Empate no Brasileirão é ruim
Numa disputa de pontos corridos, como é o caso do Campeonato Brasileiro, o empate é um resultado ruim.
Foi o que ocorreu ontem à noite, 8/8, no Pacaembu, no jogo do Corinthians contra o Atlético de Goiás. Mesmo estando há vários jogos sem derrotas, o Timão pouco acrescenta à sua campanha com estes empates que vem conseguindo.
O time corinthiano mostra que é difícil de ser vencido mas que, por outro lado, não tem êxito em “fazer” um bom resultado, no caso uma vitória. Esteve melhor, com a defesa e o meio de campo sempre organizados e atuando bem, mas faltam gols.
Ontem, vendo o técnico Tite gesticulando por todo lado à beira do gramado, lembrei-me de Mussolini, sanguinário ditador italiano, às vésperas de entrar na Segunda Guerra.
Queria, porque queria, ir para a guerra junto com a Alemanha, mas não tinha exército. Nesta situação produziu uma frase que ficou famosa na história: “Até Michelangelo precisava de mármore para fazer estátuas. Se tivesse apenas argila, teria sido um simples oleiro”. É a situação do nosso técncico.
Precisa de jogadores de ataque de qualidade superior.
Lembre-se, por outro lado, que o nosso goleiro não foi feliz no gol dos adversários, mas isso não deveria alterar muito a partida.
Todos falham em certos lances, até o goleiro. Boa foi a jogada do gol de empate, mostrando que o Romarinho tem muito para render no Timão.
Não é um resultado que mude o mundo, mas adia uma arrancada maior do Corinthians para mudar o Campeonato.
Esportes e TV
Não sei o motivo que levou a Globo e a Record a brigaram tanto para transmitir estas Olimpíadas de Londres. Na maior parte dos países são transmitidos apenas alguns jogos mais importantes, ficando a maioria dos esportes coberta pelo noticiário geral. Estas longas e cansativas transmissões da SporTV (e creio que a da Record também) pouco interesse despertem no público.
E também não considero que os patrocinadores ganhem alguma coisa com isso.
A grana mata a pompa
A anunciada venda do atleta Lucas (ex-Marcelinho) do SPFC para o PSG (será que já assinaram ou faltou caneta?) mostra um lado nada romântico do futebol.
O Tricolor vendeu o garoto por duas razões simples: primeira, o jogador queria sair; segundo, o SPFC está precisando (e muito ) de grana. O atleta entra na mesma nau em que já embarcaram muitos brasileiros: vai para a Europa muito cedo (não se consagrou no Brasil ou na Seleção) e querendo “arrumar a vida”.
Se será um craque por lá é outra coisa.
Brasileirão, Olimpíadas e a caneta de Pinochet
(Francis Grant (1803-1878), “Duque e Duquesa de Beaufort”) (reprodução)
Confesso que acompanhar as Olimpíadas está chato demais.
Pelo lado brasileiro, trata-se apenas de um conjunto de justificativas sobre erros, quedas, derrotas etc. Até a ferradura do cavalo entrou na roda. Mesmo o futebol (onde o Brasil passou fácil e vai para a final) não temos vibrado muito. Ontem, assisti apenas a parte do jogo da Seleção Olímpica de futebol e só no final me dei conta de que era a Coréia do Sul e não a do Norte o nosso adversário. O que, diga-se, não tem nenhuma diferença para este esporte. Gosto de ver hipismo. Não pelo cavalo ou pelo jockey, mas pelo locutor: fala baixo, manso (quase sussurando), mostrando que em esporte de ricos ninguém grita.
Não fosse essa “qualidade” de transmissão as olimpíadas não teriam graça.
No futebol o destaque desta quarta, além do jogo do Timão, no Pacaembu, as 20,30 hs, é o artigo do Tostão na Folha.
Fala sobre o impacto que o Corinthians tem no Campeonato e diz algo importante : “Parece que acabou a longa fase de prepotência dos treinadores, de acharem que não têm nada para aprender com os técnicos de outros paises”. Está certo o craque. Nossos profissionais devem ter um olho aqui e outro lá fora.
Só assim evoluiremos.
Faltou a caneta
Os jornais desta Terra de Piratininga anunciam (há alguns dias) que o atleta Lucas (Marcelinho) teria sido negociado com o PSG, agora um Clube dominado pela grana árabe.
Segundo nossa mídia “só falta assinar”!
Achei estranha esta demora em uma assinatura em um papel (já dura quase uma semana a espera), mas me lembrei de um precedente histórico, que pode explicar a dificuldade com o jamegão.
