Que quarta!
Era quase meia noite quando o juiz apitou o final do jogo em que o Corinthians venceu o Vasco, por 1×0, e avançou na Libertadores. Por todo canto da cidade ouviu-se um suspiro de descontração. Corinthianos passaram por mais um teste cardíaco, sem terem ido ao Incor, e os adversários foram para cama com (mais) um pesadelo na cabeça.
O Corinthians venceu mostrando regularidade. Uma defesa sólida, um meio de campo eficiente e organizado e um ataque com poucos momentos de brilho. É a marca desta equipe. Dedicação, organização, raça (muita raça) e grande paciência para esperar um gol. É um time sem craques fora de série – a maioria são dedicados jogadores médios- embora lutem (e vençam) como poucos. O Vasco é um time que tem um esquema similar ao Timão: defesa bem postada, meio de campo eficiente e ataque que cria pouco. Por esta razão, os dois jogos foram tão equilibrados e só decidido nos últimos minutos do segundo tempo do segundo jogo.
Sei que muita gente não concorda com este blog, mas nosso maior jogador é…o técnico Tite. Conseguiu, sem grande nomes, organizar um time eficiente e competitivo. É esta a razão do sucesso do último campeonato brasileiro e da campanha atual. Mesmo com ataque sem brilho, mas com muita organização, o time vai vencendo. Como venceu ontem.
E vamos para a próxima fase. Que venha ….qualquer um ( acho que será um time chileno).
Greve em dia inadequado
Quando soube que, no dia de ontem, teríamos uma greve geral nos meios de transportes, achei que havia um erro na escolha da data. Em dia de jogo decisivo do Timão, uma greve quase geral do Metrô e nos Trens! Não é sómente o problema dos que vão ao estádio, mas os que voltam para casa para ver o jogo pela TV.
No meio da tarde conversei com um advogado amigo e que atua na área envolvida. Ele foi claro:” pisamos na bola”.” A pressão é grande para encerrar o movimento”. Não sei o que houve, mas a greve, foi encerrada no final da tarde com os trabalhadores aceitando -praticamente- a mesma proposta já feita no dia anterior. Acho que o barulho negativo na blogosfera e o jogo do Timão foram fatores considerados. O Estadão, de hoje, destaca o “problema” do jogo do Timão e o fim da greve.
Lembrei-me de um tio -palestrino roxo- que passava a maior parte do dia falando cobras e lagartos do Corinthians e dos corinthianos. Ele dizia o tempo todo: “com jogo do Corinthians até velório não dá quórum.”
Voz do povo
A torcida do Corinthians está aprendendo -e rápido- como é disputar esta competição turbinada pela mídia e pelos adversários. Ontem, no estádio, apoiou o time o tempo todo. Até quando parecia que o jogo iria para os pênaltis.
Interessante foi ouvir -numa rádio hostil – entrevista de torcedores que chegavam ao estádio. O locutor, como sempre, começava as perguntas com a balela “a Libertadores é o mais impor…” o Timão nunca ga…” a torcida quer…” etc e tal. Dos 6 ouvidos, quatro foram diretos: ” o importante é o Corinthians, não o torneio” ; ” a mídia só valoriza o evento porque o Timão ainda não ganhou”, e um disse um palavrão ao se referir ao Torneio: ” não é essa m…. toda ” .
Parabéns à torcida, pois está entendendo que não devemos entrar no jogo dos adversários e da mídia. Desapareceu aquela bobagem de “ganhar a Libertadores é obrigação”, que as uniformizadas andaram divulgando. Com esta nova postura dos torcedores estamos no caminho certo. Para desespero dos adversários e da mídia.
É só governo
” Não se pode organizar uma Copa sem o governo” disse hoje o presidente da Fifa, Joseph Blatter, numa mudança de discurso sem igual. Quando o Brasil foi escolhido, como sede da Copa de 2014, o ex-presidente Ricardo Teixeira disse : “Copa do Mundo será, essencialmente, privada.”
