro. Ele contou não conseguir dormir pela “brutalidade” cometida contra os torcedores e disse que isso era maior do que a morte do Kevin. Como advogado e integrante da família, como o senhor recebe essa afirmação?
Ustarez – Acreditamos que nenhuma determinação feita pela sociedade pode ser mais importante do que a vida humana. O caminho que o presidente deveria percorrer, se é que esse tema está realmente lhe tirando o sono, é o da cooperação para que se averigue a verdade. Nesse momento, só a família está fazendo um chamado público para que todos averiguem a verdade juntos. Essa deveria ser uma tarefa conjunta dos parentes dos presos em Oruro, dos próprios presos e do advogado de defesa, para mostrar um clima de cooperação, e não de confrontação. A responsabilidade do presidente de um clube não é apenas fazer partidas mas também responder por todas as pessoas envolvidas em seus espetáculos. O futebol não se limita a 22 pessoas e um árbitro dentro de um campo de jogo. Há todo um contexto cultural, social e econômico que determina a sorte de muitas famílias no mundo inteiro. A morte do Kevin precisa servir para que tenhamos um novo enfoque dos espetáculos de futebol. O governo boliviano compreendeu dessa maneira e acho que o Corinthians deveria fazer o mesmo.

Fernando Dantas/Gazeta Press

Presidente Mário Gobbi demonstrou irritação com a situação dos 12 corintianos detidos na Bolívia

GE.net – Até o momento, como o senhor avalia o comportamento do Corinthians desde a morte do Kevin, ocorrida no dia 20 de fevereiro? 
Ustarez – Quero dizer ao presidente que também estamos preocupados, mas temos que manifestar isso de frente, de maneira formal. Não recebemos nem um cartão de condolências da parte do presidente no enterro do Kevin. E isso dói, porque foi um garoto que deu sua vida não apenas para ir ao estádio. Quero dizer ao presidente que a intenção do Kevin ao viajar de Cochabamba para Oruro foi ver o melhor time do mundo. O San José, a gente pode ver em todos os finais de semana. Ele queria ver o melhor time do mundo, que é um orgulho não apenas para o povo brasileiro mas para todos os latino-americanos. Esperamos que essas palavras cheguem ao presidente e que deixemos qualquer diferença de lado para sanar a dor que está embargando tantas famílias. Ao mesmo tempo, comunico ao povo brasileiro que vamos exigir o respeito às leis. Tenham absoluta certeza de que os 12 acusados estão cumprindo os mesmos procedimentos que qualquer outro preso. Se os responsáveis pela morte do Kevin fossem torcedores do San José, a família teria agido da mesma maneira. 

GE.net – Qual é exatamente o sentimento da família do Kevin em relação aos 12 presos em Oruro? O senhor acredita que todos estão de fato envolvidos na morte do garoto? 
Ustarez – São aspectos que nos preocupam. A família tem apenas um objetivo: saber quem é o responsável pela morte do Kevin, que as pessoas envolvidas nesse acontecimento dramático assumam a responsabilidade. Estamos extremamente preocupados pelo lado humano, porque até o momento não tivemos contato com a família dos 12 detidos e tampouco com quem está dirigindo a defesa do grupo. Achamos que já é hora de eles se pronunciarem. Temos a consciência de que os 12 não são os autores diretos do crime, alguns são realmente inocentes, mas entendemos que dentro desse círculo se sabe quem é o autor material desse terrível acontecimento. Vamos tentar nos comunicar com a Embaixada do Brasil para intermediar um contato com a família dos detidos e com a defesa deles, para que possamos averiguar de uma vez o que aconteceu. Não entendemos a atitude dos presos. É hora de dizer quem foi o autor e que os danos causados à família e ao povo de Oruro sejam reparados.

Djalma Vassão/Gazeta Press

No Brasil, menor de idade assumiu autoria do disparo do sinalizador no estádio em Oruro

GE.net – Particularmente, o senhor não acredita que o menor de idade que se apresentou como responsável pelo disparo do sinalizador seja o verdadeiro responsável?
Ustarez – Do ponto de vista profissional, devo dizer que a autoincriminação não é considerada na legislação boliviana. Ou seja, uma pessoa não pode se atribuir o cometimento de um delito ou a morte de alguém sem provar. Se uma pessoa deseja assumir a morte de alguém, precisa provar isso técnica e cientificamente. Uma declaração simples de autoincriminação não significa nada para a legislação boliviana. Ninguém pode ser declarado culpado antes de essa condição ter sido demonstrada. A presunção de inocência é um princípio garantido na nossa legislação. 

