A inconsistência do Corinthians lhe custou uma vaga no G4 do Campeonato Brasileiro. Depois de vencer o clássico contra o São Paulo, a equipe de Mano Menezes jogou mal e foi batida por 1 a 0 pelo Figueirense, nesta quarta (24), em Florianópolis.O resultado fez o alvinegro cair para a quinta posição, com 40 pontos. Ele foi superado pelo Fluminense no número de vitórias (11 a 10).
Editoria de Arte/ Folhapress
Agora, pode terminar a rodada em sexto, se o Atlético-MG derrotar o Santos nesta quinta-feira (25). Na última vez que o Corinthians obteve duas vitórias consecutivas na competição, Brasil nem havia levado sete gols da Alemanha na Copa do Mundo.
Foi em maio, quando bateu Sport e Cruzeiro.
O Figueirense tomou a iniciativa do jogo a partir do primeiro minuto. Só não abriu o placar antes do intervalo porque o goleiro Cássio fez grande defesa em chute à queima-roupa de Marco Antonio.
Guerrero, como sempre, foi a referência no ataque, mas os meias não chegavam para ajudar. Faltava a presença de Petros, suspenso pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
Renato Augusto teve atuação apagada. Jadson entrou durante o segundo tempo para auxiliá-lo e também não mudou o cenário.
Era possível imaginar a partida terminando 0 a 0 porque o Figueirense, apesar do domínio, tinha muito pouco poder de finalização. Apesar de conseguir se aproximar da área, seus atacantes não conseguiam levar perigo.
O empate serviria para manter o Corinthians na zona de classificação para a Libertadores, e Guerrero ainda acertou uma bola na trave aos 37 min do segundo tempo.
O castigo veio no minuto seguinte. Marcão aproveitou saída ruim de Cássio em escanteio e cabeceou para o gol.
Mano Menezes tinha a esperança de que a vitória sobre o São Paulo pudesse ter significado uma arrancada.
Voltou até a falar em título. Três dias depois, a distância para o líder Cruzeiro voltou aos 12 pontos.
Conselheiro vitalício do Corinthians, vice-presidente do clube entre 2001 e 2004, conhecido pela irreverência e por seu forte posicionamento, o Super Four Paulista conversa com Antonio Roque Citadini.
O ex-homem forte do futebol do Timão opina sobre Andrés Sanches, Mário Gobbi e, entre outros, confidencia que se for escolhido, pode disputar a presidência do Timão em 2015.
Confere aí!
S4: O senhor se mantém como conselheiro vitalício do Corinthians, mas sem aparecer tanto na mídia como no passado, por quê? Citadini: Sou apenas membro do Conselho Deliberativo. Sou conselheiro vitalício e não ocupo nenhum posto executivo.
S4: Hoje, como está sua atuação dentro do clube? Citadini: Conselheiro. Sem qualquer cargo na administração.
S4: Mudou muita coisa desde 2004, ano em que deixou a vice-presidência do clube? Citadini: Muita coisa mudou, algumas para melhor e outras tantas para pior.
S4: De 2001 até 2004, sua atuação como vice-presidente mesclou polêmicas e sucessos. Se recorda de alguma situação que mudou sua forma de agir e pensar? Citadini: Não. Sempre tive uma forma direta de me expressar.
S4: Qual a sua opinião sobre gestões semelhantes a que a Parmalat fez no Palmeiras? Citadini: Ruim. Muito ruim. Basta olhar a atual situação em que está o Palestra. Muito pelo reflexo desse passado.
S4: Diariamente vemos a mídia publicando informações sobre as contas do Corinthians em relação ao estádio. Você conhece essas contas? Está claro? Citadini: Conheço apenas o que foi informado pela Diretoria.
S4: Corinthians x Palmeiras, Corinthians x SP ou Corinthians x Santos. Qual destes grandes clássicos é o seu favorito? Por quê? Citadini: Corinthians e Palestra. Acredito que este é o verdadeiro clássico da história da cidade. Ele representa bem os povos que aqui vivem.
S4: Em 2005, o Corinthians teve como treinador o argentino Daniel Passarela. Este ano, o Palmeiras contratou Ricardo Gareca. Ambos tiveram passagens rápidas e sem muito sucesso por seus clubes. Por que isso acontece? Acredita que treinadores estrangeiros não conseguem entender nossa cultura futebolística ou nós que ainda não estamos preparados para eles? Citadini: O futebol brasileiro já teve muitos técnicos estrangeiros. Alguns deles tiveram certo sucesso. Outros, como estes citados, nem tanto.
S4: Nos últimos anos, o futebol brasileiro tem se tornado destino certo para jogadores em final de carreira ou em má fase técnica, que na maioria dos casos chegam recebendo altos salários. Acredita que este seja um processo positivo ou negativo para nossos clubes? O clube tem mais a perder ou a ganhar? Citadini: Quando o jogador é bom e ainda rende, não vejo problema. Mas muitos fracassam na Europa, e nesses casos eu não acho uma boa para nós. É preciso ter bom senso nesses casos.
S4: Por que deixamos de formar grandes jogadores? Citadini: Porque as categorias de base foram tomadas por outros interesses. Inclusive foram ocupadas por “parceiros/empresários”, como são chamados nos clubes.
