Vídeo: A Arena do Corinthians
Amigos e amigas do Corinthians,
Nós estamos nos aproximando das eleições do próximo dia 07 de fevereiro, eleições em que serão escolhidos o presidente, os vices e conselho deliberativo do clube.
Uma das questões mais importantes que o Corinthians tem a enfrentar neste próximos tempos é a questão da Arena.
A Arena foi um belíssimo acerto do Corinthians. O Corinthians aproveitou a Copa do Mundo, ajudou a cidade de São Paulo, construiu uma bela Arena que abriu a Copa e que permitiu que São Paulo fizesse parte da Copa do Mundo. Se não houvesse a Arena do Corinthians, não haveria jogos da Copa do Mundo em São Paulo.
Foi um grande acerto do Corinthians.
Agora dirão: “Mas nós contraímos uma grande dívida”. É verdade. Temos uma dívida grande para pagar. Não foi pago nada ainda, mas teremos que pagar.
Eu creio que não haverá problemas em pagar esta dívida. Haverá dificuldade, é lógico. Mas conseguiremos pagar.
A grande e a importante questão é que nós devemos explorar esta Arena como uma Arena, e não como um Pacaembuzão.
Esta Arena é diferente: ela tem os lugares numerados, área VIP, banheiros, estacionamentos amplos… ela tem tudo o que um estádio moderno tem. E deve ser explorada como um estádio moderno: com lugares mais caros e lugares mais baratos, mas de forma que ela não se transforme num grande Pacaembuzão, onde tudo era confuso, não tinha estacionamento, ficava todo mundo amontoado… Isso não existe.
Na Arena todo mundo poderá sentar no seu lugar, ir ao bar, ao banheiro, ao estacionamento.
Ela é um grande orgulho para todos nós, Corinthianos, e todos devem ajudar a pagar esta grande Arena.
Eu queria pedir a todos que estão recebendo esta mensagem por e-mail, que respondessem, apresentassem sugestões, fizessem críticas e que opinem da maneira que queiram.
Aqueles que não recebem por e-mail, e queiram entrar pelo blog, podem entrar em contato através do blog, de forma a ajudar na campanha com ideias, discussões e com votos.
Entrevista. Clube dos fanáticos.
Especial Corinthians: Entrevista exclusiva com Antonio Roque Citadini
07 de fevereiro de 2015 será um dia importantíssimo para o futuro do Corinthians, o clube já tem definido para a data, as suas eleições presidenciais e o racha político pela qual o clube passa promete eleições quentes. Tanto o grupo da situação quanto o da oposição vem rachados para esse pleito. São 4 candidatos, Roberto de Andrade, candidato da situação e ex-diretor de futebol, e os de oposição, Antonio Roque Citadini, Ilmar Schiavenato, ex-diretor social da gestão atual, e Paulo Garcia. Lembrando que dia 16 é o fim do prazo para inscrição das chapas que concorrerão àseleições.
O site Clube Fanáticos fará uma sabatina com os candidatos à presidência do Timão e o primeiro entrevistado é Antonio Roque Citadini, candidato da oposição, que já foi vice-presidente do clube entre 2001 e 2004, e é apoiado pelo ex-diretor de futebol Luis Paulo Rosenberg, ex diretor de marketing e atualmente vice-presidente eleito do clube.
Roque Citadini conversou com exclusividade com o site e falou sobre os projetos para o clube e tocou em assuntos delicados como os naming rights do estádio e a polêmica contratação de Alexandre Pato, pela diretoria atual.
Confira a entrevista exclusiva abaixo.
Clube Fanáticos – Quais são seus principais objetivos caso vença as eleições no Corinthians?
Roque Citadini: Creio que o clube precisa de mudanças que o atualmente grupo dirigente não tem mais condições políticas para fazer. Nos últimos tempos houve uma piora em todas as áreas do clube. Devemos buscar um equilíbrio no orçamento. Receitas e despesas devem caminhar juntas. O Departamento de futebol perdeu a mão e gastamos o que não tínhamos. Resultado, a crise nas finaças começa a prejudicar o clube. Uma política realista de equilíbrio permitirá – rapidamente – que o futebol volte a ficar competitivo e ganhe títulos. As categorias de base do clube são um fracasso certo. Devemos encerrar esta política de parceria dos direitos de jogadores. O clube pouco revela e quando revela não ganha nada (ou quase nada). Todos os jogadores da base que entrarem deverão ser 100% do Corinthians. Uma administração profissional da Arena é necessário para aproveitarmos o salto que foi contruí-la.
Clube Fanáticos – Você será oposição nas eleições de fevereiro? O que te a dizer sobre o mandato de Mário Gobi?
Roque Citadini: Minhas propostas são de mudanças. Claras. Sem deixar de considerar os avanços que o clube teve em muitas áreas.
Clube Fanáticos – Porque você se afastou da coordenação da campanha de oposição que estava com Fran Papaiordanou? A sua saida se deve a inclusão de Osmar Stabile?
Roque Citadini: Minhas propostas são o oposto do que defendem vários grupos de “oposição”. A questão das categorias de base e a construção do estádio são um divisor de águas.
Clube Fanáticos – O que você tem a dizer sobre o ex-presidentes Andrés Sanchez, ele foi o mais importante da história do Corinthians?
Roque Citadini: Ele fez uma administração com claros progressos. Quem julga presidente e ex-presidente é a história.
Clube Fanáticos – Você acredita que a parceria com a MSI foi positiva para o Corinthians, pensaria em realizar uma nova parceria caso seja eleito?
Roque Citadini: Todos reconhecem no clube que a parceria com a MSI foi um desastre. Levou o clube a série B. É um passado que não merece aplauso.
Clube Fanáticos – O que você pensa sobre contratos que são assinados com duração superior ao mandato de um presidente, como o contrato que o Coritnhians possui com a Nike? E em relação ao adiantamento de cotas de tv?
Roque Citadini: Já disse que estes mecanismo precisam mudar. Um presidente que antecipa receita precisa ter parâmetros de limitação. Ou vira uma loucura.
Clube Fanáticos – O nome do Kia Joorabchian está na lista dos sócios aptos a votar na eleição de fevereiro. Se você encontrasse com ele no Parque São Jorge, pediria o seu voto?
Roque Citadini: Não sei se pediria o voto. Não tenho nada pessoal contra ele. Fui contra a parceria porque o contrato era ruim para o Corinthians.
Clube Fanáticos – Qual sua visão sobre as categorias de base do Corinthians?
Roque Citadini: Mudar tudo. Acabar com essa promiscuidade que levou a política de parceiria com “predadores” – empresários.
Clube Fanáticos – Qual será a relação do clube com as torcidas organizadas, caso seja eleito?
Roque Citadini: Sempre foi boa. Com respeito, cordialidade, mas cada um no seu quadrado.
Clube Fanáticos – Qual a sua visão sobre o Bom Senso F.C.?
Roque Citadini: Tem algumas coisas interessantes. Boas. Outras equivocadas. Aquela lorota de redução do calendário era um equívoco.
Clube Fanáticos – Qual o planejamento que tem para sanar as dívidas co Corinthians?
Roque Citadini: Fazer o Departamento gastar com mais qualidade. Essa enxurrada de contratações dos últimos anos debilitaram o clube.
Clube Fanáticos – O que deu errado na contratação do Pato? É possível reverter essa situação em prol do clube?
Roque Citadini: Contratamos um jogador que diziam ser fora de série e não era. Agora é assumir o erro e bancar o prejuízo. Não vejo outro caminho.
Clube Fanáticos – O que você acha sobre a questão dos naming rights do estádio? O clube não demorou muito para decidir essa questão? O que fazer agora? Como o estádio se chamará na se você for eleito?
Roque Citadini: Perdemos o time. O período pré-Copa era o ideal para a contratação com uma grande empresa. O tempo mudou. Passou a Copa e as empresas estão com breque de mão puxado.
Clube Fanáticos – Você já escolheu os seus dois vice-presidente que irão compor a sua chapa? E caso seja eleito, já pensou em nome para diretor de futebol?
Roque Citadini: Não escolhi. Vários querem os dois cargos. Minha opção é por mudanças na gestão do futebol.
Eleição no Timão: entrevista com Citadini
Por Vitor Guedes – 08/01/2015 08:00
No dia 7 de fevereiro, os sócios do Corinthians elegerão o presidente que irá suceder Mário Gobbi. O BLOG DO VITÃO (que publicou, aqui, propostas apartidárias para o futuro do clube), inicia hoje uma série de entrevistas com os candidatos.
Antonio Roque Citadini, Paulo Garcia, Ilmar Schiavenato e Roberto de Andrade receberam, por e-mail, as mesmas perguntas. E, por uma questão de critério do BLOG DO VITÃO, a ordem de publicação será a mesma das entrega das respostas.
Por isso, Antonio Roque Citadini será o primeiro candidato a ter sua entrevista publicada. A todos os candidatos, sem exceção, foi pedido que as respostas fossem elaboradas com base nas próprias propostas, sem ataques aos adversários, e que fossem dadas de forma concisa. Confira, na íntegra e sem edição, as perguntas e respostas da entrevista com o candidato Citadini.
