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Aug 23, 2012

Olho vivo !


Franz Kline (1910-1962) (Reprodução)

Nos últimos 20 anos, a imprensa brasileira, em sua imensa maioria, apoiou, aplaudiu e elogiou o quanto foi possível o Presidente da CBF Ricardo Teixeira.
Apenas um número reduzido de jornalistas manteve uma posição distante e crítica da gestão de nossa entidade maior de futebol. Há alguns meses, pouco antes de sair da Confederação e do Brasil, o Presidente da CBF era louvado por todo lado. Apoiado por dirigentes de futebol – sem nenhuma discordância – políticos (de todos os partidos), sem falar do sempre presente suporte da mídia. Numa hecabombe, sem precedente, dirigentes, jornalistas e políticos foram surprendidos pela saída de Ricardo Teixeira.  Só uns poucos – dentre eles o Juca Kfouri – estavam de outro lado na história. Por esta razão é importante ficarmos de olhos abertos em sua coluna. Algumas vezes ele dá uma opiniões atravessadas com as quais não concordo. E todos sabem quais são. Mas – neste campo-  é preciso ficar atento.
Após a “renúncia” de Ricardo Teixeira qualquer faísca pode acabar em fogueira.

 

Mudança de rota

JUCA KFOURI

As relações do governo federal com a CBF e com o COB passam por delicado momento de correção

CBF E COB viveram no melhor dos mundos no governo Lula. Após um primeiro momento de colisão, com a aprovação do Estatuto do Torcedor e da chamada Lei da Moralização do Esporte, vistas pelas entidades como contra elas, Lula deixou-se seduzir pela cartolagem, saiu em sua defesa e lhe deu não só a Timemania como as leis de incentivo. Sem exigir nenhuma mudança no modelo de gestão, como seria obrigatório, o que só aprofundou os problemas.

A gestão Dilma ainda patinou no relacionamento graças ao comportamento servil do ex-ministro do Esporte Orlando Silva Jr., que acabou caindo em meio às mais variadas denúncias, embora consideradas inconsistentes pelo Conselho de Ética do próprio governo.

A chegada de Aldo Rebelo à pasta esfriou o relacionamento, mantida a formalidade institucional.

A saída pelos fundos do ex-presidente da CBF, a chegada do novo acumulando cargos no Comitê Organizador Local da Copa do Mundo, mais o incômodo do COI com o mesmo procedimento do presidente do COB, que também acumula a presidência da Rio-2016, somados ao mau desempenho em Londres, permitiram ao governo federal uma correção de rota que, se seguida com firmeza, poderá trazer resultados positivos no futuro imediato e mais ainda a longo prazo.

Nestas alturas, por delicados que sejam os movimentos, é indisfarçável o empenho governamental em tomar as rédeas dos megaeventos no país e em parar de dar dinheiro diretamente ao COB. Em todos os escalões são abundantes as críticas à má gestão do dinheiro público no caso do COB, além de se fazer coro às preocupações do COI.

Do mesmo modo que se está de acordo com o constrangimento da Fifa pela imagem do novo presidente da CBF, não só por seu passado subserviente e colaboracionista em relação à ditadura como, principalmente, pelo episódio da subtração da medalha, que “correu o mundo”, segundo a coluna ouviu de envergonhado alto funcionário da entidade que controla o futebol mundial.

Afinal, se o conservadorismo político ou, mais, o reacionarismo, são marcas tradicionais na cúpula do esporte -Juan Samaranch, o antecessor do atual presidente do COI, era franquista de carteirinha, e João Havelange, na Fifa, se dava melhor com ditadores sul-americanos e africanos-, havia uma preocupação com o decoro que os fazia evitar gestos públicos como o de José Maria Marin na premiação da Copa São Paulo de futebol júnior.

Carlos Nuzman já dá sinais de ter entendido que a situação se complicou e tem piscado mais que o normal. Seu descontrole na entrevista final em Londres, sem saber que estava sendo gravado, comprova: “Não dá mais para fazer reunião e fazer merda. Tô de saco cheio, eu tô cansado, tô cansado de fazer merda. Me encheu”.

blogdojuca@uol.com.br

Aug 14, 2012

Apoio (em excesso) prejudica

Di Cavalcanti, “Samba” (1925) (reprodução)

Tanto o técnico Mano Menezes quanto o Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Sr. Carlos Nuzman,  vêm recebendo declarações de apoio por todo lado.
Da mídia em geral, de dirigentes, de políticos, de atletas, de analistas etc. Todas muito interessantes, mas, ao mesmo tempo, muito preocupantes.

