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Jul 17, 2012

Este COB é de morte !

Mirou. “Paisagem com fazendeiros e cavaleiros” (óleo sobre tela)
Anton Mirou (1570–1661?). Nascido em Antuérpia, filho de um boticário, pintor barroco de origem flamenga e de família protestante, notabilizou-se ao registrar paisagens. Em decorrência de conflitos religiosos, radicou-se em Frankenthal, onde formou um grupo de artistas, reunindo Gillis e Pieter van Coninxloo Schoubroeck.

 

Quem acha que os grandes problemas da gestão do esporte brasileiro limitam-se ao futebol,  não conhece os tão falados “esportes olímpicos”.

Enquanto no futebol os dirigentes tem sua conduta diariamente analisada, o que ocorre no vôlei, no basquete, na natação, no atletismo e demais modalidades,  passa quase sem críticas ou holofotes. E esta área (dos chamados esportes olímpicos ou “amadores”) tem as piores gestões.

Foi preciso que um consultor americano, num momento de grande lucidez, dizer  poucas palavras para definir o quadro reinante,  em que é dificil promover qualquer mudança de mentalidade,  pois o sistema é contaminado pela quase perpetuação de presidentes de suas entidades.

Na Folha, de hoje, 17/7,  diz Steve Roush: “Algumas Confederações são governadas pela mesma pessoa durante um longo período. É quase uma operação familiar. É um problema infundir novas ideias, um novo gerenciamento”.

O maior exemplo é o Sr. Carlos Nuzman, presidente que  há quase duas décadas  responde pelo COB, tendo tido antes um longo (e quase interminável) reinado na Confederação Brasileira de Vôlei, onde seguiu os passos de seu papai.

Em quase todas as modalidades, isso se repete, em longo e familiar reinado de dirigentes.

Tudo mantido por dinheiro público.
E com resultados pouco animadores, como vemos nas Olimpíadas, embora o Sr. Nuzman tenha prometido – quando assumiu o COB, lá atrás, há quase 20 anos, que, em “no máximo” 4 anos, seríamos uma “potência olímpica”. Até hoje estamos esperando a chegada do paraíso.

A receita para mudar este quadro é aplicar-se a todas as entidades de esporte (Clubes, Federações, Confederações etc) o princípio adotado pelo Corinthians em seu novo Estatuto: mandato de 3 anos; fim da reeleição; e a limitação para que o Dirigente só possa se recandidatar após 2 mandatos de terceiros (um lapso de 6 anos).

Se aplicada, esta regra produziria uma grande mudança nos esportes olímpicos, refletindo-se também no futebol.
Bastaria ao Governo querer e agir pela mudança na legislação do Esporte.

O Ministro Aldo Rebelo, alegre pela recente vitória do Palestra na Copa do Brasil, poderia enviar um projeto de lei promovendo uma revolução no Esporte.

Vamos lá, Ministro!

Jul 16, 2012

O campeonato começou.

 

(O’Neill. “Embarcando no navio”, 1860. George Bernard O’Neill (1828-1917) nascido em Dublin, Irlanda, foi aceito como aluno da Royal Academy, em 1845. Despontou como artista em 1852, reconhecido por sua obra “O enjeitado”. Conhecido como pintor de cenas rurais e imagens bucólicas, algumas remontando a situações pueris e até emotivas. É considerado seguidor de Thomas Webster e de Frederick Daniel Hardy. )

 

O Brasileirão de 2012 começou neste ultimo final de semana.
Até agora, o que interessava mesmo eram as disputas finais da Libertadores e da Copa do Brasil.

As primeiras rodadas do Campeonato Nacional amargaram muitos jogos com equipes reservas e, portanto, com poucos atrativos para os torcedores.
Melhor seria se o Brasileirão só tivesse jogos após o final das duas disputas, que tanto agitaram o Brasil. Esperemos que no próximo ano – com a Copa do Brasil vitaminada pela presença de todos os grandes clubes – não se perca tempo com rodadas pouco atrativas no Nacional.

Para o torcedor, o Brasileirão começa agora. Alguns times partem com vantagem de 10, 12  até 14 pontos sobre os demais.
Nada que não possa ser recuperado.

Pelo que vimos até aqui, não há nenhum grande Clube com força para disparar na competição.
O campeonato deve ser conquistado pela equipe que mostrar melhor regularidade. Bom, aí se situa a nossa grande arma.