BLOG DO VITÃO: Libertadores, (Bi)Mundial, Recopa, Centro de Treinamento, estádio de abertura de Copa… É inegável que, dentro e fora de campo, o Sport Club Corinthians Paulista subiu de patamar no pós-Dualib. Dito isso, a Fiel fica com uma pulga atrás da orelha: o Timão deu um passo maior que a perna? Sem as rendas dos jogos, que irão para um fundo para pagar o estádio, o Corinthians tem como manter um time competitivo para brigar por títulos relevantes com os seus principais rivais?
CITADINI A construção do estádio foi ( e é) um grande desafio para o Corinthians. Sem a Copa seria impossível a nova e bela Arena que temos. Não tenho dúvida que pagaremos o estádio e manteremos um time competitivo. Os problemas financeiros de hoje não estão ligados ao estádio. Foi o Departamento de Futebol que perdeu a mão. Gastou muito e de forma errada.
BLOG DO VITÃO: Roberto de Andrade, que era o homem forte do futebol no início da gestão Mário Gobbi, deixou a administração. Apesar dos desmentidos públicos tanto de Gobbi quanto de Andrés Sanchez, é claro o racha entre o antigo (que é quem comanda as coisas no estádio) e o atual presidente. Ilmar foi vice social de Gobbi. Paulo Garcia, apesar de opositor e candidato da oposição derrotado por Gobbi na última gestão, foi um dos principais financiadores da vitoriosa campanha de Andrés Sanchez a deputado federal. Citadini, que apoiou pontualmente e publicamente a gestão em questões específicas, como na construção da arena em Itaquera, manteve-se sempre na oposição às últimas duas administrações. Em um cenário que é cinza, não preto e branco, como o senhor se declara: oposição, situação, ou, parafraseando o são-paulino Gilberto Kassab, aquele que não é direita, não é esquerda nem é centro, um pouco de cada?
CITADINI A questão não é tão cinza assim. Minha candidatura tem confrontado as politicas desenvolvidas pelo clube. A destruição da categoria de Base ( que deve voltar a ter jogador 100% do Corinthians) os gastos exagerados no Departamento de Futebol levaram o clube a uma grave crise financeira. Minha candidatura defende o equilíbrio entre receita e despesas. É preciso gastar melhor.
BLOG DO VITÃO: Para a esmagadora maioria dos mais de 30 milhões de corinthianos, o Corinthians é futebol, mas quem vota e, pois, elege o presidente é sócio do clube e também, óbvio ululante, está preocupado com o valor da mensalidade, a limpeza da piscina, a qualidade do rango no restaurante, a manutenção do playground, a realização de festas e eventos… Como conciliar as duas coisas? Em sua gestão, o futebol será prioridade?
CITADINI É possível pensar no clube como futebol, como esportes olímpicos e como clube social. Só não pode ninguém ‘estourar ‘ nos gastos. Gastar o que o clube pode vale para as 3 áreas.
BLOG DO VITÃO: Futebol não vive sem rivalidade. Conheço um repórter, chamemos ele de Alemão, que não usa verde e não permite que seu filho, o Basa, também use… Dito isso, como o senhor pretende se relacionar com os presidentes de outros clubes, especialmente com Carlos Miguel Aidar (São Paulo), Paulo Nobre (Palmeiras), Modesto Roma Júnior (Santos)? No futebol profissional, com tanta grana envolvida, não há espaço para projetos conjuntos que valorizem o produto futebol como um todo?
CITADINI O futebol vive porque tem times são são adversários. Sempre fui contra esta lorota de “co-irmãos”. O profissionalismo não deve eliminar esse espaço de rivalidade. Ou então iremos ao pior dos mundos.
BLOG DO VITÃO: Como pretende se relacionar com as torcidas organizadas? Depois de um pedido da Gaviões da Fiel, Camisa 12, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Pavilhão 9, o Corinthians tirou as cadeiras do setor norte (o gol da Radial Leste, onde ficam as organizadas). Concorda com essa atitude? Manterá em sua gestão?
Citadini Nossa arena é uma arena. Não é um novo Pacaembu. A torcida está recebendo todo tipo de melhorias: metrô, estacionamentos, lanchonetes, lugares numerados. Devemos manter o mais fraternal diálogo com todos os torcedores, sem perder nossa característica de arena.
BLOG DO VITÃO: O ingresso corinthiano é o mais caro do país e, apesar de o clube ter sido o campeão de público e renda no último Brasileiro, jamais flertou com a ocupação máxima ou próxima disso. Qual será a sua política de preço de ingressos?
CITADINI O clube não deve abrir mão de ter um ingresso mais acessível as camadas populares. Seria um erro esquecer nossa origem. Mas deve cobrar caro as áreas VIPs pois a renda é fundamental para pagar o estádio. Com a volta a Libertadores e com um competitivo time no Brasileirão a casa ficará cheia.
BLOG DO VITÃO: Recordista de títulos da Copinha, atual campeão paulista e brasileiro sub-20, o Corinthians revela muito pouco. E, quando revela, o jogador sobe fatiado e com a menor parte pertencendo ao clube, como é o caso do Malcom. Qual a sua política para a base? Pode adiantar quem será o profissional ou conselheiro ou diretor que pretende escalar para cuidar do setor? Ex-ídolos do clube terão papel nesse setor específico?
CITADINI A politica das categorias de base deve mudar tudo. Hoje nossa base está destruída. O caminho é ter uma base menor com jogadores 100% do Corinthians. Nada de fatiação.
BLOG DO VITÃO: Muitos turistas que vão a Buenos Aires fazem questão de conhecer o museu do Boca Juniors. Quem visita Madri e Barcelona, em grande parte, aproveita para conhecer _e consumir_ o Santiago Bernabéu e o Camp Nou. Tem algo em mente em relação à arena em Itaquera? Detalhe.
CITADINI O primeiro passo na arena é terminar o estádio. E começar a explorar todas as áreas que ele tem. E depois repensar a Fazendinha que agora não terá mais futebol.
BLOG DO VITÃO: Voltando ao futebol, o senhor é favorável a um teto salarial para jogadores e integrantes da comissão técnica? Aproveitando, caso vença as eleições, o senhor pretende manter o Tite e fazer um esforço para renovar com Paolo Guerrero?
CITADINI O Tite é um grande ( e vitorioso) técnico. Temos que prestigiá-lo em todas as questões. O Corinthians deve fazer grande esforço para renovar com qualquer craque, mas deve ter o olho no equilíbrio do orçamento.
BLOG DO VITÃO: Futebol à parte, o Corinthians tem se esforçado para manter um time de ponta no futsal e uma equipe forte de natação. Em sua história, o basquete é o segundo esporte que mais deu alegrias à Fiel, contribuindo, inclusive, para diminuir a dor e a angústia da massa no período de 23 anos de jejum. Em geral, qual será a sua política para os esportes ditos amadores? Alguma política específica para a retomada do basquete?
CITADINI O clube sempre teve grande participação nos esportes olímpicos ( como o citado basquete e a natação). Devemos fazer todo o esforço para voltarmos a ser grande nesta área. Isto é possível fazer. E faremos.
BLOG DO VITÃO: Hoje o sócio corinthiano, mesmo com a mensalidade em dia, paga estacionamento e paga por qualquer atividade que realiza no clube. Em sua administração, manterá essa política? Caso contrário, que mudanças realizará? Qual o valor da mensalidade que considera justo para que o sócio pague e automaticamente possa desfrutar de tudo o que o clube oferece?
CITADINI O sócio deve ter um clube bonito, agradável e que traga prazer para o sócio que frequenta. Mas, é certo, que tudo tem um custo. O Corinthians deve buscar as melhores formas de financiamento dos gastos do clube social. Neste quadro ‘parcerias‘ serão bem vindas.
BLOG DO VITÃO Para finalizar, o espaço é do candidato para considerações finais e para apresentar alguma proposta que, por ventura, não tenha sido questionado.
CITADINI Acho que – resumidamente- deu para falar dos pontos principais da proposta. Equilíbrio orçamentário, time competitivo, reforma geral na Base ( jogadores 100% do Corinthians), investir nos esportes olímpicos e repensar o Parque São Jorge que agora não terá mais o futebol.
Amanhã, sexta, dia 9, o BLOG DO VITÃO publica entrevista com o candidato Paulo Garcia. Leia também o post com as propostas apartidárias do BLOG para o Corinthians: aqui.
Estou em férias no jornal Agora São Paulo. A coluna Caneladas do Vitão voltará a ser publicada em 3 de fevereiro. Até lá, vocês curtem os meus pitacos aqui no BLOG DO VITÃO!
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na web!
Vídeo: Corinthians e a crise econômica
Amigos e amigas do Corinthians,
Nós estamos nos aproximando das eleições do dia 07 de fevereiro de 2015.
O clube vive, neste momento, uma grave crise econômica. Já não há mais o que se falar para esconder que o clube tem todo tipo de dívida e fez adiantamentos de todas as fontes de receita possíveis. Vive uma duríssima crise econômica.
O que é surpreendente é que, estando em uma crise econômica com grandes dificuldades, o clube anuncia renovações de contrato por longos períodos e grandes salários, anuncia contratações quase diárias (se bem que a maior parte delas no outro dia se desmente). A verdade é que se gasta como se tivesse cada vez mais e mais dinheiro.
O clube precisa equilibrar o seu orçamento. Gastar o que tem de receita. Não pode fazer compromissos para dinheiro que ele não tem.
