Abaixo da média
Quem viu os jogos dos times que disputam a ponta do Campeonato Brasileiro ficou preocupado.
O “principal” jogo da rodada (Atlético Mineiro x Grêmio) foi para lá de modesto, para dizer o mínimo. Luta, garra, dedicação, correria e tudo mais. Só faltou o bom futebol, com toques e criação de jogadas. Por maior que fosse o esforço do locutor da TV, as imagens desmentiam todos os elogios.
Já no sábado, o “líder” Flu ganhara a duras penas, num jogo mais que fraco.
Mesmo não disputando diretamente a ponta, o Corinthians e seu jogo foram o que salvou a rodada.
Como tem sido quase toda semana. O Timão é o único time que une dedicação, organização com criação e jogadas de brilho. Em alguns jogos mais, em outros, menos, é o Corinthians que tem garantido qualidade ao campeonato.
Uma pena que pelo calendário o Clube tivesse ficado fora de uma disputa maior pelo título.
Cadê os nomes?
O COB (Comitê Olimpico Brasileiro) do Sr. Carlos Nuzman é um exemplo que não deve ser seguido.
Um grupo do batalhão de 200 “quadros” que foram para Londres aprender a organizar uma Olimpíada foi envolvido em um “rolo” e tanto. São acusados pelos ingleses de roubo e o COB tentou abafar tudo. Sem saída, foi obrigado a “desligar” 10 dos seus homens de ouro. Mas procurou esconder o embróglio.
A nota do COB é tão clara como o comunicado da Rádio de Moscou sobre a morte de Stalin.
Procura tudo esconder.
Está mais do que na hora de o COB (Sr. Nuznam) esclarecer todinha esta história.
Dar os nomes, elucidar os fatos e até quem ordenou o roubo. Será que ele pode fazer isso? Não sei, mas deve começar a clarear a situação o quanto antes.
Falta grana
A falta de grana está mostrando sua cara no Campeonato Italiano.
O Milan e a Inter (dois expoentes do futebol da Bota) estão apanhando de todo mundo por lá.
Sem grana, os ex-gigantes têm equipes modestas que só colhem derrotas.
Só espinhos
(Carlos Alberto Parreira) (Reprodução)
Ser técnico da Seleção Brasileira é estar aberto a todo tipo de crítica.
Quase sempre – diferentemente do que ocorre nos Clubes – na Seleção não há defensores que equilibrem o jogo de torcida.
Ontem, 19/9, a torcida voltou a pegar no pé do técnico Mano Menezes, gritando o nome do técnico Felipão, o último campeão.
Isso é regra para técnico de Seleção, quase sempre leva vaias, e, no caso brasileiro, a torcida está vaiando em qualquer jogo, já que a equipe não está disputando nada.
Recordo-me do caso do técnico Carlos Alberto Parreira, um profissional de primeira qualidade.
Após uma temporada de grande sucesso no Corinthians, onde ganhou títulos e apoio dos alvinegros, Parreira foi submetido a uma campanha terrível, que pretendia sua volta à Seleção. Sinceramente, não queria. Mas ante a pressão de Zagallo (profissional que havia aberto as portas para Parreira em 1970), do presidente Ricardo Teixeira e dos barões das imprensas carioca e paulista, ele cedera mesmo com clara má vontade.
Já havia dirigido a Seleção e ganho um título especial, na Copa dos Estados Unidos, 1994.
Sua fama de retranqueiro, inventada pela mídia de São Paulo, tinha ido por água abaixo em 2002, com o time do Corinthians jogando leve, organizado e com belo futebol.
Tinha grande admiração da torcida corinthiana.
Era aplaudido em todos os restaurantes da cidade, em cenas que ficaram na história. Mas a pressão insana – aliada a seu caráter correto (não poderia abandonar quem tanto tinha ajudado em sua carreira) – o levou a voltar para a Seleção.
Alguns meses após sua saída do Corinthians, fui ao Rio de Janeiro participar de um evento onde estava a família de Parreira e vi o tamanho da revolta de seus familiares por ter ele trocado o Corinthians pela Seleção Brasileira. Todos seus familiares declaravam que o melhor período de sua vida tinha sido no ano em que dirigiu o Corinthians.
Suas filhas e esposa diziam para mim e Eliane que nunca deixavam de assistir os jogos do Timão como torcedoras fanáticas.
Mas a surpresa maior veio da mãe de Parreira, uma senhora já bem idosa (hoje falecida), que desabou a criticar o filho pelo retorno à Seleção.
