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Jun 17, 2014

Erros e acertos da Copa

Ninguém  nega: a Copa do Mundo de futebol de 2014 é um sucesso e tanto. A força do futebol e e o peso deste evento superaram as críticas que apareciam por todos os lados no período que antecedeu o evento.

A realização da Copa no Brasil é um notável sucesso e vem apresentando uma incrível lista de acertos e erros que espanta qualquer pessoa acostumada com o mundo do futebol.

O maior dos erros desta Copa é a quase absoluta incapacidade dos governos de defenderem o evento, mesmo diante dos mais medíocres ataques.

Quando as manifestações do ano passado começaram -com a campanha contra aumento da passagem de ônibus- o grito maior dizia que o País gastava muito na organização da Copa e pouco nas áreas de transporte, saúde, educação etc.

Era puro engodo. Mas, incrivelmente, até setores do governo passaram a defender o “grito das ruas” dando razão aos detratores da Copa.

A Copa era um projeto de todos os governos: federal, estadual e municipal. Estava acima dos partidos e das disputas eleitorais e partidárias.

Mas bastou uma ou outra passeata para que  todos os governos e políticos iniciassem uma demagógica luta para “tirar o corpo” e “jogar a carga para o outro”.

As manifestações eram um grito difuso contra tudo e todos e representava um conjunto de frustrações especialmente dos setores de classe média.

As oposições começaram a dizer que o governo estava gastando muito dinheiro com as obras da Copa o que, todos sabiam, não era nada verdadeiro. Não foram poucos os líderes de oposição -que mesmo estando no evento Copa em seus Estado e municípios- passaram a atacar o evento.

E o governo federal -que deveria liderar a defesa da Copa- passou a adotar a tática do tatu. Correu para dentro de casa e ficou esperando a tempestade passar. Quando agia era para acusar a Polícia Militar (especialmente a de São Paulo) de ser o motivo dos protestos. O que era -evidente- equívoco. O momento mais trágico foi quando o partido do governo resolveu convocar seus militantes para engrossarem uma manifestação de protesto na Av. Paulista contra a….Copa que seu governo estava fazendo.

Esta fase -de defesa débil da Copa- afetou todo o evento e só está sendo superada agora com a força do futebol.

Bastaria aos governos assumir -sem qualquer vacilação- a defesa da Copa e os argumentos dos “protestantes” fariam água.  Veja-se o exemplos dos estádios sempre lembrados como foco de gastança. Peguemos a Arena da Amazônia – acusada a todo momento  de ser um elefante branco- construída na cidade de Manaus. Imagine-se o que diria o mundo se o Brasil fizesse uma Copa e excluísse a Amazônia. É um custo. É. Mas esse é o preço por termos a Amazônia. Não dá para ficar dizendo a “Amazônia é nossa” e quando faz uma Copa tirar a Amazônia do mapa. Incrivelmente ninguém -dos governos todos- lembrou de dizer isso.

Mas a Copa chegou a a força do futebol virou tudo. Poderia ser um momento fantástico de fortalecimento do pais. Não está sendo porque os governos erraram o tempo todo.

Veja este último trágico erro:

A Abertura da Copa- realizada com grande sucesso na Arena Corinthians- acabou gerando um barulho por todo lado porque a presidente Dilma foi xingada, de forma vil por torcedores presentes no estádio. Deplorável e vergonhoso.

Mas tudo dentro de um grande erro: a presidente foi à abertura mas tomou medida para não aparecer muito e levar algumas vaias. Acreditando que isto seria possível, alteraram o cerimonial e a presidente -que deveria declarar aberta a Copa, ficou na última fila de um camarote.

Incrível erro. Como já fora o lamentável discurso na TV antes da Copa quando, caindo no papo dos inimigos, começou a desfilar números de investimento em…saúde, educação etc.

Se a presidente Dilma ouvisse mais pessoas do mundo do futebol e menos esses marqueteiros inúteis, teria comparecido ao estádio e declarado aberto os jogos como todos os outros países fizeram.

Seria vaiada? Lógico. Quem não é vaiado em campo de futebol? Até minuto de silêncio recebe vaia.

Tomada a vaia e fortalecida porque não se escondeu ou se omitiu, teria receberia apoio pelo seu gesto por todo lado. Destaque-se que na plateia estava em maioria o pessoal VIP numa boca-livre oferecida pelas empresas e entidades.Quase 80% do público ali presente não tinham comprado ingresso por caminhos regulares.

O xingamento foi grosseiro e deplorável mas os marqueteiros ajudaram muito. E provocaram esse desgaste que ficará cada vez maior quando o público olhar pela TV outros presidentes de outras nações comparecendo aos jogos. Ontem mesmo a Sra. Merkel, primeira ministro da Alemanha -apareceu mais do que o Cristiano Ronaldo. Foi até ao vestiário tirar uma fotos. No outro jogo apareceu o vice-presidente dos EUA com toda a delegação para apoiar o jogos de seu país.

É claro que a presidente Dilma deveria ir a todos os jogos do Brasil mas, tendo errado na abertura, ficará com esta saia justa a Copa toda.

Mas, entre erros e acerto, a Copa vai ser um sucesso. Poderia ser maior? Poderia. Mas, com esta praga de marqueteiros que infestam o país por ai, até que estamos saindo bem.