O Corinthians, iniciando suas partidas no ritmo que tem imprimido nos últimos anos, deve assinalar o alerta de “perigo” para os adversários.
Com uma sequência de 3 ou 4 vitórias, o Timão passará a disputar os primeiro posto do Campeonato.

Regularidade é a primeira exigência de uma competição por pontos corridos.
E o Corinthians tem o melhor momento neste tipo de disputa.

Vamos torcer para que a equipe se concentre no Campeonato, assim as vitórias virão.

Podem preparar o vidro de calmante!

Romarinho 

Fiquei com a nítida impressão de que os jornalistas que falaram ou escreveram sobre a partida de sábado, 14/7, do Timão contra o Náutico, não viram o jogo.
A atuação de Romarinho foi solenemente ignorada pelos “especialistas” da matéria. Para quem estave no Pacaembu, o jogo foi outro. Todas as bolas que chegaram até Romarinho, receberam seu toque criativo e de boa qualidade.
Não perdeu uma jogada e só foi parado por faltas.

Se será craque “fora de série” é outra coisa.
Agora que foi –  disparado – o melhor jogador da partida, isto ele foi.  
Ou então, o futebol é outro esporte, e o que vimos era rugbi.

CBF e os problemas

Esta confusão toda em que ficou a Fifa, a CBF, Blatter, Havelange, Teixeira etc,  está longe de chegar ao fim.
E tudo isso ocorre  no período em que se aproxima a Copa no Brasil.
Ainda teremos muitos lances e caneladas por aí.

 

May 22, 2012

É luta

 

(Michelangelo Buonarrotti (1475-1564) “Capela Sistina – O Juízo Final”) (Reprodução)

Mesmo com os problemas que temos no time (dentre eles a falta de ataque), creio que o Corinthians reune todas as condições para vencer o Vasco e avançar na  Libertadores.
Muitos dirão “não fale assim”, o futebol é sempre dado a apresentar surpresas. Pode ser arriscado dizer isso. Mas acredito que o time conseguirá uma boa vitória amanhã no Pacaembu. Além de termos um time melhor, o Pacaembu estará cheio e manteremos nossa tradição de vencer o Vasco. E isso tudo não é pouco.
É esquecer os problemas da equipe e vencer.

Esta Copita Libertadores, tão badalada pela mídia, é um prejuízo para os Clubes grandes, como o Corinthians.
Deve ser (certamente é)  um grande negócio para estes times da Bolívia, Peru, Equador etc. Mas para nós dá um trabalho imenso,  e quase nenhum retorno financeiro.  Viagens caras, campos ruins, hotéis complicados  e tudo o mais. Como a mídia resolveu levar este Torneio ao céu – somente porque o Corinthians ainda não o conquistou – ficamos gastando mundos e fundos nesta disputa. Após o Corinthians conquistar esta Taça, acredito que devamos criar todos os embaraços para este torneio. O número de Clubes deve ser reduzido, jogos em cidades altas, proibidos, e – principalmente – fazer a TV pagar mais do que efetivamente paga.
No modelo em vigor só há prejuízo.

Ingressos pela internet

Muito bom que os Clubes vendam ingressos pela internet.
É um grande passo que melhorar nosso futebol. E, também, preparar o país para a Copa do Mundo, que adota este sistema. Uma pena que justo em um jogo importante com Corinthians e Vasco o “sistema” tenha apresentado tantos problemas. Membros do programa “Fiel Torcedor”, que assiduamente vão às partidas do Timão, não puderam comprar seus ingressos.
Uma pena.

May 10, 2012

Vitória e Secagem

 

(Claude Monet (1840-1926), “Almoço na relva” (1865-66))  (Reprodução)

Retornei há pouco do Pacaembu, onde o Timão venceu o Emelec por 3×0.
Com este resultado o Corinthians avança na Libertadores e enfrentará o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. O jogo com estádio cheio é sempre melhor. A vibração da torcida, a presença de mulheres,  jovens e pessoas idosas dão sempre uma cor especial ao espetáculo.  Foi isto o que ocorreu no Pacaembu.

