Corinthians goleia e está na final
Cheguei há pouco em casa.
Molhado e suado, com a pressão arterial lá em cima. Com a goleada desta quarta-feira, 20/6, no Pacaembu, o Timão disputará a final da Libertadores com o Boca Jr ou com a LA U, do Chile.
Sim! Foi goleada.
O placar numérico de 1×1 não é o resultado da disputa. A “sensação futebolística” (assim como a “sensação térmica”) não é o que os números frios indicam.
O Corinthians ganhou a disputa com o Santos de forma exemplar.
Foi prejudicado por erros da arbitragem (isto faz parte do futebol), tanto na Vila quanto no Pacaembu, mas superou tudo.
O Corinthians é um time bem organizado, com uma defesa de encher os olhos e um meio de campo que toca bem a bola, ainda que o ataque não tenha o mesmo nível, as vitórias aparecem.
Não vou falar, nesta hora, da “cara de bezerro que perdeu a vaca” em que estão muitos da nossa mídia. Paciência! Vamos elogiar nossos mosqueteiros, que lutaram com o sangue que corinthiano requer. E, sei que alguns não gostam disso, o nosso técnico Tite merece todo aplauso. Ele está fazendo história. E os corinthianos ficam felizes por isso.
Em tempo
Disseram-me há pouco que, no final do jogo, o locutor da Globo disse que “após 102 anos” o Corinthians pode ganhar a Libertadores.
Espero que as pessoas tenham ouvido errado mas – cá para nós – nesta hora de desânimo e desespero eles falam qualquer coisa.
Ressaca
(Michaelangelo Buonarroti, “Juízo Final”, detalhe)
O pós-jogo de quarta-feira, em que o Corinthians venceu o Santos na Vila Belmiro, está sendo difícil para uma fatia enorme da mídia.
Antes da partida, falavam que seria um massacre. Do Peixe. Criou-se um clima de euforia, só comparável ao tamanho da tristeza que veio após o juiz apitar o final da partida.
O golpe foi tão doído que alguns não param de falar na Euro Copa. Deletaram a Libertadores.
Tenho um amigo de escola (não é santista), que já procurou em todos os versículos do Livro do Apocalipse, do apóstolo João, uma profecia mais clara sobre o Juízo Final, ou melhor, o fim dos tempos. Ele espera (e muito) que antes de terminar esta Libertadores seja cumprido o prometido fim do mundo.
Olha o carrinho dele!
O presidente do Santos encontrou uma explicação criativa para a derrota de seu time.
Numa ressaca – que lhe deve ter afetado os miolos – atribuiu a vitória corinthiana ao fato de o Timão não ter jogadores convocados para a Seleção Olímpica. Foi mais ou menos assim: “você tem grandes jogadores e devem ir para a Seleção”. Não perguntou nem a idade dos citados craques não lembrados pelo treinador da Seleção.
Não fosse perceptível o tamanho do golpe recebido, esta declaração teria sido justificada por outros motivos.
Mas é claro que não devemos levar ao pé da letra a fala de quem perde uma partida como a de quarta-feira.
Audiência
O futebol da quarta-feira passada trouxe alegria para os corinthianos de todo o Brasil, mas alegrou igualmente à TV.
Foi a maior audiência do futebol dos últimos anos. Surrou, sem dó, as novelas dos adversários. Isto é bom. Para o Corinthians que mostra cada vez mais sua força e para o futebol que ganha mais e mais prestígio na grade da programação.
O outro lado
Vi, ontem a vitória do Boca contra a LaU, em Buenos Aires.
Ainda acho que este time chileno é um perigo para todo mundo. Que os corinthianos e os santistas (viram como sou gentil) não fiquem iludidos.
O Boca é um adversário difícil, mas a LaU não é de se jogar fora.
A falta que a Base faz
(Leonardo Da Vinci, “O Homem Vitruviano”)
Por disputar duas competições importantes, o Corinthians, vem utilizando um time misto em boa parte dos jogos.
Foi o que ocorreu, ontem, 10/6, no jogo de Porto Alegre contra o Grêmio. E os resultados deste time misto não estão sendo nada positivos.