Jun 17, 2014

Balanço da Copa pela BBC

Balanço da Copa: bom futebol e ‘fantastic people’ contrastam com falhas nas arenas

Pablo Uchoa e Renata Mendonça

Da BBC Brasil em Londres e em São Paulo

 

fila no estádio de Brasília | APEnormes filas se formaram em frente ao estádio Mané Garrinha, no final de semana

Nem tanto ao céu, como os organizadores esperavam, nem tanto ao inferno, como muitos pessimistas previam. A Copa do Mundo do Brasil começou com um certo ceticismo por parte da mídia nacional e internacional, principalmente por conta dos atrasos nas preparações e da iminência de greves e protestos. Cinco dias após o início da competição, a primeira rodada fluiu com alguns problemas de organização, mas sem que o maior espetáculo do futebol fosse afetado.

Com todos os estádios “estreados”, já foi possível perceber algumas dificuldades em comum. A primeira delas sendo um velho problema brasileiro, principalmente em lugares com uma grande concentração de pessoas: a internet e o sinal de 3G. Antes da Copa, o “padrão” nas arquibancadas do Brasil era não se conseguir utilizar o 3G pela maior parte em que elas estavam povoadas. Durante o Mundial, a melhora foi nítida, e os torcedores até têm conseguido mandar as famosas selfies para as redes sociais – mas a instabilidade do sinal ainda é notável.

  • Para os jornalistas, em algumas arenas, a conexão wifi já tem sido suficiente para trabalhar. Nas em que o sinal de internet sem fio era instável, restou apelar para a rede cabeada, que tem funcionado muito bem nos 12 estádios, segundo apurou a BBC Brasil.

O segundo grande desafio desta Copa do Mundo no Brasil tem sido enfrentar o trânsito em algumas das cidades-sede. Em capitais onde o congestionamento já é frequente, como Salvador e Manaus, por exemplo, os dias de jogos foram um pouco caóticos, e os torcedores que tentavam ir de carro à Fonte Nova e à Arena Amazônia, respectivamente, sentiram na pele os problemas de mobilidade urbana das duas cidades.

Já dentro do estádio, a grande reclamação é com relação aos voluntários. Todos muito elogiados pela educação e prestatividade, mas criticados principalmente por não saberem passar informações básicas – localização de banheiros, bares, assentos, etc. Se a pergunta vem em inglês, é ainda mais difícil conseguir uma resposta – os voluntários bilíngues ainda são uma raridade nas arenas.

Alguns desses problemas são explicados pela demora na entrega dos estádios. Segundo a Fifa, em coletiva de imprensa realizada um dia depois da abertura do Mundial, a entidade está preparada para lidar com esses desafios, que tendem a ser maiores nos estádios que estão sendo utilizados para valer pela primeira vez durante a Copa – as seis arenas já testadas na Copa das Confederações já não teriam os mesmos problemas.

Protestos

Os incidentes mais preocupantes mesmo neste início de Copa dizem respeito aos enfrentamentos entre manifestantes e policiais, que têm aplicado mão dura contra os protestos – apesar de estarem ocorrendo em números bem menores do que os de junho do ano passado. No primeiro deles durante o Mundial, na manhã da abertura do torneio, em São Paulo, duas jornalistas da CNN foram feridas pelo estilhaço de uma bomba de efeito moral disparada pela polícia militar. A manifestação tinha pouco mais de 200 pessoas e ficou longe de se aproximar das dependências da Arena Corinthians, em Itaquera.

Em outra manifestação, desta vez no Rio de Janeiro, no último domingo, houve mais confronto entre manifestantes e PMs, que usaram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar os cerca de 150 que estavam protestando nas ruas próximas ao Maracanã. O que mais chamou a atenção foi que um policial chegou a descer do carro e dar tiros para o alto com uma arma de fogo – ele estava passando pelo local quando viu a manifestação e decidiu agir.

Segundo a Polícia do Rio, o próprio oficial se apresentou voluntariamente admitindo o uso da arma e agora será aberta uma sindicância para determinar se houve irregularidade na situação.

O que deu errado

O grande teste brasileiro de organização nesta Copa começou no dia 12 de junho, com a abertura no estádio popularmente conhecido como Itaquerão, em São Paulo. Lá houve falha dos geradores de energia no primeiro tempo do jogo, mas nada que afetasse efetivamente o bom andamento do jogo. A grande reclamação ficou por conta da falta de comida nos restaurantes e bares.

Na sequência, o jogo em Natal entre México e Camarões: estava tudo pronto para o pontapé inicial, com exceção do próprio estádio, que finalizou seus 10 mil assentos temporários (arquibancadas móveis) em cima da hora, sem que os bombeiros conseguissem emitir o alvará que liberaria os lugares para serem utilizados. Segundo o COL (Comitê Organizador Local), 100 cadeiras acabaram interditadas por questões de segurança, e os torcedores tiveram que ser realocados.

Além disso, a chuva forte que castigou Natal nos últimos dias deixou a cidade em estado de calamidade pública e dificultou o acesso à arena – o próprio entorno dela ficou envolto em uma grande poça de água no primeiro jogo. Na última segunda-feira, porém, Gana e Estados Unidos jogaram por lá em condições climáticas bem mais favoráveis.

Salvador recebeu dois dos melhores jogos de futebol da Copa até aqui: Espanha 1 x 5 Holanda e Alemanha 4 x 0 Portugal. O grande problema da cidade, no entanto, foi para chegar ao estádio. Sem feriados decretados, o trânsito de Salvador ficou caótico nos dias dos dois jogos e torcedores relataram que demoraram 1h30 para chegar do Rio Vermelho (região mais turística da cidade) até a Fonte Nova.

Outra cidade que sofreu com o trânsito foi Manaus, onde Itália e Inglaterra fizeram outro jogo de grande interesse no sábado. Uma das equipes da BBC que chegava para o jogo com três horas de antecedência, precisou desviar do caminho principal para a Arena da Amazônia, percorrendo 2 km em 40 minutos na tentativa de fugir do congestionamento. Houve muita gente que foi desistindo no caminho para ir a pé.