Eu sei que muitos, quando digo isso, falam: “Mas assim não teremos time competitivo”.
Não é verdade. Nós só teremos times competitivos se tivermos equilibrado nosso orçamento.
É preciso equilibrar o nosso orçamento. Parar de gastar com jogador ruim, e de contratar jogadores ruins por valores muitos altos e salários muito altos, pagando também comissões altas. Isso tudo vai debilitando as finanças do clube.
É o que ocorreu nestes últimos anos. O clube perdeu a mão no departamento de futebol, adiantou dinheiro por tudo que é lado e está devendo, com dívidas por tudo quanto é lado também.
Nós estamos precisando, na verdade, buscar um equilíbrio. A hora que o time tiver um equilíbrio nas suas finanças, o Corinthians será imbatível.
É um clube que, equilibrado, pagará bons salários, atrairá jogadores e montará grandes equipes.
É possível se tiver equilíbrio, e a situação que nós vivemos é de um completo desequilíbrio.
Vídeo: Questões importantes para o Corinthians
Amigos e amigas do Corinthians,
No dia 07 de fevereiro próximo, durante todo o dia, nós teremos eleições no Corinthians para presidente, vice-presidentes e para o conselho. São eleições importantes em que o clube discutirá seus problemas e suas soluções.
Nós, neste momento, estamos tendo a disputa da tradicional Copa São Paulo. É uma copa importante para nós, pois o Corinthians sempre foi um grande vencedor desta copa e sempre revelou jogadores.
A história do Corinthians é uma história onde sempre se revelou jogadores. Eu sempre cito o maior dos jogadores do Corinthians, Rivellino, que foi revelado em nossas categorias de base.
Infelizmente, hoje nós temos uma categoria de base destruída. Precisamos reconstruir esta categoria de base. O nosso próprio time na Copa São Paulo indica que nos precisamos reconstruí-la.
E fazer isso como? Da forma mais simples: 100% dos direitos sobre os jogadores tem que ser do Corinthians. Esta política de partilhar com empresários se mostrou um desastre. Um desastre que não revela jogador e que não dá dinheiro para o Corinthians. É algo prioritário discutir esta questão na campanha.
Há também outros problemas relevantes.
O clube perdeu a mão no departamento de futebol. Gastou o que tinha e o que não tinha, e por isso nós vivemos com dificuldades nos dias atuais, nós próximos meses, e no próximo ano…
Nós temos condições de, com o equilíbrio nas contas, superar as dificuldades e ter times competitivos. Se o Corinthians tiver com as finanças em dia, ele será imbatível.
Não temos dúvidas que a base para ganhar títulos é estar com as finanças equilibradas.
Na eleição do dia 07 de fevereiro, espero que todos os sócios pensem nestes problemas e nas soluções que estão sendo propostas, como essas que acabamos de falar.
Entrevista na Rádio Bandeirantes
Você pode ouvir aqui a entrevista completa que demos ao programa Esporte em Debate. Abaixo temos a transcrição de alguns momentos.
Tite
O Tite é daqueles técnicos que o dia em que não estiver no Corinthians vai ter dificuldade, porque ele entrou tanto no sangue e na alma do Corinthians que é daquelas coisas que ficam difíceis depois de se livrar, como um pouco (aconteceu) com o Brandão… e alguns técnicos que acabam ganhando um pouco isso. É a força do clube, que é grande.
Oposição
Há um processo no Corinthians que é importante destacar. A eleição deste ano não repete a eleição anterior, que o Mario Gobbi se elegeu. Ela não repete. Naquela eleição nós tínhamos o Andres que era um presidente que deixava o posto, que tinha vivido um momento intenso no Corinthians (estádio, a questão do Ronaldo…) e o Andres apresentava o Mario Gobbi, que é uma pessoa que tinha pouca referência no Corinthians, especialmente de cargo, não havia ocupado cargo nenhum.
Então o presidente Gobbi era mais ou menos a continuidade tranquila do Andres.
Houve a eleição, nós tivemos 40%, o candidato da situação teve 60%, o clube tinha sido campeão 30 dias antes, campeão brasileiro, foi uma votação muito significativa da oposição, mesmo naquele quadro adverso para a oposição, digamos assim.
Este ano a eleição se dá de uma maneira totalmente diferente. Primeiro porque ninguém diz que vai continuar a obra do Mario Gobbi, que é uma coisa estranha. Mesmo o candidato que é mais situacionista, que eu diria que é o Roberto, porque também tem alguns que são pouco oposicionistas… mas digamos o seguinte, mesmo ele não faz a mesma campanha que fez o Andres com o Mario. Ele a indicação dizendo assim: “esse aqui vai continuar a tranquilidade da gestão Mario Gobbi…”, ele não é esse daí. Pelo contrário! Nos últimos doze meses, eu até diria nos últimos dois anos, houve uma acirrada briga na situação, que ninguém pode negar. Tanto uma ala como outra se atacaram mutuamente, embora algumas vezes de maneira silenciosa, outras vezes nem tão silenciosa, mas se atacaram, a tal ponto que se distanciaram.
Então, aquele quadro eleitoral da eleição passada não se repete.
Não é uma situação unida para dar continuidade, por mais que eles falem: “esse aqui é o candidato da Renovação e Transparência”, por mais que falem isso, o quadro não é (esse), pelo que houve nesses últimos tempos e pelo que há agora. Em tudo há divergência. Anunciam que vão contratar jogador e falam: “não, eu não quero!”. Há poucos dias houve um caso do goleiro (Danilo, da Chapecoense) que o presidente dizia não, ou pelo menos se diz que havia sido contratado.
Então, com essa mudança na situação, a oposição também foi atingida, não há outra explicação.
Apoio de Luis Paulo Rosenberg
Eu digo, por exemplo: a minha campanha hoje tem uma participação expressiva de pessoas que votaram no Mario Gobbi e que estiveram em algum momento na gestão. Eu cito um exemplo – posso citar vários – que é claro, o Luis Paulo Rosenberg. O Luis Paulo foi não só vice-presidente do Mario Gobbi nesta eleição, como foi, seguramente depois do Andres, a pessoa mais significativa daquele grupo que administrou o Corinthians nas duas últimas gestões. Ele esteve envolvido em todos os grandes projetos do Corinthians, você vai ver que ele esteve envolvido.
E ele está não só me apoiando, como apoiando com mais dedicação do que se imaginava.
Estou citando o Luis Paulo Rosenberg, mas poderia citar uma série de casos.
O Luis Paulo, ele fez aquela carta (de apoio), ele me comunicou que estava fazendo aquela carta, eu não participei da elaboração, foi ele que fez.
Aliás, aquela carta, eu quero dizer que fora os elogios pessoais que ele me faz, que eu agradeço muito, ela é muito positiva porque ele conta a história um pouco dele, um pouco minha, não omite que nós, em vários momentos estivemos em posições divergentes – não tem mal nenhum nisso daí – não omite o papel que eu tive quando fui oposição, inclusive naquela famosa discussão nossa do estádio, e que eu achava muito importante fazer o estádio para a Copa do Mundo, diferente de alguns da situação e da oposição.
Então a carta eu recebi com grande satisfação, porque a carta não é todo dia que um candidato recebe dum vice-presidente importante como ele.
Outros apoios importantes
O Raul (Corrêa da Silva) tem conversado, ele não tem decidido ainda, temos conversado, tenho boa relação com ele, mas eu posso citar alguns nomes, não vou citar todos porque o clube está num processo de discussão.
O Valdemar Pires, ex-presidente, a Marlene Matheus, ex-presidente do clube, o Eduardo Rocha Azevedo e tantos outros tem me apoiado.
Crise financeira
Este quadro é um quadro político diferente. Como você define as candidaturas para as eleições? Então nós procuramos definir um conjunto de propostas que acabou atraindo um grupo de pessoas. E o que é esse conjunto de propostas? São algumas questões que nós entendemos que o clube precisa corrigir.
Nós vivemos hoje uma difícil situação financeira. Eu diria complicação financeira, que advém dum ponto: o departamento de futebol gastou demais. Gastou acima das possibilidades. Então nós vamos ter que encontrar um equilíbrio. Este é um problema que terá que ser enfrentado. O Corinthians precisa gastar menos e ser competitivo, que é uma equação difícil de fazer no futebol, mas nós precisamos.
Os nossos problemas não são só porque o departamento de futebol perdeu a mão, eles existem também porque houve uma mudança de expectativa no período pós-Copa. Se nós pegarmos o futebol brasileiro até a Copa do Mundo, estava numa linha ascendente de receitas. Todas as vezes eram contratos melhores, de tudo quanto é área era melhor. Infelizmente, por várias razões, uma que passou a Copa, e não fomos muito felizes na Copa, também o fato da economia do país não estar lá muito boa… a verdade é que muitas empresas puxaram o freio de mão. O resultado disso é simples de constatar: boa parte dos clubes brasileiros terminaram o campeonato sem publicidade na camisa, o que indica uma queda de receita, então nós vamos ter que enfrentar esse ponto.
Categorias de base
O Corinthians tem um problema particular: a categoria de base do Corinthians foi destruída!
Essa política de parcerias com empresários – com todos, eu não gosto de citar o nome de um ou outro – acabou se mostrando um desastre. Porque o clube nem revela jogador, e quando revela não ganha dinheiro.