O Corinthians, em nenhum momento do jogo, esteve ameaçado pela equipe equatoriana. Os gols foram saindo, sem que o adversário reagisse em qualquer parte dos 90 minutos. Não foi lá uma partida brilhante do Timão mas, também, sempre estava clara sua vitória. A equipe  tem na sua organização (especialmente na defesa e meio de campo) o ponto forte de seu jogo. Vencida esta etapa ,vamos para o jogo contra o Vasco.

Secagem

No Pacaembu, vendo o jogo do Timão, ouvia em meu radinho a transmissão da partida. Que sofrimento da mídia!  É uma bruta torcida contra o Timão o tempo todo. Uma luta contra os fatos,  só para desqualificar o Corinthians. O comentarista da tal rádio lembrava o tempo todo que o Corinthians tinha perdido para o Tolima, que a torcida exigia que ganhasse a Libertadores, que o Timão tinha traumas no Torneio  e aquele blá-blá-blá conhecido.

Acho que estes radialistas deveriam exigir um adicional salarial de sofrimento nos jogos do Timão. Mas este não seria pela dramaticidade do jogo, mas pelo desejo-permanente- de ver o Corinthians perder. E como sofrem! Acho que para a mídia transmitir jogos do Timão é pior do que chegar aos círculos do Inferno da Divina Comédia, de Dante. Ao ver e transmitir os jogos do alvinegro, eles vão assistindo ao desenrolar do horror  dos piores crimes.
E o mal maior, para eles, é o Corinthians vencer.

Intervenção

A mídia anuncia que o Governo decretou uma intervenção branca (informal) no tal Comitê Organizador da Copa.
Nada mais justo. Só o Governo está gastando e sendo cobrado  por todo lado. Não faz sentido a CBF e a Fifa controlarem o negócio onde elas não colocam um mísero tostão. Quando foi anunciada a Copa do Mundo no Brasil o ex-Presidente da entidade brasileira, Ricardo Teixeira, disse que a Copa de 2014 seria “praticamente” privada. O Governo nada gastaria, exceto em aeroportos, policiamento etc.  Nada disso ocorreu (ou está ocorrendo). Só o Governo gasta, em tudo e por todo lado. Estão aí as reformas e construções de estádios para provar. Não há nenhuma grana privada, ou da Fifa e da CBF nessas obras.  Quem banca é o Governo e ele quer mandar. E está certo.
E terá cada vez mais poder.

May 8, 2012

Gratidão

 

(Jacopo Tintoretto (1518-1594) – Il Furioso, “O festim das bodas”)

Está provocando uma bruta discussão a nova camisa do Corinthians, por conter referência ao mapa de São Paulo.
Os críticos mais ferozes são pessoas que torcem contra o Corinthians, dizendo que o Timão quer ter a maior torcida no Brasil, mas mantém um símbolo regional. Não acho nada disso.
O Corinthians é Paulista até no nome. Tem as cores da bandeira paulista  e apresenta um dado incomum no futebol: mesmo não tendo o nome de sua Cidade é a maior torcida, apesar de haver outro Clube com o nome de São Paulo. Isso não ocorre em quase parte nenhuma do mundo. Em geral, o Clube com o nome da Cidade costuma agregar a maior torcida.
Aqui, não.

Mas o que deveria mesmo a Cidade  fazer seria construir  um enorme monumento ao Corinthians, por ele tê-la salvo do que seria o maior mico de sua história.
Com a construção do seu Estádio, o Clube livrou a Cidade de um dos maiores vexames dos últimos 500 anos. Ficaria fora da Copa do Mundo em 2014, por não ter um local adequado para sediar a competição. Mesmo possuindo a cidade bons hoteis, grandes hospitais, acesso a voos internacionais etc, ficaria fora do evento por falta de estádio. Ainda que sofra todo tipo de crítica, até as mais malucas e absurdas, o Clube está livrando a Cidade do vexame. Daí decorrem expressões como “Estádio do Lula”, “dinheiro público”, “orçamento superfaturado”, “é de uma empresa, não do Corinthians” blá-blá-blá e vão por aí.
Enquanto isso, o estádio alvinegro vai sendo construído e o risco de vexame em 2014 fica cada dia mais longe.