Em Brasília, o problema foi na logística da entrada do estádio. Muitas filas se acumularam na revista e na checagem dos ingressos e, faltando menos de 10 minutos para o início do jogo, o correspondente da BBC Brasil João Fellet relata que viu milhares de pessoas ainda esperando para entrar. Muitos deles só conseguiram se acomodar no Mané Garrincha quando o jogo entre Suíça e Equador já havia começado.

Os inconvenientes comuns a alguns dos estádios foram com relação à conexão de internet e ao serviço dos voluntários. No Maracanã (RJ), Mané Garrincha (DF), Itaquerão (SP) e Arena da Baixada (PR), houve reclamações quanto a oscilações do 3G e do wifi fornecido para a imprensa. Já em Recife, Manaus, Belo Horizonte e de novo São Paulo, houve críticas aos voluntários, por não saberem dar informações corretamente e/ou não falarem inglês.

A primeira grande “gafe” da Copa ficou para Porto Alegre. Uma falha técnica impediu a execução dos hinos de França e Honduras no Beira-Rio, e o secretário da Fifa, Jérôme Valcke, chegou a emitir um comunicado às federações dos dois países com um pedido de desculpas formal.

O melhor até agora

Se fora dos gramados ainda há problemas a serem resolvidos, dentro deles o espetáculo tem sido garantido. A primeira rodada da Copa do Mundo chega ao fim nesta terça-feira após jogos emocionantes, muitas goleadas e, por enquanto, somente um 0 a 0, entre Irã e Nigéria.

Com direito a uma goleada surpreendente de 5 a 1 da Holanda sobre a Espanha, na reedição da final do Mundial passado, e a um jogo de tirar o fôlego entre Itália e Inglaterra – com os italianos vencendo por 2 a 1 -, passando por uma vitória inesperada da Costa Rica por 3 a 1 sobre os bicampeões mundiais uruguaios e um resultado conquistado no último segundo do cronômetro pela Suíça contra o Equador (2 a 1) – já está se falando que a “Copa das Copas” prometida pelos governantes brasileiros está acontecendo mesmo dentro das quatro linhas.

Fora delas, a hospitalidade dos brasileiros tem garantido a satisfação dos turistas, que estão aproveitando para viver uma “grande festa” na Copa do Mundo no Brasil. A BBC Brasil conversou com croatas, ingleses, mexicanos, argentinos e tantos outros estrangeiros – quando perguntados se estavam gostando do Brasil, a respostas tinha sempre algo em comum: “Fantastic people” (povo fantástico).

www.bbcbrasil.com.br

Jun 16, 2014

O drama de 50.

 

A pena perpétua de Barbosa

O ESTADO DE S. PAULO

 

Goleiro do Brasil na Copa de 1950 paga 50 anos por erro na final contra o Uruguai

 

 

SÃO PAULO – Barbosa costumava dizer que jamais alguém no Brasil recebera uma pena tão longa quanto a sua. Goleiro da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950, foi condenado pelo fracasso na final contra o Uruguai. Jogando em casa, ao Brasil bastava empatar para ser campeão mundial pela primeira vez.

 

 

Era o que acontecia, até o atacante Ghiggia disparar um chute cruzado, aos 34 minutos do segundo tempo, e fazer 2 a 1. Em reportagem de O Estado de S. Paulode 18 de julho de 1950, Barbosa é considerado um dos culpados. “Duas bolas perfeitamente defensáveis foram às redes brasileiras”, relata o texto.

 

“Dei um passo à frente, senti que (Ghiggia) cruzaria a bola, aí eu poderia pegar com facilidade. Não sei se ele chutou mesmo com efeito ou se quis se livrar da bola, pois estava sendo acossado; o que sei é que a bola entrou entre a minha perna e a trave.” O Estadão relembrou a explicação de Barbosa para o lance em reportagem publicada em 8 de abril de 2000, um dia após a sua morte.

 

Com o passar dos anos, a cada reencontro entre Brasil e Uruguai, a história do “Maracanazzo” era retomada. Filmes foram produzidos e livros escritos em torno do fato. No curta-metragem “Barbosa”, o personagem interpretado por Antonio Fagundes volta no tempo para tentar alertar o goleiro sobre o desfecho para o chute de Ghiggia, tamanho trauma que aquela derrota causara na vida dele.”Nenhum brasileiro esquece o drama de 50″, era o título de reportagem à página 21 do Estadão do dia 17 de junho de 1970, 20 anos após o “Maracanazzo”. Jogadores da seleção tricampeã falaram acerca das lembranças que tinham daquela final.

 

Em entrevista para aquela reportagem, Barbosa resumiu assim as suas memórias: “Depois daquela derrota fomos levados para fora do estádio e nem sei onde fui parar. Durante uma semana andei abobalhado por aí. Só lastimo que não tenham respeitado minha dor”.

 

Barbosa passou a vida falando do fatídico segundo gol uruguaio. “A pena máxima para um crime no Brasil é de 30 anos. Eu pago por aquele gol há 50”, lamentava. E precisava sempre lembrar seus momentos de glória. Foi seis vezes campeão carioca defendendo o Vasco da Gama e conquistou a Copa América em 1949 pela seleção. O goleiro também não concordava que culpassem o lateral-esquerdo pelo lance. “Se houve um culpado fui eu”, assumia.