Nas vésperas do golpe sangrento no Chile, em 1973, os dois comandantes das Forças que conspiravam (Marinha e Aeronáutica), há tempos, contra o Presidente Salvador Allende, foram a casa do General Augusto Pinochet, comandante do Exército (a Arma mais importante, do ponto de vista militar) e que estava numa posição dúbia. Um dia Pinochet dizia que apoiaria o golpe, noutro, mudava de ideia, deixando os líderes das outras armas em pânico. Pinochet, então recém nomeado para o cargo por Allende, jurara – inúmeras vezes – defender o Governo e a Constitução democrática do Chile. Na hora em que recebeu a “prensa” dos dois outros comandantes, disse: “está bom, vamos para o golpe com todas as consequências”. Mas os dois comandantes conspiradores, já conhecendo o histórico de vacilos de Pinochet, tiraram um papel da pasta e disseram: “então, vamos os três assinar este documentos que marca o golpe”. Pinochet, surpreso, primeiro perguntou se seria necessário assinar aquela carta, recebendo a resposta de imediato. Sim, era imprescindível! Sem saber o que fazer, alegou: “não tenho caneta”. Aí está o que falta para o negócio do SPFC com o PSG, falta-lhes a caneta para assinar os papeis. Pelo menos é isso o que diz nossa mídia já há alguns dias. No caso do Pinochet um ajudante de ordens do representante da Aeronáutica disse: está aqui a caneta. Acho que os dirigentes do SPFC estão desprevinidos e não têm nenhuma Bic no bolso.
Pode ser esse o motivo de tantos adiamentos.
Olimpíadas e futebol
Thomas Eakins, “The Biglen Brothers Racing”, 1873 (reprodução)
Estas Olimpíadas não são a maravilha toda de que falavam por aí.
Primeiro, aquela abertura que mais parecia com Jogos Colegiais de Xiririca. Monótona, arrastada, sem criatividade, dando ao Rio a possibilidade de, mesmo sem grandes esforços, fazer um papel bem melhor.
Agora, nesta edição londrina dos jogos, aparecem confusões por todo o lado. Entrega de resultados em modalidades como o badmiton (sinceramente, nem sabia que isso existia), envolvendo 4 países numa trama ao estilo da máfia. Depois, o “corpo mole” de algumas equipes para fugirem de confrontos na fase seguinte.
Por último, os casos de doping, já comprovados, que mancham qualquer disputa.
E sempre com um tratamento leve da mídia.
Hoje pela manhã, um brasileiro que não conseguiu classificação, foi direto ao falar com a TV: “não dormi bem”. Pronto, está dada a explicação! Simples, sem qualquer fuga. E a mídia nada diz. Poderia ter perguntado se foi o travesseiro, o aparecimento de uma pulga, ou até mesmo uma goteira no quarto…
Nada, nenhum questionamento.
Imagino se no futebol algum atleta aparecer com esse tipo de justificativa o que ocorreria. Cairia o mundo. E nem se diga que os olímpicos são atletas “amadores”. Muitas das confederações gastam rios de dinheiro (público) e não são objeto de qualquer cobrança ou indagação.
O COB, bem, o COB é aquilo que já conhecemos.
Dinheiro sobrando, distribuído para os chapas das confederações.
E grande parte dos recursos é consumida com a própria burocracia olímpica.
É, acho que é melhor acompanhar apenas o futebol.
Futebol, Olimpíadas e outros
Grant Wood. “Adolescência”, óleo sobre tela e têmpera, 1932. (reprodução)
Tite, nosso técnico, fez uma análise precisa do empate de ontem, 5/8, em São Januário, contra o Vasco da Gama.
Disse, na Folha, de hoje: “Gostei muito do desempenho, a marcação, a ofensividade. Mas fico com o sentimento de que a gente tem que transformar em vitória, poderia ter vencido.” Também acho.
O Corinthians foi melhor e poderia ter vencido.
Não acho que este empate seja um desastre como a guerra na Síria.
Mas não foi o melhor resultado. Mesmo estando há 6 jogos sem derrota, neste tipo de disputa o importante é vencer. O empate ajuda pouco, quase nada.
Vamos para frente, pois a equipe pode melhorar sua sequência sem derrotas e conseguir vitórias, mudando o campeonato.
“Valeu pela experiência”
Este é o bordão que mais ouço dos atletas brasileiros participantes da Olimpíada londrina.
Valeu para quem? Foi boa a viagem, bons hoteis, ótimos papos. E daí?
A mídia gosta de pegar no pé de jogadores de futebol quando, saindo do gramado, os atletas vêm com aquelas máximas “jogamos com determinação e humildade”; “o professor pediu para marcar no campo todo” etc e tal. Porém pouco falam em relação aos atletas olímpicos, que mantêm sempre a mesma cantilena: “valeu pela experiência”. Reduziram a máxima “o importante é competir” para “o importante é viajar e estar aqui”.
Oh vida dura!