Não devemos nos esquecer, porém, que o Corinthians está correndo todos os riscos para que a Cidade tenha um estádio digno, que faça a abertura da Copa do Mundo. Ficará com uma bruta dívida. E daí? Só um Clube grande e forte como o Corinthians poderia correr semelhante risco. Que a Cidade fica cada vez mais em débito com o Clube, não há dúvidas. E esta será uma dívida eterna.
Incalculável.

Caso Oscar

Quem está acompanhando o caso Oscar-SPFC-Inter-Giuliano Bertolucci deve ficar preparado para novos (e emocionantes lances).
Pelo que leio no Blog do Birner, vem mais briga por aí. Aliás, o Blog apresenta mais discussões jurídicas do que o sítio do Tribunais de Justiça. A Folha, pelo Painel FC, é todo apoio ao SPFC. Não sei o que dará esta briga, sem anjos, nem arcanjos.
Mas será muito interessante acompanhá-la.

Apr 25, 2012

Choque de direção

(Carybé. “Feira de Água de Meninos”) (Reprodução)

São muitos os que defendem que os times brasileiros contratem técnico estrangeiros para nossas equipes.
Um choque na direção de nossas equipes viria, segundo essas pessoas, com profissionais não vinculados aos vícios de nosso futebol. Não há dúvida de que muitos de nossos problemas estão nos bancos dos times. Bem remunerados, como são os brasileiros, não alteraria muito as finanças dos Clubes se técnicos de fora do Brasil fossem contratados. Juca Kfouri radicaliza, no dia de hoje, 25/4, e, em seu blog, defendendo a contratação de Guardiola para a Seleção Nacional. Aí já acho difícil.

Não há dúvida que uma mudança traria um sopro de renovação ao nosso futebol, que anda precisando tanto de mudanças (inclusive dentro de campo).
Para a evolução técnica do esporte seria positivo novas formas de atuar, novas táticas, e novas técnicas de treinamento. Certamente, os italianos ajudariam muito nossos defensores a melhorar sua maneira de atuar. Ganharíamos mais eficiência na defesa. Técnicos argentinos, espanhóis, sérvios etc poderiam muito contribuir para o progresso de nosso futebol.

Mas, diferente do que pensa  o Juca, isso deveria iniciar-se pelos Clubes.
E com técnicos de várias nacionalidades. Afinal, não vamos acreditar nesta bobagem que só por aqui se joga um bom futebol. Ajudaria os Clubes, também, na redução de salários dos técnicos brasileiros, que são incompatíveis com  a condição econômica  das agremiações.

A chegada de técnicos estrangeiros seria um vento renovador para nosso futebol. Mudaria inclusive a relação com a imprensa. Talvez aí esteja um problema grande pela frente.

CBF em mudança

A interferência do novo Presidente, José Maria Marin, na preparação de nossas seleções já está chegando em todas as áreas da entidade.
Após a sua ordem, que vai querer a lista de jogadores convocados para a Seleção em 48 horas antes de sua divulgação (para estudar, certamente), o novo Presidente mostra que já opina sobre tudo. O técnico Mano Menezes – como era esperado – não reagiu à comunicação na imprensa sobre convocações. Ficou mudo. Como também não falou nada o Diretor de Seleções, Andrés Sanchez, mesmo sabendo que a ordem foi mais para ele do que para o técnico. Mas o presidente Marin avança. Até nas questões de imprensa. E na política encontrou o caminho que chega ao Governo: o vice-presidente Michel Temer. São-paulino roxo, fala – e muito – com o Presidente da CBF. Com isso, o tradicional esforço dos cartolas de aproximação com o ex-presidente Lula ou com o Ministro do governo Dilma  foi substituído por uma via sem intermediários,  que o Presidente Marin conhece bem. Pode não ser a melhor. Mas é a dele.

Valha-me, São Jorge!

Que semana complicada para os times que gozam a proteção de São Jorge!  
No domingo, foram o Corinthians e o Genova. Ontem, o Barça. Deve estar ocorrendo alguma briga feio contra o dragão, lá nas alturas. Por aqui o Corinthians deve seguir a máxima dos beneditinos: Reza e trabalho.
É o caminho.