 

Igualmente, o “carrasco” Ghiggia foi diversas vezes procurado para recordar o tento que deu o bicampeonato mundial à Celeste Olímpica. Em uma das entrevistas a respeito, ele confirma a versão de Barbosa de que pensava em cruzar, antes de ver o goleiro brasileiro sair da meta.

 

E afirmou, durante as comemorações de 20 anos do Maracanã, que Barbosa era um dos melhores goleiros de todos os tempos, comparando-o à época a Mazurkiewicz, arqueiro da equipe uruguaia nas Copas de 66, 70 e 74.

 

 

 

 

Barbosa, goleiro do Brasil na Copa de 50
Barbosa, goleiro da Brasil na final da Copa de 50
Arquivo Estadão

 

 

 

 

Em 1993, aos 72 anos, Barbosa passou pelo constrangimento de ser barrado na concentração da seleção brasileira, na Granja Comary. O Brasil enfrentaria o Uruguai, no Maracanã, em jogo decisivo das Eliminatórias para a Copa de 1994.

 

A fim de evitar qualquer relação com o fracasso de 1950, a comissão técnica na época, comandada por Carlos Alberto Parreira, impediu que Barbosa conversasse com o goleiro Taffarel. Barbosa aceitou e retirou-se calado.”Falaram que eu podia transmitir uma imagem negativa”, declarou na ocasião. “Não sou pé-frio, só queria passar otimismo aos jogadores.”

 

No ano 2000, o Maracanazzo voltou com tudo ao noticiário. Ano em que o mais traumático revés da seleção brasileira completou 50 anos. Revisto à demasia, o suposto erro de Barbosa tornava-se cada vez menos evidente.

 

Homenagens foram prestadas. Três meses antes do cinquentenário,em abril, Barbosa morreu, aos 79 anos. Goleiro injustiçado,partiu absolvido, lembrado como um dos melhores de sua época.

 

www.estadao.com.br

Jun 13, 2014

Vaias e xingos.

 

O problemão que Lula criou para Dilma 

 

 

Juca Kfouri

 

Ao trazer a Copa do Mundo para o Brasil em 2007, num momento em que o país bombava e tudo dava certo, o ex-presidente Lula não calculou que sete anos depois as coisas poderiam estar diferentes.

Mais: não se ligou que Copas do Mundo não são para o povão, mas apenas para quem pode pagar caro por um ingresso nos novos estádios erguidos a peso de ouro para recebê-las.

Eis que a bomba explodiu no colo de sua sucessora, pouco familiarizada com a mal vista cartolagem do futebol.

Se Dilma Rousseff soube guardar profilática distância de Ricardo Teixeira e, agora, de José Maria Marin (ninguém o viu perto dela ontem) , nem por isso ela evitou a hostilidade da torcida endinheirada que esteve na Arena Corinthians.

Se em Brasília, na abertura da Copa das Confederações, a presidenta foi vaiada, em São Paulo foi xingada mesmo, com palavrões típicos de quem tem dinheiro, mas não tem um mínimo de educação, civilidade ou espírito democrático.

Ninguém precisava aplaudi-la e até mesmo uma nova vaia seria do jogo.

Mas os xingamentos raivosos foram típicos de quem não sabe conviver com a divergência, mesmo em relação a uma governante legitimamente eleita pelo povo brasileiro.

A elite branca tão bem definida pelo insuspeito ex-governador paulista Cláudio Lembo, mostrou ao mundo que é intolerante e mal agradecida a quem lhe proporciona uma Copa do Mundo no padrão Fifa.

Que os próximos governantes aprendam a lição.

www.blogdojuca.uol.com.br

Jun 12, 2014

Uma bela festa na Arena Corinthians

Com vitória do Brasil, Arena Corinthians recebe a abertura da Copa do Mundo

 

– Arena CorinthiansAgência Corinthians

 

Brasil venceu com gols de Neymar e Oscar

A Copa do Mundo FIFA 2014 está oficialmente iniciada. E o palco da primeira partida do mundial foi a Arena Corinthians, que recebeu Brasil e Croácia, nesta quinta-feira. A Seleção Brasileira venceu seus adversários por 3 a 1, com gols de Neymar e Oscar.

Há três anos, no dia 30 de maio, o Timão deu os primeiros passos para construir sua casa, a Arena Corinthians. Passado esse tempo, o estádio abriu a Copa do Mundo FIFA 2014, com um grande espetáculo da torcida brasileira, que fez a festa e viu o Brasil estrear com pé direito no mundial.

A Arena Corinthians ainda receberá mais jogos da Copa do Mundo. Pela primeira fase, Uruguai e Inglaterra, Holanda e Chile e Coreia do Sul e Bélgica jogam na casa corinthiana. Além destes confrontos, um jogo das oitavas de final e semifinal também acontecerão no estádio alvinegro.

Jun 8, 2014

Itaquera para o mundo

Itaquera se transforma para receber a Copa do Mundo

Nosso repórter morou por dois meses no bairro, que, às vésperas da grande festa do futebol, ainda se acostuma com o fato de ter saído da periferia para o centro das atrações do mundo

por Silas Colombo

A exemplo de muitos paulistanos, eu jamais havia colocado os pés em Itaqueraantes de o lugar ser escolhido em 2011 como o palco de abertura da Copa. Quando assinei, há dois meses, o contrato de locação de um apartamento para morar no local com o objetivo de acompanhar de perto as transformações produzidas pelo evento no bairro, já tinha ouvido falar do boom imobiliário na região. Mesmo assim, os valores me surpreenderam e soaram como um verdadeiro chute nas alturas. “Os aluguéis para a temporada começam a partir de 10 000 reais por mês”, disse, com naturalidade, um corretor da área.