Era falso. O discurso era apenas para a Fifa e a CBF tomarem a direção da Copa. A grana é ( e sempre foi) do governo. Agora que a fábula acabou, o presidente da Fifa vem dizer a verdade. A Copa só é feita com o governo. Como foi em todos os países e será – também – no Brasil.
É luta
(Michelangelo Buonarrotti (1475-1564) “Capela Sistina – O Juízo Final”) (Reprodução)
Mesmo com os problemas que temos no time (dentre eles a falta de ataque), creio que o Corinthians reune todas as condições para vencer o Vasco e avançar na Libertadores.
Muitos dirão “não fale assim”, o futebol é sempre dado a apresentar surpresas. Pode ser arriscado dizer isso. Mas acredito que o time conseguirá uma boa vitória amanhã no Pacaembu. Além de termos um time melhor, o Pacaembu estará cheio e manteremos nossa tradição de vencer o Vasco. E isso tudo não é pouco.
É esquecer os problemas da equipe e vencer.
Esta Copita Libertadores, tão badalada pela mídia, é um prejuízo para os Clubes grandes, como o Corinthians.
Deve ser (certamente é) um grande negócio para estes times da Bolívia, Peru, Equador etc. Mas para nós dá um trabalho imenso, e quase nenhum retorno financeiro. Viagens caras, campos ruins, hotéis complicados e tudo o mais. Como a mídia resolveu levar este Torneio ao céu – somente porque o Corinthians ainda não o conquistou – ficamos gastando mundos e fundos nesta disputa. Após o Corinthians conquistar esta Taça, acredito que devamos criar todos os embaraços para este torneio. O número de Clubes deve ser reduzido, jogos em cidades altas, proibidos, e – principalmente – fazer a TV pagar mais do que efetivamente paga.
No modelo em vigor só há prejuízo.
Ingressos pela internet
Muito bom que os Clubes vendam ingressos pela internet.
É um grande passo que melhorar nosso futebol. E, também, preparar o país para a Copa do Mundo, que adota este sistema. Uma pena que justo em um jogo importante com Corinthians e Vasco o “sistema” tenha apresentado tantos problemas. Membros do programa “Fiel Torcedor”, que assiduamente vão às partidas do Timão, não puderam comprar seus ingressos.
Uma pena.
Um atraso só
(Aldemir Martins) (Reprodução)
Quem viu, na noite de ontem, o jogo do Boca contra o Flu, pela TV daqui (ou ouviu pelas rádios brasileiras) deve ter ficado triste.
Triste e preocupado com o padrão em que se encontra nosso jornalismo esportivo. E isso é regra nas transmissões de jogos com os argentinos.
A mídia tupiniquim colocou na cabeça que os jogadores argentinos são eternamente desleais, catimbeiros, maldosos, brutos como uns animais.
E eles jogariam com objetivo de machucar o adversário, iludindo o juiz ou fraudando o resultado. É uma posição antiga e claramente preconceituosa com os hermanos. O tempo todo se fala em lances violentos, quase nojentos dos platenses.
Tudo uma fraude! Os argentinos são sim bons jogadores, têm uma bela escola de futebol, somente inferior à nossa (nós temos atletas negros e eles não, e isso faz a diferença) e o resto é invenção.
Quando vivíamos na época do rádio, tudo bem. A mentira era livre. E aí foi sendo construída esta imagem deturpada no futebol. Agora, com a TV, por mais que se queira manipular o discurso, não dá para sustentá-lo. Essa mania de querer acusar o destempero de argentinos e de juízes pelas derrotas brasileiras é lamentável, e de vida curta. Quando vista a imagem, a farsa da transmissão é desmontada.
Ontem à noite, o juiz “pegou leve” com o Flu.
Se o árbitro quisesse prejudicar, teria expulsado mais um ou dois jogadores brasileiros. Teve até jogador do tricolor dando um golpe (um não, 3) como somente é visto no UFC. E não foi expulso! O pior foi a cena (mal feita) de um outro jogador brasileiro, fingindo ter sido atingido. O repórter da Fox completou, informando que o argentino estava xingando o atleta do Flu, que estava rolando no chão. Que maldoso, esse argentino!