Apr 18, 2012

Mudanças: sim ou não

 

(Juan Miró)(Reprodução)

Para a  maioria dos Dirigentes de Clubes e Federações não devemos discutir qualquer mudança no futebol brasileiro: tudo ficaria para depois da Copa de 2014.
A renúncia, e mudança para Miami, do ex-presidente Ricardo Teixeira desorientou  todo mundo. Liga, novo Clube dos Trezes, projetos A, B, C foram todos para o arquivo. Dirigentes que eram inimigos (na maioria das vezes só para efeito público) voltam a sorrir e a se abraçar. É hora de curar as feridas, pois a renúncia atingiu todo mundo. Fica apenas a esperança de  que as coisas continuem no mesmo lugar, sem grandes solavancos.

Mas já aparecem dois fatos que podem antecipar as mudanças no futebol brasileiro, desrespeitando a trégua até o final da Copa .

O primeiro fator preocupador é o governo com sua ideia de editar  uma nova legislação para o esporte. É uma mudança que atingiria em cheio o “poder” nos Clubes, Federações e Confederações. A declaração do Ministro Aldo Rebelo, ontem no Estadão, provocou urticária em muitos Dirigentes. Uma nova legislação pode democratizar os Clubes e Federações e trazer uma dose grande de transparência na gestão esportiva.  Os dirigentes pouco podem fazer , além de figa. Se o Governo for em frente será um transtorno – e grande- para a cartolagem.

O segundo ponto que preocupa é esta disputa por um vice na CBF. O que parecia pacífico, sem problemas, pode tornar-se numa sinalização do novo poder no futebol. Embora todos digam que as decisões ficam para o pós- Copa, as pedras no tabuleiro estão sendo colocadas agora. E haverá reações. Quais e de onde nós veremos mais claramente nas próximas semanas.
Mas a consolidação do poder “Marin” nesta gestão pode ser, também, uma reeleição fácil de seu grupo em 2014.

Fritando

As declarações do presidente Marin – no início discretas, agora quase públicas -,  sobre o técnico da Seleção, Mano Menezes, são constrangedoras.
O novo presidente da CBF não esconde – de ninguém – que não gosta de Mano. Por enquanto o técnico está “fingindo-se de morto”, mas, se vierem maus resultados e a campanha continuar, não terá como não falar. Neste caso, o presidente Marin não se mostra nada discreto e cordial.
É crítica o tempo todo.

Caso Oscar

Quem acha que teremos emoções somente no “Caso Cachoeira” é porque não está acompanhando a confusão Oscar-SPFC-Inter-Bertolucci.
Já apareceu de tudo: gravações, traições, contratos frios, comissões, participações, decisões judiciais  e tudo mais. Não perco nenhum lance, acompanhando a mídia, inclusive o www.blogdobrirner.net. Este vive um momento raro: parece o Consultor Jurídico, com decisões, sentenças, opiniões de juristas etc.
E vêm mais emoções por aí.

O UOL fraquinho

Hoje pela manhã fui dar uma olhada no UOL para ver a notícia do dia sobre as “dificuldades” do estádio do Corinthians.
A matéria do dia está fraquinha: “Para MP, lista de obras sociais do Corinthians não preenche padrão de acordo judicial”. Fraca, não? Estava esperando que anunciasse que o foguete da Coreia do Norte, lançado recentemente, estava se dirigindo para Itaquera e o choque destruidor estava por ocorrer. Bom, menos mau.
Vamos aguardar a matéria de amanhã.

Publicidade na camisa

Nos últimos meses foram publicados notas e notas sobre o novo patrocinador da camisa do Timão.
Há um mês o assunto esquentou e a mídia – praticamente toda – garantia um contrato do Clube com uma montadora coreana. Números, prazos e estratégia de marketing, tudo foi anunciado em jornais, rádios, TVs e blogs. Passados alguns dias o assunto desapareceu. Hoje ninguém fala mais nada. É possível que a atitude certa seja a dos dias atuais. Bico calado até terminar a negociação. Aquela divulgação prévia – de que tanto o marketing gosta – não ajudou em nada ao Clube.
Só as empresas ganham com as divulgações antecipadas.

 

Apr 3, 2012

Discurso para brasileiro ver.

 

(Leonardo Da Vinci. “A Gioconda”.) (Reprodução)

A organização em território brasileiro de grandes eventos  internacionais de esporte é uma mudança e tanto para o Governo, dirigentes do Esporte e todo o Brasil.
Após o Pan, no Rio de Janeiro, teremos o Mundial de 2014 e a Olimpíada – no Rio – em 2016. Alguns pontos ligam todos esses eventos. O mais comum é ver um discurso de mentiras, enquanto o evento é aprovado pelos órgãos internacionais.