Depois de muita conversa, fechei em abril um acordo de 6 000 reais por um apartamento de 48 metros quadrados no 4º andar do condomínio São Firmino, na Cohab Padre José de Anchieta. O lugar não tem porteiro nem vaga definida na garagem (uma por unidade). Isso mesmo. Acomodação bem longe do padrão Fifa. Da janela da sala, porém, é possível ver a Arena Corinthians, que fica a 350 metros dali. Antes da construção do campo, esse imóvel era locado, no máximo, por 1 000 reais. O valor hiperinflacionado o pôs no mesmo patamar de preço de um endereço do Alto de Pinheiros com 200 metros quadrados, três suítes, hidromassagem, cinco banheiros, closet e churrasqueira.

 

 A sede do E.C. Urca, vizinho do estádio: um dos últimos campos de futebol de várzea no bairro
A sede do E.C. Urca, vizinho do estádio: um dos últimos campos de futebol de várzea no bairro
(Foto: Mario Rodrigues)

 

O efeito da Copa no pedaço vai muito além do mercado imobiliário, percebi logo depois de me mudar. Na manhã de uma terça, no fim do mês passado, acordei às 7 horas da manhã com um estrondo que fez tremer as janelas e deixou um rastro de fumaça no céu. Coloquei a cabeça para fora do apartamento e vi outros moradores com a mesma cara de sono e de espanto acompanhando o objeto responsável pela confusão: um caça do Exército que fazia no momento um sobrevoo pela região. “Vai ter Copa ou vai ter guerra?”, brincou um homem.

Depois de um tempo vivendo ali, eu me acostumei com o movimento aéreo acima do normal. Diariamente, o local é visitado por vários helicópteros de emissoras de TV. O barulho da frota desperta a ira do cachorro do vizinho e alguns aparelhos chegam a sobrevoar meu prédio tão de perto que fazem chacoalhar as roupas estendidas no varal. Para qualquer pessoa que more ou passe pelo bairro, é quase impossível fugir do tema futebol. Na hora do almoço do mesmo dia em que ocorreu a aparição do jato militar, o aparelho de TV do boteco mostrava os moradores de uma rua das redondezas pendurando bandeiras brasileiras nos postes. “É o Big Brother Itaquera”, brincou o chapeiro.

 

(Foto:Reprodução)

 

Às vésperas do torneio, cujo pontapé inicial será dado nesta quinta (12), ainda não é possível dormir no meu apartamento sem ouvir o barulho das marretadas dos operários — até quinta (5) havia cerca de 700 profissionais diretamente envolvidos em trabalhos como a conclusão das arquibancadas provisórias e a finalização da instalação de equipamentos elétricos e hidráulicos.

 

 Artistas em ação: mural de 4 quilômetros de graftes
Artistas em ação: mural de 4 quilômetros de graftes
(Foto: Mario Rodrigues)

 

Em sua maior parte, é gente correndo contra o tempo para terminar a Arena Corinthians. Apesar do atraso, muita coisa foi feita no bairro. Nos dois meses em que residi ali, deu para ver como as mudanças foram sendo aceleradas à medida que a Copa começou a se aproximar. Visualmente, a paisagem árida de prédios padronizados e casas simples do entorno começou a ganhar as cores da Seleção Canarinho. A Radial Leste, a principal via de acesso à região, tem verde e amarelo no canteiro central desde a Vila Matilde. A partir da estação Patriarca do Metrô, setenta grafiteiros pintaram o maior mural a céu aberto da América Latina, com 4 quilômetros de ilustrações. A fachada lateral de seis prédios da Cohab José Bonifácio ganhou desenhos dos onde o escrete conquistou os cinco títulos mundiais (o espaço para o hexa já está reservado). Nas últimas semanas a Fifa instalou placas de sinalização em inglês para orientar os visitantes estrangeiros que pretendem ir ao campo.

 

(Foto:reprodução

)

 

A ironia da chegada da globalização a uma das regiões mais carentes de São Paulo (a renda média local, inferior a dois salários mínimos, é um quarto da registrada no bairro de Perdizes) rendeu brincadeiras na internet. “Itaquera Stadium — Where Judas lost his boots” (Estádio de Itaquera — Onde Judas perdeu as botas) foi a mais reproduzida. Do ponto de vista da objetividade geográfica, essa piada é um pouco exagerada, pois o bairro fica a apenas 20 quilômetros do centro. A diferença de realidades, porém, traz a sensação de uma distância muito maior, não apenas para os forasteiros. Quando pergunto à costureira Rose Maria, uma das locais, onde ela compra o tecido daquelas bolsas tão caprichadas que vende na região da 25 de Março, escuto: “Lá em São Paulo”. O ato falho é comum.

Com 220 000 habitantes, o bairro parece uma grande cidade-dormitório. Boa parte dessa população se desloca diariamente até o centro para trabalhar. Por volta das 6 da manhã, as filas de embarque na Estação Corinthians-Itaquera alongam-se para fora dos limites da parada de metrô. Os poucos felizardos que conseguem sentar-se à janela dos trens podem vislumbrar por alguns instantes as linhas modernas da Arena Corinthians. Nos picos de movimento, é mais fácil o Irã ganhar a Copa do que alguém atravessar de carro a Radial Leste a partir daquela área em menos de duas horas.

Além de colocar o lugar no centro do mundo, a competição trouxe outros benefícios a essa região onde as pessoas se referem ao centro da metrópole como se não estivesse na mesma cidade. Em meio a um festival de promessas descumpridas e obras feitas pela metade que se tornou marca da organização do evento da Fifa em nosso país, o bairro da Zona Leste representa uma exceção. Se há algum local do Brasil que vai lucrar com o torneio, esse lugar é Itaquera.