S4: Qual o segredo para conseguir administrar no dia a dia de um clube de futebol os egos de jogadores, problemas internos, pressão da torcida e imprensa? Citadini: No Corinthians não é problema. Uma boa direção resolve tudo.
S4: Pensa em algum dia se tornar presidente do Corinthians? Por quê? Citadini: Nós teremos um candidato na próxima eleição. Se for escolhido, não terei problema em aceitar.
S4: Quem foi melhor, Gil ou Kaká? Citadini: O que eu afirmei é que o Gil ganhou todos os títulos que disputou quando o Kaká jogava por aqui. Isso é um fato.
S4: Qual o fato mais marcante de sua história na diretoria do Corinthians? Por quê? Citadini: Acho que o ano de 2002 foi muito bom. O título do Paulista de 2003 (que o SPFC queria de todo jeito) também foi um momento muito marcante para mim, e para muitos Corinthianos.
S4: Com qual jogador ou treinador jamais trabalharia novamente? Por quê? Citadini: Alguns
Jogo Rápido | Defina em poucas palavras
Alberto Dualib
Cometeu um erro quando fez a parceria com a MSI.
Andrés Sanchez
Cometeu um erro grave quando aceitou ir para a CBF. Isso não é cargo para gente do Corinthians.
Mário Gobbi
Um presidente que deixará o clube com grandes problemas.
CORI (Conselho de Orientação)
Precisa mudar. Quando só defende a diretoria erra muito.
Categorias de Base
Não podem ser dominadas por empresários. Não precisa ganhar título, mas precisa revelar jogador.
Torcidas Organizadas
Devem ter os mesmos direitos e deveres dos torcedores comuns.
Arena Corinthians
Um belo estádio que fará história em São Paulo.
A eleição dos membros do Conselho Deliberativo do Corinthians é pelo modelo de eleição majoritária. Quer dizer que a chapa que faz 50% dos votos (mais 1) elege todos os membros do Conselho. Não adota o clube o sistema de proporcionalidade no qual cada chapa teria o número de conselheiros proporcional aos votos. Quem faz 30% do Conselho teria 30% dos membros, por exemplo.
Esse modelo corinthiano é adotado há muitas décadas mas, nos dias atuais, mostrou um grave erro. Como a diretoria executiva é eleita pelos sócios -no mesmo pleito- quem vence a eleição presidencial leva tudo: Conselho Deliberativo e Cori (Conselho de Orientação e Conselho fiscal). A mesma maioria que elege a Direção Executiva fica com controle completo de todos os órgãos do clube.
Esta é, sem dúvida, uma das razões da nossa crise atual (que deverá ser agravada nos próximos anos). Com controle absoluto de todos os órgãos, a direção passou a informar de forma equivocada o que ocorria na gestão.
Um mar de tranquilidade foi pintado nos últimos anos com balanços e “Relatórios de Sustentabilidade” que dariam inveja a qualquer grande grupo econômico. Receitas em alta (o que foi correto) e uma gestão disposta a gastar por todo lado. Mesmo sem dinheiro, foram feitos contratos lunáticos -para técnicos, jogadores etc e estabelecida uma política de pagamento de comissões para tudo: compra, venda e empréstimos (?) de jogadores; renovação de contratos de atletas; contratação de técnicos (ainda que desempregados) e tudo mais. O clube assumiu uma política -nunca usada- de derramar dinheiro à torto e a direito.
Sem receitas suficientes para as aventuras, acelerou o adiantamento de receitas futuras. O que era episódico passou a ser regra geral e em todos os contratos e os “parceiros” são convidados a antecipar pagamentos futuros.
Com a crise chegando às portas, a política de dividir direitos sobre jogadores com “parceiros/empresários” mostrou toda sua fase ruim. O clube vende, vende, vende e quase sempre fica com migalhas, enquanto os “parceiros” faturam alto. Nesta dança de descalabro até a categoria de Base entrou na liquidação: quase todos os jogadores foram oferecidos a “parceiros” no desespero de encontrar grana.
Para piorar uma situação ruim apareceram -o que estava bem escondido- as dívidas fiscais que levaram quase a diretoria inteira ser processada na justiça federal. Nesta dança tiveram que fazer um Refis estabelecendo um carnê para as próximas décadas em que o clube terá um pesado fardo para carregar.
Tudo isso poderia não ocorrer se na eleição do Conselho Deliberativo fosse adotado o sistema proporcional. Uma parcela grande (no caso 40%) dos membros seriam de um grupo não alinhado com a diretoria executiva. Este controle absoluto gerou um estado de informações incorretas que agora compromete todo o clube.
Numa reforma futura do Estatuto do Corinthians um dos pontos importantes a ser mudado é o estabelecimento de eleição proporcional para o Conselho. Isso não evitaria todos problemas, mas poderia contribuir para que muito do que ocorreu fosse brecado.
Guerrero decide, Corinthians vira e vence o clássico
DEMÉTRIO VECCHIOLI – ESTADÃO
Sem Pato, o São Paulo criou pouco e deu sorte ao ir para o intervalo em vantagem. Mas a falta de ação são-paulina seria punida. Em uma grande partida do peruano Paolo Guerrero, o Corinthians virou para 3 a 2 e venceu o primeiro clássico contra o rival tricolor no Itaquerão. Expulso depois de dois carrinhos, Álvaro Pereira saiu como vilão pelo segundo jogo seguido e permitiu a virada exatamente quando o São Paulo teve um jogador a menos. Fábio Santos, que fez dois de pênalti (o primeiro deles bastante polêmico), também foi expulso, por falta pesada em Osvaldo.
