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PAINEL FC
BERNARDO ITRI painelfc.folha@uol.com.br
Jeitinho
Sem patrocinador máster fixo, o Corinthians vai precisar driblar a Fifa para lucrar com o uniforme no Mundial. A entidade diz que o único anunciante de camisa no torneio deve ser “o patrocinador do clube na temporada ou o anunciante presente na conquista da vaga [para o Mundial]”. O clube afirma que não há problema em fechar com uma nova empresa, mas diz que ela deverá ser exposta nos últimos jogos do Brasileiro.
Ideal.
A Iveco, que patrocinou o Corinthians nos jogos finais da Libertadores, seria a empresa ideal para acertar o acordo para o Mundial, já que atende a exigência da Fifa.
Tranquilo.
Mas o Corinthians entende que não haverá problema se fechar com outra empresa. Segundo o clube, como o time não teve um patrocinador fixo durante o ano, fica caracterizado que o anunciante que acertar para o Mundial será o patrocinador do time.
Prazo.
A Diretoria do Corinthians pretende fechar com o patrocinador do Mundial até o meio de novembro.
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CORINTIANOS TERÃO QUE CONTER GRITOS NO JAPÃO
Atenção, corintianos: o grito e a euforia pela disputa do Mundial de Clubes terão que ser contidos. Pelo menos nas ruas e transportes públicos do Japão. Segundo o Consulado Japonês em São Paulo, o comportamento é vital para manter uma boa relação com os orientais. O “bando de loucos” deve restringir os coros e hinos entoados ao Timão somente nos estádios em que a equipe estiver jogando. Com isso, o “Vai Corinthians” terá que ficar guardado para a hora da partida, na arquibancada.
A orientação é parte de uma lista com dicas de comportamento, feita a pedido do Portal da Band para os corintianos que pretendem se aventurar em terras japonesas durante o Mundial.
Outro alerta é para a coleta seletiva no país. Garrafas, papéis e plásticos em geral devem ser separados conforme as orientações na hora de jogar o lixo. Os bilhetes dos trens também devem ser guardados com cuidado, já que é necessária a apresentação dos comprovantes na hora de embarcar e desembarcar do transporte.
Já os fumantes deverão ficar atentos aos locais permitidos para o uso do cigarro. Lugares abertos podem parecer aptos para fumar, mas o Consulado avisa que céu aberto não significa que o uso do produto seja liberado, por isso se deve tomar cuidado antes de acender um cigarro no Japão. Portanto, o corintiano que quiser fumar no estádio para aliviar a tensão do jogo, terá que se informar primeiro.
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Kurt Schwitters (1887-1948), “Merzbild Rossfett“, 1919 (Reprodução)
O futebol é um esporte fantástico, porque não admite unanimidade.
O torcedor sempre se encarrega de contestar algo, criando um caminho diferente para descrever os fatos. Ontem, tivemos mais uma rodada do Campeonato Brasileiro.
Emoção, gritos e choros sobraram por todo lado.
O Corinthians, como qualquer guri sabe, vive um momento pouco comum no futebol.
Suas duas últimas conquistas ainda não saíram da cabeça do torcedor (e também dos jogadores). Não adianta dizer que isso é bom ou ruim, sendo melhor disputar o Brasileirão com uma fome insaciável de vitórias. Os fatos são mais fortes que este desejo. Por esta razão o time alterna boas e más atuações, vitórias e derrotas.
Até o empate entra na categoria de “deixa prá lá”.
Na noite passada, o Corinthians não fez a melhor exibição do mundo, mas poderia ter vencido.
Mesmo com o Flu mordido, querendo a vitória (que interessante, todos querem sempre jogar tudo contra o Timão!) o resultado poderia ser melhor.
Nada que mude o mundo.
Clássico é clássico
Vi nos jornais que o Palestra perdeu para a Lusa e o Santos foi batido pelo Bahia.
Pelo que diz o noticiário nos jornais, houve protestos de torcedores palestrinos e santistas. No caso dos esmeraldinos, acho um exagero: clássico é clássico e tudo pode acontecer, como diz a mídia. Inclusive uma vitória por 3 gols da Lusa. No caso santista, não sei qual seria uma boa justificativa. Talvez dizer que jogar contra times baianos é muito difícil. Pode ser.