Entre elogios, a torcida corinthiana dizia que aquilo (a Seleção) era um inferno e que Parreira só fez isso porque não havia contado para ela. Poucos instantes após, chegaria ao evento o ex-presidente Ricardo Teixeira e as palavras da mãe do técnico tornaram-se ainda mais duras. Ela contestou, em voz alta, aquela insensatez que havia sido o retorno à Seleção.
Por mais que eu e Eliane tentássemos fazer colocações amenas, a idosa senhora não interrompia suas críticas.
Esta é a vida de técnico de Seleção: críticas e mais críticas, sem direito a qualquer defesa.
Nos Clubes é diferente, os técnicos que caem no gosto do torcedor, como Parreira ou Tite, passam a ter um escudo da torcida, defendendo-os em todo lugar.
Falta emoção
(Mario Schifano (1934-1998), “Futurismo rivisitato”) (Reprodução)
Na partida de ontem, 5/9, por mais que o técnico Tite gritasse ao lado do gramado, o jogo não mudava de ritmo.
O Corinthians, mesmo com o time misto, teria todas as condições de sair com uma vitória de Florianópolis, mas sua cadência no campeonato não permite. Não há dúvida de que o Timão jogou para vencer (e poderia ter conseguido), mas aquela falta de “fome de vitória” é um fator importante. E o Corinthians está – rigorosamente – jogando para cumprir a tabela. Uma pena!
Não que isso mude o mundo, mas retira o sabor da disputa e diminui o campeonato.
É grana II
A imprensa espanhola diz que Cristiano Ronaldo só não tem aumento de salário porque o Clube ainda não conseguiu “vender” outro jogador, o brasileiro Kaká.
Vender não seria o verbo mais apropriado. O Real pretende mesmo se ver livre do meia. Só não quer continuar pagando o salário para um atleta que fracassou completamente na equipe. Opa! Retifico, senão a mídia tupiniquim cai de paulada: um jogador que não teve tanto sucesso na equipe do Real Madrid.
Cristiano Ronaldo ficará “tristinho” por mais algum tempo até que o Clube consiga grana para fazer voltar seu sorriso.
Que grana!
Sei que a mídia vive pegando no pé da TV Globo por ela ter o contrato que lhe dá os direitos de transmissão dos jogos de futebol.
Reclamam de tudo: horários, locais de entrevistas e muito mais. Nunca entrei neste barco. A televisão (neste caso a Globo) é um fator importante para o futebol. Nossos Clubes sobrevivem nos dias atuais – em boa parte – em virtude do dinheiro da TV. A prorrogação do contrato – que gerou uma grana extra – está permitindo aos Clubes enfrentar a falta de recursos, que vinham de outras fontes, garantindo que toquem o barco nos campeonatos.
Viva a TV! E a sua grana.
Nossa grana
Sem publicidade fixa na camisa, o Corinthians está perdendo um dinheirão, apesar de tantos e tantos jogos televisionados.
Como está mais do que claro – neste campo – quem define as contratações é o mercado. Como já lembramos aqui, a crise econômica levou as empresas a “puxarem o breque” neste gastos. Mesmo com o Corinthians tendo títulos e torcida de sobra, o mercado hoje tem dinheiro de menos. E aí vamos para o fim da temporada sem um patrocinador definido. O marketing pode ser competente para alimentar a mídia, à guisa de grandes tacadas que não se realizam. Isso é fácil! Basta lembrarmos do coreano (ou japonês) que foi fotografado, no Pacaembu, com uma camisa de propaganda de uma montadora. Seria “o maior contratado do futebol”. A foto (meio escura e sem grande definição), transformada em viral, espalhou-se pela internet da República, sempre acompanhada de grandes e bombásticas informações. Passaram as eleições no Clube, o Campeonato Paulista e a Copa Libertadores, mas duas coisas ficaram sem resposta: a existência do tal contrato (que já estaria até assinado); e quem era aquele coreano ou japonês com a camisa da montadora no Pacaembu.
Homenagem a Ruço
José Carlos dos Santos, “Ruço” (1949-2012)
Os gols do volante carioca Ruço pelo Corinthians não foram muitos, mas foram importantes. Como o gol de meia-bicicleta, contra o Fluminense, pelas semifinais do Campeonato Brasileiro, em 5/12/1976, marcado debaixo de chuva em um Maracanã tomado pela Fiel. Ali começou o milagre da classificação, que viria nos pênaltis. Quando Ruço marcava gols como aquele, todo mundo na arquibancada já sabia como ia ser a comemoração: com beijinhos, é claro, beijinhos para toda a galera.