Com a derrota para o México, na final do futebol nas Olimpíadas de Londres, o técnico Mano Menezes passou a ser contestado por muita gente.
Mas, defendido por um número ainda maior de pessoas. O Presidente da CBF, José Maria Marin, e o Diretor da Seleção, Andrés Sanches, saíram logo com declarações de apoio ao treinador. A CBF divulgou que até o ex-presidente Lula teria telefonado e elogiado o desempenho brasileiro pela medalha de prata conquistada.

Mano Menezes é um experiente profissional do futebol e sabe que todos estes discursos vão  abaixo se a Seleção não começar a apresentar uma boa atuação nos próximos jogos.
Palavras (ainda que belas) não seguram ninguém no cargo, especialmente na Seleção. Ou vence – e bem – os próximos jogos, ou deve ficar preparado para o pior. E com este elenco de “estrelas” que tem nosso futebol qualquer técnico “suará frio” para dirigir a Seleção.

O Presidente do COB, Sr. Carlos Nuzman,  é outro que vem sendo defendido pelo desempenho em Londres da equipe olímpica do Brasil.
Tabelas, gráficos e elogios brotam como nunca. Da mídia, de políticos e do governo.

Tudo ajuda pouco. Deve o Sr. Nuzman lembrar-se que o governo gastou muito para resultados tão pequenos em Londres.
Isto é um problema. Mas o problema mesmo é que a Presidente Dilma Roussef , que já derrubou o presidente da entidade que dirige o futebol (CBF) , tomou uma simples medida: recusou-se  a receber em audiência o Sr. Ricardo Teixeira. Mesmo com apelos de muitos segmentos (desde cartolas até de políticos – e até  mesmo do ex-presidente Lula), a Presidente bateu o pé e disse: Não recebo! E o Presidente da CBF viu que não daria para comandar o futebol – em uma Copa do Mundo – com um veto deste tamanho.

O Presidente Marin nunca foi recebido pela Presidente da República, mas ele finge que “não é com ele”.
Isto é, não pede audiência. O Sr. Nuzman deve ficar atento. O apoio do governador Cabral e do prefeito do Rio, Paes, são importantes, mas, como no caso da CBF, se a Presidente bater o pé, a coisa toda muda. E aí não adianta apoio na mídia, na política,  etc.
Ninguém teve tanto apoio quanto Ricardo Teixeira  na hora em que deixou o Rio de Janeiro e foi para Miami.

Muito apoio pode atrapalhar.

 

Aug 13, 2012

Golaço! E de letra

 

 

O belo gol de Romarinho salvou o fim de semana desportivo de nossa gente.
Um toque de gênio na vitória do Corinthians em Curitiba por 2×1, contra o Coxa. Romarinho mostra, cada dia mais, que pode se tornar um ótimo jogador para o Timão e para a Seleção Brasileira. Não só pelos belos gols que faz  (um deles na primeira linha da história – aquele de Buenos Aires), mas pelo refinado toque de bola que tem. Vamos torcer para que sua carreira avance e ele – numa nova fase – consolide-se como o grande atacante que já dá claros sinais de ser. Tivesse ele o apoio da mídia, como os Lucas, Oscares ou Marcelos da vida, já estaria ocupando todo o espaço de rádios, TVs e jornais.
Melhor assim, seguir contra a maré, sem bajulação, pois a conduta da mídia nada resolve.
Conduta que só dá a ideia,  errada, de que jogador médio é que merece ser rotulado como craque.

Seleção e derrota

A Seleção Brasileira perdeu no sábado, 11/8, para a do México, em jogo que não deixa espaço para choros e caras de brabo.
Perdeu, merecidamente. Trata-se de uma Seleção em que 80% dos jogadores que lá estão poderiam ficar de fora que ninguém sentiria falta. Creio que boa parte deles permaneça por lá, ainda que sem grandes resultados, e com a mídia insistindo que são craques. E este é o time “principal” do Brasil.
Com esta geração jogando esta bola, toda a Copa de 2014 pode se tornar um evento trágico para o “País do Futebol”.

