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Aug 22, 2012

Uma excursão de aplausos



 

O ano de 1952 traz um marco especial na história do Corinthians.
Naquela oportunidade, há 60 anos, o Timão realizou sua primeira excursão à Europa, que se reerguia de uma guerra devastadora.  O time alvinegro, que havia sido campeão em 1951 e ganharia o bicampeonato do  Paulista em 1952 ( na verdade decidido no inicio de 1953), realizou uma bela e festejada excursão pela Europa.

Somente uma derrota, ocorrida na estreia, contra o Besiktas, em Istambul, na Turquia pelo placar de 1xo.
Após este jogo – já melhor adaptado, desenvolveu uma carreira de belas exibições e de vitórias marcantes. No mesmo país, bateu o Fenerbançe, por 6×1, com gols de Claudio, Carbone Luisinho e Gatão.
Na Turquia jogaria mais  6 jogos, contra as grandes equipes de lá e sempre com expressivas vitórias .

Em seguida, foi para a Suécia onde, no estádio Rasunda, em Estocolmo, em que tanta alegria o Brasil se consagrou na Copa do Mundo de 1958, empatando com AIK por 3×3.
Na Suécia, também, o Timão enfrentou o Djurgarden, vencendo por 3×2,  com gols de Claudio, Goiano e Jackson. Na Dinamarca, no estádio Nacional, enfrentou uma seleção local e empatou por 1×1. Retornou à Suécia, que é muito próxima da Dinamarca,  enfrentando o Malmoe (2×1) e a seleção de Gotemburg 9×3.

Vai à Finlândia, onde participa da inauguração do Estádio Olímpico de Helsinque – local onde seriam disputadas as Olímpiadas daquele ano, goleando o selecionado local por 5×1.
Luisinho brilhou (mais uma vez) naquela festivo dia, e Gilmar defendeu um pênalti  num jogo que ficaria para a história.
Retornando à Suécia, jogou mais duas partidas antes de retornar ao Brasil, sendo muito festejado pela brilhante excursão.

O ano de 1952 fica na história do Clube, além da conquista do título do Paulista (então a maior competição do país),  como o ano da primeira grande excursão europeia da equipe alvinegra.

Este time dos anos 1950  constitui-se numa bela página da história corinthiana.

É noite de ópera 

Numa quarta, quase sem futebol, é noite de ópera.  
Vou ver uma gravação recém lançada em DVD de La Traviata, de Verdi, feita no Teatro Real de Madrid, com Norah Amsellem, José Bros e o incrível Renato Bruson, um barítono que já se retirou dos palcos e deixará saudade.
Viva !

Aug 21, 2012

Pequena (grande) Taça do Mundo


(Reprodução)

Neste mês de agosto, lembramos que há 59 anos, em 1/8/1953, em um sábado, o Corinthians conquistou uma de suas mais importantes vitórias no âmbito internacional.
No período em que não existiam as atuais competições continentais, o Timão participou da chamada “Pequena Copa do Mundo de Clubes”, reunindo as maiores equipes da Europa  (Barcelona e Roma) e dois representantes das Américas.

No jogo inicial, a primeira grande surpresa: o Corinthians venceu o Barcelona – então considerado o grande favorito da competição – pelo placar de 3×2.
Luisinho (2) e Carbone fizeram os gols do nosso time,  e Kubala  e Moreno para o Barça.

No jogo seguinte, o Timão ultrapassou a Seleção de Caracas (que reunia o melhor do futebol local), por 2×1.  Claudio e Carbone fizeram os gols corinthianos. Em novo jogo o alvinegro brasileiro  venceu o poderoso Barçelona por 1×0 em partida tumultuada com uma briga generalizada  que interrompera o jogo por quase 20 minutos.  Goiano, marcou o gol da vitória.
Já com o título na mão, o Timão  venceu, novamente a seleção de Caracas (2×0,) com dois gols de Cláudio. Na partida final – no jogo da festa- o Corinthians bateu a poderosa Roma por 3×1 com gols de Luisinho(2) e Cláudio.

Foi uma conquista que marcou a história do Clube e as matérias da época retratam bem o entusiamos dos torcedore por tão belo feito.