Alguns acreditarão.
Mudança
Qualquer mudança na legislação desportiva do país precisa estabelecer o fim da reeleição para os cargos de dirigentes.
Clubes, Federações e Confederações de qualquer esporte devem ter mandatos de até 3 anos e nada mais.
O pessoal dos tais “desportos olímpicos”, que vivem uma “eternidade” nos altos cargos, que procure o que fazer.
(David Hockney) (Reprodução)
A Copa do Brasil do próximo ano ganhará uma nova cara.
Irá até o final do segundo semestre e terá a participação das maiores equipes do país. Viva!
Será uma competição no sistema mata-mata, que cobrirá quase todo o ano.
Nunca houve motivo para a reduzida participação das equipes nesta disputa.
Veja o que ocorreu neste ano: poucas vezes tivemos uma competição com tanta esquadras fracas. As mais fortes – em grande número – estavam na Libertadores e excluídas da Copa do Brasil.
Trata-se de um avanço, que deveria ser seguido por uma reformulação da Copa Sul-América.
Seria interessante receber, também, os maiores Clubes de cada país (acho que deveriam tentar envolver o México e os Estados Unidos). Seria uma disputa (em mata-mata), que poderia desenvolver os mercados do Norte do continente para o futebol.
Este era o objetivo quando foi criado.
Plágio do plágio
O UOL diz que o Corinthians (não é bem o Corinthians) teria questionado o Remo por usar do símbolo da campanha da República Popular do Corinthians.
Estariam plagiando o “grande” feito de publicitários – alimentados pela Nike – em campanha de torcedores.
É plágio de um plágio, pois o símbolo utilizado pela tal República é uma cópia vulgar do símbolo da dinastia dos Romanov, que governou (e barbarizou) a Rússia por 700 anos.
Como o dinheiro da Nike é dela, pode fazer o que quiser.
E sempre há alguém, de uma empresa de publicidade, para trazer uma “grande idéia” (com grande custo, é claro) para a empresa “tocar”. Não conheço nenhum corinthiano que esteja envolvido por esta campanha. Exceto – é claro – os que estão fazendo o merchand e gastando a grana da Nike. Agora, brigar com o Remo é de lascar!
Oh, gênios!
Dois pesos e duas narrações
Engraçado esta rádio Jovem Pan.
Vive levando ao ar o gol que Rogério marcou contra o Corinthians (dizem que o número 100 de sua carreira). Não falam, no entanto, um piu sobre os gols que ele tomou do Corinthians. É proibido dizer qual é o número? Quando ele marcou é 100, quando ele tomou, não sabem.
Tenho um conhecido que fez a relação de todos os gols e, se a Jovem Pan quiser, acho que ele empresta.
Japonês de Hiroshima
Diz a lenda que há uma síndrome em Hiroshima: uma pessoa foi ao banheiro e, justamente, no momento em que caiu a fatídica bomba, estava apertando o botão da descarga.
Foi difícil fazer crer ao pobre homem que não tinha sido ele quem produziu aquele barulho todo. O Secretário Geral da Fifa vive esta síndrome. Está dizendo que foi aquela sua declaração de bêbado (a do “chute no traseiro”) que provocou o avanço das obras da Copa. Se ele souber com se faz um conjunto de reformas e construções tão complexo como este, verá que seu ato nada tem a ver com o avanço das obras.
É a síndrome de Hiroshima.
Mirou. “Paisagem com fazendeiros e cavaleiros” (óleo sobre tela)
Anton Mirou (1570–1661?). Nascido em Antuérpia, filho de um boticário, pintor barroco de origem flamenga e de família protestante, notabilizou-se ao registrar paisagens. Em decorrência de conflitos religiosos, radicou-se em Frankenthal, onde formou um grupo de artistas, reunindo Gillis e Pieter van Coninxloo Schoubroeck.
Quem acha que os grandes problemas da gestão do esporte brasileiro limitam-se ao futebol, não conhece os tão falados “esportes olímpicos”.