Além de perder vários pontos no Campeonato Brasileiro, o Time B mostra que o técnico deve ter pouca esperança em buscar, nesta formação, algum craque que possa melhorar o Time A. Ao contrário, o que vemos, na maioria dos casos, são jogadores de pouca qualidade e que não terão sucesso no time principal.
Vários dos atletas do time misto são jogadores contratados, com o critério de “compor o elenco”. Quer dizer, não se trata de craques (ou “ainda”, não o são), mas poderão substituir bem os titulares. Especialmente os contratados “para compor” pouco ou quase nada estão rendendo.
Neste momento é que vemos o quanto faz falta uma boa categoria de base que revele jogadores.
Nem sempre os que vem da Base são craques (alguns poucos, sim), mas, convenhamos, para jogar o que estão jogando, alguns destes contratados, os atletas de Base fariam papel igual ou melhor. E sempre trariam a possibilidade de aparecer um ou outro atleta diferencidado.
O mais grave é que as revelações da Base não são para curto prazo.
Hoje, estamos pagando pelos últimos anos de abandono da categoria. O que for feito agora dará frutos daqui 2, 3, 4 ou 5 anos. É preciso começar pensar nisso o quanto antes
Desqualificação
É lógico que é imprudente para um Diretor de Clube declarar que seu time é “medíocre”.
Independentemente de significar mediano (mas também significa “pequeno”), uma declaração destas tem fator explosivo, como todos estamos vendo. Mas mesmo que esta questão “medíocre” seja problema, não acho que este seja o maior dos problemas de nosso marketing.
Primeiro é preciso dizer que a mídia vem, quase com unanimidade, aplaudindo (diria melhor, louvando) o trabalho do marketing do Corinthians nos últimos anos.
Não passa dia em que não encontremos elogios para tudo. De coisas boas ou ruins, o quadro é sempre de aplauso.
Recordo que, nos últimos meses, tivemos um sem número de estudos, análises, relatórios etc todos altamente elogiativos ao trabalho do marketing corinthiano.
O principal destaque é sempre o aumento das receitas do Clube que, segundo a propaganda oficial, assumida pela mídia, seria fruto do brilhante trabalho do marketing alvinegro. Os mesmos relatórios – que são a base dos elogios – mostram, de forma incontestável, que todos (sim, todos) os Clubes tiveram grande aumento de suas receitas nos últimos anos. Destaque-se que entre os que elevaram suas receitas, estão alguns Clubes sem departamento de marketing. E se todos aumentaram este índice, não terá sido obra de um ou outro Clube. Embora isto seja claro nos “estudos”, a mídia insiste em dizer que foi “tacada” do marketing alvinegro que promoveu esta revolução.
Acrescente-se que o maior aumento de receitas vêm da TV onde, como sabemos, o marketing tem pouco ou quase nenhuma intervenção.
O que não quer dizer que não tenhamos boas (diria ótimas) ações do marketing corinthiano.
A venda de ingressos pela internet é um notável avanço e merece todo aplauso. Embora não concorde com o sistema de preços das entradas, esta forma de compra, pelo sistema “Fiel Torcedor” e pela Internet, merece todo aplauso.
Mas, como afirmei acima, a declaração imprudente do vice do Clube, numa palestra de marketing, não está na palavra medíocre (que em si, está errada), mas no que vem falando o marketing, nos últimos anos, para endeusar suas obras.
É comum venderem a ideia (isto aparece na palestra indigitada) que o Clube surgiu, quando eles começaram o marketing. Por esta razão chegaram a falar em “reconstrução do Corinthians” como se os 100 anos anteriores devessem ser esquecidos. É esta proposta de desqualificação o ponto mais negativo na atuação do nosso marketing. Quem viu a palestra, onde aparece a palavra “medíocre” , notou o esforço que o marketing faz para dizer que trabalha num ambiente de dificuldades. Enquanto em outros times a situação é fácil (pois teriam títulos internacionais, que nós não teríamos) no Timão eles precisam ser “gênios” para superar a diferença com Santos e São Paulo.
Isso é uma solene ignorância, além de ser uma manipulação da verdade. O maior patrimônio do Clube é a grande torcida que ele conseguiu amealhar nos últimos cem anos e isso veio pelas suas inúmeras lutas e conquistas.