Nem aplaudiu uma cena tão ridícula dessas.
Os jogadores brasileiros, normalmente perdem a cabeça em jogos com os argentinos.
A mídia brasileira inventa e alimenta que eles são medievais e os nossos craques entram nesta bobagem. Agrave-se que o nível escolar e cultural dos jogadores brasileiros é bem baixo, quando comparado aos argentinos. Quase todos os nossos guerreiros vêm das periferias das cidades. Poucos chegam aos clubes sabendo ler e escrever com desenvoltura. A vida só lhes deu o dom de jogar futebol. Aí eles assumem todas as bobagens da mídia, chegando ao campo com o equilíbrio psicológico prejudicado. E vão para o jogo como quem entra numa guerra. Como fez o Flu ontem.
E se dão os vexames que já conhecemos.
Recordo-me disso num jogo do Corinthians contra o River em 2003, na Argentina.
Não há psicólogo que remova todos estes obstáculos: atletas com formação cultural precária; uma mídia os incendiando, pintando o adversário como desleal, violento etc; e a cabecinha de alguns de nossos jogadores (e também torcedores) aceitando que vamos enfrentar “covardes” argentinos.
É o caminho para o bom futebol ir por água abaixo.
Quando a mídia tapuia entender que os argentinos jogam futebol (e do bom), com virtudes e defeitos, como nós também temos, nossos jogadores e técnicos mudarão a forma de enfrentar o adversário e o quadro será melhor.
Mas isto demora. E muito.
Dopados
Quando comecei a acompanhar o futebol (no final dos anos 50), aceitei todas as informações preconceituosas (e até mentirosas) da mídia brasileira a respeito dos argentinos.
Era comum, nos jogos contra eles, a acusação de sempre: jogam dopados. Só venciam porque estavam dopados. Farsa. Anos após, vi que alguns dos maiores clubes brasileiros (não vou citá-los novamente) adotavam os vários “remédios”, um claro doping – comum – em seus atletas.
Aquele papo contra os argentinos era mais uma acusação preconceituosa da mídia timbira.
Sem nível
Quem leu ontem a nota do Presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro deve ter ficado espantado.
O baixo nível e a falta de pé e cabeça dos termos de seu protesto contra a arbitragem do jogo Corinthians e Vasco assustam pela infantilidade.
Não afirma nada, insinua tudo. O mais interessante é a parte final com a expressão “Muito estranho!!!!!!” . Quem foi o bobalhão que redigiu isso?
É motivo para demissão por justa causa.
O jogo continua
(Manabu Mabe, “Agonia” (1963)) (Reprodução)
A primeira partida de Corinthians e Vasco terminou com empate de 0x0, num jogo comprometido pelo péssimo gramado.
São Januário – sempre elogiado – é um estádio ruim, com um gramado pior ainda. Duas equipes aguerridas, com pouca criação individual, muita força e correria foi isso o que tivemos.
O empate é um bom resultado para o Corinthians, que tem todas as condições de vencer a partida no Pacaembu na próxima quarta-feira. Não faltou empenho dos atletas. O Corinthians com uma defesa impecável, um meio de campo combativo, mas pouco criativo e um ataque com deficiências claras. Conseguiu um bom resultado numa disputa de 180 minutos. Agora é partir para a decisão em São Paulo, onde o ataque poderá render muito mais.
Mesmo com a mídia querendo ver erros do juiz onde não houve (como no caso do gol impedido do Vasco), o resultado traduziu a partida e foi melhor para o Timão. Agora vamos ao segundo tempo desta disputa onde temos todas as condições de vencer.
A mídia sofre
Que tristeza a mídia da TV e das rádios procurando botar pressão em cima do Corinthians com esta história de Libertadores.
Todos os dados inventados para favorecer o Vasco foram trazidos. O Corinthians não ganha disso… não vence daquilo… blábláblá… e vai por este caminho. Cada vez mais fico convencido de que este Torneio é supervalorizado apenas para atacar o Timão, que ainda não o ganhou.