 

 Fabricio Martins, diretor do call center Vikstar: 3 000 novas vagas nos próximos meses
Fabricio Martins, diretor do call center Vikstar: 3 000 novas vagas nos próximos meses
(Foto: Mario Rodrigues)

 

Somente em obras viárias para amenizar os principais gargalos de trânsito, os governos estadual e municipal investiram no pedaço 548,5 milhões de reais. Entre o movimento trazido pelas construções e os incentivos para investimentos em novos negócios, foram geradas nos últimos três anos 39 000 vagas temporárias e 34 000 permanentes, segundo cálculos da consultoria Accenture.

O grupo Lindencorp, junto com a empresa dona de um terreno de 200 000 metros quadrados de uma pedreira bem ao lado do estádio, vai levantar um complexo de hotéis, prédios comerciais e empresas de tecnologia. A ideia é aproveitar a estrutura viária e de transporte que agora atende o local para criar mais 55 000 empregos. “Tornou-se mais fácil provar aos empresários que aqui há potencial”, afirma Wilson Poit, presidente da SPNegócios, empresa de economia mista vinculada à Secretaria Municipal de Finanças encarregada de fomentar investimentos na capital. Até quem já estava operando na região aproveitou o novo fôlego. Com mais de 4 000 postos de atendimento, o call center Vikstar vai derrubar algumas paredes e criar 3 000 vagas nos próximos meses. “A estrutura do Piauí, onde temos outra filial, estava melhor que a daqui”, afirma Fabrício Martins, diretor- geral da companhia.

 

 Atendentes poliglotas no shopping do bairro:à espera de 1,5 milhão de turistas
Atendentes poliglotas no shopping do bairro:à espera de 1,5 milhão de turistas
(Foto:Mario Rodrigues)

 

Shopping Metrô Itaquera, o único da região, está sempre cheio. Recebe 65 000 visitantes por dia. O gasto mensal médio dos clientes é de 600 reais, mais que o dobro de um centro de compras como o Villa-Lobos. Não é à toa que o lugar promete dobrar de tamanho no ano que vem. Preparado para receber os turistas que vão desembarcar por lá nas próximas semanas (o número esperado é de 1,5 milhão de visitantes), o empreendimento da Zona Leste deixou a postos uma equipe de cinco assistentes poliglotas para ajudar os estrangeiros.

 

 Amadeu Carvalho,
O Fiscal da Fiel”, documenta a evolução das obras no Itaquerão: quase 100 000 seguidores no facebook” />
Amadeu Carvalho, “O Fiscal da Fiel”, documenta a evolução das obras no Itaquerão: quase 100 000 seguidores no facebook
(Foto:Lucas Lima)

 

O estádio, que desencadeou todo esse movimento, virou ponto de peregrinação. Por ali, todos os dias algumas dezenas de pessoas procuram um espaço nas grades para observar o andamento dos trabalhos. Entre os fiscais não oficiais, uma figura ganhou notoriedade no local. Trata-se do professor de inglês Amadeu Carvalho, que filma e fotografa a evolução das obras. O material é publicado em seu site, que hoje tem mais de 130 000 acessos mensais, e em uma página no Facebook, com 93 000 seguidores. “Sou o correspondente especial dos corintianos”, conta “O Fiscal da Fiel”, como Amadeu ficou conhecido. O trabalho de documentação vai virar livro.

 

 Equipe de locutores da Rádio Comunitária Itaquera FM: dicas de trânsito em dias de jogos
Equipe de locutores da Rádio Comunitária Itaquera FM: dicas de trânsito em dias de jogos
(Foto:Mario Rodrigues)

 

Tamanha adoração não ocorre por acaso. Estima-se que quase 50% dos itaquerenses sejam corintianos, uma das maiores proporções da cidade. As dúvidas sobre se o restante da nação alvinegra da capital poderia se assustar com a distância até a nova casa dissiparam-se com os primeiros jogos. Na inauguração oficial da arena, em 18 de maio, fiquei preso dentro de uma pastelaria que baixou as portas devido ao susto com a primeira leva de torcedores que desembarcou na Estação Artur Alvim.

Quem tentou voltar para casa de carro também ficou pela rua ou pagou 20 reais para usar a garagem de algum morador enquanto a partida não começasse. Com a CET mais perdida que os próprios motoristas, o jeito foi sintonizar a Rádio Comunitária Itaquera (87,5 FM) para saber quais eram as alternativas. “Só quem é daqui consegue entender os caminhos”, afirma o locutor Paulo Ferraz.

 

 Alessandro Bueno, sócio da choperia La Bueno: 450 000 reais para abrir bar em Itaquera
Alessandro Bueno, sócio da choperia La Bueno: 450 000 reais para abrir bar em Itaquera
(Foto:Mario Rodrigues)

 

Com a inauguração de avenidas com calçadas largas e iluminação de LED, a vida noturna de Itaquera ganhou novo impulso. Pude passear a pé depois de escurecer, o que era bem perigoso antes das melhorias. Encontrei pelo caminho várias famílias fazendo o mesmo. Isso levou os donos de bar a colocar mesas na calçada e animou empresários a dar um upgrade na boemia da região. Alessandro Bueno e o sócio, Laércio Lopes, investiram mais de 450 000 reais na Choperia La Bueno, numa travessa da Avenida Itaquera. Inaugurado em dezembro, o sportbar bem decorado aposta em um cardápio de bebidas importadas e cozinha gourmet. “Antes, para curtir um lugar bacana, tínhamos de ir até o Tatuapé”, diz Bueno.