GE.net – Já houve um primeiro contato entre o Corinthians e a família do Kevin. De acordo com o clube, os Beltrán recusaram a “ajuda humanitária” oferecida. Qual foi exatamente a proposta do Corinthians? 
Ustarez – Nós também não entendemos muito bem. Houve uma primeira aproximação via telefone, com a intermediação de um tradutor. Essa conferência não foi muito bem compreendida pela família. Sem dúvida, nós não dispensaríamos qualquer gesto humanitário. Tanto o Corinthians quanto o San José também são responsáveis pelo que acontece em seus espetáculos. Os corintianos que estão presos já declararam às autoridades bolivianas que são financiados e organizados pelo clube. Não recusamos absolutamente nenhuma conversa com o Corinthians. O que desejamos é que, se vai existir uma conversa, que ela seja feita de maneira formal e pelos canais adequados. Se o Corinthians realmente tem a intenção de colaborar com a família, deve se manifestar de maneira formal para poder efetivar uma colaboração. De qualquer forma, agradecemos ao clube pela preocupação.

GE.net – Um canal adequado seria um encontro pessoal com um representante do Corinthians? 
Ustarez – Talvez para um primeiro contato a via telefônica tenha sido adequada, mas o idioma cria limitações. Estamos com as portas abertas. Eles poderiam ver pessoalmente a dimensão do que aconteceu com o Kevin, os efeitos de dor que deixou na família e o efeito social que causou na comunidade de Oruro. Acho que seria importante o clube reservar um tempo para conhecer essa outra realidade. Esperamos que haja um segundo contato. Se as intenções do clube são realmente saudáveis e sinceras, suponho que tentarão se comunicar novamente. Gostaríamos de sentir o que pensa o Corinthians, ver em que grau foram afetados. Esperamos que não tenha sido apenas um momento ruim pela obrigação de pagar uma multa à Conmebol.

GE.net – Um eventual acordo entre a família do Kevin e o Corinthians poderia influenciar de alguma maneira na situação dos 12 torcedores detidos em Oruro? 
Ustarez – Isso é algo totalmente separado do processo contra as 12 pessoas envolvidas no fato. As conversas com o Corinthians têm outro caráter, outro âmbito. Enquanto não recebermos a colaboração dos que estão detidos e das pessoas responsáveis pela defesa, o processo legal vai seguir seu curso. Os pais do Kevin precisam saber quem causou a morte do seu filho. Para condená-lo, perdoá-lo ou simplesmente para fazer uma oração. Esse é um princípio moral básico que deve ser entendido por todos.

AFP

Brasileiros estão presos em Oruro desde a noite da partida, no dia 20 de fevereiro (Foto: Aizer Raldes/AFP)

GE.net – Em casos desse tipo, é comum que a família da vítima pleiteie uma indenização financeira. A família do Kevin deseja ser indenizada pelo Corinthians? 
Ustarez – Eu não posso dar essa resposta, porque é uma decisão íntima dos pais do Kevin. Durante todo o processo, não baseamos a defesa em recuperação de danos econômicos, mas sim nas investigações e na averiguação da verdade. Acho que isso mostra a linha que vem sendo adotada pela família. O Kevin era o irmão maior de três menores, uma peça importante no núcleo familiar, na criação de seus irmãos. São questões que devem ser valorizadas tanto pela Justiça, quanto pelas pessoas que participaram de forma direta ou indireta do crime, para que isso não fique assim. 

GE.net – Na conversa que teve com o representante do Corinthians, o pai do Kevin chegou a estabelecer um valor de indenização? 
Ustarez – Não. Nessa conversa, ficou combinado marcar um segundo contato para que possam formalizar qual seria a intenção real do clube, o que ainda não aconteceu. Na realidade, esse primeiro contato foi simplesmente de aproximação. O representante do clube até advertiu o pai do Kevin que não tinha poder de decisão. Devemos dizer que, por meio desse emissário, o clube manifestou sua profunda dor e desconforto. Agradeço por isso, mas não se chegou a conclusão alguma.

GE.net – No sábado, Brasil e Bolívia disputarão um amistoso com parte da renda revertida à família do Kevin. Como os Beltrán receberam a iniciativa? 
Ustarez – Foi uma amostra clara de responsabilidade, cooperação sincera e totalmente saudável da CBF. Acho que esse é um gesto que será valorizado não apenas pela família do Kevin mas por todo o povo boliviano. Agradecemos pelo desprendimento e acho que essa iniciativa expressa a posição do povo brasileiro como um todo. O amistoso entre Bolívia e Brasil mostrará ao mundo que a morte de um torcedor não é algo que possa acontecer nos estádios. Deve ser um momento de reflexão. Esteja onde estiver, o Kevin seguramente está agradecido aos brasileiros que sabem que sua morte não está restrita a um processo legal. É algo muito além, que vai criar consciência nos dirigentes, jogadores e torcedores.