Uma palavra colocada de forma imperfeita aqui ou acolá é um fato perfeitamente corrigível. Agora, uma ideia permanente de que o Clube começou quando um punhado de gênios chegou, é um problema muito mais grave.
Talvez o fato de que o mais importante contrato do marketing do Clube – o acordo com a Nike – não tenha sido feitos pelos gênios “reconstrutores” incomode-os um pouco. A bem da verdade, assim como o contrato com a TV, o de material esportivo quase nenhuma influência deve ao setor de marketing.
Enquanto aguardamos o contrato de publicidade na camisa – este sim – onde o marketing mostrará sua competência, precisamos manter um ambiete calmo, sem qualquer conflito, que venha prejudicar o time neste momento tão importante.
Neste quadro o silêncio do pessoal do marketing ajudaria muito.
Um Parreira à paulista
Amedeo Modigliani, “Grande Figura Nua Deitada”, 1918.
EXPOSIÇÃO: AMEDEO MODIGLIANI NO MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO
QUANDO: Abre amanhã, dia 16/5, às 19h30, para convidados; de ter. a dom., das 11h às 18h; qui., das 11h às 20h; até 15/7.
ONDE: Masp (av. Paulista, 1.578, tel. 0/xx/11/3251-5644). ACESSO: Estação de Metrô Trianon-MASP.
QUANTO R$ 15.
Neste dia (15 de maio), há 10 anos, o técnico Carlos Alberto Parreira vivia um momento ímpar em sua vitoriosa carreira.
O Corinthians, time que ele dirigia, ganhava naquela noite, em Brasília, a Copa do Brasil. Três dias antes havia conquistado no Morumbi o Torneio Rio-S.Paulo, que reunia as 16 principais equipes cariocas e paulistas. Foi um momento especial em sua carreira, como ele mesmo falaria tempos depois.
Quando Parreira chegou ao Corinthians, era um técnico para lá de contestado, especialmente em São Paulo, pela mídia e pelos torcedores.
Sua fama de retranqueiro era o mínimo de que se falava. Embora já tivesse um longa carreira com grandes vitórias (como Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira nos EUA, 1994; Campeão Nacional com o Fluminense (embora tivesse dirigido a equipe somente na parte final do campeonato), Parreira era impiedosamente criticado. Tanto que, alguns dias antes de ser contratado pelo Corinthians, em grande entrevista, disse que não desejava dirigir qualquer Clube no ano de 2002, após sua passagem pelo Inter de Porto Alegre.
A mídia paulista era especialmente azeda com Parreira.
Acusavam-no de ter um discurso muito refinado (incompatível com o futebol, segundo eles). Não era um boleiro e os jogadores não “gostavam” disso. Por outro lado, havia a dramática passagem pelo SPFC, alguns anos antes. Logo após conquistar o Campeonato do Mundo, chegou ao Tricolor, que era todo festa. Seria a reunião de um time diferenciado, com um técnico que falava sem erros de linguagem, tão ao gosto dos lordes. Foi um fracasso total. Creio que Parreira nunca esqueceu o “conto do vigário” em que caiu. Aquilo que a mídia dizia ser um “Olimpo”, na verdade se tratava de um Clube com métodos quase varzeano.
Que levaria o treinador a um curto (e inesquecível) período no Tricolor.
No dia de sua apresentação no Corinthians, a Diretoria alvinegra quase foi massacrada pelos jornalistas, que “queriam vingança” por Parreira não ter vencido no São Paulo. Poucas foram as vozes que divergiram, vendo em Parreira um profissional de alto nível, sério e competente.
O tempo se encarregou de mostrar que o ex-técnico da Seleção era – na verdade – um treinador ideal para um grande Clube. Organizado, sua Comissão Técnica tinha toda a programação do ano. De treinos técnicos, jogos, coletivos e até dias de rachão. E ele sempre gostou de fazer o que poucos técnicos apreciam: treinar. Treinar o tempo todo, sempre cobrando disciplina em campo.
Sua vitoriosa passagem pelo Corinthians marcou sua carreira. Decorridos 10 anos daquela conquista, ele se tornou um técnico que deixou imensa saudade e uma marca positiva entre os corinthianos. Após aquela temporada, desapareceram os rótulos acusando-o de retranqueiro, despreparado e anti-futebolista. E ele merece todo o respeito por ser um profissional correto, sério competente e vitorioso.