Comecemos pelo Pan do Rio de Janeiro. Quando foi decidida sua realização,  o orçamento apresentado pelo Sr. Nuzman era de 440 milhões de reais para os governos. E a justificativa que a iniciativa privada teria uma grande participação. Tudo lorota. O gasto final do Pan ficou em 4,4 bilhões, e o Presidente do COB, para justificar este salto, disse uma frase famosa: “Só é possível termos o orçamento quando terminarmos todo o evento”.  Uma loucura completa que deixou atordoados todos os especialistas em Administração Pública e em Direito Administrativo.
O orçamento, que é peça da maior importância, deve ser feito previamente, exatamente para se saber quanto irá ser gasto, ficou para o final. Quer dizer, o evento seria construído “em aberto”, e o Governo enfiando dinheiro. Foi o que ocorreu. Da iniciativa privada não chegou nada e somente o Governo bancou tudo.
Esta é uma estratégia conhecida na Administração Pública. Antes de realizar a obra ou o serviço é feito um orçamento “irreal”, como fez o COB. Diz que vai gastar pouco, e todo mundo aplaude. Com o tempo, vai aparecendo o quadro real. E são feitos aditivos, com mais e mais dinheiro. Foi o Sistema Nusman de realização.
Um golpe de prefeito de cidadezinha, mas que deu certo numa grande cidade.

Outra mentira veio à tona com a preparação do Mundial de 2014.
Na fase anterior à aprovação da Fifa, o presidente Ricardo Teixeira dizia que a Copa era um evento “praticamente” privado. E que o Governo entraria com quase nada. Uma ou outra obra de transporte urbano e nada mais. Nada disso! Era tudo lorota. Após a aprovação – e no decorrer dos meses que se seguiram – apareceu a realidade. A Copa de 2014 será uma Copa bancada pelo Governo. Como ocorreu em outros países,  na Alemanha, na  Itália, no Japão etc.
A tal presença “prioritária” da iniciativa privada era apenas discurso.

Creio que os dois únicos casos em que entidades privadas vão bancar obras para a Copa, serão os estádios do Corinthians e (pelo que dizem) o do Inter. Nos outros casos, tudo será feito com o dinheiro público. O Corinthians assumiu o desafio de construir um estádio para a abertura da Copa para livrar São Paulo de um vexame sem precedentes. A cidade quase fica fora do Mundial por não ter um estádio em condições para sua abertura. E o Clube está fazendo com empréstimos de todo lado (e bancos), que no final das contas será pago pelo Clube. É certo que o estádio poderá ser um grande fator gerador de receitas. Mas, neste caso, o Clube assumiu o risco por ele e pela Cidade. E deveria ser aplaudido por todas as torcidas. O caso do Inter não conheço, mas creio que será similar. Empréstimos, BNDES etc, mas no fim da conversa o Clube ficará com a dívida. No mais tudo é grana pública: Maracanã, Mineirão e todos mais.  Lembro-me que a mídia dizia que teríamos “fundos da Fifa” para a construção e reforma de estádio. Muito pelo contrário. Como estamos vendo a Fifa quer é ganhar dinheiro. O evento é dela e quem banca é o País.
O resto é lorota e mais lorota.

Mar 19, 2012

Duas entrevistas de craques

(Caravaggio. “David mostrando a cabeça de Golias” (1605))

Duas entrevistas com dois grandes jogadores do Brasil: Romário, na Veja, e, Ronaldo, na Folha desta segunda.
Os dois últimos “foras-de-série” que tivemos. Brilharam no gramado e brilham agora, nesta nova fase, que encaram. Romário é sempre mais direto, Ronaldo, ainda com certa inibição, mas os dois falando coisas importantes do futebol.