Essa geração de jogadores merece sempre ser lembrada.
No ano seguinte, conquistariam o tão famoso IV Centenário de São Paulo, em título inesquecível da nossa história. Gilmar, Cabeção,  Homero, Olavo, Goiano, Julião, Roberto Belangero, Claudio, Luisinho Carbone, Baltazar, Nardo e Mário  tornaram-se ídolos eternizados por tão emblemático título paulista.

Creio que destes campeões dos anos 1950 só continuam entre nós Cabeção, Julião e Gilmar (este muito doente).
Os demais deixaram uma imensa saudade nos corações dos corinthianos.
Que vivam para sempre!

Aug 20, 2012

Que belo gol!


Andy Wahrol (reprodução)

No jogo do Corinthians ontem, 19/8, na Baixada, gostei mesmo do gol de Martinez.
Bonito, bem executado e que dá mostras que este jogador poderá fazer história no Timão.  Gostei, também, dos toques do Romarinho que, cada dia mais, joga um futebol de encantar os olhos dos torcedores. Outros jogadores do Timão foram bem e merecem destaque. O que marcará o jogo, entretanto, foi o triplo impedimento. Quem conhece o time da baixada não deve ficar admirado. Eles têm longa história neste tipo de evento. Não nos esqueçamos de Santos e Milan, no Maracanã, na década de 1960, na final do Torneio Intercontinental. Na sua biografia, o jogador Almir Pernambuquinho (jogador do Santos) contou tudo. Incrível, como este livro é pouco lembrado pela mídia.

Dinheiro e Fama

A mídia diz por aí que o Neymar falou ao jogador Guilherme, do Timão, “que ele nunca vai ganhar dinheiro”, reclamando de uma entrada.
Não sei se é verdade, mas não devemos levar muito a sério declarações no calor da partida. Até porque o santista tem tradição em trocar as frases. Ninguém esqueçe aquela entrevista, ao Estadão, quando perguntando se sentia qualquer manifestação racista relativa a cor, respondendo na lata: “Não, eu não sou negro”.
Portanto,  nada de levar muito ao pé da letra o que ele diz.

Comemoração e ódio

A comemoração dos santistas no final do jogo mostra tudo.
A derrota na Libertadores ainda não foi digerida. Foi menos uma manifestação de alegria e mais um grito de ódio pela eliminação no torneio americano. Fazer o quê? Paciência. Só o tempo cura.
Será que, no caso deles, curará?

Aug 17, 2012

Segundo turno será uma guerra

(Aquiles Badi) (Reprodução)

A vitória do Corinthians, ontem à noite, 16/8, no Pacaembu, é um passo para botar fogo no Campeonato.
Sem perder há 9  jogos (mas com empates danosos), o Timão vai dando outra cara para o Brasileirão. Não sei se será possível um final com grande disputa, mas continuando este quadro, o céu vai ficar escuro para  nossos adversários.

No jogo de ontem, o Corinthians mostrou, mais uma vez, uma defesa sólida.
Com poucas opções para o ataque, fez o que pode e venceu. Dirá a mídia: ganhou de 1×0. E daí? São estas vitórias que vão acumulando pontos e definindo o Campeonato. Vamos torcer. A competição está aberta e não tem ninguém com “cara de campeão”.
Ainda!

Que fase I

Tenho um amigo tricolor que vive um período de grande abatimento.
Não é para menos. Já disse a ele que só uma reza forte (ou um banho de pólvora coletivo) pode aliviar sua tensão. Jogando essa bolinha toda poderão ser o único time paulista que a não ganhar nada neste período. Calma e trabalho. E bastante reza!
Pode ser que ajude.


Que fase II

Nossa Seleção não vive um bom momento.
Até o técnico e os dirigentes acham isso. Mas também não é motivo para ficar “temendo” fazer um jogo amistoso em São Paulo, local tradicionalmente crítico à “canarinho”.
Afinal, a Copa do Mundo será por aqui e disso não dá para fugir.