www.gazetaesportiva.net

Apr 4, 2013

Questão boliviana I

Em Brasília, Gobbi pede ajuda do Governo a torcedores presos

Presidente se reúne com o ministro das Relações Exteriores para solicitar apoio na liberação dos corintianos que seguem detidos em Oruro

Por Fabrício MarquesBrasília

Mário Gobbi Filho Corinthians (Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians)
Ministro Antônio Patriota recebe Mario Gobbi no
Itamaraty (Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians)

O presidente do Corinthians, Mário Gobbi, viajou a Brasília para pedir uma maior participação do Governo Federal na tentativa de libertar os torcedores presos em Oruro, na Bolívia, acusados da morte do garoto Kevin Beltrán, no jogo entre San José e Corinthians, dia 20 de fevereiro. Ele se reuniu nesta quarta-feira com o José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, e Antônio Patriota, ministro das Relações Exteriores. O encontro com Cardozo foi rápido: durou apenas 15 minutos. Em seguida, seguiu para o Itamaraty, onde conversou por cerca de 30 minutos com Patriota.

– Vim aqui cumprir uma missão como cidadão. Não podemos achar justo a prisão de inocentes, sejam eles quem forem. E, no caso, são torcedores do Corinthians. Veja que não queremos a liberação de culpados. Pedimos o contrário: para que pessoas que não tenham envolvimento com o ocorrido não tenham negado o direito de liberdade – comentou Gobbi.

O dirigente lembrou as ações tomadas pelo clube logo após a tragédia e afirmou que volta de Brasília tranquilo, pois recebeu a garantia de que o Governo vai ajudar.

– A ação do Corinthians desde o ocorrido foi planejada e executada. Primeiro cuidamos para que o clamor público não acarretasse ao clube punição exagerada e que fosse retirado do Corinthians o direito de defesa. No segundo momento, tratamos de prestar solidariedade à família do jovem Kevin, em um processo que não é simples, respeitando o luto da família e com auxílio e participação direta do consulado brasileiro. Com essas duas questões resolvidas, é hora de cuidar para que os inocentes sejam protegidos pela lei – completou.

Governo garante suporte

Após a reunião com o presidente do Corinthians, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, garantiu que todos os esforços possíveis estão sendo feitos pelo governo brasileiro para resolver a situação dos 12 torcedores detidos na Bolívia.

– Desde que houve a tragédia, o Itamaraty está empenhado não apenas em garantir que os direitos dos brasileiros presos em Oruro sejam respeitados dentro das condições mais dignais possíveis, como também velando para que haja uma boa cooperação judiciária com o governo boliviano, mantendo diálogos abertos, para que seja dado o encaminhamento mais celere à questão e, apuradas as circunstâncias, caso verificada a inocência dos torcedores, eles possam ser liberados – afirmou o ministro, que tratou do caso com o presidente Evo Morales no início de março.

Antônio Patriota também destacou a atuação da embaixada brasileira na Bolívia, que tem enviado representantes constantemente à cidade de Oruro para prestar o apoio necessário aos torcedores presos.

Nossa embaixada em La Paz já paz já realizou 20 visitas aos detentos, tentando dar o maior apoio possível”
Antônio Patriota

– Nossa embaixada em La Paz já paz já realizou 20 visitas aos detentos, tentando dar o maior apoio possível a eles de cunho humanitário. Hoje, inclusive, foi deslocada uma médica para atender os que estejam em situação de necessidade. Quero expressar minha solidariedade aos familiares de todos e assegurar que estamos plenamente empenhados para garantir os direitos deles e o desenlace rápido dessa questão – concluiu o ministro.

Em uma tentativa de contribuir para a investigação realizada na Bolívia, o Ministério da Justiça enviou à promotoria de Oruro, na última semana, cópia da reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, em que peritos analisam as imagens do momento em que o sinalizador que atingiu Kevin é disparado. Também foi remetido às autoridades bolivianas o depoimento do menor que assumiu a autoria do disparo prestado à Vara da Infância de Juventude de Guarulhos, em São Paulo, além dos atestados de antecedentes criminais dos 12 presos.

O Ministério da Justiça explicou que o envio da documentação foi uma ação espontânea, já que, em nenhum momento, houve solicitação da Promotoria de Oruro.

Parlamentares atentos ao caso

Representantes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados também mostraram atenção ao caso dos torcedores detidos na bolívia. Na próxima semana, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara enviará representantes a Oruro para conferir a situação dos presos.

Na última terça-feira, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), esteve em Oruro e disse que ficou impressionado com a situação que encontrou.

– A situação lá é extremamente preocupante. As condições do local em que eles estão é precária e há riscos à integridade física dos torcedores. Aqui em Brasília, já estive com os ministros da Justiça e das Relações Exteriores e pedi que aumentem os esforços para que seja resolvida o quanto antes essa questão – afirmou o senador.

 

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