Sete dias depois da vitória contra o Cruzeiro, no Morumbi, o São Paulo tem que agradecer ao Atlético-MG, que venceu por 3 a 2 o clássico mineiro, pelo o Brasileirão não ter acabado. Sem pontuar há duas rodadas, o time tricolor tem 42 pontos, a sete do líder, faltando 15 rodadas para o fim do Brasileirão.
Já o Corinthians, que vinha de um frustrante empate contra a Chapecoense, voltou a sonhar no Brasileirão. Em quarto, com 40 pontos, briga de igual para igual com São Paulo e Inter (41 pontos). O Grêmio, com 36, ainda joga pela rodada e pode chegar na briga.
O saldo do jogo, porém, pode ser altamente negativo para o Corinthians. No segundo tempo, as organizadas Pavilhão 9 e Camisa 12 brigaram a ponto de jogo precisar ser interrompido. Houve corre-corre, tumulto e pancadaria e a Polícia Militar teve dificuldade de conter a confusão. A briga aconteceu exatamente no setor Norte, onde a diretoria retirou as cadeiras horas antes do clássico, para dar mais liberdade aos organizados.
Além disso, apesar do pedido expresso da diretoria, boa parte da torcida do Corinthians gritou alto “bicha” a cada cobrança de tiro de meta por parte do goleiro Denis. O temor dos corintianos é que o STJD puna o clube pelos dois incidentes e retire mando de campos.
O JOGO – Com tendinite no joelho esquerdo, Rogério Ceni acabou vetado para aquele que seria seu único jogo no Itaquerão na carreira. O Corinthians, porém, também teve um problema de última hora: Elias, com amidalite, ficou de fora. Mano Menezes optou pelo tantas vezes decisivo Danilo, que só havia sido titular uma vez no Brasileirão: exatamente no clássico do primeiro turno.
De cara, o time da casa deixava clara a postura de pressionar o São Paulo e não deixar o rival rodar a bola. Mas, logo aos 5 minutos, Kaká bateu falta na área, Ralf ficou perdido, Rafael Toloi dominou e Souza, livre, abriu o placar.
Não adiantava mais o Corinthians procurar o erro tricolor: teria que propor o jogo. E aí, com Danilo até então apagado, ficou difícil criar qualquer coisa. Jogadas ofensivas só pelas laterais, sem grandes riscos a Denis. Até que, aos 21 minutos, Toloi disparou num contra-ataque, desabou com dores na coxa e foi substituído por Antônio Carlos.
E o zagueiro, que fez dois gols contra no jogo do Paulistão, deu azar. Aos 33, na primeira vez que o Corinthians tocou a bola, Malcom saiu na cara de Denis e chutou em cima do goleiro. O rebote foi em direção a Antonio Carlos, que tentou tirar o braço para não bater na bola. A combinação da movimentação do braço com a bola batendo no seu antebraço fez o árbitro marcar um pênalti bastante contestável. Fábio Santos bateu e empatou.
A torcida se animou, Guerrero chegou a ter chance (parou em Denis), mas foi o São Paulo que voltou a marcar. Aos 44, nova batida de falta de Kaká, novo vacilo da zaga e gol de Edson Silva, livre. Com dois chutes, o São Paulo ia para intervalo com 2 a 1.
Depois de 45 minutos apagados, Luis Fabiano saiu para a entrada de Michel Bastos. A ideia de Muricy era povoar o meio-campo e tentar equilibrar a partida. Mas foi o Corinthians que seguiu mandando no jogo, ainda que as melhores chegadas tenham sido em erros de posicionamento da zaga do São Paulo.
Aos 7, Malcom foi mais esperto que Edson Silva, matou no peito e chutou alto. Denis pegou. Aos 16, a jogada foi nas costas de Alvaro Pereira, que deu carrinho para impedir Fagner de entrar na área, recebendo o amarelo. Três minutos depois, o uruguaio ficou no mano a mano com Guerrero e precisou dar uma voadora para tentar travar o chute. Pegou de raspão na bola e derrubou o peruano. Pênalti e cartão vermelho direto. Fábio Santos cobrou de novo e fez 2 a 2.
Com um a mais em campo, o Corinthians passou a mandar ainda mais na partida e o gol passou a parecer questão de tempo. E foi. Aos 28, Danilo mostrou toda sua genialidade e, com um tapa na bola, deixou Guerrero na cara do gol. O peruano, com frieza, tirou de Denis e virou a partida.
Quando o jogo parecia ganho, Fábio Santos deu uma entrada violentíssima em Osvaldo e foi expulso. A entrada do atacante, aliás, já havia deixado o São Paulo mais ofensivo para buscar o empate. Mas a falta de organização não permitiu aos visitantes sequer ameaçar Cássio, que saiu de campo sem ter feito nenhuma defesa – os dois chutes entraram. Do outro lado, Luciano quase fez no finalzinho.
FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 3 X 2 SÃO PAULO
CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Gil, Anderson Martins e Fábio Santos; Ralf, Bruno Henrique, Danilo (Uendel) e Renato Augusto; Malcom (Luciano) e Guerrero (Romero). Técnico – Mano Menezes.
SÃO PAULO – Denis; Auro, Edson Silva, Rafael Toloi (Antônio Carlos) e Álvaro Pereira; Denilson (Osvaldo), Souza, Ganso e Kaká; Alan Kardec e Luis Fabiano (Michel Bastos). Técnico – Muricy Ramalho.
GOLS – Souza, aos 5, Fábio Santos, de pênalti, aos 35, e Edson Silva, aos 44 minutos do primeiro tempo; Fábio Santos, de pênalti, aos 20, e Guerrero, aos 28 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Luis Flávio de Oliveira (SP).
CARTÕES AMARELOS – Bruno Henrique, Malcom e Guerrero (Corinthians); Edson Silva, Kaká, Ganso e Álvaro Pereira (São Paulo).
O Corinthians anunciou que contratou para a sua categoria de Base um jogador do Fluminense, creio que de nome Gabriel. Pelo que foi dito o contrato terá 3 anos e 50% dos direitos contratuais ficaram com o “parceiro/empresário”. O jogador -é o que diz a mídia- estava dispensado da Base do Flu e o Timão nada terá que pagar ao clube carioca.
Não sei se o rapaz é craque e se tem um grande potencial. Isso é sempre difícil no futebol (especialmente com jogadores de pouca idade), mas tudo mostra que as categorias de Base do Corinthians precisam de reformas profundas.
É de grande importância para qualquer clube popular, especialmente o Corinthians, ter um bom trabalho de formação de jogadores nessas categorias.É um trabalho difícil com todo tipo de problema.
Sempre foi tradição corinthiana revelar jogadores. Algumas vezes vem um craque “fora de série”, como Rivellino. Isso, no entanto, não é a regra e dá um certo desânimo no clube quando não aparecem os grandes jogadores. Mas, respeitando essa lógica do futebol (não há um craque jogando por aí todo dia) a categoria de Base sempre revela -ou revelou- bons jogadores para a equipe principal. É só darmos uma olhada nos diversos times corinthianos ao longo da história que veremos um grande número de jogadores que “nasceram” na Base.
As mudanças na forma de contratação com o fim da “lei do passe”, que a mídia de forma equivocada atribui a Lei Pelé, tornaram mais difícil e complexa a organização e funcionamento das categorias de Base.
A adoção desta politica de “partilhamento” com empresário dos contratos de jogadores mostrou-se um desastre. Serve apenas para lucro dos “investidores” e o retorno para o clube é quase nulo.
Melhor caminho para o Corinthians é ter uma categoria de Base menor -com custos reduzidos- mas com jogadores somente do Timão. É possível isso? Alguns proclamam que não. Os “parceiros”, dizem, chegaram para não mais sair etc. Não sei. Não é o que ocorre nos grande clubes europeus que mantem divisão de base inteiramente sob controle do clube.
O Corinthians -nos últimos tempos- sofisticou a estratégia errônea: abriu um escritório em Portugal para “colocar” no mercado europeu jogadores que não são aproveitados pelo time principal. Além do resultado ser quase nulo para o Corinthians, isso estimula, cada vez mais, uma política equivocada nas Bases do time. O resultado é que o clube contrata com uma “fúria frenética” um sem números de jogadores (com muitos que nem chegam a jogar pela agremiação) que são despachados para a Europa com a grife de ser “atleta do Corinthians”, o clube brasileiro bi-campeão do mundo.
Neste momento de grave crise financeira vivida pelo Corinthians, a Base é um importante instrumento de ajuda para superar as dificuldades. Mas é preciso mudar. E mudar muito.
Em tempo: antes que alguns fiquem revoltados, lembro que nos 4 anos em que fui vice-presidente de futebol profissional, embora tivesse péssima relação com o responsável pela Base, trouxe para o time principal o maior número de atletas já promovidos.
A profunda crise financeira em que está envolvido o Corinthians não é mais desconhecida por quase nenhum sócio. Após o desesperocídio do presidente Mário Gobbi -iniciado na entrevista ao programa Mesa Redonda da TV Gazeta -muito se tem falado em soluções que o clube deve adotar. Afinal, o presidente, nos últimos 30 dias, mostrou um quadro inteiramente diverso do que era anunciado nos últimos anos. Os “Relatórios de Sustentabilidade”, ricamente ilustrados e amplamente divulgados pelo clube eram -sabemos hoje- um quadro de mera propaganda. Ao dizer que teme não ter dinheiro para pagar a folha salarial nos próximos meses e mostrar o que já consumiu de receita futura, o presidente deu um alerta que assustou todo mundo.
O clube se prepara para ter eleição no mês de fevereiro de 2015 e seria muito importante um correto diagnóstico da crise em que nos encontramos e quais são as soluções para superá-la.
Vejamos alguns dos problemas que devemos enfrentar e que são os motivos desta crise financeira. De início, lembre-se que o Corinthians, assim como todos os clubes, teve grande aumento em suas receitas no período que antecedeu a realização da Copa do Mundo. Este é um caso que dificilmente se repetirá nos próximos anos, inclusive pelas mudanças no quadro macroeconômico do país. Será um período de menores receitas e mais despesas, tudo fruto das ações equivocadas que foram tomadas nos últimos anos.