Aug 16, 2012

100 anos de Nelson Rodrigues

(Reprodução)

Comemora-se no próximo dia 23 de agosto os cem anos de nascimento de Nelson Rodrigues. Pernambucano, mas carioca de coração, o dramaturgo Nelson era torcedor do Fluminense e escreveu a mais famosa crônica sobre a invasão corinthiana de 1976. Nós não esqueceremos nunca do Nelson, da crônica e da invasão.
Para sempre Viva!


NELSON E A INVASÃO CORINTIANA

Nelson Rodrigues

1-Uma coisa é certa: – não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória. Ainda digo mais: – já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.

2-Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corinthianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.

3-A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: – “O Rio é uma cidade ocupada”. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.

4-Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel. Um amigo me perguntou: – “E se o Corinthians perder?” O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.

5-Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.

6-A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os corinthianos estavam tão certos de que ganhariam que apelaram para o já ganhou. Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano. Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não, não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis. A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não, dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum. Eis regulamento de rara estupidez. Tem que se descobrir uma outra solução. A mais simples, e mais certa, é fazer um novo jogo. Imaginem que beleza se os dois partissem para outro jogo.

7-Futebol é futebol e não tem nada de futebol quando a vitória se vai decidir no puro azar. Ouvi ontem uma pergunta: “O que vai fazer agora o Fluminense?” Realmente, meu time não pode parar. O nosso próximo objetivo é o tricampeonato carioca. Vejam vocês:

– empatamos uma partida e realmente um empate não derruba o Fluminense. Francisco Horta já está tratando do tricampeonato. Estivemos juntos um momento. Perguntei: – “E agora?” Disse – amanhã vou tomar as primeiras providências para o tricampeonato. Como eu, ele não estava deprimido. O bom guerreiro conhece tudo, menos a capitulação. Aprende-se com uma vitória, um empate, uma derrota. Só a ociosidade não ensina coisa nenhuma.

No seguinte jogo, vocês verão o Fluminense em seu máximo esplendor.


(Reprodução)
NELSON RODRIGUES era tricolor e publicou este texto no GLOBO em 6/12/1976, no dia seguinte ao jogo Fluminense x Corinthians.

Aug 15, 2012

Olha aí!

Tarsila do Amaral, “Sol Poente” (1929)

 

Este Blog, há muito tempo, vem discutindo o momento ruim que vive nosso futebol.
Sobretudo com ausência de jogadores “foras-de-série”. Isto já ocorreu na Copa da Africa so Sul, 2010, onde o elenco era dos mais fracos que o futebol brasileiro já apresentou. Não adianta a mídia inventar que este ou aquele é craque, por uma ou outra jogada. Com o tempo, a realidade se impõe. O craque Tostão, na
Folha de hoje, 15/8, fala deste grave problema.
É hora de refletirmos sobre ele, ou então, a Copa de 2014 será pesada.

 

Pior do que pensava

TOSTÃO

Após as más atuações e a derrota para o México, o futebol brasileiro está pior do que pensava

Prefiro ver o Brasil melhor no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do que ganhar mais medalhas. De qualquer maneira, se quiser evoluir, em todas as áreas, incluindo o esporte, será necessário diminuir as patotas, a perniciosa relação de troca de favores e colocar os mais bem preparados e mais dignos nos cargos estratégicos.

Não basta planejar e investir.

Projeto não fala, não pensa, nem tem alma.

O Brasil joga hoje, contra a Suécia, a última partida no estádio Rasunda, onde ganhou a Copa de 1958. Recentemente, vi, em DVD, todos os jogos, na íntegra. A seleção era melhor do que imaginei com 11 anos, ao escutar as partidas pelo rádio. O Brasil mostrou ao mundo que era possível unir o futebol imprevisível, descontraído e criativo com a eficiência.

Chico Buarque, décadas atrás, em um belíssimo texto, disse que os europeus eram os donos do campo, por ocuparem melhor os espaços, e os brasileiros, os donos da bola, por gostarem de ficar com ela e de tratá-la com intimidade. Hoje, o Brasil não é dono do campo nem dono da bola.

Está pior do que pensava. Antes da Olimpíada, achei que o time, por ser quase o principal, diferentemente de outros países, seria o grande favorito e que nossos jovens dariam show em defesas de jogadores desconhecidos. Enganei-me.