Enquanto no futebol os dirigentes tem sua conduta diariamente analisada, o que ocorre no vôlei, no basquete, na natação, no atletismo e demais modalidades, passa quase sem críticas ou holofotes. E esta área (dos chamados esportes olímpicos ou “amadores”) tem as piores gestões.
Foi preciso que um consultor americano, num momento de grande lucidez, dizer poucas palavras para definir o quadro reinante, em que é dificil promover qualquer mudança de mentalidade, pois o sistema é contaminado pela quase perpetuação de presidentes de suas entidades.
Na Folha, de hoje, 17/7, diz Steve Roush: “Algumas Confederações são governadas pela mesma pessoa durante um longo período. É quase uma operação familiar. É um problema infundir novas ideias, um novo gerenciamento”.
O maior exemplo é o Sr. Carlos Nuzman, presidente que há quase duas décadas responde pelo COB, tendo tido antes um longo (e quase interminável) reinado na Confederação Brasileira de Vôlei, onde seguiu os passos de seu papai.
Em quase todas as modalidades, isso se repete, em longo e familiar reinado de dirigentes.
Tudo mantido por dinheiro público.
E com resultados pouco animadores, como vemos nas Olimpíadas, embora o Sr. Nuzman tenha prometido – quando assumiu o COB, lá atrás, há quase 20 anos, que, em “no máximo” 4 anos, seríamos uma “potência olímpica”. Até hoje estamos esperando a chegada do paraíso.
A receita para mudar este quadro é aplicar-se a todas as entidades de esporte (Clubes, Federações, Confederações etc) o princípio adotado pelo Corinthians em seu novo Estatuto: mandato de 3 anos; fim da reeleição; e a limitação para que o Dirigente só possa se recandidatar após 2 mandatos de terceiros (um lapso de 6 anos).
Se aplicada, esta regra produziria uma grande mudança nos esportes olímpicos, refletindo-se também no futebol.
Bastaria ao Governo querer e agir pela mudança na legislação do Esporte.
O Ministro Aldo Rebelo, alegre pela recente vitória do Palestra na Copa do Brasil, poderia enviar um projeto de lei promovendo uma revolução no Esporte.
Vamos lá, Ministro!
(O’Neill. “Embarcando no navio”, 1860. George Bernard O’Neill (1828-1917) nascido em Dublin, Irlanda, foi aceito como aluno da Royal Academy, em 1845. Despontou como artista em 1852, reconhecido por sua obra “O enjeitado”. Conhecido como pintor de cenas rurais e imagens bucólicas, algumas remontando a situações pueris e até emotivas. É considerado seguidor de Thomas Webster e de Frederick Daniel Hardy. )
O Brasileirão de 2012 começou neste ultimo final de semana.
Até agora, o que interessava mesmo eram as disputas finais da Libertadores e da Copa do Brasil.
As primeiras rodadas do Campeonato Nacional amargaram muitos jogos com equipes reservas e, portanto, com poucos atrativos para os torcedores.
Melhor seria se o Brasileirão só tivesse jogos após o final das duas disputas, que tanto agitaram o Brasil. Esperemos que no próximo ano – com a Copa do Brasil vitaminada pela presença de todos os grandes clubes – não se perca tempo com rodadas pouco atrativas no Nacional.
Para o torcedor, o Brasileirão começa agora. Alguns times partem com vantagem de 10, 12 até 14 pontos sobre os demais.
Nada que não possa ser recuperado.
Pelo que vimos até aqui, não há nenhum grande Clube com força para disparar na competição.
O campeonato deve ser conquistado pela equipe que mostrar melhor regularidade. Bom, aí se situa a nossa grande arma.
O Corinthians, iniciando suas partidas no ritmo que tem imprimido nos últimos anos, deve assinalar o alerta de “perigo” para os adversários.
Com uma sequência de 3 ou 4 vitórias, o Timão passará a disputar os primeiro posto do Campeonato.
Regularidade é a primeira exigência de uma competição por pontos corridos.
E o Corinthians tem o melhor momento neste tipo de disputa.
Vamos torcer para que a equipe se concentre no Campeonato, assim as vitórias virão.
Podem preparar o vidro de calmante!