Nas Páginas Amarelas da Veja
Romário foi um craque singular. Baixinho e genial. Com grande faro de gol era um perigo permanente na àrea. E o Brasil deve muito a sua genialidade. Ninguém esquecerá a Copa dos Estados Unidos, onde o jogador brilhou como nunca. Como deputado surpreendeu todo mundo. Normalmente jogadores são eleitos e desaparecem na máquina da política e, quase sempre, não são reeleitos. Cooptado pelos profissionais da política, tornam-se meros joguetes nas mãos de “profissionais” do meio político. Romário surpreende, porque trilha caminho diverso. É tão bom parlamentar como foi jogador. Atrevido, dedicado, espontâneo, quase um “peixe fora d’agua”, é um fator de renovação para a política. Esperamos todos que continue neste caminho de parlamentar atuante, sincero e correto. Na entrevista da Veja responde tudo o que lhe foi perguntado. E de forma direta, sem rodeios como fazia nas jogadas de gol. Sua advertência sobre a Copa é de uma precisão pouco comum para quem está saindo do campo de futebol para a tribuna parlamentar; “vai chover obra emergencial sem licitação […].
A Copa vai sair do papel, mas vão erguer alguns puxadinhos aqui, fazer maquiagens ali…
Sobre as mudanças na CBF, foi direto ao dizer que não muda nada: “trocamos um ruim por outro pior”.
Seguramente, nosso craque mostra que não está buscando cargos na CBF, no futebol em geral e nem no Governo.
É quase um deputado atípico. Viva, o futebol deu ao País um representante de primeira.
Craque, como foi no gramado.

Ronaldo, na Folha
Na entrevista de hoje, 19/3, na Folha, Ronaldo saiu-se bem respondendo tudo o que lhe foi questionado.
Sua posição é diversa da de Romário. Ronaldo foi indicado para o COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo pelo ex-presidente Ricardo Teixeira. Não nega nada. Mas diz que “o fato de ter recebido o convite de Ricardo Teixeira não me liga a ele”. E reafirma uma posição muito positiva para qualquer um que está no futebol: “dinheiro não é o meu objetivo”.
Está aí um questão de valor para qualquer um que quer ser Dirigente do futebol. Não vive do futebol.
Como disse “posso escolher as coisas que me dão gosto de fazer”.
Como o cargo no COI. Na entrevista, defendeu a criação de uma Liga dos Clubes e diz que espera que tudo venha após a Copa. Restou uma certa crítica ao Corinthians no caso Adriano, ao dizer que o Clube “podia ter sido mais amigável na rescisão”. E poderia mesmo.
Lamentou o ocorrido “não precisava de toda exposição”.
No final, diz que seus filhos torcem para o Corinthians . Viva, um craque e tanto!

Mar 18, 2012

Um ou outro

O portal UOL da Folha de S.Paulo anda confuso sobre as notícias do estádio do Corinthians.
Um dia a notícia é que os Governos do Estado, Município e União vão ajudar a construção. Cálculos, frases em off e um monte de informação dos “auxílios” que o Timão receberá dos governos.
Outro dia, como se o mundo tivesse virado de ponta cabeça, vem a notícia que o Corinthians fará empréstimo pra tocar a obra; que o Clube, ainda, não é dono de nada; que é de um fundo e que o Corinthians ficará com uma enorme dívida (de 800 mi/ 1 bi).
Seria bom que o portal encontrasse um caminho. Ou o estádio é uma doação, como diz o UOL alguns dias, e o Timão ficará numa boa; ou não, e o Corinthians ficará com uma enorme dívida a pagar.
Não dá para falar em ajuda, auxílio e, em seguida, dizer que o Clube terá que pagar tudo em um tempo curto.

Reforma do Morumbi
Quando foi decidido que o abertura da Copa seria no estádio do Corinthians, o SPFC disse que faria as reformas do Morumbi mesmo sem Copa. A mídia não informa se a reforma esta sendo executada, ou não.
Deve estar com obras aceleradas.

Triunvirato ou Duelo.
A Folha disse que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), com a saída de Ricardo Teixeira, iria ser dirigida por um triunvirato (Marin, Ronaldo e Andrés).
O jornalista PVC (Paulo Vinicius Coelho), do Estadão, neste domingo, 18/3, vê outro quadro. Para ele haverá uma guerra entre dois grupos: as federações, com Marco Polo Del Nero; e os Clubes (com o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanches). Seria, na visão do PVC, uma guerra paulista, com os outros Estados apoiando um ou outro. Será?
Continuo achando que o Rio de Janeiro aceita entregar o Cristo Redentor, mas lutará, até a morte, para manter o controle da CBF e do COB.

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