E nós do Corinthians agradecemos. Muito.
Não esquecem
O que leva uma torcida, na hora em que seu time é campeão, gritar e cantar xingamentos contra um adversário que não estava ali?
Simples. Freud explicaria bem. Não se esquecem do adversário – em qualquer situação – porque queriam, na verdade, não o título, mas o status e a grandeza que correspondem ao outro e eles não têm.
Mônica e Sônia
A coluna de hoje da Mônica Bérgamo, na Folha, e a da Sônia Racy, no Estadão, deveriam circular juntas.
Todas as fotos são iguais. Torcedores “famosos” – a maioria banqueiros – num camarote no Morumbi, no último domingo. Será que apareciam para prestigiar a equipe deles? Não creio. Talvez fosse mais um banqueiro querendo melhorar sua imagem diante do público (Vejam, eles vão ao futebol! então são gente comum…) do que para mostrar a força do time.
Bom exemplo
O Blog do Birner, no dia de hoje, publica uma interessante matéria sobre a briga do SPFC/Inter/Oscar/ Bertolucci.
Um membro de um Tribunal Superior – onde tramita o caso – vai se dar por impedido na matéria, por ser torcedor militante do São Paulo. É um exemplo que deve ser destacado. Em tese, a imparcialidade em casos como este, estaria comprometida. Mas faz bem o juiz em se afastar da questão. Há outros casos idênticos a esse. E alguns onde o comportamento foi no sentido contrário.
Devemos aplaudir o magistrado lembrado pelo Blog do Birner e não nos esquecer dos que fizeram de maneira diversa.
O que vier
(Reprodução)
Logo após a vitória do Corinthians sobre o Emelec no Pacaembu, a discussão ficava na escolha do melhor adversário a ser enfrentado nesta nova etapa da Libertadores.
Ainda no estádio, com os pênaltis sendo batidos na Argentina, alguns preferiam o Vasco, outros, queriam o Lanus para o próximo jogo. Nesta fase da Libertadores não há escolha fácil e qualquer adversário sempre será problema. Dizer que o melhor é o Vasco, porque nosso time conhece melhor o adversário, é argumento fraco. Falar que o Lanus seria melhor, porque o campeonato argentino está muito fraco, é chute.
A mídia, em geral, anda falando que os corinthianos preferiam o Vasco, porque é brasileiro e com isso querem atacar o Timão, dizendo que não gosta de jogar contra argentinos. É a balela de sempre da mídia, que está entrando em alto stress nos jogos do Timão. A única coisa certa para os próximos jogos será o sofrimento angustiante dos jornalistas, com o avanço do Corinthians.
Haja Maracujina em estoque !
A nova lista do Mano
O técnico Mano Menezes convoca a Seleção com as novas regras da gestão José Maria Marin na CBF.
Agora, antes de ser divulgada (48hs, para ser exato), o novo Presidente da CBF examina os nomes dos convocados (quer dizer, listados) para ver, segundo ele próprio, se não há alguns “truques” na convocação. O que fará se achar um nome que não quer? Tirará da lista? Discutirá com o técnico? Está aí um dado interessante nesta briga toda.
Não sei até onde o novo Presidente Marin continuará dando “pitos” em público no técnico Mano Menezes.
Se apertar muito, poderemos ter novidades. Mas somente se apertar em excesso. Estas cobranças em público, embora humilhantes, serão assimiladas. A importância do cargo e suas vantagens serão preservadas.
O UOL pirou ?
Até os adversários ficaram preocupados com a nota do UOL, sobre o Corinthians na Libertadores, no dia de ontem.
Ficar procurando estatísticas para cá e para lá, somente para inventar tabus, é dose. Não seria bom reforçar a dose de Maracujina, não? Ajuda, em caso leves.
Nos outros casos, só enchendo a cara.
Tricolores e alvinegros
Tenho recebido muitas críticas por ter citado (e elogiado) o Blog do Birner na cobertura do Corinthians e do caso Oscar-SPFC-Inter-Bertolucci.