Romarinho
Fiquei com a nítida impressão de que os jornalistas que falaram ou escreveram sobre a partida de sábado, 14/7, do Timão contra o Náutico, não viram o jogo.
A atuação de Romarinho foi solenemente ignorada pelos “especialistas” da matéria. Para quem estave no Pacaembu, o jogo foi outro. Todas as bolas que chegaram até Romarinho, receberam seu toque criativo e de boa qualidade.
Não perdeu uma jogada e só foi parado por faltas.
Se será craque “fora de série” é outra coisa.
Agora que foi – disparado – o melhor jogador da partida, isto ele foi.
Ou então, o futebol é outro esporte, e o que vimos era rugbi.
CBF e os problemas
Esta confusão toda em que ficou a Fifa, a CBF, Blatter, Havelange, Teixeira etc, está longe de chegar ao fim.
E tudo isso ocorre no período em que se aproxima a Copa no Brasil.
Ainda teremos muitos lances e caneladas por aí.
(Michelangelo Buonarrotti (1475-1564) “Capela Sistina – O Juízo Final”) (Reprodução)
Mesmo com os problemas que temos no time (dentre eles a falta de ataque), creio que o Corinthians reune todas as condições para vencer o Vasco e avançar na Libertadores.
Muitos dirão “não fale assim”, o futebol é sempre dado a apresentar surpresas. Pode ser arriscado dizer isso. Mas acredito que o time conseguirá uma boa vitória amanhã no Pacaembu. Além de termos um time melhor, o Pacaembu estará cheio e manteremos nossa tradição de vencer o Vasco. E isso tudo não é pouco.
É esquecer os problemas da equipe e vencer.
Esta Copita Libertadores, tão badalada pela mídia, é um prejuízo para os Clubes grandes, como o Corinthians.
Deve ser (certamente é) um grande negócio para estes times da Bolívia, Peru, Equador etc. Mas para nós dá um trabalho imenso, e quase nenhum retorno financeiro. Viagens caras, campos ruins, hotéis complicados e tudo o mais. Como a mídia resolveu levar este Torneio ao céu – somente porque o Corinthians ainda não o conquistou – ficamos gastando mundos e fundos nesta disputa. Após o Corinthians conquistar esta Taça, acredito que devamos criar todos os embaraços para este torneio. O número de Clubes deve ser reduzido, jogos em cidades altas, proibidos, e – principalmente – fazer a TV pagar mais do que efetivamente paga.
No modelo em vigor só há prejuízo.
Ingressos pela internet
Muito bom que os Clubes vendam ingressos pela internet.
É um grande passo que melhorar nosso futebol. E, também, preparar o país para a Copa do Mundo, que adota este sistema. Uma pena que justo em um jogo importante com Corinthians e Vasco o “sistema” tenha apresentado tantos problemas. Membros do programa “Fiel Torcedor”, que assiduamente vão às partidas do Timão, não puderam comprar seus ingressos.
Uma pena.
(Claude Monet (1840-1926), “Almoço na relva” (1865-66)) (Reprodução)
Retornei há pouco do Pacaembu, onde o Timão venceu o Emelec por 3×0.
Com este resultado o Corinthians avança na Libertadores e enfrentará o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. O jogo com estádio cheio é sempre melhor. A vibração da torcida, a presença de mulheres, jovens e pessoas idosas dão sempre uma cor especial ao espetáculo. Foi isto o que ocorreu no Pacaembu.
O Corinthians, em nenhum momento do jogo, esteve ameaçado pela equipe equatoriana. Os gols foram saindo, sem que o adversário reagisse em qualquer parte dos 90 minutos. Não foi lá uma partida brilhante do Timão mas, também, sempre estava clara sua vitória. A equipe tem na sua organização (especialmente na defesa e meio de campo) o ponto forte de seu jogo. Vencida esta etapa ,vamos para o jogo contra o Vasco.
Secagem
No Pacaembu, vendo o jogo do Timão, ouvia em meu radinho a transmissão da partida. Que sofrimento da mídia! É uma bruta torcida contra o Timão o tempo todo. Uma luta contra os fatos, só para desqualificar o Corinthians. O comentarista da tal rádio lembrava o tempo todo que o Corinthians tinha perdido para o Tolima, que a torcida exigia que ganhasse a Libertadores, que o Timão tinha traumas no Torneio e aquele blá-blá-blá conhecido.