1- Pagamento de comissões na compra, venda, empréstimos e renovação de contrato de jogadores.
Como agora é reconhecido, o clube passou a adotar nos últimos anos uma política generosa nos negócios do Departamento de Futebol. Em qualquer operação de compra venda, empréstimos ou renovação de contratos o clube passou a pagar “comissões” aos empresários pela conclusão dos feitos. Isso não ocorria no Corinthians e muitos clubes não adotam este sistema, pois ele debilita as finanças de qualquer instituição. Quem deve pagar comissão é o beneficiado do negócio. O jogador que pague seu empresário por ter conseguido um bom contrato. O clube deveria adotar uma linha de clara economia nestas transações. A alegação de que se não pagar, o jogador não renova ou não vem ainda necessita ser provada. Economizar (e economizar muito!) em comissões deve ser a regra. O pior é que esta nova política era escondida do clube. Caso fosse boa esta regra e facilmente defensável, não haveria motivo para ficar na clandestinidade.
2-Parceria com empresários na contratação de jogadores.
O presidente Gobbi confessou na TV Gazeta, que esta politica está errada e tem sido prejudicial ao clube. Adotada nos últimos anos, a “parceria” chegou a um situação insólita: o clube recebe e promove o jogador e quando há uma venda, acaba ficando apenas com migalhas (em muitos casos, com nada). Os “parceiros” quase sempre são os únicos beneficiários. O pior é que isto é adotado, também, nas categorias de base chegando a um quadro desolador, em que promover jogadores passa a ser interesse só dos “parceiros/empresários” e não do clube.
Isso deve acabar. O clube, hoje, quase não tem jogador para ser negociado. Ganhará uns trocados com um ou outro, mas encerrou-se a época em que, com uma venda anual ao exterior, a agremiação colocava suas contas em dia. As categorias de base (que custam muito ao clube) devem revelar jogadores “do Corinthians” e “para o Corinthians”. Qualquer outro caminho é prejuízo.
3- Adiantamento de receitas da TV e de tudo mais.
O presidente Gobbi disse que o Corinthians adiantou receitas por todo lado. Até fez empréstimo de “parceiros/empresários”. Alegou que seguiu o caminho que outros também trilharam. Ainda que seja isso (e não é exatamente) estamos certos de que este caminho é partir para o pior dos mundos.
O clube não nega hoje o que antes escondia: que em todos os campos existe um saque de receitas futuras. Da Globo adiantou 70 milhões para ser pago nos próximos 3 anos. De outros parceiras seguiu o mesmo caminho. É uma política que apenas adia a crise e não faz o que deveria ser feito: diminuir as despesas.
Esses adiantamentos (hoje em quadro indeterminado) deveriam ser esporádicos e com pleno conhecimento e aprovação de todo o clube. Hoje, temos uma situação de “caixa-preta” que explodirá nos próximos anos, com dívidas que deverão ser honradas quando a atual diretoria não estiver mais por aí. Agrave-se que a política de fazer contratos longos esconde uma armadilha danosa para o clube: é feito um contrato por 5 ou 10 anos, interessado apenas em receber uma grande luva, que permite usar o dinheiro agora e deixa as responsabilidade para o futuro.
A Nike, que já andou “pisando na bola” por aí, deveria refletir que este caminho não é uma boa para uma empresa do seu porte e renome.
3- A crise de transparência é clara.
Não resta dúvida que a principal questão é: “Como o clube foi levado a esta situação com uma política de esconder os problemas?”.
O clube deve adotar regras claras , e obrigatórias, de transparência para garantir uma gestão segura. Não há porque esconder os negócios com parceiros ou as comissões que pagou (ou paga) se estes negócios forem legítimos e não danosos. A grande perplexidade com que foram tomados os associados do clube nas últimas semanas deve-se às informações e incorretas marteladas nos últimos anos. Regular melhor as regras de transparência e deixar claro os adiamantamentos de receitas é uma prioridade numa reforma dos estatutos.
4- Fim do “chapão”: Conselho Deliberativo deve ser formado por votação proporcional.
Um dos motivos da crise atual deve-se ao fato de que o estatuto adotou o sistema de “Chapão” para a eleição do Conselho Deliberativo, Cori e Conselho Fiscal. Com isso, quem ganha a eleição para Diretoria fica com todo o controle. É necessária uma reforma urgente que estabeleça um sistema proporcional para que haja espaço para os vários grupos do clube. Caso isso tivesse ocorrido, certamente muitos problemas atuais teriam sido enfrentados e resolvidos de outra maneira. Com o sistema de “Chapão”, a Diretoria Executiva controla tudo. E também esconde tudo, como se viu.
5- Não confundir esta crise que nasceu, cresceu e explodiu no Departamento de Futebol (inclusive na Base) com a questão do estádio.
A tentativa de envolver o estádio na crise atual é um equívoco. O estádio tem sua fórmula e caminho para ser pago. E o clube sabia que ficaria sem as rendas do futebol por algum tempo. Isso não elimina as preocupações com a dívida da Arena.