Esta história de dizer que é “coisa mais importante do mundo” é balela.
É uma disputa importante como tantas outras que o Corinthians já participou e ganhou. A mídia só supervaloriza porque ainda não a conquistamos. O dia em que isso ocorrer, dará a esta Copa o papel que realmente tem.
Bem menor do que diz a mídia hoje.
Estádio
Pelo que diz a mídia (e a Fifa) o único estádio em construção em bom ritmo é o do Corinthians.
No relatório divulgado pelos jornais, quase todas as reformas ou construções de arenas, estão atrasadas. Algumas já comprometidas e com prazos estourados. Apenas a Arena Corinthians segue uma boa trilha. Está no prazo (ou melhor, adiantada) do calendário previsto. Não seria hora de a mídia elogiar o Timão, que tanto está lutando para deixar a Cidade com um estádio para abrir a Copa? Não. Não virá nenhum elogio. Mesmo que os fatos provem o contrário.
É a regra.
Jogaço
El Greco, “O martírio de S. Maurício” (1580-1581) (Reprodução)
O jogo de hoje à noite, em que o Corinthians enfrentará o Vasco da Gama, tem tudo para ser uma grande partida.
O Corinthians sabe o que enfrentará. São Januário é uma zona de guerra em dias como este. O Timão terá probelmas da chegada à saída. E não será apenas a torcida que sofrerá todo tipo de problema. Os jogadores terão confusão na porta do vestiário, na sala de uniformes e até na fase de aquecimento da equipe. É assim em São Januário. E não há razão para temer ou tremer.
O Corinthians tem um time equilibrado, bem organizado e poderá fazer uma ótima partida. Terá o problema no ataque, pois estamos praticamente sem centro-avante típico. Mas isso não é motivo para lamentar. Com um time aguerrido, organizado e tocando bola, vamos para vencer.
Esta é uma partida que tem 180 minutos. Começa no Rio e termina em São Paulo, na próxima quarta-feira. Não há necessidade de decidir o jogo nos primeiros 10 minutos. Em São Januário o tempo jogará conosco. E o time do Vasco quer (e gosta) de jogar no contra-ataque. Calma e dedicação.
E vamos para vencer.
Sem sentido
Não entendo a razão desta relação amistosa entre torcedores do Vasco e do Palestra.
O time carioca, com algumas características do Corinthians é o Vasco. Um clube popular, nascido na periferia, aberto e sem racismo. Como o Timão, aceitou pessoas de todas as origens, inclusive os negros. Diferente é o Palestra, que só após a Segunda Guerra retirou de seus estatutos restrições racistas de todo tipo.
Por esta razão, não entendo a torcida vascaína, juntando-se aos palestrinos. Suas origens são diferentes e de caminhos opostos.
Ou será que querem apagar sua bonita história da colônia portuguesa?
Reclamar
Criticar arbitragem, quando ela erra, é um direito de todos.
Mas ficar com a mania de que será prejudicado pelo juiz, antes da partida e sem antecedentes de malandragem, é um erro. Vira coisa de chorão. E isso é péssimo. Vejam o Inter. Abriu a boca, é choro. Vamos manter a linha. Criticar, talvez, mas não chorar.
Vitória e Secagem
(Claude Monet (1840-1926), “Almoço na relva” (1865-66)) (Reprodução)
Retornei há pouco do Pacaembu, onde o Timão venceu o Emelec por 3×0.
Com este resultado o Corinthians avança na Libertadores e enfrentará o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. O jogo com estádio cheio é sempre melhor. A vibração da torcida, a presença de mulheres, jovens e pessoas idosas dão sempre uma cor especial ao espetáculo. Foi isto o que ocorreu no Pacaembu.
O Corinthians, em nenhum momento do jogo, esteve ameaçado pela equipe equatoriana. Os gols foram saindo, sem que o adversário reagisse em qualquer parte dos 90 minutos. Não foi lá uma partida brilhante do Timão mas, também, sempre estava clara sua vitória. A equipe tem na sua organização (especialmente na defesa e meio de campo) o ponto forte de seu jogo. Vencida esta etapa ,vamos para o jogo contra o Vasco.