Esse Sub-20 (que ganhou o Brasileiro) foi formado aos poucos, nos últimos seis meses, e boa parte dos jogadores não são do Corinthians.
O clube gasta bem na categoria de base. É um custo grande a categoria de base. Ela tem dois objetivos: o primeiro é revelar jogador, o segundo é ganhar dinheiro, vamos esclarecer bem isso daí. Muito bem, se nós não estamos revelando, nem ganhando dinheiro, alguma coisa precisamos parar e pensar.
Eu acho que se for para ter categoria de base – eu acho que é importante ter, podendo até ser menor do que a atual, que tem muitos jogadores, uma lista enorme de jogadores – o menino que entrar lá precisamos dizer: “você vai ser 100% do Corinthians”. Se o sujeito chegar lá e dizer: “não, não dá. Porque tem um empresário aqui que deu uma casa pra mãe”, começa sempre com casa pra mãe a conversa, “ele quer 40%…”. Então tudo bem, vai procurar outro clube. Porque é melhor ficar livre já e os que ficarem lá serão jogadores 100% do Corinthians.
Não tem problema, não sou contra os agentes que vão lá negociar o contrato e discutir o valor do salário, o tempo, as condições do contrato, tudo bem… o que nós não posemos fazer é dividir o nosso negócio. Nós estamos dividindo o nosso negócio, que pelas normas da FIFA isso aí tem que acabar o ano que vem, é o que eles prometem, embora os empresários brasileiros já estejam criando um sistema aí que fura o que a FIFA está querendo. Mas a verdade é que para o Corinthians vale o seguinte: o jogador que chegar é 100% nosso. Se não for 100% não adianta. Vamos revelar um jogador aí, a torcida fica se iludindo…
Os investidores deveriam ser como na Europa, na Inglaterra, na Itália, que eles comprassem um clube e pegasse esses jogadores e colocasse no clube deles, aí eles iriam ver a dificuldade que é. Olha só, o Corinthians fica quatro cinco anos, você citou um jogador (Malcom), pagando salário de jogador, contratando técnico, com fisioterapia, médico, gente ensinando a cruzar, a matar a bola, a chutar com pé esquerdo e direito, bater escanteio, olheiros… você fica gastando com tudo isso. Quem banca tudo isso é o clube. Nenhum desses empresários vão lá e falam o seguinte: “Eu tenho 60% desse jogador, então o que vocês gastaram nesses quatro anos que 60% eu pago”. Não tem isso. Se tivesse uma equação dessa daí, até poderia ser razoável, descontando o que nós gastamos com ele (jogador), mas eles querem que o Corinthians pague, o treinador, o massagista, o roupeiro… porque essas categorias de base tem a mesma coisa do profissional, o uniforme, e no caso do Corinthians o preparador físico, médico, quando ficam com problema, o tratamento, então o clube banca tudo isso, porque é o clube que banca, e chega no fim, quando vai pra grande vitrine, que é o time principal, o clube pouco ganha, não ganha nada, e aquilo que foi gasto… porque, veja, formar jogador na categoria de base é difícil e caro, vamos esclarecer. Porque todo mundo fala: “o futebol brasileiro tem que investir nas categorias de base”, e de cada cem que você pega, se revelar dois ou três (garotos) que se tornem bons jogadores… porque a categoria de base não precisa revelar todo dia um Rivellino, não dá para sair todo dia um Rivellino, mas a verdade é que você revela um Rivellino e dez jogadores médios e até alguns fracos, mas, veja, mesmo os jogadores médios cumprem um papel para o time.
O time não precisa comprar um terceiro goleiro, ele pega o melhor goleiro da categoria de base e bota lá.
Se vocês pegarem aquelas fotografias de títulos que nós temos lá… veja, 2005 que foi o time campeão brasileiro, que estava o Tevez, tinha um grupo enorme de jogadores revelados pelo Corinthians. Nenhum virou um Rivellino, mas…
Se você pegar aqueles times verá sempre a presença da base.
Então a nossa chapa defende o seguinte: devemos ter uma categoria de base, sim. Ela tem que mudar, tem. E ela tem que ser 100% do Corinthians.
Parceria com a MSI
O negócio com a MSI… na verdade não gosto muito de tocar nesses assuntos, porque, primeiro, a questão da parceria, eu fui contra! Eu até deixei a diretoria por causa da parceria.
Eu não concordava, não pelas razões que ficavam falando por aí… eu não concordava porque o contrato era ruim para nós. Era bom para os outros, mas ruim para o Corinthians.
A base da questão era o seguinte: nós fazíamos um contrato que era melhor para o outro lado do que para nós. Agora as questões da parceria, dos parceiros, dos investidores, isso não é assunto nosso, é assunto de Justiça, de brigas, etc.
Se bem que a maior parte dos investidores já morreu, também nem gosto de falar isso, porque dá um pouco até… tem que bater na madeira…
Berezovsky, o Badri, o outro que era o assessor lá… e todos com morte hoje…. não sei se envenenados.
Outro dia saiu uma matéria no Corriere Della Sera sobre este caso, não sobre o caso do Corinthians, mas sobre este grupo que acabou, praticamente em três ou quatro anos morrendo todos de morte estranha. Um se matou com a cinta no banheiro, o outro teve um enfarto na sala e começou a babar, começou a sair saliva pela boca e faleceu, um outro teve uma morte mais estranha ainda, que ele estava andando e caiu um negócio na cabeça dele, uma coisa assim, algo dum prédio… eu li, mas li por alto, porque não quero ficar me envolvendo.
Departamento de futebol e falta de comunicação com as finanças
O vice de finanças ficou sabendo de todos os negócios feitos pelo futebol mais ou menos dessa maneira (depois de concretizado).
Contrataram um tal de Rodriguinho, que ele não queria que contratasse, aí disseram o seguinte: “tem que pagar tanto”, “mas como tem que pagar tanto?”, “nós já assinamos”.
Contrataram um outro, renovaram um contrato de um jogador, que também não vou ficar citando, ele falou: “não pode renovar nesses termos porque nós não temos dinheiro”. Foram lá e renovaram. Isso tudo quem fala é o diretor de finanças. Ele diz o seguinte: “eu recebia as informações”.
Essa é uma outra coisa que precisa mudar no Corinthians.
Não tem nenhum sentido o departamento financeiro ser notificado dum gasto que você fez sem saber da receita. Você não precisa ter o dinheiro em caixa, mas precisa saber se amanhã vai ter o dinheiro para pagar, porque qualquer empresa tem que ser assim. E a informação é essa que você trouxe, quer dizer, ele mal sabia (dos negócios).
A consequência desse negócio de não consultar o financeiro é que o clube acaba tendo que pagar muito salário de jogador que já não está mais no clube. A negociação é feita muita apressada e você acaba tendo que ficar com o ônus de pagar os jogadores.
Gestão da Arena
A gestão do estádio não tem problema. Eu não tenho problema porque o Luis Paulo foi uma das pessoas mais envolvidas na questão do estádio, então certamente a contribuição que ele dará é a mesma quando ele deu da feitura inicial do projeto… até os primeiros dois anos do projeto.
Gestão do futebol profissional
Eu tenho uma vantagem que eu fui quatro anos vice-presidente de futebol. Quatro anos de vice-presidente de futebol é difícil no Corinthians, quase ninguém aguenta mais do que um ano. Eu aguentei quatro.
Time bom, time ruim, ganhando, perdendo, etc. e tal.
É óbvio que o futebol terá mudanças… esta parte do futebol (gestão) terá mudanças.
Até porque eu acho que os profissionais da diretoria de futebol, diretor e gerente de futebol, comigo vão sofrer muito. Comigo e com qualquer pessoa que passou pelo departamento. Você ainda que se segure acaba tendo um tipo de intervenção que muitas vezes um presidente ficaria melhor ter uma coisa muito mais distante.
Mas seguramente haverá mudanças.
Se todo mundo estiver satisfeito com as categorias de base, com o time do jeito que foi montado, então ganha a situação. Se bem que não sei bem o que é situação…
Sobre declaração de Roberto Andrade (que disse não existir outro candidato, a não ser ele)
Não é uma coisa elegante você querer negar que existam candidatos. Você tem quatro candidatos.
Não tem ninguém inscrito (o prazo é até metade de janeiro), mas tem todo mundo trabalhando.
A declaração dele (Roberto) é simplória… dizer: “eu fiz tudo pelo clube e os outros não fizeram nada…”. É uma pretensão grande.
Eu por exemplo fui quatro anos diretor de futebol do clube, em épocas boas, ruins… Esse é um equívoco do sujeito achar que… se ele acha que o Corinthians não vive sem ele, e é por isso que ele está lá, é um equívoco… Ele se candidate, defenda os pontos de vista dele, agora, deixa os outros defenderem os seus…
E essa coisa de “eu sou mais corinthiano que os outros, porque eu vou mais ao clube”, não é o meu caso porque eu vou sempre, eu tenho o hábito de frequentar o clube, mas é uma visão pequena de achar que… desculpe, mas eu nem sabia dessa declaração dele – acho que não foi feliz…
Eu não falaria isso sobre nenhuma outra pessoa. E também considero o seguinte, que não tem ninguém que seja mais do que os outros, aí… mais ou menos… que decide é o eleitor.
Eu conheço gente que dedicou-se muito ao Corinthians, deu muita contribuição ao Corinthians, então é uma pretensão achar que há um monopólio das virtudes do Corinthians, que uma pessoa tem o monopólio… um erro.