Acho que estes radialistas deveriam exigir um adicional salarial de sofrimento nos jogos do Timão. Mas este não seria pela dramaticidade do jogo, mas pelo desejo-permanente- de ver o Corinthians perder. E como sofrem! Acho que para a mídia transmitir jogos do Timão é pior do que chegar aos círculos do Inferno da Divina Comédia, de Dante. Ao ver e transmitir os jogos do alvinegro, eles vão assistindo ao desenrolar do horror dos piores crimes.
E o mal maior, para eles, é o Corinthians vencer.
Intervenção
A mídia anuncia que o Governo decretou uma intervenção branca (informal) no tal Comitê Organizador da Copa.
Nada mais justo. Só o Governo está gastando e sendo cobrado por todo lado. Não faz sentido a CBF e a Fifa controlarem o negócio onde elas não colocam um mísero tostão. Quando foi anunciada a Copa do Mundo no Brasil o ex-Presidente da entidade brasileira, Ricardo Teixeira, disse que a Copa de 2014 seria “praticamente” privada. O Governo nada gastaria, exceto em aeroportos, policiamento etc. Nada disso ocorreu (ou está ocorrendo). Só o Governo gasta, em tudo e por todo lado. Estão aí as reformas e construções de estádios para provar. Não há nenhuma grana privada, ou da Fifa e da CBF nessas obras. Quem banca é o Governo e ele quer mandar. E está certo.
E terá cada vez mais poder.
(Djanira da Motta e Silva) (Reprodução)
Durante décadas, os clubes de futebol, as Federações e os Dirigentes alimentaram a balela de que a Constituição garantia a eles “autonomia” e poderiam fazer o que quisessem.
Sem qualquer controle do Estado. Era, segundo os Dirigentes, um mundo auto-regulado, sem interferências de ninguém. Diziam-se “entidade privadas”, imunes a qualquer controle ou regulamentação. Uma parte significativa da mídia entrou nesta lorota, que era um dogma do futebol. Com esta “interpretação criativa” da cartolagem chegou-se a dizer que não poderia haver CPI sobre o Futebol, pois a autonomia seria atingida.
Puro equívoco.
No último dia 23 de fevereiro, o Supremo Trinal Federal, enterrou – de uma vez – este conjunto de ideias malucas dos Dirigentes. Ao julgar a constitucionalidade do Estatuto do torcedor, o STF disse que o Estado pode legislar sobre Futebol e tudo mais. Não poderia ser diferente. Aquela autonomia das entidades, de que fala a Constituição de 1988, é mero instrumento ou meio para a concretização do esporte, definido como direito do cidadão. A ideia de que a regulamentação do Poder Público é uma “interferência estatal no funcionamento das associações desportivas” caiu por terra.
E mais , o Estado pode e deve regulamentá-las.
Hoje, em longa entrevista no Estadão, o Ministro Aldo Rebelo diz que o que mais incomoda o Governo é a ” perpetuação de cartolas no comando das entidades”.
Períodos de “10, 15, 20 anos de uma pessoa na mesma cadeira são considerados um abuso”. Entre outros pontos, este fará parte de um conjunto de normas e diretrizes que regulamentará a Gestão de Clubes, Federações e Confederações. Viva! O Governo, finalmente, entendeu que pode mudar o Futebol. E, após a decisão do STF, caiu por terra qualquer pretensão “independentista” do esporte. Será uma grande revolução se o Governo inovar e estabelecer normas para o estatuto das entidades desportivas.
O fim da reeleição de Dirigentes deve ser um objetivo claro. Sugiro que seja adotado o modelo do Corinthians: os dirigentes têm um mandato de 3 anos, sem reeleição, somente podendo recandidatar-se após 2 gestões. Isto deveria valer para Clubes, Federações e Confederações. E também deveria estabelecer novas normas de transparência e controle destas entidades. Seria uma revolução e tanto no Esporte brasileiro.