Contra o México, Mano errou ao colocar Alex Sandro no meio-campo, aberto, com a função de ser secretário de Marcelo. Alex Sandro e o time já tinham jogado mal contra a Coreia do Sul. Mano errou também ao levar Hulk. A prioridade era mais um zagueiro ou um lateral direito. A defesa jogou muito mal em todas as partidas.

O Brasil não tem um craque definitivo. O único com chance de ser um fora de série é Neymar. Ainda não é. Sem craques experientes a seu lado, no Santos e na seleção, ficará muito mais difícil para ele evoluir. Neymar vive um momento perigoso. Deram a ele o prestígio de uma celebridade mundial, de gênio, e também uma enorme responsabilidade. Se o Brasil não for campeão do mundo, os mesmos que o adulam vão massacrá-lo.

A formação ineficiente e, muitas vezes, promíscua, nas categorias de base dos clubes, e o estilo de jogar dificultam o aparecimento de craques. Com menos craques, há menos chances de isso mudar. Mano, pelo menos no discurso, tenta fazer alguma coisa, sem sucesso. As marcas da mediocridade foram impregnadas na alma dos jogadores, técnicos e de parte da imprensa.

Não adianta trocar de técnico, a não ser que surja alguém especial, romântico e racional, profundo conhecedor de detalhes técnicos, táticos, observador da alma humana e, ao mesmo tempo, corajoso, combativo e que não precisa gritar, se exibir e dizer que é tudo isso. Falta ao futebol um Zé Roberto.

www.folha.com

Aug 14, 2012

Apoio (em excesso) prejudica

Di Cavalcanti, “Samba” (1925) (reprodução)

Tanto o técnico Mano Menezes quanto o Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Sr. Carlos Nuzman,  vêm recebendo declarações de apoio por todo lado.
Da mídia em geral, de dirigentes, de políticos, de atletas, de analistas etc. Todas muito interessantes, mas, ao mesmo tempo, muito preocupantes.

Com a derrota para o México, na final do futebol nas Olimpíadas de Londres, o técnico Mano Menezes passou a ser contestado por muita gente.
Mas, defendido por um número ainda maior de pessoas. O Presidente da CBF, José Maria Marin, e o Diretor da Seleção, Andrés Sanches, saíram logo com declarações de apoio ao treinador. A CBF divulgou que até o ex-presidente Lula teria telefonado e elogiado o desempenho brasileiro pela medalha de prata conquistada.

Mano Menezes é um experiente profissional do futebol e sabe que todos estes discursos vão  abaixo se a Seleção não começar a apresentar uma boa atuação nos próximos jogos.
Palavras (ainda que belas) não seguram ninguém no cargo, especialmente na Seleção. Ou vence – e bem – os próximos jogos, ou deve ficar preparado para o pior. E com este elenco de “estrelas” que tem nosso futebol qualquer técnico “suará frio” para dirigir a Seleção.

O Presidente do COB, Sr. Carlos Nuzman,  é outro que vem sendo defendido pelo desempenho em Londres da equipe olímpica do Brasil.
Tabelas, gráficos e elogios brotam como nunca. Da mídia, de políticos e do governo.

Tudo ajuda pouco. Deve o Sr. Nuzman lembrar-se que o governo gastou muito para resultados tão pequenos em Londres.
Isto é um problema. Mas o problema mesmo é que a Presidente Dilma Roussef , que já derrubou o presidente da entidade que dirige o futebol (CBF) , tomou uma simples medida: recusou-se  a receber em audiência o Sr. Ricardo Teixeira. Mesmo com apelos de muitos segmentos (desde cartolas até de políticos – e até  mesmo do ex-presidente Lula), a Presidente bateu o pé e disse: Não recebo! E o Presidente da CBF viu que não daria para comandar o futebol – em uma Copa do Mundo – com um veto deste tamanho.

O Presidente Marin nunca foi recebido pela Presidente da República, mas ele finge que “não é com ele”.
Isto é, não pede audiência. O Sr. Nuzman deve ficar atento. O apoio do governador Cabral e do prefeito do Rio, Paes, são importantes, mas, como no caso da CBF, se a Presidente bater o pé, a coisa toda muda. E aí não adianta apoio na mídia, na política,  etc.
Ninguém teve tanto apoio quanto Ricardo Teixeira  na hora em que deixou o Rio de Janeiro e foi para Miami.