Secagem
No Pacaembu, vendo o jogo do Timão, ouvia em meu radinho a transmissão da partida. Que sofrimento da mídia! É uma bruta torcida contra o Timão o tempo todo. Uma luta contra os fatos, só para desqualificar o Corinthians. O comentarista da tal rádio lembrava o tempo todo que o Corinthians tinha perdido para o Tolima, que a torcida exigia que ganhasse a Libertadores, que o Timão tinha traumas no Torneio e aquele blá-blá-blá conhecido.
Acho que estes radialistas deveriam exigir um adicional salarial de sofrimento nos jogos do Timão. Mas este não seria pela dramaticidade do jogo, mas pelo desejo-permanente- de ver o Corinthians perder. E como sofrem! Acho que para a mídia transmitir jogos do Timão é pior do que chegar aos círculos do Inferno da Divina Comédia, de Dante. Ao ver e transmitir os jogos do alvinegro, eles vão assistindo ao desenrolar do horror dos piores crimes.
E o mal maior, para eles, é o Corinthians vencer.
Intervenção
A mídia anuncia que o Governo decretou uma intervenção branca (informal) no tal Comitê Organizador da Copa.
Nada mais justo. Só o Governo está gastando e sendo cobrado por todo lado. Não faz sentido a CBF e a Fifa controlarem o negócio onde elas não colocam um mísero tostão. Quando foi anunciada a Copa do Mundo no Brasil o ex-Presidente da entidade brasileira, Ricardo Teixeira, disse que a Copa de 2014 seria “praticamente” privada. O Governo nada gastaria, exceto em aeroportos, policiamento etc. Nada disso ocorreu (ou está ocorrendo). Só o Governo gasta, em tudo e por todo lado. Estão aí as reformas e construções de estádios para provar. Não há nenhuma grana privada, ou da Fifa e da CBF nessas obras. Quem banca é o Governo e ele quer mandar. E está certo.
E terá cada vez mais poder.
Boleirada
(Clóvis Graciano (1907-1988), “Colheita”) (Reprodução)
Todo torcedor acha que sabe mais de futebol do que o técnico, o jogador e a Diretoria.
Esta é a regra no futebol e é isso que faz a beleza apaixonante do esporte. Muitos Dirigentes também se acham grandes boleiros, pretendendo entender de táticas, escalações de equipes e tudo o mais. Aí é o perigo. O Dirigente deve organizar o planejamento da temporada de sua equipe, acompanhando sua execução. Programação de treinos devem ser respeitadas, horário e período para tratamento médico etc. E o Dirigente deve evitar a bruta vontade de dar palpite nas escalações. Caso não esteja satisfeito com o trabalho da Comissão Técnica, deve mudar os profissionais. Neste caso, o status do Dirigente deve superar o de torcedor .
É duro, mas às vezes tem que ser feito.
O episódio da “retirada” de um jogador da concentração (e do time) pela Diretoria do SPFC é uma mostra destes equívocos no futebol.
Como diz hoje o Antero Grecco, no Estado (Sossega Leão), foi uma sequência de erros. “A imposição manda para o lixo o discurso que tão garbosamente se ostenta no Morumbi, de que se trata de um clube diferente, em que decisões são tomadas em conjunto e com base em perspectivas profissionais, modernas e o blablabla manjado”.
Foi coisa de torcedor amador.
Mas não é só no SPFC que essas coisas vivem acontecendo.
No Corinthians, um antigo Dirigente (Sr. Nesi Cury) tinha verdadeira obsessão por escalar times e demitir técnicos (sempre no vestiário). Nesi, que foi o “pai espiritual” das últimas direções do Corinthians, deixou uma marca de atraso para o Clube. Na década de 1960, demitiu o técnico Zezé Moreira no vestiário, por divergências na escalação de um jogador na ponta-direita do Timão. Saindo do jogo, o técnico demitido, disse uma das frases antológicas sobre este problema: “O Corinthians não necessita de técnico, mas de um psiquiatra para tratar a Diretoria”.