Corinthians: três clubes num só
O Corinthians tem uma característica interessante, ele é três clubes num só. É um clube social, que tem lá a peteca, bailes, jantares, piscinas, etc., é um clube de futebol, em que atinge milhões e milhões, envolvidos na grande massa de corinthianos e é um clube de esportes olímpicos, em que hoje estamos numa situação bastante precária. Mas nós fomos já o grande clube do basquete, vocês não lembram, mas o Corinthians foi a Seleção de Basquete, eram não só os titulares como os reservas. A Natação nossa… o futsal está forte agora.
Então esses três clubes são diferentes. A direção tem que trabalhar o futebol, os esportes olímpicos e o clube social. E esses três clubes dão um outro mapa de diferenças. Você tem três tipos de sócios eleitores no Corinthians. São mais ou menos 12 mil, mas devem votar por volta de 4 mil, que é pouquíssimo. Alguns vão assiduamente ao clube, que estrão lá todos os sábados, todos os domingos. Eu por exemplo vou todo fim de semana. Esse grupo é um grupo que está lá, discute problemas do clube… eu vou todo sábado no Senadinho… mas a verdade é que essas pessoas, hoje, formam um grupo minoritário, dos que frequentam o clube. Há um outro grupo de pessoas que vão eventualmente ao Corinthians. E há um número de pessoas, que hoje eu acho, acho não, tenho certeza, é majoritário, que não frequentam o clube. Eles são sócios, vão ao futebol, acompanham o clube – tem alguns até que viajam – mas não vivem no Parque São Jorge.
É curioso que esse sócio é um sócio que inclusive cobra, embora ele não vá lá (ao clube) … eu por exemplo vou às partidas na belíssima Arena do Corinthians, toda vez que vou lá, eu chego e a primeira coisa eu bato com sócios que só encontro lá, que só vão lá, que compram pelo Fiel Torcedor, que vão lá.
Então, é uma eleição, embora com pequeno número de votantes, de enorme complexidade, porque você tem que atrair o maior número de pessoas, que saiam das suas casas, em Alphaville, em Osasco, em São Caetano, longe… para ir votar, sabendo que eles não têm o costume de ir ao Parque São Jorge. Tem gente que não vai lá desde a última eleição, se é que foi na última eleição. Então este é um problema duro… primeiro o de localizar este eleitor, porque ele mudou… família que morava no Tatuapé depois foi lá para outro lugar, pra outra cidade… Campinas… Santos, nós temos um grande número de eleitores.
Outro dia eu fui a uma reunião em Carapicuíba com doze sócios do Corinthians. É quase um comício!
Mas este eleitor, que não frequenta o dia a dia do clube, e que em geral é remido, o que implica dizer que esse sujeito não precisa nem pagar porque já pagou, ele comprou um título remido. Esse é o grande trabalho que a gente tem que fazer de atrair esse eleitor para ir votar. E esse eleitor só vai votar pelo discurso do candidato, ele não vai votar lá porque alguém vai dizer: “Eu vou aumentar a sauna…”.
Sobre pessoas ligadas a Dualib na próxima diretoria
Não. É melhor ficar preocupado com o Roberto (Andrade). O ex-diretor de futebol (de Dualib), o Nei Nujud, é uma das principais pessoas da campanha do Roberto. Então esse negócio de ressuscitar… O Carlos (Nei) Nujud… foi nomeado inclusive para a comissão eleitoral do Corinthians. Está apoiando o Roberto, eles mesmo dizem. Eu não tenho problema nenhum, converso com o Nei, mas se o negócio é falar em nome antigo, esse daí está pronto.
Chances de vitória
Eu acho que tenho chance de ganhar a eleição. Eu acho que tenho, reais. É real. E essa chance vem do eleitor que eu consegui mobilizar para ir votar no dia da eleição, que não frequenta diretamente o clube. Eu acho que tenho chance eleitoral.
Aliás, não só acho como as pesquisas dizem que tenho.
Por que desejo presidir o Corinthians?
Eu acho que conheço suficientemente o Corinthians, tenho uma história no Corinthians, sou sócio desde 1971, não é uma coisa que começou hoje, já participei de muitos processos no Corinthians…
Certa vez me disseram: “Roque, isso aí nós ficamos só com problema, porque a imprensa liga, a torcida reclama… não é melhor a gente se afastar disso duma vez?”.
Ocorre o seguinte, o Corinthians é um problema de doença… ele entra dentro (da alma) e não sai. Então se eu falar aqui: “Não sou candidato, quero viajar, ver ópera em Viena”, eu não consigo.
Não é que não consigo…o primeiro que me encontra na rua me pergunta coisa: “e o Guerrero?”, entendeu?
Eu sei que os cartolas, em geral, não têm boa imagem. Alguns acham que eles vão no clube para ganhar dinheiro, outros acham que eles vão para ganhar prestígio ou por uma série de coisas. Eu digo, com toda a sinceridade:
“Eu vou porque eu gosto, porque eu acho que o Corinthians é uma coisa importante na minha vida”.
E também não aceito nenhum outro cargo. Já me ofereceram uma vez na CBF… eu falei: “Eu não tenho nada com CBF, nem com Seleção Brasileira, nem com Federação Paulista. Pra mim existe, no futebol, resumido ao Corinthians”, e aos adversários, que a gente ganha deles.
Participação na REDETV!
Você pode assistir aqui a participação que tivemos no programa de Silvio Luiz, o Bola Dividida.
O QUE ESPERA ENCONTRAR AO ASSUMIR A PRESIDÊNCIA
O Corinthians, como todos os clubes brasileiros, vive um momento de mudança. Até a Copa do Mundo as receitas dos clubes aumentaram muito e os clubes acharam que isso não iria parar nunca, que iriam continuar a vida inteira cada vez com receitas maiores.
Passada a Copa do Mundo, o que nós estamos tendo? Uma queda nos investimentos do futebol, nos investimentos nos clubes. Resultado: nós passamos a ter dificuldades, o Corinthians tem dificuldades.
Dificuldade primeiro porque errou, perdeu a mão no futebol. Fizemos contratações que não deveríamos ter feito… esse negócio do Pato é dolorido, viu Silvio, porque é muito dinheiro, é uma coisa que nós vamos ter que bancar, e é uma coisa difícil, mas também tivemos outros erros ou outras contratações, que não se falam muito.
Também pagamos muitos salários, muita comissão para empresário – para contratar, emprestar, vender, renovar contrato – o Corinthians inovou, nunca teve isso. Então, na verdade, nós gastamos demais.
Resultado: o clube precisa equilibrar seu orçamento.
Se o clube não equilibrar, essa história, essa coisa que no futebol as pessoas dizem assim: “Não! Tem que só contratar, contratar, fazer dívida, depois pensa como pagar… não é. Em geral, time que ganha título é time que está equilibrado, quando você está desequilibrado, como regra, você perde.
O Corinthians sempre ganhou quando estava equilibrado. Você ter as finanças equilibradas num clube como o Corinthians, significa que você vai estar disputando títulos permanentemente. E é isso que nós queremos fazer. Vai ser difícil, lógico, nós vamos receber uma situação que se complicou, especialmente pelos gastos excessivos.
Mas o Corinthians é grande, o Corinthians é o maior clube brasileiro – que me desculpem todos os outros – nós temos condições de virar o jogo e ficar cada vez mais forte.
OPOSIÇÃO E SITUAÇÃO NO CORINTHIANS
Eu sou claramente oposição, mas acho que a gente tem que estabelecer o que é situação e o que é oposição. Eu tenho um conjunto de ideias, que foi elaborado e nós estamos colocando, que se confrontam com o que está sendo feito. Por exemplo, vou citar um caso aqui:
Categorias de base: o Corinthians adotou nos últimos anos um sistema que é um desastre. É um negócio de dividir jogador com empresário. Nós nem revelamos jogadores e quando revelamos não ganhamos nada. Então eu acho que qualquer nova diretoria tem que mudar essa política, e nós colocamos claramente: o jogador será 100% do Corinthians ou então vai para outro time.
Daí dizem pra mim: “Não! Se fizer assim, Roque, eles vão levar para outro time.”. Leva! Se o sujeito achar que não é relevante jogar no Corinthians…
No Corinthians é relevante jogar. Quem faz a carreira no Corinthians, faz uma carreira com grande repercussão, então quem não quiser que procure outro.
MOTIVAÇÕES PARA CONCORRER A PRESIDÊNCIA E OS APOIOS RECEBIDOS
Para você ser candidato tem que ter duas coisas: primeiro um conjunto de propostas – acabei de falar algumas – e é um conjunto de propostas, para o futebol, para o clube social, para os esportes olímpicos – o Corinthians sempre foi importante em esportes olímpicos – você lembra, Silvio? Acho que só eu e você lembramos aqui… o nosso basquete, nós chegamos a ter a Seleção Brasileira e os reservas, tal era o tamanho da força do Corinthians, mas não só nisso, nós fomos (os melhores) em natação, em outros esportes, o Corinthians foi importante. Então precisa pensar o clube como um todo.
Ai eu acho que primeiro é preciso definir um conjunto de propostas e depois ter apoios. Se você não tem apoios as propostas ficam só como idéias.