 

 A cineasta holandesa Veerle Denissen: a vida no bairro vai virar flme
A cineasta holandesa Veerle Denissen: a vida no bairro vai virar flme
(Foto:Mario Rodrigues)

 

No bando de pessoas que começam a visitar o bairro atraídas pelo movimento da Copa, noto agora pequenos grupos de estrangeiros. Quase todos os dias alguém me para na rua falando português com bastante sotaque. Uma das gringas que circulam pelo pedaço é a jornalista holandesa Veerle Denissen. “Fiquei chocada na primeira vez que vi as casas de madeira em cima do esgoto aberto”, conta ela, referindo-se a uma visita à Vila da Paz, favela com 377 famílias que fica a 800 metros do Itaquerão. Por lá não respingou nem um centavo dos investimentos que vieram com a Copa.

Veerle se mudou a São Paulo no fim do ano passado para acompanhar o marido, que veio para cá a trabalho. Ao chegar, achou curioso o fato de um evento do tamanho do torneio da Fifa ser sediado na periferia. Decidiu, então, registrar como era a vida dos moradores do bairro no documentário Itaquera — A World Cup in the Backyard (Uma Copa do Mundo no Quintal, em inglês). Ela vem fazendo esse trabalho há seis meses, com a ajuda de dois conterrâneos. Na semana passada, pôs na internet o primeiro dos quatro capítulos da série sobre a região. O vídeo foi visto por mais de 150 000 pessoas.

Quando terminar de exibir na rede o material, pretende transformá-lo em um filme, a ser lançado em 2015. A holandesa mora na Aclimação e vai a Itaquera pelo menos uma vez por semana. Vizinhos da Zona Sul perguntam frequentemente se ela tem medo de trabalhar em “um lugar tão perigoso”. Entre esses curiosos estão alguns alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. “Conheço mais o bairro que muita gente daqui”, ironiza ela. Graças à Copa, que pôs aquela área no centro das atenções, os preconceitos e a falta de informação estão diminuindo. O principal legado do Mundial para Itaquera é ajudar o bairro a começar a se sentir parte de São Paulo.

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Jun 6, 2014
admin

A cidade de São Paulo se prepara para o grande dia

IMG_1178More photos have been released by FIFA showing preparations in and around Arena de São Paulo as it prepares to host the opening ceremony and game of the 2014 World Cup.

The stadium’s full schedule is:

Thursday, 12 June, 17.00 (Brazil x Croatia – Opening Game)
Thursday, 19 June, 16.00 (Uruguay x England)
Monday, 23 June, 13.00 (Netherlands x Chile)
Thursday, 26 June, 17.00 (Belgium x South Korea)
Tuesday, 1 July, 13.00 (round of 16)
Wednesday, 9 July, 17.00 (semi-final)

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Jun 4, 2014

Em uma semana Deus fez o mundo

 

Itaquerão ( ARENA CORINTHIANS)só vai ficar pronto a seis dias de abertura da Copa do Mundo

 

Guilherme Costa e Rodrigo Mattos
Do UOL, em São Paulo

O Itaquerão,(ARENA CORINTHIANS) estádio que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014, só vai ser concluído, na melhor das hipóteses, seis dias antes de Brasil e Croácia disputarem o primeiro jogo do torneio. As arquibancadas provisórias do setor norte ainda têm obras 24 horas por dia, com previsão de término entre sexta-feira e sábado. Na terça-feira, a área ainda não tinha sequer escadas.

No último domingo, Corinthians e Botafogo fizeram o segundo jogo da história do Itaquerão (ARENA CORINTHIANS). A partida foi evento-teste da Fifa, mas as arquibancadas provisórias não foram usadas. Segundo a Secopa-SP, o veto ao espaço aconteceu porque não houve tempo suficiente para obtenção de um laudo de liberação do Corpo de Bombeiros. A verdade, porém, é que o setor ainda não está pronto.

A reportagem do UOL Esporte esteve no local e conversou com quatro operários que atuam nas instalações das provisórias. Dois trabalhavam com dois guindastes que ainda subiam estruturas metálicas para completar as escadas durante a tarde. Segundo eles, a intenção era acabar as instalações na sexta-feira e concluir a limpeza no local para entregar à Fifa no sábado.

De fato, os testes de resistência já foram realizados com sacos de areia de 100 kg nos assentos e um aparelho que simulava tremores. Mas nova vistoria terá de ser feita pelo Corpo dos Bombeiros nesta quarta-feira, até porque seria impossível emitir um alvará de funcionamento da arquibancada sem submeter escadas a provas. Banheiros e acabamentos também estavam sendo concluídos.

“Ia ficar mais para o fim, mesmo, porque houve um acidente. Nós ficamos com essa tarefa”, disse Júlio Semeghini, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo e coordenador do Comitê Paulista para a Copa do Mundo. As obras de instalação das arquibancadas temporárias foram interditadas pelo Ministério do Trabalho em março de 2014 por irregularidades constatadas após a morte de Fábio Hamilton da Cruz, operário que caiu quando instalava uma plataforma no setor.

A previsão inicial de conclusão das arquibancadas móveis era 30 de abril. Depois da morte do operário e de a construção ter sido interditada por cerca de dez dias, o prazo foi postergado para 15 de maio.

Funcionários da Fast Engenharia, empresa contratada pela empreiteira Odebrecht para instalar as provisórias, relataram que as obras no setor têm sido feitas 24 horas por dia há pelo menos duas semanas, sem interrupção. Segundo eles, não haveria a mínima chance de as instalações serem concluídas sem esse roteiro. Um dos operários até admitiu que não ficou muito satisfeito com a aparência final das arquibancadas que ele mesmo ajudou a montar.