Até hoje guardo esta frase, e mantenho distância de Dirigentes com este perfil.
Equilíbrio
Os jogadores brasileiros, apoiados pela imprensa Tapuia, vivem acusando outros times de provocadores, catimbeiros etc.
Com isso, justificam seus descontroles e suas expulsões que tanto prejudicam as equipes. É uma situação sempre complicada, manter os jogadores calmos sem que “percam a cabeça” por excesso de faltas e erros de arbitragem. Este desequilíbrio foi a parte negativa do Corinthians no último jogo no Equador.
Expulsões, cartões etc, levam o grupo a perder a serenidade necessária para atuar bem.
Recordo-me do jogador Kleber que, em jogo contra o River (2003), atravessou o gramado para fazer uma falta infantil e grosseira num jogador argentino, que teria lhe dito uma expressão racista. Eram quase 40 minutos do segundo tempo. O Corinthians ganhava de 1×0; o River empatou na batida da falta e, dois minutos após, fez outro gol. Perdemos a partida e o atleta para o jogo de volta.
Tivemos que escalar um juvenil, que não aguentou a barra e também foi expulso.
Quando disse ontem que Emerson, Jorge Henrique e Castan reclamavam demais do árbitro, ficava pensando no discurso que adotariam se fossem expulsos.
É neste momento que você vê a importância de equilíbrio e de jogadores diferenciados.
Ausência
A dispensa de Adriano e o quadro de dificuldades de Liedson são os maiores pepinos que o Corinthians tem nas próximas partidas.
São dois jogadores que – em boas condições – fazem a diferença da equipe. Sem eles, ou apenas parcialmente com um deles, abre-se um buraco difícil de ser preenchido. Lamentavelmente, estas duas situações (saída de um e condição precária de outro) não foram adequadamente previstas e teremos que tocar com o que temos.
É quarta.
Edvard Munch (1863-1944) , “O Grito” (1893) (Reprodução)
Em torneio mata-mata, empatar fora é vitória, diz nossa mídia.
Com isso, deveríamos comemorar o empate de ontem, 2/5, do Corinthians, no Equador. Mas nosso técnico já disse que empatar fora, sem fazer gols, é ruim. Pelo sim ou pelo não, a decisão fica aberta para o próximo jogo no Pacaembu, onde o Timão tem plenas condições de vencer, e pronto.
No jogo de ontem, o ponto alto do Corinthians, foi a organização do time, especialmente da defesa.
O goleiro, que já havia atuado com precisão em jogo do Paulista no Pacaembu, saiu-se bem. E isso é bom, porque transmite tranquilidade a todo o grupo. O juiz foi caseiro, marca registrada dos torneios sul-americanos. Puxa a sardinha para a equipe da casa. Como os jogadores do Corinthians já sabem disso é de se esperar um comportamento equilibrado, mesmo quando o árbitro erra. E alguns jogadores mostraram problemas, dentre eles Emerson, Castan e Jorge Henrique. Reclamações em demasia levam a mais exageros da arbitragem. E eles não são assim novinhos para que não saibam disso. Com calma, cabeça fria, vamos para a vitória no Pacaembu.
E os lordes, que papelão
O Blog do Birner diz hoje que o jogador Paulo Miranda “foi tirado da concentração” por ordem do Presidente do SPFC.
Viram como é bom ler o Blog do Birner! Além de atualizar-se sobre decisões judiciais, ter informações sobre o Corinthians etc, ficamos sabendo do que ocorre no Tricolor. Ele não esclarece como o jogador foi tirado. Pelo colarinho? Pode ser. Numa viatura do Clube? Não sei.
Isso que é um Clube moderno, bem organizado. Um exemplo para a humanidade. E pelo que diz o blog , o técnico, não concordava com a Direção. Como lembra um leitor deste blog: o São Paulo é um Banco Central da Bolívia com mania de se achar ser o Federal Reserve. Nem lembrava desta frase , dita há nos. Mas é atual.