O Blog do Perrone traz uma interessantíssima matéria sobre um barraco no Tricolor Paulista.
Um empresário (ou será ex?) de um famoso supermercado teria exagerado nas cobranças ao time, ao fazer duras declarações públicas. Diz a matéria que o dito cujo – embora filho de portugueses, abandonou a Lusa – fica mandando, durante os jogos, mensagens SMS para o auxiliar técnico, exigindo mudanças na equipe, substituições de jogadores etc. A Diretoria tratou de desautorizar as críticas feitas em público ao treinador tricolor.
Curioso é que, na matéria do Perrone, um Diretor reclama que o empresário deveria trazer a rede de supermercados para anunciar na camisa do time.
Poderia repetir o que fez com o filho, quando corria na Fórmula 1, ou quando um batalhão de atletas era levado para a maratona de Nova York e a mídia divulgava o incentivo como ” apoio cultural” . Esqueçam , senhores. Isto já não vos pertence mais ! O tal empresário não é mais o dono da rede de supermercados. É grande acionista, mas não o principal.
Se desejarem falar com o novo investidor majoritário, devem procurar na lista de Paris por um nome argelino.
O Sr. Derrota
Presidente do COB ocupa o cargo há 17 anos
Do Blog do Nassif
Por Vinicius Carioca
Pede pra sair, Nuzman: o que aprender com o desempenho da Grã-Bretanha nas Olimpíadas
De Kiko Nogueira, No Diário do Centro do Mundo
Nuzman, presidente do COB há 17 anos, reeleito, sem oposição, para mais três
O Brasil, mais uma vez, vai micar.
Já virou uma tradição – ou, numa expressão cara ao meu irmão Paulo, o triunfo da esperança. Olimpíadas têm, no mínimo, uma função importante: inspirar as pessoas a saírem do sofá e praticar esportes. Por que o país não evolui na competiçao? Bem, há muitas explicações. A principal delas nós sabemos: o Brasil não tem uma estrutura que proporcione o surgimento de atletas de outra modalidade que não seja o futebol. Além disso, não há renovação: Cesar Cielo, Fabiana Murer, Bernardinho, Marta, Daiane, Diego Hipólito etc etc. Nada de novo, a não ser na turma do judô.
Mas há um nome que é o mais velho deles e deveria responder por esse desempenho.
Carlos Arthur Nuzman está há 17 anos no Comitê Olímpico Brasileiro, sem trazer resultados expressivos. O que explica esse apego? Em 2000, ele reclamou que não tinha verba e que, se tivesse, transformaria o país em potência olímpica. Bem, contou com 2 bilhões de reais, investidos na preparação para Londres. E aí?
Sim, ele teve um papel importante no fato do Rio de Janeiro ter vencido a disputa para sediar os Jogos de 2016.
Mas o que isso faz dele? Organizador de festas? Em abril, ele foi reeleito até 2016. Foi o único a registrar uma chapa. Nuzman guarda alguma semelhança com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Ambos são especialistas em se perpetuar nos cargos. Teixeira, porém, tem duas vantagens: 1; ele saiu; 2. apesar de tudo, ele entregou resultados importantes durante seu reinado.
Lorde Moynihan: espantado com o baixo número de atletas ingleses vindos de escolas públicas
Nos Estados Unidos, o presidente do Comitê Olímpico é Stephanie Streeter, eleita em março de 2009.
Seu colega chinês, Liu Peng, assumiu em 2008. O presidente do British Olympic Association, BOA, Lorde Moynihan, está lá desde 2005. Seu mandato expira este ano. A Grã-Bretanha deve terminar em terceiro lugar no quadro de medalhas. O Brasil provavelmente estacionará no 25º, atrás de Cazaquistão, Bielorússia, Coreia do Norte, entre outros.
Na semana passada, Moynihan declarou ser inaceitável a desproporção entre medalhistas oriundos de escolas públicas e privadas.
Apenas 7% dos ingleses frequentam escolas particulares – mas metade das medalhas ganhas em Pequim pertencia a alunos dessas instituições. Até agora, o chamado Team GB faturou nove ouros. Quatro são de gente de escolas privadas e um quinto é de um atleta que estudou na Alemanha. ”Nós teremos falhado se, em 2016, olharmos para trás e não acharmos que transformamos nossa paisagem esportiva. Os Jogos de 2012 têm de causar arrepios em cada uma das nossas crianças”.
Nuzman tem visto, provavelmente, as boas práticas em outros lugares.
Há várias lições a aprender. Mas, talvez, a principal delas é a que ele jamais admitirá: quem perde há tanto tempo precisa sair.
Pede pra sair, Nuzman.