Com 24 horas de trabalho, os operários têm feito um revezamento em dois turnos. Além da conclusão da obra e da instalação de escadas, o espaço ainda precisa ser envelopado com um pano para disfarçar as estruturas aparentes – essa “maquiagem” já foi feita nas provisórias do setor sul.

A Fifa demonstra confiança sobre conclusão dessas estruturas, mas tem consciência de que outras instalações, chamadas overlays, só ficarão prontas na véspera da abertura da Copa. Por isso, são esperados ajustes durante o Mundial.

O Itaquerão(ARENA CORINTHIANS) foi o último estádio a ficar pronto entre os 12 que sediarão jogos da Copa do Mundo. O aparato foi aberto no dia 18 de maio e já recebeu dois jogos, mas ainda não teve mais de 37.119 pagantes (número de Corinthians x Botafogo). A ideia da Fifa é ter até 68 mil pessoas no local para ver Brasil x Croácia.

 

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Jun 3, 2014

A Copa é importante para o Brasil

Conselheiro do TCE SP é um dos maiores defensores da Copa do Mundo no Brasil

Ex-vice-presidente do Corinthians, Roque Citadini acha que o governo não tem defendido adequadamente o Mundial

Gilberto Nascimentogilberto.nascimento@brasileconomico.com.br
“Há 64 anos o Brasil não faz uma Copa. Nem por isso tivemos todos os problemas de educação, transporte e saúde resolvidos”, diz o conselheiro do TCE (SP) Roque Citadini

Foto:  Murillo Constantino/Agência O Dia

 

Alheio à organização da Copa, mas com poder de fiscalização sobre um dos governos envolvidos nos preparativos, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Antonio Roque Citadini tornou-se um dos maiores defensores do Mundial. Figura polêmica e irreverente no meio do futebol – é conselheiro vitalício do Corinthians e foi vice-presidente do clube entre 2001 e 2004 -, Citadini enumera argumentos em favor da Copa e critica o Governo Federal por não saber, em sua avaliação, defender adequadamente o evento. “E não é só o governo federal que não tem sabido defender a Copa, mas o governo estadual (de São Paulo) também, que gastou com obras para a realização dos jogos, e a gestão municipal. Ninguém tem defendido”, observa.

“Há 64 anos o Brasil não faz uma Copa. Nem por isso tivemos todos os problemas de educação, transporte e saúde resolvidos. Achar que temos esses problemas por causa da Copa é uma desonestidade intelectual”, diz. Ele defende, inclusive, a arena de Manaus. “O Brasil propagandeia ao mundo ter a Amazônia. Como seria possível fazer uma Copa e deixar a Amazônia fora? O que achariam os estrangeiros? A Amazônia é nossa e temos compromisso com ela, precisamos levar melhorias. E onde surgem estádios modernos, o futebol se fortalece. Cruzeiro e o Atlético não eram quase nada até aparecer o Mineirão”, avalia. A Copa também não exige tanto investimento em aeroportos, afirma. “O que importa são Cumbica e Viracopos. As delegações e turistas virão direto para os dois locais. No dia do jogo, Portugal sairá de Viracopos em voo fretado para Manaus”.

‘Até a Globo critica’

Segundo Citadini, faz 12 anos que o governo da Alemanha tenta concluir o aeroporto de Berlim e, recentemente, anunciou que ele só ficará pronto em 2017.  “E já gastaram 12 vezes o orçamento”, observa. “Aqui, até a Globo fala mal da Copa. E a Copa é um produto Globo”, reclama.

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Jun 2, 2014

Empate amargo

Empate no fim adia 1ª vitória na casa nova

Ainda não foi desta vez que o Corinthians pôde comemorar uma vitória na nova casa.

 

Após o fiasco da inauguração do Itaquerão, quando perdeu para o Figueirense por 1 a 0, os corintianos até saíram na frente do placar neste domingo (1º), pela nona roda do Campeonato Brasileiro, mas sofreram o empate para o Botafogo aos 42 min do segundo tempo.

Em um belo chute colocado da intermediária, aos 24 min, Jadson fez o primeiro gol oficial do Corinthians no estádio. O clima de festa tomou conta das arquibancadas.

Impulsionado por mais de 37 mil torcedores, o time de Mano Menezes tomou a iniciativa e foi superior ao adversário, especialmente no segundo tempo, ao encontrar boas brechas nos contragolpes.

Devido a bexigas soltas por uma das organizadas no setor norte, o jogo precisou ser paralisado por alguns minutos, para que os balões fossem estourados. Na sequência, o sistema de som do Itaquerão pediu à torcida que parasse com as bexigas.

Sem criatividade e sentindo a ausência de Emerson, referência do ataque, os botafoguenses foram lentos e incomodaram pouco. Mas Edilson, pela direita, foi fatal.

ÁGUA FRIA

O lateral arrematou cruzado, a bola desviou no zagueiro Cléber e parou no fundo da rede –um banho de água fria para a torcida, que continuou tentando empurrar a equipe.

Apesar da pressão nos minutos finais, o Corinthians não conseguiu a primeira vitória no Itaquerão e teve de ouvir uma sonora vaia quando o juiz apitou o fim do jogo.

O Corinthians chegou aos 16 pontos –ainda nas primeiras colocações– e encerrou a primeira parte do Brasileiro com quatro vitórias, quatro empates e uma derrota.

O Botafogo, que ocupa posição intermediária, soma nove pontos: duas vitórias, três empates e quatro derrotas.

Os dois times só voltam a campo no dia 16 e julho, contra o Internacional e o Sport, respectivamente.

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