A Diretoria informou que quando a construção for encerrada, colocará na Internet -com todos os detalhes- os valores e itens dos gastos na obra. Isto será positivo e dará uma resposta às questões que a mídia vive colocando.
6- A dívida com o fisco é um peso. Grande. Muito grande.
O clube tinha grande esperança na aprovação da lei Proforte, que esta no Congresso. Chutaria para os próximos 30 anos o pagamento dos débitos com o fisco. Não deu tempo. Os débitos e execuções chegaram antes e o clube teve que assumir que não recolhera impostos e que teve que fazer um Refis (que é um sistema de carnê com parcelamento por 15 anos). É mais uma dívida que a atual diretoria deixa para os que vierem. Contrariamente do que foi dito, são parcelas gordas e que afetarão o caixa do clube por longos anos.
Estes pontos aqui tratados não podem ser menosprezados neste momento em que o clube caminha para uma disputa eleitoral. Não vamos transformar este período em acusações frágeis e insustentáveis, mas sim procurar caminhos para não repetir estes erros no futuro.
O clube deve adotar uma rigorosa política de contenção de gastos. Dentro desta ideia, as comissões generosas e os tais salários lunáticos para jogadores e técnicos deverão ser abolidos. As “parcerias” com empresários de jogadores mostraram ser um barco furado. A política de antecipação de receita pouco (ou nada) resolveu. A antecipação de contratos de material e publicidade para receber as luvas é outra medida imprópria. O clube deve ajustar suas despesas em relação as receitas que possui.
Caso isso não seja adotado, caminharemos para uma crise só equiparável a da década de 1930. E isso ninguém quer.
A grave crise financeira do Corinthians (gravíssima, como admitiu o presidente Gobbi) tem um ponto central: foi o Departamento de Futebol, incluindo a Base, que gastou o que não podia e não tinha. Não se trata da contratação de um ou outro jogador, onde sempre temos o risco do sucesso e do fracasso. Trata-se de uma continuada política de esbanjar dinheiro a torto e a direito.
Coisas que nunca foram práticas no clube debilitaram as finanças corinthiana: salários lunáticos de jogadores e profissionais da Comissão Técnica e comissões generosas para compra, venda, empréstimo e até renovação de contratos. É claro que sempre seria possível buscar uma economia no clube social e nos demais esportes. Aí, também, gastou sem mais poder.
Mas, foi no Futebol, que o clube perdeu a mão.
As medidas que seguiram para esconder o quadro e adiar a crise só agravaram o estado financeiro. A produção de balanços, com os famosos “Relatório de Sustentabilidade”, hoje, beiram o ridículo. São peças que deveriam ser recolhidas para que a vergonha ficasse menor. A contínua política de antecipar receita de tudo (da Globo, CBF, Federação, Nike e Caixa e outros) só adiam o dia e o tamanho da crise. A história de “parceria” com empresários para comprar jogadores revelou-se um desastre. O clube quase nada ganha e fica como uma equipe de aluguel.
A direção contava com a lei Proforte que iria parcelar os débitos fiscais do clube. Nos últimos anos nada foi pago. Não deu tempo. Os Refis e processos que estão aí só mostram a gravidade da situação.
O clube tem o desafio de, nos próximos anos, viver quase sem receita e com uma dívida parcelada com o fisco que é de abalar qualquer instituição.
Alguns, pouco informados, andaram dizendo que a crise era pela construção do estádio. Nada disso. O estádio é um ônus -que terá que ser pago- mas era previsto e tem uma forma própria para sua liquidação. Querer jogar nas costas do estádio esta crise é uma tentativa de desinformar.
É equivocado, também, querer colocar a culpa da crise no Conselho Deliberativo, Cori ou no Conselho Fiscal. O Corinthians é um clube presidencialista e os órgãos tem a mesma formação politica da diretoria executiva. É certo que houve , uma ou outra, medida destes órgãos cobrando esclarecimentos. Mas a maioria, vinculada a Diretoria, nunca deixou prosperar.
A Diretoria Executiva e os Departamentos de Futebol não podem fugir de suas responsabilidades. Foram eles que erraram e devem ser cobrados.
‘Entramos em um quadro caótico’, afirma Mário Gobbi
RAPHAEL RAMOS, VÍTOR MARQUES – O ESTADO DE S.PAULO
Presidente do Corinthians abre o jogo sobre a atual crise financeira do futebol brasileiro e assume a sua parcela de culpa
Por 1h03, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, recebeu os repórteres doEstado em sua suntuosa sala no Parque São Jorge. Enquanto queimava a vela que o dirigente mantém ao lado das imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora de Fátima, São Jorge, Nossa Senhora Aparecida, São José e outros santos, ele não falou apenas do Corinthians. Falou sobretudo sobre o atual momento do futebol brasileiro e fez seu diagnóstico: os clubes não suportam mais o mercado inflacionado que eles mesmos criaram.
Depois da Copa, abriu-se uma ampla discussão sobre o futebol brasileiro. Como o Corinthians pode contribuir para o debate?