E na verdade estou recebendo um grande número de apoios. Você mesmo colocou aqui, há pouco, que uma das pessoas que me apoiam é o vice-presidente Luis Paulo Rosenberg, que divergiu da Diretoria, chegou a um determinado momento e falou: “Não concordo.”, saiu e fez uma belíssima carta me apoiando.
Não é que ele (Rosenberg) me convenceu (a ser candidato), os apoios me convenceram. Então assim como o Luis Paulo nós tivemos outros, o Valdemar Pires, a Marlene Matheus, mas também outras pessoas importantes no conjunto do Corinthians.
SOBRE PARCERIAS NO FUTEBOL
Todo mundo reconhece hoje no Corinthians que foi um desastre o negócio da MSI. Aquilo nos levou, inclusive, para a segunda divisão. Aquele desastre nos levou para a segunda divisão. Foi um erro, mas isso passou.
O que nós precisamos pensar agora, e o Corinthians tem uma situação que precisa resolver… eu não gosto deste termo “parceria” porque ai aparecem empresários que são donos de jogadores… então se for para fazer esse tipo de “parceria”, não dá! Essas “parcerias” são ruisn para o Corinthians, o Corinthians não ganha nada e os empresários ganham muito.
DÍVIDA DO CORINTHIANS
Nós temos uma dívida que é a dívida do estádio. Essa é uma dívida. Essa dívida, todo mundo sabe, apareceu porque o Corinthians construiu o seu estádio, uma Arena belíssima, é a mais bonita das Arenas da Copa do Mundo. Essa Arena saiu no mundo inteiro, teve grandes jogos, é uma beleza assistir jogos na Arena do Corinthians, quem vai lá passa a gostar do futebol porque vê (o jogo) perto.
Aliás, a cidade de São Paulo está nos devendo, Silvio, uma homenagem. Porque se nós não tivéssemos feito a dívida, não tivéssemos feito o estádio, São Paulo ficava fora da Copa do Mundo. Então São Paulo só ode abrir a Copa do Mundo porque o Corinthians fez um esforço enorme, eu diria muito grande, pra lá de grande, monstruoso, para poder fazer um estádio.
Tem uma dívida. Vamos pagar. Uma das consequências do estádio é que a receita da bilheteria agora vai para pagar o estádio, então não adianta a gente chorar. Nós sabíamos disso, foi isso que foi combinado, é isso que está (definido), e nós temos que saber que essa dívida vamos pagar, como todo mundo.
Essa história de que nós ganhamos dinheiro, ganhamos disso, ganhamos daquilo, era tudo fantasia. Então, esta é uma dívida.
Agora, a dívida nossa do clube, fora do estádio, é uma dívida que vem basicamente do futebol. O futebol perdeu a mão nos últimos anos, e ao perder a mão acabou gerando um passivo muito grande.
Eu não vou criticar ninguém: “Ah! Perdeu a mão”. Acho que houve alguns erros. O Departamento de Futebol fazia dívida no Corinthians sem consultar o Departamento Financeiro. O Diretor de Finanças não sabia de nada. De repente chagava lá uma nota: “Fizemos um acerto aqui, R$ 2,5 milhões, você tem que pagar o mês que vem.”, “Como, mas eu não sabia…”, “Não sabia, mas nós fizemos… fica sabendo agora”. Um erro. Quer dizer, o Departamento de Futebol ganhou uma autonomia para negociar e esqueceu de consultar o financeiro para saber se vai entrar dinheiro para isso.
Isso precisa acabar! Qualquer dívida do futebol tem que estar conectada com o financeiro.
TREINADOR
Nós temos um técnico. Nosso técnico é o Tite. Eu tenho uma satisfação de dizer que fui o primeiro que contratou o Tite, em 2004.
Ele veio para o Corinthians e disse que aquela passagem para ele foi decisiva para conhecer o clube magnífico que é o Corinthians. Um clube forte, com grande presença. Ele (Tite) trabalha tudo com grande paixão, nós desejamos que ele seja feliz, que o clube tenha condições de ter um bom elenco e nós vamos ganhar títulos, porque o técnico é bom e o Corinthians é forte.
Entrevista na Band
Abaixo, você assiste o programa “Os donos da bola”, que foi ao ar nessa sexta, com apresentação do Neto.
Entrevista ao Terra
Matéria do Terra sobre entrevista concedida ontem:
Antonio Roque Citadini ainda não teve a chapa homologada oficialmente no Corinthians, mas já fala como candidato para o pleito de fevereiro. Nesta quinta-feira, o ex-vice da equipe alvinegra recebeu o Terra para descontraído papo em sua casa na região da Avenida Paulista e já projetou ações como presidente do clube paulista, Como de praxe, o concorrente da oposição corintiana ironizou rivais, mas também mostrou preocupações com assuntos atuais do time, como a situação financeira e a Arena em Itaquera.
As tiradas contra São Paulo e Palmeiras foram várias ao longo da entrevista. “Do Palmeiras eu não aprovo nada”. “Não fazemos ingresso a R$ 1 como o São Paulo”. “O nosso estádio começou depois do Palmeiras e terminou antes”. “O único ato de sanidade que a Fifa teve foi dizer que o Morumbi não é estádio para a Copa”. “Teve eleição no Vasco, ganhou oposição, No Inter, oposição, no Santos, oposição, no Bahia, oposição. Só no Palmeiras, que está muito bem provavelmente, ganhou a situação”.
A polêmica com os principais adversários corintianos não impediu um momento de sinceridade do candidato, que já no encerramento comentou que nunca foi “desrespeitoso ou grosseiro” com o São Paulo, time que segundo ele fica “irritadíssimo” com suas declarações. Citadini, contudo, não ficou só em provocações durante a entrevista. O opositor criticou principalmente o departamento de futebol da atual diretoria e colocou a estabilização das finanças como principal meta para o próximo ano.
“O Corinthians vive um momento difícil nas finanças, isso debilita muito em todas as áreas do clube. Tem um defeito terrível: o departamento de futebol perdeu a mão nos últimos anos. Eles primeiro fecham o contrato e depois avisam o departamento financeiro, isso é um absurdo. Aí é um Deus nos acuda para pagar porque não tem dinheiro. Nós gastamos muito em contratações, paga comissão de empréstimo, renovação”, comentou.
Na busca pelo cargo máximo corintiano, Citadini foi vice-presidente em parte da gestão Alberto Dualib, entre 2001 e 2004. Jurista renomado, o candidato detonou a atual gerência das categorias de base, com jogadores que já surgem no profissional fatiados, e projetou um Corinthians forte no futebol e no esporte olímpico a partir do equilíbrio das finanças. Ainda propôs uma medida polêmica: vetar shows na Arena localizada em Itaquera.
“Onde é para jogar, joga. Onde é para ter show, tem show. Nós vimos o que aconteceu nos últimos tempos com São Paulo e Palmeiras. O Palmeiras deu dó. Deu dó do time porque jogou muito mal e deu dó do gramado. O que dá para fazer não é show. Tem um estacionamento enorme, tem muitos países que fazem exposições, feiras de automóveis no estacionamento. Agora esculhambar o gramado para ter um show do Menudo, vai lá para São Paulo e Palmeiras”, ironizou.
Na eleição, Citadini será candidato da oposição, mas conta que diversos nomes da situação já o procuram para serem aliados. É o caso de Luis Paulo Rosenberg, atual vice corintiano, que até divulgou carta de apoio ao opositor. O Terraentrevistou na última terça-feira o candidato Paulo Garcia, também da oposição. Outro entrevistado foi Ilmar Schiavenatto, na última quarta. Roberto de Andrade, ex-diretor de futebol e candidato da situação, completa os nomes do pleito.
Veja tudo o que Antonio Roque Citadini falou ao Terra:
Problemas do Corinthians
Para ser candidato a presidente do Corinthians, não pode ser um desejo somente pessoal. “Eu quero, minha mãe quer”, não dá para se um projeto assim. Precisa ser um projeto que tenha um conjunto de ideias com o clube e um conjunto de apoio significativo. Reuni com um grande número de amigos uma série de problemas do clube e solução, não se trata apenas de jogar pedra, criticando, mas encontrar caminho. Primeiro precisamos resolver a questão da nossa crise financeira. O Corinthians vive um momento difícil nas finanças, isso debilita muito em todas as áreas do clube. É bem verdade que se explica o motivo, nós tivemos nos últimos cinco anos antes da Copa um boom do futebol brasileiro. Aumentou bilheteria, televisão, patrocínio, de modo que aumentaram o preço de jogador, o futebol gastou mais, mais salários. O Corinthians tem um defeito terrível: o departamento de futebol perdeu a mão nos últimos anos. Eles primeiro fecham o contrato e depois visam o departamento financeiro, isso é um absurdo. Aí é um Deus nos acuda para pagar porque não tem dinheiro. Nós gastamos muito em contratações, paga comissão de empréstimo, renovação.
Categorias de base
E tivemos um outro problema que foi o fracasso absoluto da política de parcerias de jogador de base, que foi um desastre. Hoje nem revelamos um jogador e quando renova não ganhamos nada. Nós precisamos fazer um equilíbrio das contas, mudar a categoria de base. Jogador de base tem que ser 100% do clube, se não for vai para outro clube. Vai para Portuguesa, Juventus.. Quem quiser ficar, fica conosco. O objetivo é revelar jogador e depois, se formos vender, o Corinthians ganha. Tem o empresário que faz os contratos, sou até favorável. Mas não é esse que estou falando. Estou falando de atravessador que chamam de investidor que vai pegar a parte do Corinthians. O empresário tudo bem. Se não for para a gente revelar para nós, não precisa de categoria de base.