Muito apoio pode atrapalhar.

 

Aug 13, 2012

Golaço! E de letra

 

 

O belo gol de Romarinho salvou o fim de semana desportivo de nossa gente.
Um toque de gênio na vitória do Corinthians em Curitiba por 2×1, contra o Coxa. Romarinho mostra, cada dia mais, que pode se tornar um ótimo jogador para o Timão e para a Seleção Brasileira. Não só pelos belos gols que faz  (um deles na primeira linha da história – aquele de Buenos Aires), mas pelo refinado toque de bola que tem. Vamos torcer para que sua carreira avance e ele – numa nova fase – consolide-se como o grande atacante que já dá claros sinais de ser. Tivesse ele o apoio da mídia, como os Lucas, Oscares ou Marcelos da vida, já estaria ocupando todo o espaço de rádios, TVs e jornais.
Melhor assim, seguir contra a maré, sem bajulação, pois a conduta da mídia nada resolve.
Conduta que só dá a ideia,  errada, de que jogador médio é que merece ser rotulado como craque.

Seleção e derrota

A Seleção Brasileira perdeu no sábado, 11/8, para a do México, em jogo que não deixa espaço para choros e caras de brabo.
Perdeu, merecidamente. Trata-se de uma Seleção em que 80% dos jogadores que lá estão poderiam ficar de fora que ninguém sentiria falta. Creio que boa parte deles permaneça por lá, ainda que sem grandes resultados, e com a mídia insistindo que são craques. E este é o time “principal” do Brasil.
Com esta geração jogando esta bola, toda a Copa de 2014 pode se tornar um evento trágico para o “País do Futebol”.

Evento londrino

A abertura e o encerramento das Olimpíadas de Londres foi no mesmo ritmo: lento, arrastado, quase sonolento. Não deixará saudades e não intimida o Rio de Janeiro para daqui 4 anos. Qualquer escola de samba, com uma boa bateria e um razoável carnavalesco, fará uma apresentação muito mais criativa.
Aquela entrada com as Bachianas de Villa-Lobos indica um bom caminho para os organizadores do evento no Brasil.

Bem pior do que a festa londrina foi o desempenho da delegação do Brasil.
Com o Comitê Olímpico Brasileiro recebendo 2,1 bilhões para sua preparação (o dobro do que recebeu o grupo da Itália, e mais do que recebeu a “gigante” Austrália,  1,7 bi), o número de medalhas conquistadas e os índices obtidos foram pífios.  Com o dinheiro todo centralizado no COB, e distribuído para os “amigos” das Confederações, o Brasil faz o trabalho oposto ao que todos os exemplos de sucesso indicam. Nada se investe em Clubes, universidades, escolas e centros de formação de atletas, procurando concentrar-se em gastos administrativos de entidades, qu pouco contribuem para o crescimento dos esportes e devido suporte aos atletas. Com as mudanças na CBF fica cada vez mais difícil manter este reinado de miséria (em vitórias) e de fartura em grana vinda do governo. Vamos torcer para que a Presidente Dilma Roussef venha a ter com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro a mesma postura que aplicou ao futebol.
Aí, sim, a coisa muda.

Aug 11, 2012

Futebol, Vôlei e Olimpíadas

Assisti apenas alguns lances da seleção brasileira de futebol nesta Olimpíadas. Nesta decisão de hoje não foi diferente. Acho um exagero, sem limite, os elogios que nossa mídia faz à seleção. Todos são “craques”, espetaculares, geniais etc.  Não acho nada disso. Pelo contrário, vejo um time com muitos jogadores médios e um ou outro que pode tornar-se “craque” . Não acho que perder para o México seja o fim do mundo mas, devemos lembrar, nossa seleção é, praticamente, a seleção titular. Diferente das outras equipes que participaram das Olimpíadas que mandaram equipes bem mais jovens.

Sei que a campanha, agora, será para trocar o técnico. Não entro nesta onda porque creio que nosso problema é “mais embaixo”. Faltam craques. Temos uma geração que não mostrou quase nada. Exceto os longos elogios e paparicos da mídia são jogadores que estão por provar a condição de “fora de série”.