Muitos leitores não aceitam as citações, pois dizem que aquele Blog é “notoriamente” são-paulino. Como diria o filósofo “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. É claro que sei que naquele Blog – com muita frequência – aparecem duros ataques ao Corinthians. Alguns – por lá – fazem uma campanha permanente de desqualificação do Clube alvinegro. Sua história, suas conquistas, seu papel no esporte e em São Paulo são mitigados por todo o lado. Diferente é com o SPFC, ali sempre defendido, exaltado e quase glorificado.
Paciência.
Mas, a verdade é que o Blog tem boas fontes no Corinthians e no SPFC.
Nos últimos dias, publicou três notas seguidas – e perfeitas – sobre o Timão: Corinthians e Emelec; o caso da renovação do Liedson e o caso Júlio César e Portuguesa. Com boas fontes na Direção do Clube ele informa de forma adequada sobre muitas questões do Timão. Não sei bem como conciliar os lados antagônicos de ataque à instituição Corinthians e de uma relação especial com parte da Diretoria do Clube. Aliás, eu sei. Levado pelos seus amigos do Tricolor, construiu boas pontes, que aceitam esta situação, independente dos ataques que o Blog faz à instituição.
Não à Diretoria, mas ao Clube.
O problema não é o jornalista, mas de parcela da Diretoria, que, após o Blog ter dito que “não é dos que critica a Direção do Corinthians”, adotou com entusiasmo uma relação especial com o jornalista.
Não se trata de um percalço do jornalista, que aceitou “ser apresentado” pelos amigos da Direção do SPFC aos diretores corinthianos.
Assim, por um elogio aqui e acolá, aceitaram transformar o Blog (que tanto ataca a instituição Corinthians) em um dos melhor informados da Internet sobre a atual gestão alvinegra.
Por esta razão, mesmo com as críticas que aqui faço, vou continuar citando o Blog, bem informado que é, pela Direção alvinegra.
Agora, o que acho dos diretores do Timão neste episódio é outra coisa.
E uma outra conversa.
Vitória e Secagem
(Claude Monet (1840-1926), “Almoço na relva” (1865-66)) (Reprodução)
Retornei há pouco do Pacaembu, onde o Timão venceu o Emelec por 3×0.
Com este resultado o Corinthians avança na Libertadores e enfrentará o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. O jogo com estádio cheio é sempre melhor. A vibração da torcida, a presença de mulheres, jovens e pessoas idosas dão sempre uma cor especial ao espetáculo. Foi isto o que ocorreu no Pacaembu.
O Corinthians, em nenhum momento do jogo, esteve ameaçado pela equipe equatoriana. Os gols foram saindo, sem que o adversário reagisse em qualquer parte dos 90 minutos. Não foi lá uma partida brilhante do Timão mas, também, sempre estava clara sua vitória. A equipe tem na sua organização (especialmente na defesa e meio de campo) o ponto forte de seu jogo. Vencida esta etapa ,vamos para o jogo contra o Vasco.
Secagem
No Pacaembu, vendo o jogo do Timão, ouvia em meu radinho a transmissão da partida. Que sofrimento da mídia! É uma bruta torcida contra o Timão o tempo todo. Uma luta contra os fatos, só para desqualificar o Corinthians. O comentarista da tal rádio lembrava o tempo todo que o Corinthians tinha perdido para o Tolima, que a torcida exigia que ganhasse a Libertadores, que o Timão tinha traumas no Torneio e aquele blá-blá-blá conhecido.
Acho que estes radialistas deveriam exigir um adicional salarial de sofrimento nos jogos do Timão. Mas este não seria pela dramaticidade do jogo, mas pelo desejo-permanente- de ver o Corinthians perder. E como sofrem! Acho que para a mídia transmitir jogos do Timão é pior do que chegar aos círculos do Inferno da Divina Comédia, de Dante. Ao ver e transmitir os jogos do alvinegro, eles vão assistindo ao desenrolar do horror dos piores crimes.
E o mal maior, para eles, é o Corinthians vencer.
Intervenção
A mídia anuncia que o Governo decretou uma intervenção branca (informal) no tal Comitê Organizador da Copa.