Paulo Garcia
O problema nosso aqui é um pouco diferente. A nossa situação aqui do clube é um pouco diferente, esta eleição não é passada porque a situação se esfacelou. Houve uma briga do grupo do Mario, com o grupo do Andrés. Aquela situação que ficou no poder este tempo todo se esfacelou. Na eleição passada, o Andrés era o presidente e o candidato era o Mario Gobbi. Vocês vem o Roberto falando no nome do Gobbi? Nem fala. Quando a situação entrou neste processo de mudança, o mesmo ocorreu com a oposição. Eu por exemplo ontem fiz uma reunião com o pessoal que está montando a chapa e a maior parte das pessoas que estavam na reunião são que apoiaram a atual gestão. O próprio Rosenberg, que foi um dos ícones desta gestão nos últimos anos, está apoiando a nossa chapa. E ele ainda é vice-presidente. Neste quadro, é natural que na oposição apareçam divergências.
Cargo de Rosenberg
O Luis Paulo é uma pessoa apta a ocupar qualquer cargo. Ele ocupou o marketing, foi a pessoa que trabalhou na questão do estádio. Não teria problema de ocupar cargo. Nós temos tantas coisas para resolver, nas quais uma é o estádio, e não há duvidas de que o Luis Paulo ocupará o cargo que quiser.
Relação com Andrés Sanchez
A minha relação com o Andrés é boa, não tenho problema nenhum, converso tranquilamente. Não tenho nada a destacar neste campo. Nós estamos falando como se o Andrés fosse continuar com cargo no Corinthians, coisa que ano que vem não poderá ser. Ele é deputado federal da bancada do Governo, vai ter um trabalho danado que nem ele sabe. Ele não terá condições humanas para viver o dia a dia do Corinthians. Qualquer ex-presidente do clube sempre tem que ter a opinião respeitada. Não votei no Andrés, não votei no Gobbi, mas qualquer ex-presidente tem que ser tratado como tal. Ele será sempre uma voz importante a ser ouvida.
Outros esportes no Corinthians
Aí que cresce a importância da gente estabilizar as finanças do clube e que nós vamos sofrer um pouco. Não podemos criar fama como nos outros clubes de que jogador não paga salário, compra e não paga. Se o time tiver equilíbrio nas finanças, vamos ser sempre quase o dobro dos outros clubes. Recebemos o dobro da televisão, da camisa, da renda, não fazemos ingresso a R$ 1 como o São Paulo. Com exceção do Flamengo, que ganha como a gente. Se tivermos uma finança equilibrada, seguramente vamos poder estar melhor no futebol. Se estiver com o orçamento equilibrado, de cada 10 competições, 9 estará disputando para ganhar. Clube que ganha título é clube que está bem financeiramente. Quando está devendo salário, INSS, FGTS, como regra você não ganha. O Corinthians é um time grande, se estiver em dia… Os esportes olímpicos é uma preocupação que nós temos e não podemos, de forma alguma, renegar ao esquecimento os esportes olímpicos. O basquete houve uma época que a Seleção os cinco titulares e reservas eram do Corinthians, tal a força do basquete nosso. O primeiro jogo que passou de 100 pontos do basquete foi o famoso Corinthians x Real Madrid no Parque São Jorge. Natação nós também temos medalhistas. Aí que fica nossa responsabilidade maior. Estabilizadas as finanças, vamos ter competitividade no futebol e forte presença nos esportes olímpicos.
Tite
Eu que contratei ele pela primeira vez. O Tite é um técnico trabalhador, dedicado, preparado e tem todas as condições de fazer um grande trabalho. Eu quando contratei o Tite gostei muito dele, fiquei com uma boa relação, mas falei uma coisa para ele que vira e mexe ele lembra. Em uma das vésperas de jogos, estava jantando com ele conversando sobre problemas e falei: ‘olha, acontece o seguinte, mas nosso clube tem sorte com técnico gaúcho. O maior da nossa história foi Oswaldo Brandão, que foi uma lenda no nosso clube. Tenho certeza que você tem tudo para repetir o trabalho do Brandão e para nessa época fazer até mais que o Brandão”. Ele ficou emocionado. Hoje ele é o técnico mais vencedor da história do Corinthians. Engraçado que ganhou uma marca do Corinthians. É daqueles técnicos que ficará com dificuldade quando não for técnico do Corinthians, Ganhou tanto nossa cor, nossa marca, que ele terá dificuldades. Ele já sabe que o destino o marcou.
Arena Corinthians
O nosso estádio começou depois do Palmeiras e terminou antes. Sobre o estádio, é preciso dizer uma coisa. A Arena, quem vai, é uma beleza. Quem vai e assiste a uma partida, fica impressionado com o sabor que tem em ver a partida com o jogador fazendo uma jogada a 5 metros de você. Dá para você ver tudo lá dentro, todos os setores. Isso é um salto no futebol brasileiro. Em outros estádios ou você não vê escanteio, ou não vê cobrar falta. O Corinthians, vamos ser honestos, aproveitou uma chance que apareceu com a Copa do Mundo. O Corinthians fez um esforço enorme. Desconfio que não tem outro clube do País que tivesse a audácia de fazer o endividamento do Corinthians para São Paulo ter a abertura da Copa do Mundo. O único ato de sanidade que a Fifa teve foi dizer que o Morumbi não é estádio para a Copa. A verdade é que o Corinthians deveria ser elogiado, alguém assumir uma dívida de R$ 1 bilhão para ter uma arena nos moldes que a que tem merece ser elogiado pela cidade. Nós temos uma grande dívida. Vamos ter que pagar. Vamos perder a nossa receita da bilheteria, já estava combinado. O estádio vai ter que ter lugares para ingressos populares, temos compromisso, nascemos no meio do povo e disso não abrimos mão. Mas também vamos ter que ter ingresso caro. Hoje tem torcedor que vai ao estádio que antes preferia ver o jogo na televisão e este agora vai. E tem que pagar bem porque tem que pagar o estádio.
Preço dos ingressos
Acontece o seguinte. É evidente que é uma situação de sacrifício. Quem faz uma dívida que o Corinthians fez, sabe que teremos sacrifícios. Nós temos uma faixa de pessoas de boa renda que podem pagar R$ 300, R$ 400. Deixa a hora que nós começarmos a disputar Libertadores, a hora que o Corinthians começar a liderar um campeonato nacional. Você vai ver o que vai ser. Tem que ter uma faixa de ingresso popular, mas não podemos fazer a bobagem de cobrar R$ 5 só para falar que tem 50 mil pessoas no estádio. O futebol é caro. Abaixar para alguns e subir para outros. Você não pode deixar de ter uma parcela do estádio com ingressos caros, porque esse ingresso é para público que cobra serviços. Quer lanche, bebida, estacionamento, ele paga isso.
Pagamento de salário para jogadores emprestados
O departamento de futebol nos últimos anos perdeu a mão. Ao perder a mão, deixou esta folha que pagamos de jogador que saiu do clube. O que mais nos atormenta é o Pato, que é uma queima de dinheiro. Não rendeu nada nem no Corinthians nem no São Paulo. Se ele vier de volta, você vai pagar o salário, tem que botar em campo. E o salário não é pouco. Se vier, bota lá.
Opinião sobre o Bom Senso FC
Eu não vejo problema em cartola ser pressionado. Há coisas que são interessantes. Acho que cometiam alguns erros, principalmente no início, quando falaram coisas que eles não tinham nenhuma noção. Por exemplo, diminuir número de jogos. Na verdade, isso é um erro. Só poucos clubes, uma meia dúzia, jogam domingo e quarta. Os outros não têm competição. A maior parte dos clubes que vão jogar o Campeonato Paulista jogam e depois cruzam o braço. Tem um torneio outro, mas o maior problema do futebol é não ter competição. Não vejo mal nenhum pressionar ou não. Mas eles têm que questionar esses empresários que viram dono de jogador. Mas disso não falam uma palavra.
Fair play financeiro
Do Palmeiras eu não aprovo nada (sobre os contratos com bônus, prática aplicada no Palmeiras). Não sei como é, mas não aprovo nada. Esse Fair Play que eles querem aí não adianta. Há duas formas de fazer um ajuste. A primeira, que eu defendo, é tomando consciência de ter as finanças equilibradas. O segundo caminho é precisão. Os clubes estão abaixando os salários agora por necessidade. Isso é bom porque para de vir jogador da Europa, que vai lá, fica seis meses, e volta valorizado,.
Guerrero
O Guerrero é um bom jogador e ele deve ganhar o que o Corinthians tem condição de pagar. Se ele quiser mais do que o Corinthians pagar, não podemos. Se ele achar que vai para a Arábia, vai para se enterrar, porque lá é fim de carreira. E ele vai renovar, gosta do Corinthians, de São Paulo.
Kia e MSI
É engraçado, tenho visto gente falando que eu defendi a MSI. Foi exatamente o contrário, eu fui um dos poucos contra a parceria. Hoje todo mundo defende no clube que não deveria ter feito. Aquela confusão foi tanta que o time foi para a segunda divisão. não tenho nada contra o Kia, apenas o contrato era ruim e eu não assinaria.