Raçudo sem ser tecnicamente brilhante, Ruço veio do Madureira, em 1975, e foi um dos herois do título paulista de 1977.
Depois, voltou para o Rio, onde defendeu o Botafogo. (Cf. UNZELTE, “Almanaque do Timão”. São Paulo: Abril, 2000, p.513)
NELSON E A INVASÃO CORINTIANA
Nelson Rodrigues
Uma coisa é certa: — não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória.
Ainda digo mais: — já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela.
Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: — “O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.
Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: — “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.
Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.
A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo.
Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.
Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês:
Empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: — “E agora?” Disse — amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação.
Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.
No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.
NELSON RODRIGUES era tricolor e publicou este texto no GLOBO em 6/12/1976, no dia seguinte ao jogo Fluminense x Corinthians.
É grana!
(Roy Lichtenstein, “Happy Tears” (1964)) (Reprodução)
O jogador Cristiano Ronaldo, após marcar um gol para o Real Madrid, no último domingo, 2/9, fez um biquinho e uma cara de magoado.
Encerrada a partida, lá foi a imprensa perguntar qual era o motivo daquele ato: “a Direção já sabe. Falei com a Diretoria” .
A partir da afirmação, foi uma corrida da mídia para saber porque o craque estava “infeliz”.
Todos os motivos foram especulados: problema familiar, atritos com o técnico, saudades da Ilha da Madeira etc. Nada disso!
É tudo muito simples.
O motivo é “grana”.
O jogador quer faturar mais do que já ganha pelo atual contrato. Cita inclusive Kaká, que recebe igual a ele, e nem mesmo é relacionado para o banco. O jogador “já falou” para a Diretoria o que quer e disse mais, que o Paris Saint German tem uma proposta para ele. O Clube francês, comprado pelos petrodólares de Dubai, nega a proposta.
Mas tudo foi esclarecido.
O craque quer outro contrato – com grande reajuste – e a Diretoria já teria conhecimento de suas bases.
O único problema é que o Real Madrid está numa pindaíba de dar gosto. Vive nos últimos anos de “emprestar dinheiro de bancos sob juros camaradas”. Ocorre que, nos dias atuais, os bancos de Madrid estão (quase todos) quebrados, vivendo de ajuda dos alemães.
Em uma situação normal, o Real não teria problemas e daria o reajuste ao craque na hora.
Com a Espanha quebrada e sem saída, pedindo socorro aos alemães, o problema do Real Madrid é de encontrar grana.
E o aperto é grande. Até Kaká está sem receber seus salários, assim como vários outros atletas de nome.
A crise chegou ao futebol, inclusive aos “grandes” investidores na Europa.
O Real Madrid vai dar um jeito.
A solução não será a mesma do caso Tevez, na Inglaterra, quando o dono do time lhe disse: vendo por este valor e pronto.
E o jogador teve que recuar e ficar calado.
Ronaldo voltará a sorrir com o reajuste, daqui a pouco.
Ainda que o Real tenha que se afundar mais e mais.
Morreu um guerreiro
Morreu Ruço, um dos mais queridos meio-campistas de contenção da história do Corinthians.
Ruço foi o camisa 5 do inesquecível time libertador de 1977: Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir Caipira (Zé Eduardo) e Vladimir; Ruço, Basílio e Luciano (Palhinha); Vaguinho, Geraldão e Romeu; técnico: Osvaldo Brandão (entre parênteses, o nome dos titulares que não puderam jogar na noite de 13 de outubro de 1977).
Ruço foi também um dos heróis do jogo da Invasão Corinthiana, em 1976,ao marcar o gol que empatou a partida e levou a decisão para a cobrança de pênaltis, que terminou com triunfo corinthiano e levou ao êxtase os mais de 70 mil fiéis presentes no Maracanã.
Descanse em paz, Ruço.
Saudade e respeito corinthianos.
texto enviado pelo corinthiano Miguel
Sem surpresas
Kurt Schwitters (1887-1948), “Merzbild Rossfett“, 1919 (Reprodução)
O futebol é um esporte fantástico, porque não admite unanimidade.
O torcedor sempre se encarrega de contestar algo, criando um caminho diferente para descrever os fatos. Ontem, tivemos mais uma rodada do Campeonato Brasileiro.
Emoção, gritos e choros sobraram por todo lado.
O Corinthians, como qualquer guri sabe, vive um momento pouco comum no futebol.