Nada mais justo. Só o Governo está gastando e sendo cobrado por todo lado. Não faz sentido a CBF e a Fifa controlarem o negócio onde elas não colocam um mísero tostão. Quando foi anunciada a Copa do Mundo no Brasil o ex-Presidente da entidade brasileira, Ricardo Teixeira, disse que a Copa de 2014 seria “praticamente” privada. O Governo nada gastaria, exceto em aeroportos, policiamento etc. Nada disso ocorreu (ou está ocorrendo). Só o Governo gasta, em tudo e por todo lado. Estão aí as reformas e construções de estádios para provar. Não há nenhuma grana privada, ou da Fifa e da CBF nessas obras. Quem banca é o Governo e ele quer mandar. E está certo.
E terá cada vez mais poder.
Melhor é o primeiro jogo …em casa ou …fora
(Victor Brecheret)
O técnico Tite levantou a maior confusão ao dizer que prefere até perder por 2×1 do que ficar no empate de 0x0.
Está aí uma polêmica que nunca chega ao fim. Nos torneios de mata-mata há todo tipo de opinião sobre o melhor para seu time. Para alguns, o bom será jogar o primeiro jogo fora. Outros, acham que o melhor é fazer a partida em sua casa. Se olharmos as estatísticas veremos que há resultados bons para os dois lados.
Este problema fica agravado quando o regulamento valoriza o gol marcado fora de casa e o usa como um critério de desempate. Assim o bom torna-se jogar fora a primeira partida, mas… se marcar gols! Como diz nosso técnico, mesmo que perca o jogo. O 0x0 passa a ser um resultado ruim. Empate (ou derrota) com gols não chega a ser tão problemático.
O importante para o Timão na noite de hoje é fazer uma boa partida, marcar gols e vencer. Aí jogaremos no Pacaembu com boa vantagem. É o que esperamos.
Sem Liedson
Liedson é um grande jogador.
Não precisa provar nada para ninguém. Teve na temporada passada grandes momentos e foi decisivo para a conquista do título de Campeão Brasileiro. Como já havia sido grande, no Clube, em 2003. Nesta temporada sua condição física vem atrapalhando seu futebol. Em quase todos os jogos é possível ver da arquibancada o enorme sofrimento do jogador no decorrer da partida. É visível que não se encontra em condições perfeitas para atuar. Com sua saída da equipe no jogo de hoje, o técnico preserva o atleta e procura uma alternativa para o ataque. É uma pena sua saída da equipe. Agrava-se o fato de estarmos inseguros quanto ao seu futuro imediato. Após a saída de Adriano, a perda de um atacante como Liedson seria um duro golpe para o Timão.
Vamos torcer por sua recuperação rápida. A equipe necessita. E muito.
Retornados
Quem estiver dando uma olhada nos jornais do exterior pela internet, já sabe que muitos dos jogadores brasileiros estão na “linha de tiro” de seus clubes europeus.
Será um “liberô” geral. Até em troca do salário. Com o fim da temporada chegando é hora de fazer as contas e ver como se livrar dos prejuízos. Não acho que algum clube europeu lute para manter qualquer jogador brasileiro.
E os clubes brasileiros? Serão “aconselhados” pelos empresários locais a “excelentes” negócios para trazer ídolos ao Brasil. O pior é que os clubes daqui acreditam.
Ganhar e perder
(Pablo Picasso. “Guernica”. A 26 de abril de 1937, a cidade basca de Guernica sofreu um maciço e cruel ataque, executado pelas forças aéreas alemã e italiana. Entre 16 e 18h, centenas de bombas foram lançadas sobre o povoado de pouco mais de 5.000 habitantes. A devastação da cidade e as cerca de 1.500 mortes marcou este ataque, que serviu para a Luftwaffe testar o poderio de suas bombas aéreas, e para o ditador local, Franco, selar seu vínculo com Hitler, seu confrade germânico. A obra de Picasso traduz o horror deste episódio.)
O objetivo de todos os times é ganhar.
Mas a derrota é, quase sempre, uma possibilidade real. Vencer e perder são regra no futebol. Diferente de outros esportes, no futebol não há vencedor ou vencido antes do apito final.
Nos últimos tempos temos visto jogos, cujos resultados provocam controvérsias. A derrota do Corinthians para a Ponte Preta foi tida como inaceitável, embora o time campineiro seja da Primeira Divisão. A derrota do Barça também causou perplexidade.
Esta é a visão comum do torcedor, que quer sempre mais e que seu Clube vença.