Justa revolta
O presidente Mário Gobbi ficou uma arara com a arbitragem e com as condições do jogo de ontem no Equador.
Disse que a Libertadores é pior que a várzea. Está certo, e é daí para pior. Só não deveria ter dito “isso aqui é povico”, numa crítica aos organizadores locais. Retirada do contexto em que foi dita, pode ser vista como uma crítica (um tanto pejorativa) ao povo de lá.
História mal contada
A mídia diz no dia de hoje que o ex-delegado Cláudio Guerra revela num livro que será lançado atos de barbárie dos tempos da ditadura militar (1964-85).
Diz que muitos presos políticos (dados como desaparecidos) foram assassinados e incinerados em usina de açúcar no Rio de Janeiro. Ele cita que alguns dos dirigentes do PCB (Partido Comunista Brasileiro) foram eliminados desta forma bárbara. Dentre eles cita David Capistrano (velho combatente da Guerra Civil Espanhola (1936-39)), pai do meu amigo David Capistrano, ex-prefeito de Santos, já falecido. Está mais do que na hora das Forças Armadas admitirem seus erros durante a repressão política. Como sabemos, o PCB era dissidente do regime, mas não fazia luta armada. Pelo contrário, combatia a extrema esquerda, que tinha alguns integrantes na luta armada. O Partidão dizia que era uma aventura irresponsável. E, o mais curioso, é ler esta notícia e lembrar que os grupos de luta armada classificavam seus adversários (como o PCB) de “traidores da classe operária e da revolução”.
E eles, que defendiam a luta pacífica para a mudança do regime, estavam sendo perseguidos e assassinados como nos revela o livro de Guerra.
Melhor é o primeiro jogo …em casa ou …fora
(Victor Brecheret)
O técnico Tite levantou a maior confusão ao dizer que prefere até perder por 2×1 do que ficar no empate de 0x0.
Está aí uma polêmica que nunca chega ao fim. Nos torneios de mata-mata há todo tipo de opinião sobre o melhor para seu time. Para alguns, o bom será jogar o primeiro jogo fora. Outros, acham que o melhor é fazer a partida em sua casa. Se olharmos as estatísticas veremos que há resultados bons para os dois lados.
Este problema fica agravado quando o regulamento valoriza o gol marcado fora de casa e o usa como um critério de desempate. Assim o bom torna-se jogar fora a primeira partida, mas… se marcar gols! Como diz nosso técnico, mesmo que perca o jogo. O 0x0 passa a ser um resultado ruim. Empate (ou derrota) com gols não chega a ser tão problemático.
O importante para o Timão na noite de hoje é fazer uma boa partida, marcar gols e vencer. Aí jogaremos no Pacaembu com boa vantagem. É o que esperamos.
Sem Liedson
Liedson é um grande jogador.
Não precisa provar nada para ninguém. Teve na temporada passada grandes momentos e foi decisivo para a conquista do título de Campeão Brasileiro. Como já havia sido grande, no Clube, em 2003. Nesta temporada sua condição física vem atrapalhando seu futebol. Em quase todos os jogos é possível ver da arquibancada o enorme sofrimento do jogador no decorrer da partida. É visível que não se encontra em condições perfeitas para atuar. Com sua saída da equipe no jogo de hoje, o técnico preserva o atleta e procura uma alternativa para o ataque. É uma pena sua saída da equipe. Agrava-se o fato de estarmos inseguros quanto ao seu futuro imediato. Após a saída de Adriano, a perda de um atacante como Liedson seria um duro golpe para o Timão.
Vamos torcer por sua recuperação rápida. A equipe necessita. E muito.
Retornados
Quem estiver dando uma olhada nos jornais do exterior pela internet, já sabe que muitos dos jogadores brasileiros estão na “linha de tiro” de seus clubes europeus.