Suas duas últimas conquistas ainda não saíram da cabeça do torcedor (e também dos jogadores). Não adianta dizer que isso é bom ou ruim, sendo melhor disputar o Brasileirão com uma fome insaciável de vitórias. Os fatos são mais fortes que este desejo. Por esta razão o time alterna boas e más atuações, vitórias e derrotas.
Até o empate entra na categoria de “deixa prá lá”.
Na noite passada, o Corinthians não fez a melhor exibição do mundo, mas poderia ter vencido.
Mesmo com o Flu mordido, querendo a vitória (que interessante, todos querem sempre jogar tudo contra o Timão!) o resultado poderia ser melhor.
Nada que mude o mundo.
Clássico é clássico
Vi nos jornais que o Palestra perdeu para a Lusa e o Santos foi batido pelo Bahia.
Pelo que diz o noticiário nos jornais, houve protestos de torcedores palestrinos e santistas. No caso dos esmeraldinos, acho um exagero: clássico é clássico e tudo pode acontecer, como diz a mídia. Inclusive uma vitória por 3 gols da Lusa. No caso santista, não sei qual seria uma boa justificativa. Talvez dizer que jogar contra times baianos é muito difícil. Pode ser.
Alguns acreditarão.
Mudança
Qualquer mudança na legislação desportiva do país precisa estabelecer o fim da reeleição para os cargos de dirigentes.
Clubes, Federações e Confederações de qualquer esporte devem ter mandatos de até 3 anos e nada mais.
O pessoal dos tais “desportos olímpicos”, que vivem uma “eternidade” nos altos cargos, que procure o que fazer.
Turbinando
(David Hockney) (Reprodução)
A Copa do Brasil do próximo ano ganhará uma nova cara.
Irá até o final do segundo semestre e terá a participação das maiores equipes do país. Viva!
Será uma competição no sistema mata-mata, que cobrirá quase todo o ano.
Nunca houve motivo para a reduzida participação das equipes nesta disputa.
Veja o que ocorreu neste ano: poucas vezes tivemos uma competição com tanta esquadras fracas. As mais fortes – em grande número – estavam na Libertadores e excluídas da Copa do Brasil.
Trata-se de um avanço, que deveria ser seguido por uma reformulação da Copa Sul-América.
Seria interessante receber, também, os maiores Clubes de cada país (acho que deveriam tentar envolver o México e os Estados Unidos). Seria uma disputa (em mata-mata), que poderia desenvolver os mercados do Norte do continente para o futebol.
Este era o objetivo quando foi criado.
Plágio do plágio
O UOL diz que o Corinthians (não é bem o Corinthians) teria questionado o Remo por usar do símbolo da campanha da República Popular do Corinthians.
Estariam plagiando o “grande” feito de publicitários – alimentados pela Nike – em campanha de torcedores.
É plágio de um plágio, pois o símbolo utilizado pela tal República é uma cópia vulgar do símbolo da dinastia dos Romanov, que governou (e barbarizou) a Rússia por 700 anos.
Como o dinheiro da Nike é dela, pode fazer o que quiser.
E sempre há alguém, de uma empresa de publicidade, para trazer uma “grande idéia” (com grande custo, é claro) para a empresa “tocar”. Não conheço nenhum corinthiano que esteja envolvido por esta campanha. Exceto – é claro – os que estão fazendo o merchand e gastando a grana da Nike. Agora, brigar com o Remo é de lascar!
Oh, gênios!
Dois pesos e duas narrações
Engraçado esta rádio Jovem Pan.
Vive levando ao ar o gol que Rogério marcou contra o Corinthians (dizem que o número 100 de sua carreira). Não falam, no entanto, um piu sobre os gols que ele tomou do Corinthians. É proibido dizer qual é o número? Quando ele marcou é 100, quando ele tomou, não sabem.
Tenho um conhecido que fez a relação de todos os gols e, se a Jovem Pan quiser, acho que ele empresta.
Japonês de Hiroshima
Diz a lenda que há uma síndrome em Hiroshima: uma pessoa foi ao banheiro e, justamente, no momento em que caiu a fatídica bomba, estava apertando o botão da descarga.
Foi difícil fazer crer ao pobre homem que não tinha sido ele quem produziu aquele barulho todo. O Secretário Geral da Fifa vive esta síndrome. Está dizendo que foi aquela sua declaração de bêbado (a do “chute no traseiro”) que provocou o avanço das obras da Copa. Se ele souber com se faz um conjunto de reformas e construções tão complexo como este, verá que seu ato nada tem a ver com o avanço das obras.
É a síndrome de Hiroshima.