Para vencer no futebol é preciso trabalhar bem (planejar, executar e controlar), mas todos devemos entender que há uma faixa grande de pequenos fatos que podem mudar tudo. Uma falha numa jogada, um gol perdido na hora errada, um deslize do goleiro, uma desatenção do beque, um erro do bandeira ou do árbitro etc.
Tudo pode levar a um resultado diverso do desejado pelo time ou do afirmado pela mídia.
Este aspecto imponderável é também o que dá beleza ao futebol. Nós vibramos nas vitórias e sofremos nas derrotas, mas, para os reveses devemos estar sempre preparados.
Por mais difícil que seja, no futebol, sempre conviveremos com vitórias e derrotas.
Gols e sofrimento
A goleada do Corinthians ontem no Pacaembu, foi uma boa preparação para os próximos confrontos que terá o Timão.
Agora, no campeonato Paulista e na Libertadores, os jogos serão mata-mata. Ao golear o Timão frustou a mídia, que vive dizendo que o Corinthians só ganha de 1×0. Bom, primeiro é melhor vencer com o placar mínimo, do que perder ou empatar. Mas, ontem, quem estava no Pacaembu vendo o jogo e ouvindo rádio, como eu, teve uma noite para lá de agradável. Além de belos gols, a boa notícia foi que alguns jogadores – que vinham jogando abaixo do esperado – estão entrando em forma. E isto é muito importante para o Timão nas próximas partidas. No rádio a ladainha é a de sempre: “a Libertadores é uma disputa diferente” (tá bom, não é, mas, e daí?); “só quem joga a Libertadores pode entender este clima” (bom, como todos já jogaram, todos entenderam); “Libertadores é para jogador catimbeiro” (eu pensava que era para bom jogador); e daí pra frente. E a frustração midiática pela goleada? Quase chorei… de rir.
Agora é tocar pra frente que os jogos vão ser cada vez melhores.
Vampeta, Edilson e Fábio Luciano
O Corinthians faz bem em homenagear seus ídolos.
Jogadores que marcaram sua história com a camisa alvinegra e merecem ser sempre lembrados. Neste próximo sábado (dia 21), às 11 hs no Parque São Jorge entrarão para a Calçada da Fama os craques Vampetas, Edilson e Fábio Luciano. Os três devem ser ter o aplauso eterno do Timão. Deixaram um enorme legado de dedicação e brilho com a camisa do Corinthians. Creio, também, que o Clube não deve se esquecer dos jogadores da geração de 1950 – que tantas glórias trouxeram para os alvinegros – e não podem ser esquecidos.
FoxRio
O canal de esportes Fox, que começa a funcionar no Brasil, poderia ser um passo à frente na mídia do futebol.
Mas não é. Não sei o que esse pessoal tem na cabeça, mas chega a lembrar a década de 1950/60 , quando o rádio vivia de brigas bairristas entre São Paulo e Rio. As transmissões da Fox relembram o pior daquele período. Parecem um bate papo em Madureira ou na Pavuna. Falam como se o Brasil todo vibrasse com um craque do Flamengo dos anos 50, que nunca foram craques, exceto nas mesas de bar do Andaraí. Nem falo do sotaque chiado, com uma explosão de ssss por todo lado. Tudo bem. Se a Fox quer ser uma nova emissora carioca – transmitindo do Rio para o mundo – não há problemas.
Mas não sei se este é o melhor caminho para alguém chegar no Brasil.
A novela Oscar
Continua a lendária questão do jogador Oscar, SPFC, Inter e Guiliano Bertolucci.
Ontem o Blog do Birner (www.blogdobirner.net) realizou quase uma transmissão em tempo real das decisões jurídicas que moldam o caso. Consultores são ouvidos, juízes são citados, desembargadores lembrados, tudo para dar um ar mais técnico ao problema. Como já disse, nesta confusão não há anjos. Mas creio que este jogador esteja pagando o maior mico processual da história do futebol. Com o Tricolor fora da Libertadores – que eles promovem tanto – o grande acontecimento do clube “Mais Querido… da mídia” que sobrou foi este processo contra Oscar.
Aguardemos os próximos lances.
UOL na muda
Hoje, 19/4, pela manhã, dei uma olhada no Portal UOL , da Folha e não vi nenhuma notícia nova sobre o estádio do Corinthians. Será que ocorreu alguma coisa?