Publicado no www.advivo.com.br/luisnassif/
Briga para vencer
Grant Wood, “Favela”, 1937. (reprodução)
O técnico Tite, no Estadão de hoje, 3/8, deu a nota da música: é preciso tentar fazer o “impossível” para vencer o Campeonato Brasileiro de 2012.
Nada de desistir e ficar dizendo que já tem vaga na próxima Libertadores. Isso é coisa de time médio.
Como diz o técnico, embora a diferença de 16 pontos seja grande, nada impede que o Timão lute por uma sequência de vitórias que, rapidamente, venha alterar o quadro atual.
Muitos dirão que é bobagem.
Nada disso! No ano passado, como informa a matéria, o Corinthians ganhou 16 de 18 pontos disputados numa sequência que foi decisiva para conquista daquele campeonato.
Destaque-se, por outro lado, que não há nenhuma equipe se sobressaindo na disputa.
Lutar pelo campeonato só ajudará à disputa pelo Bi-Mundial, no final deste ano, e diferentemente do que querem crer alguns, não desgastará a equipe.
O COB e suas explicações
As lorotas dos dirigentes olímpicos brasileiros, para explicar os resultados “magros” da atual representação nacional, são de dar dó.
Dizer que estamos apenas nos preparando para as Olimpíadas do Rio-2016 é papo de enrolador.
O COB recebeu o dobro da grana do Comitê Italiano, mais de 2 bilhões nos últimos 4 anos, como demonstrou o UOL, sem que os resultados se seguissem à chegada destes recursos.
Todo o dinheiro fica com a cúpula (COB e Confederações) e a base só recebe uns pingados.
Clubes, escolas, centros de formação, Universidades, que no primeiro mundo são a base que sutenta vários esportes, aqui são tratados como núcleos secundários. O caminho está errado e os resultados, que refletem esta discrepância, só podem dar nisso.
O juiz e seus problemas
Benton, “Boomtown”, 1927-28 (reprodução)
Thomas Hart Benton (15/4/1889-19/1/1975) foi um pintor e muralista norte-americano. Ao lado de artistas como Grant Wood e John Steuart Curry, ele esteve à frente do movimento de arte Regional ou Figurativa Regionalista. Seu estilo, composto por pinturas quase que esculpidas, retratou cenas da vida cotidiana dos Estados Unidos. Conquanto sua obras esteja associada ao Meio Oeste norte-americano, Benton pintou diversas cenas da cidade de New York, onde viveu por mais de duas décadas; dos vinhedos de Martha, região em que passava férias em grande parte de sua vida adulta; da América do Sul; e do Oeste dos Estados Unidos.
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Uma boa parte da discussão da mídia esportiva (e dos torcedores, também) é sobre erros de arbitragem no futebol.
Não há jogo ou lance que não receba uma imediata crítica a respeito da decisão do árbitro. Não creio que seja possível eliminar do futebol o espaço para erros de interpretação do juiz.
Há erros e erros. Como regra, o árbitro erra para os dois times.
Mas, também, há juízes que se deixam intimidar pelo grito da torcida do time da casa, são os chamados “caseiros”. No entanto, há casos de juízes (por razões várias) querendo decidir a partida no apito. E, em casos raríssimos, há juízes “acertados” com equipes.
Nos dias atuais, creio que há erros de rotina da arbitragem.
Não conheço atualmente casos, como de há 30, 40, 50 anos, em que o referee apitava inferido por forte cor clubísticas.
Hoje, com as TVs marcando em cima todas as jogadas, é dificílimo qualquer equívoco proposital da arbitragem.
Há erros comuns, que favorecem um ou outro lado. “Esquemas”, como o folclore do esporte registra em seu passado, hoje não conheço.
O mais famoso caso de “compra” de ábitro é o da final, no Maracanã, da Copa Intercontinental, entre Santos e Milan.
A desastrosa arbitragem do juiz argentino (a favor do time brasileiro) estava “combinada”. Quem desejar saber detalhes (e são tantos e bem narrados) pode ler a biografia do Almir Pernambuquinho. Lá, sem qualquer constrangimento, ele conta tudo e explica aquela “estranha arbitragem”.
Mas isso é passado pois, nos dias atuais, qualquer erro é sempre analisado e exposto pela mídia e pelos torcedores.
Uma quarta-feira sem futebol
Primeiro Hino do Corinthians
Lutar… Lutar…
É nosso lema sempre, para a glória.
Jogar… Jogar…
E conquistar os louros da vitória.
E proclamar nosso pendão.
É alvinegro e sempre há de brilhar,
Lutar, viril
Para a grandeza e glória do Brasil.
CORINTHIANS… CORINTHIANS…
A glória será teu repouso
E nós unidos sempre…
elevaremos teu nome glorioso
Jamelão canta Corinthians, Campeão do Centenário (1955) (Billy Blanco)
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