Vôlei

Fiquei feliz pela vitória da seleção feminina de vôlei. Primeiro pela raça e competência que mostraram. Saíram de uma situação difícil e viraram o jogo. Merecem todos os aplausos. Aplauso também, que não deve faltar, para o técnico José Roberto Guimarães excelente profissional e pessoa da melhor qualidade que no futebol passou pelo Corinthians com  merecido aplauso. Cumprimento também, meu colega de ginásio, José Elias de Proença, preparador físico da seleção e exemplar profissional. Um grande viva as meninas e a comissão técnica.

Olimpíadas e TV

A tv brasileira merece algumas críticas pela cobertura que faz dos esportes, principalmente das Olimpíadas. Mas quem der uma olhada na cobertura da TV da Espanha vai ficar assustado com o profissionalismo e imparcialidade da mídia brasileira. Os espanhóis vivem aplaudindo tudo e todos parecendo que estão na liderança de medalhas. Acho que o longo período de franquismo deu um marco decisivo na cobertura jornalística dos espanhóis. É só elogio.

Aug 10, 2012

1914, o ano que não terminou

(Ana Maria Dias, “Manhã Luminosa”, 2008) (Reprodução)

O ano de 1914 é muito importante na história do Corinthians.
Trata-se do ano em que o alvinegro conquistou seu primeiro grande título. Foi Campeão Paulista  invicto, não perdendo, nem empatando uma só partida. Teve ainda o destaque de seu mais importante jogador, Neco, que foi o artilheiro da competição.
Mas 1914 não é importante somente por ter sido o  ano em que o “time dos carroceiros” venceu o Campeonato Paulista.

Neste ano o Corinthians teve sua estreia em partidas internacionais em duas partidas contra o Torino da Itália.
Curioso este fato de o Timão ter sua estreia mundial com o time que ficaria marcado em nossa história. O Torino voltaria ao Brasil em excursão, durante 1948, quando venceu todo mundo com a famosa “esquadra”, que era a própria Seleção Italiana. Só perdeu um jogo: para o Corinthians por 2×1, no Pacaembu em 1948.
No ano seguinte (em 4 de maio) um terrível desastre aéreo extinguiu a equipe torinese. O Timão promoveu a famosa partida em homenagem aos italianos,  jogando no Pacembu contra a Portuguesa, vestido com a camisa do Torino.  A renda do evento foi doada às famílias dos jogadores do Torino e esta foi a única homenagem que recebeu a famosa “seleção azzurra” do Torino.  
Há dois anos, o alvinegro voltou a lembrar estes fatos com o lançamento da bela camisa grená com a qual o Timão passou a jogar como uniforme alternativo.

Formação do Timão na homenagem ao Torino: (Da esquerda para a direita): Em pé: Hélio, Noronha, Edélcio, Baltazar, Servílio e Colombo; Agachados: Rubens, Touguinha, Bino, Belacosa e Belfare. (Reprodução)
SC Corinthians Paulista 2 x 0 Portuguesa de Desportos; DATA: 8/5/1949; LOCAL: Estádio do Pacaembu; GOLS: Colombo e Noronha;Estréia do centro-médio Touguinha no quadro corintiano. ÁRBITRO: Francisco Kohn Júnior; RENDA: Cr$ 178. 067,00.

Jogadores famosos e craques 

Quando aparece um negócio com algum time europeu, como este de Lucas (ex-Marcelinho), a mídia surfa.
Começa a ver traços de “fora-de-série” em um jovem atleta, que ainda não tem sua carreira consolidada. Grandes transações financeiras (quando elas realmente existem) não garantem um status de craque “fora- de-série” para ninguém. Acrescente-se que o jogador precisa superar várias etapas para se consagrar. Uma delas é tornar-se titular – indiscutível e indispensável – da Seleção Brasileira. Já vimos muitos jogadores,  envoltos em ruidosas transações, seguirem para a Europa e depois minguarem. Seria inútil criar listas destes “futuros craques” que foram para a Europa e deram chabu. Menos para  a nossa mídia.
Bem menos.

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