Será um “liberô” geral. Até em troca do salário. Com o fim da temporada chegando é hora de fazer as contas e ver como se livrar dos prejuízos. Não acho que algum clube europeu lute para manter qualquer jogador brasileiro.
E os clubes brasileiros? Serão “aconselhados” pelos empresários locais a “excelentes” negócios para trazer ídolos ao Brasil. O pior é que os clubes daqui acreditam.
Gols e sofrimento
A goleada do Corinthians ontem no Pacaembu, foi uma boa preparação para os próximos confrontos que terá o Timão.
Agora, no campeonato Paulista e na Libertadores, os jogos serão mata-mata. Ao golear o Timão frustou a mídia, que vive dizendo que o Corinthians só ganha de 1×0. Bom, primeiro é melhor vencer com o placar mínimo, do que perder ou empatar. Mas, ontem, quem estava no Pacaembu vendo o jogo e ouvindo rádio, como eu, teve uma noite para lá de agradável. Além de belos gols, a boa notícia foi que alguns jogadores – que vinham jogando abaixo do esperado – estão entrando em forma. E isto é muito importante para o Timão nas próximas partidas. No rádio a ladainha é a de sempre: “a Libertadores é uma disputa diferente” (tá bom, não é, mas, e daí?); “só quem joga a Libertadores pode entender este clima” (bom, como todos já jogaram, todos entenderam); “Libertadores é para jogador catimbeiro” (eu pensava que era para bom jogador); e daí pra frente. E a frustração midiática pela goleada? Quase chorei… de rir.
Agora é tocar pra frente que os jogos vão ser cada vez melhores.
Vampeta, Edilson e Fábio Luciano
O Corinthians faz bem em homenagear seus ídolos.
Jogadores que marcaram sua história com a camisa alvinegra e merecem ser sempre lembrados. Neste próximo sábado (dia 21), às 11 hs no Parque São Jorge entrarão para a Calçada da Fama os craques Vampetas, Edilson e Fábio Luciano. Os três devem ser ter o aplauso eterno do Timão. Deixaram um enorme legado de dedicação e brilho com a camisa do Corinthians. Creio, também, que o Clube não deve se esquecer dos jogadores da geração de 1950 – que tantas glórias trouxeram para os alvinegros – e não podem ser esquecidos.
FoxRio
O canal de esportes Fox, que começa a funcionar no Brasil, poderia ser um passo à frente na mídia do futebol.
Mas não é. Não sei o que esse pessoal tem na cabeça, mas chega a lembrar a década de 1950/60 , quando o rádio vivia de brigas bairristas entre São Paulo e Rio. As transmissões da Fox relembram o pior daquele período. Parecem um bate papo em Madureira ou na Pavuna. Falam como se o Brasil todo vibrasse com um craque do Flamengo dos anos 50, que nunca foram craques, exceto nas mesas de bar do Andaraí. Nem falo do sotaque chiado, com uma explosão de ssss por todo lado. Tudo bem. Se a Fox quer ser uma nova emissora carioca – transmitindo do Rio para o mundo – não há problemas.
Mas não sei se este é o melhor caminho para alguém chegar no Brasil.
A novela Oscar
Continua a lendária questão do jogador Oscar, SPFC, Inter e Guiliano Bertolucci.
Ontem o Blog do Birner (www.blogdobirner.net) realizou quase uma transmissão em tempo real das decisões jurídicas que moldam o caso. Consultores são ouvidos, juízes são citados, desembargadores lembrados, tudo para dar um ar mais técnico ao problema. Como já disse, nesta confusão não há anjos. Mas creio que este jogador esteja pagando o maior mico processual da história do futebol. Com o Tricolor fora da Libertadores – que eles promovem tanto – o grande acontecimento do clube “Mais Querido… da mídia” que sobrou foi este processo contra Oscar.
Aguardemos os próximos lances.
UOL na muda
Hoje, 19/4, pela manhã, dei uma olhada no Portal UOL , da Folha e não vi nenhuma notícia nova sobre o estádio do Corinthians. Será que ocorreu alguma coisa?
Já fiquei preocupado.
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