O Brasil precisa rever conceitos e métodos de gestão dos clubes. Passamos por uma crise muito difícil porque deixamos inflacionar as despesas, tudo em busca de querer montar o melhor time. Isso tem de mudar. Não se monta time em três meses. Você tem de dar tempo ao grupo. Foi assim que o Corinthians chegou ao Mundial. O futebol brasileiro vive hoje em um patamar de finanças incompatível com a economia do País. Pagamos salários que não são mais possíveis de os clubes arcarem.
O senhor defende teto salarial?
Se você deixar cada um fazer o que pensa, não vamos chegar a um consenso. Tem de ter regras limitativas. A principal delas é que um clube não pode gastar mais do que recebe. É o que o Proforte propõe, sob pena de o dirigente arcar com o seu patrimônio particular e o clube arcar tecnicamente saindo do campeonato e caindo de divisão. Impor teto salarial é complicado porque cada profissional tem o seu valor. Equacionar isso é difícil, mas a união de todos para buscar uma solução é imperativo.
MÁRIO GOBBI
Gobbi na sala da presidência do Parque São Jorge: presidente admite que clubes como o Corinthians inflacionaram salários dos jogadores.
Qual é o valor ideal de uma folha de pagamento?
Nossa folha é de R$ 8 milhões e teríamos de cortar no mínimo 50%. Temos de adequar os custos à receita atual. É claro que cada clube tem a sua folha de pagamento, mas todos precisam se adaptar à nova realidade financeira do País. Os clubes não suportam mais manter esse ritmo alucinante de contratações e salários de valores exorbitantes.
A Globo chamou os clubes justamente para falar sobre essa questão. Como foi a sua conversa com a emissora?
Em nenhum momento se falou que a audiência caiu e que a Globo queria aumentar a receita dela. A Globo nos chamou para estudarmos medidas para arrumar o desarranjo financeiro pelo qual os clubes passam. A reunião foi para melhorar o quadro caótico em que entramos. Eles querem fortalecer os clubes e cortar a hemorragia financeira para o campeonato ser mais atrativo.
Os clubes menores dizem que a divisão das cotas de transmissão é injusta. O senhor aceita rever esses valores?
As cotas não podem mudar até 2018 porque há um contrato em vigor. É muito cedo para falar sobre isso agora. É claro que quem ganha menos quer ganhar mais e quem ganha mais entende que ganha mais porque merece. É uma discussão sem fim. Podemos sentar e achar outros critérios para, quem sabe, corrigir uma eventual disparidade, mas cada um tem o seu valor e a sua força de mercado.
Uma espécie de Clube dos 13 pode voltar?
A experiência pela qual passamos com o Clube dos 13 foi um fracasso. Todos os clubes estão pagando até hoje uma prestação para saldar o débito que restou lá. A solução está entre nós, não importa a nomenclatura. Temos de sentar com federações, CBF e clubes para formar um esqueleto da gestão necessária para fazer mudanças no futebol. A presidente Dilma Rousseff tem nas mãos a chance de fazer um grande bem para o futebol. O Proforte nada mais é do que equacionar a forma de os clubes pagarem suas dívidas. Não é anistia, nem perdão. Você faz um projeto de lei e envia para o Congresso e, quando chega lá, todo mundo tem uma emenda e não sai nada. A medida provisória é um ato não democrático, mas necessário em uma situação de necessidade.
O Corinthians assume a sua parcela de culpa nesse quadro caótico que o senhor falou?
Na parte financeira, sim. O Corinthians, nos últimos anos, foi a sensação do futebol brasileiro e colaborou para o valor exacerbado a que chegou o patamar de salários, luvas e imagem de técnicos e jogadores.
Contratar o Pato foi um erro?
Compramos o Pato porque o Corinthians precisava de um artilheiro para fazer gols e alavancar as vendas. Ele é um ícone, que depois venderíamos para recuperar o investimento de 15 milhões de euros (R$ 43 milhões). Depois que trouxemos o Pato, o dinheiro começou a sumir do mercado. Isso foi um baque que não só o Corinthians, mas os outros grandes clubes sentiram do mesmo jeito. Quem não comprou o Pato afundou da mesma forma. Temos de torcer para que ele jogue bem e consiga produzir o que pode para a gente recuperar o investimento.
Como o Corinthians pode voltar a revelar jogadores?
O Corinthians revela, o problema é que não vinga. Nem sempre o garoto quando sobe para o profissional consegue render o que jogava na base. O Jô, por exemplo, foi revelado aqui, assim com o Everton Ribeiro e o Willian. Na época, ninguém teve paciência para esperar eles atingirem o patamar em que estão hoje. O mal do futebol é o imediatismo.
Qual é a sua avaliação da temporada do Corinthians?
Começamos a montar um time no meio do Campeonato Paulista e querem que a gente ganhe tudo. O time que estamos montando é muito bom, mas no ano que vem será melhor ainda. Nosso time tem potencial, mas é preciso ter paciência.
Como está a gestão da Arena Corinthians?
O estádio tem uma gestão independente. É incompatível tocar o Corinthians e o estádio. Tem um fundo que cuida de receitas e despesas. Será assim durante os dez anos que temos para pagar as dívidas. Receitas que entram lá ficam lá para abater a dívida. A bilheteria está estourando, temos renda de quase R$ 2 milhões por jogo, mas não entra um centavo para o clube. Vai tudo para amortizar a dívida.
O ex-presidente Andrés Sanchez anunciou que estava de saída da gestão do estádio. Quem será o novo gestor?