Devemos lembrar que os problemas no Futebol são de menor grau quando comparados aos de outras modalidades. No Futebol, o torcedor e a opinião pública estimulam mudanças, especialmente em clubes grandes. Em outros esportes olímpicos o quadro é desolador. Veja-se o COB, onde há mais de décadas e décadas segue o domínio do Sr. Nuzman. Nas Federações não é diferente.
O Ministro Aldo Rebelo poderá fazer uma revolução.
E será um marco no Futebol. O Estado pode mudar o Futebol. Só é preciso querer. Nas últimas décadas, os Ministros da área queriam ser paparicados pelos cartolas. E isso os Dirigentes esportivos sabem fazer muito bem. É trocar festas e elogios por uma revolução. Vamos torcer para que o Ministro faça a sua.
O Futebol agradecerá.
(Reprodução)
Não vamos ser chatos mas, quarta-feira sem jogo do Corinthians, é um problema e tanto.
Primeiro, é uma encrenca para a TV. Com o Timão na TV é audiência certa dos corinthianos e (dizem) dos que procuram secar o alvinegro. Mas, pelo que estamos vendo nos últimos anos, o Corinthians leva nas costas o produto futebol.
É a enorme presença social do Clube na região mais importante para o mercado publicitário. Liderar na região Sudeste não é pouca coisa. Mesmo com a má vontade da mídia (que fala muito do Timão, mas fala para o achincalhar), o Corinthians é um fenômeno de audiência.
Queiram os adversários ou não, Ibope é com o Timão.
A Fifa perdeu o rumo?
A tentativa de a Fifa enfiar seu Secretário-Geral em uma audiência do Senado é coisa de amadores.
Ou de quem se acha muito esperto. O convite foi para o presidente da Fifa depor e, se ele não puder agora, que se marque outro dia. Porém, a tentativa de substituí-lo mostra que a Fifa perdeu o rumo. Após aquela declaração grosseira, chula e pedante do Secretário-Geral, o que esperam os dirigentes da federação de futebol mundial?
Como já está claro, o Mundial de 2014 é da Fifa (inclusive o lucro), mas a grana é do Governo.
Agarrar, pode?
Não assisti ao jogo do Barça com o Milan na tarde de ontem, 3/4.
Vejo que muitos reclamam dos pênaltis marcados, especialmente o segundo, em que o beque do Milan agarrou a camisa do jogador do Barça. Não vi, mas procedeu bem o juiz em marcar este tipo de jogada, feita por defensores italianos. Após aquele maledetto jogo da Espanha de 1982, onde o defensor da Itália rasgou a camisa de Zico e o juiz não deu nada, não perdoo os italianos . Eles fazem isso o tempo todo. E qualquer pênalti marcado deve ser aplaudido. Ainda que fique a dúvida. Não quero atacar o Milan, time por que torci naquele escândalo na década de 60, no Maracanã. Foi uma dos maiores sacanagens já feitas no futebol. Quem quiser saber é só ler a biografia do Almir Pernambuquinho. Ele jogava no Santos e nos conta todo o acerto com o juiz argentino.
Mas aquela simpatia pelo Milan, garfado no Maracanã, terminou em 1982.
Mais uma
O UOL publica – pela décima vez, creio – uma matéria sobre o estádio do Timão e sua propriedade.
É um conjunto de informações confusas, que amanhã mesmo podem ser corrigidas em outra matéria do mesmo UOL. O importante é que o estádio vai sendo construído, e que o Timão livrará São Paulo de um vexame sem precedentes: ficar fora do Mundial. Isto é importante para a Cidade . E pouca coisa mais.
TV Timão.
A notícia de dificuldades na TV Timão não é nenhuma surpresa.
Quem conhece o futebol, os clubes e os projetos de televisão sabe – e bem – que as premissas com que o Corinthians lançou sua TV eram irrealistas. Trata-se de um fruto da marketagem, achando que pode a tudo resolver, apenas importando seguir em frente com mais uma “boa” ideia. Poderiam ter visto o que já foi feito pelo mundo (as experiências de Barça, Milan, Juventus, Real etc). Mas a auto-suficiência é um caminho para o fracasso.
E agora terão que resolver o problema criado pela arrogância.