Oposição diluída
Veja só. Se você souber condições de unir, precisa unir pelas ideias. Se não dá para unir pelas deias, não adianta você pensar que quer derrotar tanto a situação e tal. A eleição do Santos foi interessante. Todo mundo falava que um dos três ganhava, não o Modesto. O candidato que ganhou tem história no Santos. Acabou ganhando alguém que tem história. Isso é bom para o clube porque o clube é uma coisa construída no seu dia a dia. Teve eleição no Vasco, ganhou oposição, No Inter, oposição, no Santos, oposição, no Bahia, oposição. Só no Palmeiras, que está muito bem provavelmente, ganhou a situação.
Relação com a torcida organizada
A minha relação com a torcida em geral é uma relação clara, de cordialidade e respeito. Cada um na sua. Nós temos uma política de venda de ingresso que é pelo Fiel Torcedor, que a maior parte da torcida gosta e apoia. Acho que na verdade vamos caminhar para um processo muito próximo do que ocorre na Europa. Nossa Arena não é um Pacaembuzão, é uma Arena com qualidades de uma Arena. Estacionamento, banheiro… Creio que com o tempo ocorrerá com a Arena do Corinthians o que ocorre com a Europa toda: todos os ingresso vendidos pela internet. Eu acho que com o tempo vai acabar sendo praticamente todos os ingressos vendidos pela internet. Eu acho que deveríamos fazer um esforço enorme para ter um programa de torcida que incorpore todo mundo, inclusive as torcidas organizadas.
Emerson Sheik
A única coisa que pegou mal daquele selinho foi que foi feito para promover um restaurante. Isso é uma coisa ruim. Jogador do Corinthians tem que fazer marketing para empresas do Corinthians, no mais não tem problema nenhum. Agora que renovou tem que chorar, tem que botar para jogar.
Contratações via DVD, como o colombiano Stiven Mendoza
DVD é um instrumento para contratar. Acho que tem que examinar in loco. Mas isso é a imprensa que está falando, tem que ter cautela. Quando eu era vice, o Portugal Gouveia contratou o Lugano e muita gente dizia que era o “beque do presidente”. O Marcelo teve que ouvir isso por muito tempo e a imprensa aí esqueceu que ele era o “beque do presidente”.
Futuro do Parque São Jorge
O Parque São Jorge a gente tem que pensar como vai agir. O Corinthians na verdade tem três faces. Uma é a que todo mundo conhece, o futebol. A outra é o clube social e o terceiro é o clube olímpico. Estas três áreas do Corinthians são as áreas que a gente convive. O futebol deixou o Parque São Jorge. É hoje do Centro de Treinamento da Ayrton Senna, o estádio. Vai ter jogador que vai jogar no Corinthians e nunca vão passar pela Fazendinha. Eles nem conhecem o que é a sirene. Nós vamos ter que repensar muitas coisas lá no Parque São Jorge. Vamos ter mais espaço agora com o futebol não estando lá, a utilização vai ser para outras coisas. Ela se tornará cada vez mais um clube social e um clube olímpico. Aí tem várias ideias para lá e para cá, mas o importante é encontrar um projeto que dê mais rentabilidade.
Shows na Arena Corinthians
No mundo inteiro, futebol é futebol e show é show, esqueças essas bobagens de arena multiuso. Onde é para jogar, joga. Onde é para ter show, tem show. Nós vimos o que aconteceu nos últimos tempos com São Paulo e Palmeiras. O Palmeiras deu dó. Deu dó do time porque jogou muito mal e deu dó do gramado. O que dá para fazer não é show. Tem um estacionamento enorme, tem muitos países que fazem exposições, feiras de automóveis no estacionamento. Agora esculhambar o gramado para ter um show do Menudo, vai lá para São Paulo e Palmeiras.
Roberto de Andrade disse que o maior rival é o São Paulo
Não é verdade. O Roberto de Andrade deveria falar de contratações. O maior adversário do Corinthians são todos. Pergunta para o santista. São Paulo, Palmeiras, Flamengo, Santos, Inter. O Inter precisa ir para um psicólogo porque é inacreditável a perda de identidade, nós sempre convivemos bem com o Inter. Na década de 70 sempre tivemos grandes relações com o Inter.
Cotas na CBF e lobby de outros clubes
Discutir o que? Esse pessoal é engraçado. Querem socialismo na hora de distribuir a grana e um capitalismo na hora de buscar patrocinador para a televisão. Quem determina o valor de mercado é o futebol. Põe um jogo entre Sport e Coritiba na Globo para ver o que acontece. Eles têm um monte de ideia, mas acho que tem que continuar como está. Digamos que todo mundo decida fazer TV fechada. Não tem que fazer que nem esse Premiere, que o corintiano compra um pacote e vê jogo do Coritiba. Tem que fazer como na Europa, que cada um compra o do seu time, aí vai dar a mesma coisa. O de agora é venda casada, tenho minhas dúvidas sobre a legalidade disso. Esse negócio de audiência hoje em dia está complicado. Já não podemos acreditar muito nesses Ibopes da vida. A forma mais clara é vender o pacote por clube. Nunca foi assim. A TV não vai vender pacote do Bahia exclusivo, não estou falando para ofender. Quem vai comprar do Botafogo? Aí eles querem socializar. Quem quiser transmitir jogos do Corinthians, paga.
Fiel Torcedor votar para presidente
Temos que analisar com calma. Aquele conflito que eu falei dos três clubes, o futebol, social e olímpico, no futebol temos o Fiel Torcedor que nós precisamos encontrar uma maneira de casar o sócio comum do Corinthians, que não tem acesso ao Fiel Torcedor e muitos até são. Vai ter que encontrar uma solução para isso caminhando para fundir os dois. Nós vamos ter que encontrar um caminho para os dois. Tem associado que quer ser Fiel e muito Fiel torcedor que quer ir para o clube.
Relação com os presidentes rivais
Eu sempre tive minha forma de tratar as coisas. Sei que o pessoal do São Paulo fica irritadíssimo comigo, mas nunca fui grosseiro, desrespeitoso. Eu falo algumas coisas que eles não querem ouvir. Outro dia falei que o Morumbi deveria ser tombado porque tem fosso, lá deveria virar um castelo. Onde eles têm fosso, têm uma pista que não serve para atletismo. Eu sei que ficam bravos comigo quando digo essas coisas, mas essas coisas são verdades. Agora está um barraco lá (São Paulo). Teve uma eleição no São Paulo que teve liminar, invadiram assembleia, jogaram cadeira, presidente se refugiou… Nenhuma palavra na mídia. Na semana seguinte teve uma reunião no Corinthians, um grupo conseguiu uma liminar e fizeram a transmissão ao vivo pela TV. O São Paulo é o queridinho da mídia, então essas coisas não podem sair. Mas eu nunca fui desrespeitoso com o São Paulo, nunca fui grosseiro. União? Eles ficam lá e nós ficamos aqui, Vamos discutir nossas competições, isso sou favorável. Agora vamos ficar diferentes do jeito que somos.
Corinthians Grande e Mais Forte
Amigos e amigas do Corinthians,
Quando eu escrevi o livro “Neco – O primeiro ídolo”, eu ainda não tinha sido vice-presidente de futebol do Corinthians. Eu escrevi este livro e nele pude constatar a luta que foi para o Corinthians se consolidar como um time, aqui na capital de São Paulo.
Era começo do século XX (ano de 1910), com dificuldades de toda ordem.
Neco foi importante para nosso clube e, além de ter sido o primeiro grande ídolo, ele ganhou títulos, foi o nosso primeiro jogador na seleção e com ele nós ganhamos o famoso Sul-americano de 1919.
Ele tinha um grande amor pelo Corinthians. Ele achava o Corinthians a coisa mais importante, por isso ele lutou tanto e essa foi a razão pela qual eu me interessei em escrever a biografia dele.
O Corinthians é grande!
Agora nós contratamos o técnico para a temporada do ano que vem, o Tite. A primeira coisa que ele fez foi destacar a importância que é para um profissional dirigir o Corinthians. Já quando eu havia contratado o Tite, no começo de 2004, na sua primeira passagem pelo Corinthians, ele destacava este valor que é importante defender um clube grande, com penetração em toda sociedade. O Corinthians é grande. Esta é uma realidade.
Eu fico indignado muitas vezes quando algumas pessoas (inclusive algumas do Corinthians) dizem: “Se o Corinthians fizer tal coisa, o jogador não vem jogar no Corinthians”. Esqueçam!
Jogar no Corinthians é importante! Por isso que nós podemos dizer que é possível fazer uma categoria de base só com 100% de jogadores do Corinthians.
Quem não quiser jogar no Corinthians vai procurar outro clube, mas vai prejudicar sua carreira, porque a sua carreira não será a mesma sem jogar no Corinthians.
O mesmo vale para jogador quando vai renovar o contrato. Outro dia alguém no Corinthians disse: “Se não pagarmos comissão para o empresário do jogador que renova o contrato, ele não fica no Corinthians”. Ora, não é verdade.
Nosso tamanho e a importância do Corinthians é grande para o torcedor, é grande para a imprensa, é grande para o treinador e para os jogadores.
O Corinthians é grande e nós precisamos torná-lo cada vez mais forte.
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