O Andrés não se afastou e continua como gestor. É um cargo pesado, estressante. O Andrés vem num ritmo alucinante. Às vezes acaba desabafando, mas foi só isso.
E os naming rights?
Estamos em busca e ele virá. Assinei duas vezes a autorização para o negócio ser fechado, mas não deu certo. Estamos conversando com as empresas.
O senhor diz que mantém uma relação de respeito e diálogo com as torcidas organizadas. Depois de tantos casos de violência, o senhor acha que essas facções respeitam o Corinthians e têm de dialogar com a diretoria?
Não compete aos clubes combater a violência. Se torcedores praticam atos de vandalismo, o aparato estatal tem de investigar e prender. Não vejo problema em receber na minha sala um grupo de torcedores. Aqui, eles se comportam bem. Na testa de cada um não está escrito quem é bandido.
No Sul, Corinthians empata mais uma vez no Brasileirão
VÍTOR MARQUES –
ESTADÃO
O Corinthians encerrou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro com o seu resultado mais comum. O 0 a 0 com o Criciúma, no estádio Heriberto Hülse, em Criciúma (SC), foi o nono empate do time em 19 rodadas. Já são três jogos sem vitória. Dois pontos conquistados dos últimos nove. E com um desempenho como esse até mesmo uma classificação à Copa Libertadores fica ameaçada, apesar de encerrar o domingo em quarto lugar – tem 33 pontos, contra 31 de Fluminense e Grêmio e 30 do Atlético Mineiro.
É certo que os desfalques (seis no total) contribuíram para mais um jogo ruim do Corinthians. O técnico Mano Menezes teve problemas para montar a equipe. Ele não pode escalar seus principais artilheiros no ano (Guerrero, Luciano e Romarinho, negociado com o futebol do Catar).
O treinador surpreendeu escalando o garoto Malcom, de 17 anos, como titular. Mas não foi suficiente para vencer o Criciúma. Sem atacantes no banco de reservas, o time terminou o jogo cheio de meias: Renato Augusto, Jadson e Danilo. Não por acaso a equipe caiu de produção e perdeu o poder de fogo no segundo tempo. No primeiro, ainda houve chance de abrir o placar. Na segunda etapa, nem isso.
O Corinthians demorou 15 minutos para entrar no jogo após uma pressão inicial do Criciúma. Depois, equilibrou e controlou as ações. Mas o domínio foi tímido. O ímpeto do time foi murchando até o intervalo.
O principal problema da equipe de Mano Menezes foi no meio de campo, na armação. O time só jogou pelo lado direito, aproveitando a velocidade de Malcom.
Na esquerda, não havia jogada. Renato Augusto tentou criar jogadas por um setor responsável por Petros. Ao jogar na esquerda, ele deixava vazia a faixa central. Isolado, Romero se preocupou mais em brigar no corpo a corpo, como pivô, e em cavar faltas do que buscar o gol. É muito pouco para quem pretende se firmar como titular quando Guerrero voltar ao time.
Luiz, goleiro do Criciúma, trabalhou mais que Cássio no primeiro tempo. Ele defendeu um chute e uma cobrança de falta cobrada por Fábio Santos. Mas fez bobagem e entregou uma bola nos pés de Malcom. O jovem atacante se precipitou e mandou a bola por cima do gol na melhor chance do Corinthians no primeiro tempo.
Mano Menezes só mexeu no time aos 20 minutos do segundo tempo. Enfim, Jadson entrou no jogo, mas quem saiu foi Malcom – o atacante já havia caído de produção em relação à etapa inicial.
O Criciúma melhorou com a entrada do veterano Paulo Baier. Atacou pelo lado esquerdo, explorando as deficiências de Fagner pela direita. Foi por isso que Ferrugem entrou no jogo no melhor momento do time de Santa Catarina. Cássio ainda fez um milagre desviando um chute perigoso de Paulo Baier. No final, não se pode nem reclamar do placar.
O Corinthians volta a campo nesta quinta-feira contra o Atlético Mineiro, no estádio Itaquerão, em São Paulo, na primeira rodada do returno. Só um jogador retorna ao time: o atacante Luciano. Os outros quatro jogadores que estão defendendo suas seleções não retornarão à tempo de entrar em campo.
FICHA TÉCNICA
CRICIÚMA 0 x 0 CORINTHIANS
CRICIÚMA – Luiz; Luis Felipe, Fábio Ferreira, Alcides (Ronaldo Alves) e Giovanni; Rodrigo Souza, João Vitor, Cleber Santana e Lucca (Paulo Baier); Zé Carlos e Silvinho (Maurinho). Técnico: Gilmar Dal Pozzo.
CORINTHIANS – Cássio; Fagner (Ferrugem), Felipe, Anderson Martins e Fábio Santos; Ralf, Bruno Henrique, Petros (Danilo) e Renato Augusto; Malcom (Jadson) e Romero. Técnico: Mano Menezes.
CARTÕES AMARELOS – Luis Felipe, Maurinho, Cleber Santana, Fábio Ferreira e Rodrigo Souza (Criciúma); Fagner, Felipe e Bruno Henrique (Corinthians).
ÁRBITRO – Igor Junio Benevenuto (MG).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma (SC).