Briga sem trégua
Edward Hopper (1882-1967), “Nighthawks” (Reprodução)
Não faço parte do exército que acha o jogador Kaká um craque fora-de- série.
Nunca foi, mesmo quando ganhou prêmios e mais prêmios. Acho que era só um bom jogador. E ponto!
Agora, o que está fazendo o técnico José Mourinho nesta briga para tirá-lo do Real Madri é deplorável.
Tudo aponta que o Real não quer mais o meia.
Comprou por uma fábula (65 milhões de euros) e quer vender por 25 milhões de euros. Quer, também, ficar livre do salário do atleta nos próximos anos. Até aí é um problema do Clube espanhol.
Errou e agora está colérico.
O que não é justo é quererem se vingar no jogador pelos prejuízos da contratação toda.
Quem quis a compra foi o Real. Se não deu certo o problema foi criado pelo Clube. O jornal El País, da Espanha, diz que Mourinho quer que Kaká vá para o “terceiro mundo do futebol”. Isto quer dizer: EUA, Mundo Árabe ou Japão.
Quer varrer qualquer possibilidade de recuperação do atleta na Europa ou na América Latina.
O “Estadão” hoje informa que Mourinho acusa Kaká de “atrapalhar seu projeto” no Real.
Lorota. Quer o lugar para contratar outro “seu” jogador para a vaga do brasileiro. Fez bem o pai de Kaká ao responder à altura ao empedernido técnico: “Projeto seu, não? Seu e do Jorge Mendes” (superempresário que faz e desfaz no Real). Já tem cinco jogadores dele por lá e quer uma boquinha para colocar mais alguns.
Independente de não fazer parte da claque permanente (e eterna) do jogador Kaká, acho que o comportamento do Real (e de seu treinador) uma página vergonhosa para o futebol.
Torcidas organizadas
Quando é que as autoridades policiais vão divulgar os relatórios que elaboram sobre “conflitos” entre torcedores organizados?
Seria bom para todos conhecerem de onde vêm os maiores problemas nesta área difícil da Segurança. As torcidas do Timão deveriam cobrar que a polícia divulgasse esses números da forma mais clara possível. Como muita gente já sabe, teríamos surpresas e mais surpresas neste campo. Santinhos mostrariam seu lado de demônios.
E os que são satanizados pela mídia mostrariam que não são tão problemáticos como dizem os preconceitos.
Futebol e fome.
(Norman Rockwell (1894-1978), “Hobo e o cão”, 1924) (Reprodução)
Qualquer pessoa que estivesse ontem, 26/8, no Pacaembu dirá que o Corinthians poderia ter goleado o Tricolor só com o que jogou nos primeiros 20 minutos de partida.
O Clube adversário estava totalmente abatido e espremido na defesa. Mas, então, por que o Corinthians não marcou três ou quatro gols naquele início fulminante? Porque faltava uma coisa básica no futebol: fome.
Fome para ganhar, para vencer para buscar o resultado.
Embora a exibição fosse lindíssima, acabou relaxada. Pelo menos dois gols foram perdidos por pura falta de visão coletiva do futebol.
Quem chutou poderia ter passado para um companheiro em situação muito melhor para marcar.
A equipe não jogou uma partida ruim, mesmo quando o placar virou. Mas faltou aquela determinação que faz o belo futebol virar um grande resultado.
Este estado de espírito, que faz uma equipe disputar um Campeonato como quem joga um amistoso, é o maior alimento para partidas como a de ontem.
Sem fome de vitórias, elas não vêm. Mesmo quando a equipe atua bem.
Nada que mude o mundo.
Mas poderia ser diferente.
Eu presido
É comovente o esforço do Presidente José Maria Marin em anunciar jogos, eventos, encontros etc e tal, procurando mostrar uma atuação dedicadíssima à frente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Ontem, no Pacaembu, falou mais do que o locutor do estádio. A mídia, como sempre, entra na onda e começa a “mostrar” o serviço realizado. O problema do Presidente Marin é a falta de terra onde está seu pé. Está se compondo com gregos, troianos e baianos, em busca de uma legitimidade como chefe do futebol pátrio. Falta fazer a cabeça da Presidente Dilma. Ela já derrubou o mais poderoso presidente que a CBF já teve. E se ela continuar de cara fechada, daqui a pouco teremos problemas. Mesmo com todo apoio de dirigentes, de políticos e da (como sempre) mídia. Teixeira teve tudo isso. Faltou o que – até agora – falta a Marin.
E a situação pode ficar complicada.
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