Já fiquei preocupado.
Mudanças: sim ou não
(Juan Miró)(Reprodução)
Para a maioria dos Dirigentes de Clubes e Federações não devemos discutir qualquer mudança no futebol brasileiro: tudo ficaria para depois da Copa de 2014.
A renúncia, e mudança para Miami, do ex-presidente Ricardo Teixeira desorientou todo mundo. Liga, novo Clube dos Trezes, projetos A, B, C foram todos para o arquivo. Dirigentes que eram inimigos (na maioria das vezes só para efeito público) voltam a sorrir e a se abraçar. É hora de curar as feridas, pois a renúncia atingiu todo mundo. Fica apenas a esperança de que as coisas continuem no mesmo lugar, sem grandes solavancos.
Mas já aparecem dois fatos que podem antecipar as mudanças no futebol brasileiro, desrespeitando a trégua até o final da Copa .
O primeiro fator preocupador é o governo com sua ideia de editar uma nova legislação para o esporte. É uma mudança que atingiria em cheio o “poder” nos Clubes, Federações e Confederações. A declaração do Ministro Aldo Rebelo, ontem no Estadão, provocou urticária em muitos Dirigentes. Uma nova legislação pode democratizar os Clubes e Federações e trazer uma dose grande de transparência na gestão esportiva. Os dirigentes pouco podem fazer , além de figa. Se o Governo for em frente será um transtorno – e grande- para a cartolagem.
O segundo ponto que preocupa é esta disputa por um vice na CBF. O que parecia pacífico, sem problemas, pode tornar-se numa sinalização do novo poder no futebol. Embora todos digam que as decisões ficam para o pós- Copa, as pedras no tabuleiro estão sendo colocadas agora. E haverá reações. Quais e de onde nós veremos mais claramente nas próximas semanas.
Mas a consolidação do poder “Marin” nesta gestão pode ser, também, uma reeleição fácil de seu grupo em 2014.
Fritando
As declarações do presidente Marin – no início discretas, agora quase públicas -, sobre o técnico da Seleção, Mano Menezes, são constrangedoras.
O novo presidente da CBF não esconde – de ninguém – que não gosta de Mano. Por enquanto o técnico está “fingindo-se de morto”, mas, se vierem maus resultados e a campanha continuar, não terá como não falar. Neste caso, o presidente Marin não se mostra nada discreto e cordial.
É crítica o tempo todo.
Caso Oscar
Quem acha que teremos emoções somente no “Caso Cachoeira” é porque não está acompanhando a confusão Oscar-SPFC-Inter-Bertolucci.
Já apareceu de tudo: gravações, traições, contratos frios, comissões, participações, decisões judiciais e tudo mais. Não perco nenhum lance, acompanhando a mídia, inclusive o www.blogdobrirner.net. Este vive um momento raro: parece o Consultor Jurídico, com decisões, sentenças, opiniões de juristas etc.
E vêm mais emoções por aí.
O UOL fraquinho
Hoje pela manhã fui dar uma olhada no UOL para ver a notícia do dia sobre as “dificuldades” do estádio do Corinthians.
A matéria do dia está fraquinha: “Para MP, lista de obras sociais do Corinthians não preenche padrão de acordo judicial”. Fraca, não? Estava esperando que anunciasse que o foguete da Coreia do Norte, lançado recentemente, estava se dirigindo para Itaquera e o choque destruidor estava por ocorrer. Bom, menos mau.
Vamos aguardar a matéria de amanhã.
Publicidade na camisa
Nos últimos meses foram publicados notas e notas sobre o novo patrocinador da camisa do Timão.
Há um mês o assunto esquentou e a mídia – praticamente toda – garantia um contrato do Clube com uma montadora coreana. Números, prazos e estratégia de marketing, tudo foi anunciado em jornais, rádios, TVs e blogs. Passados alguns dias o assunto desapareceu. Hoje ninguém fala mais nada. É possível que a atitude certa seja a dos dias atuais. Bico calado até terminar a negociação. Aquela divulgação prévia – de que tanto o marketing gosta – não ajudou em nada ao Clube.
Só as empresas ganham com as divulgações antecipadas.
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