Evento londrino

A abertura e o encerramento das Olimpíadas de Londres foi no mesmo ritmo: lento, arrastado, quase sonolento. Não deixará saudades e não intimida o Rio de Janeiro para daqui 4 anos. Qualquer escola de samba, com uma boa bateria e um razoável carnavalesco, fará uma apresentação muito mais criativa.
Aquela entrada com as Bachianas de Villa-Lobos indica um bom caminho para os organizadores do evento no Brasil.

Bem pior do que a festa londrina foi o desempenho da delegação do Brasil.
Com o Comitê Olímpico Brasileiro recebendo 2,1 bilhões para sua preparação (o dobro do que recebeu o grupo da Itália, e mais do que recebeu a “gigante” Austrália,  1,7 bi), o número de medalhas conquistadas e os índices obtidos foram pífios.  Com o dinheiro todo centralizado no COB, e distribuído para os “amigos” das Confederações, o Brasil faz o trabalho oposto ao que todos os exemplos de sucesso indicam. Nada se investe em Clubes, universidades, escolas e centros de formação de atletas, procurando concentrar-se em gastos administrativos de entidades, qu pouco contribuem para o crescimento dos esportes e devido suporte aos atletas. Com as mudanças na CBF fica cada vez mais difícil manter este reinado de miséria (em vitórias) e de fartura em grana vinda do governo. Vamos torcer para que a Presidente Dilma Roussef venha a ter com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro a mesma postura que aplicou ao futebol.
Aí, sim, a coisa muda.

Aug 7, 2012

Olimpíadas e futebol

Thomas Eakins, “The Biglen Brothers Racing”, 1873  (reprodução)

Estas Olimpíadas não são a maravilha toda de que falavam por aí.
Primeiro, aquela abertura que mais parecia com Jogos Colegiais de Xiririca. Monótona, arrastada, sem criatividade, dando ao Rio a possibilidade de, mesmo sem grandes esforços, fazer um papel bem melhor.

Agora, nesta edição londrina dos jogos, aparecem confusões por todo o lado. Entrega de resultados em modalidades como o badmiton (sinceramente, nem sabia que isso existia), envolvendo 4 países numa trama ao estilo da máfia. Depois, o  “corpo mole” de algumas equipes para fugirem de confrontos na fase seguinte.
Por último, os casos de doping, já comprovados, que mancham qualquer disputa.

E sempre com um tratamento leve da mídia.
Hoje pela manhã, um brasileiro que não conseguiu classificação, foi direto ao falar com a TV: “não dormi bem”. Pronto, está dada a explicação! Simples, sem qualquer fuga. E a mídia nada diz. Poderia ter perguntado se foi o travesseiro, o aparecimento de uma pulga, ou até mesmo uma goteira no quarto…
Nada, nenhum questionamento.

Imagino se no futebol algum atleta aparecer com esse tipo de justificativa o que ocorreria. Cairia o mundo.  E nem se diga que os olímpicos são atletas “amadores”. Muitas das confederações gastam rios de dinheiro (público) e não são objeto de qualquer cobrança ou indagação.

O COB, bem, o COB  é aquilo que já conhecemos.
Dinheiro sobrando, distribuído para os chapas das confederações.
E grande parte dos recursos é consumida com a própria burocracia olímpica.

É, acho que é melhor acompanhar apenas o futebol.

Aug 6, 2012

Futebol, Olimpíadas e outros


Grant Wood
. “Adolescência”, óleo sobre tela e têmpera, 1932. (reprodução)

Tite, nosso técnico, fez uma análise precisa do empate de ontem, 5/8, em São Januário, contra o Vasco da Gama.
Disse, na Folha, de hoje: “Gostei muito do desempenho, a marcação, a ofensividade. Mas fico com o sentimento de que a gente tem que transformar em vitória, poderia ter vencido.” Também acho.
O Corinthians foi melhor e poderia ter vencido.

Não acho que este empate seja um desastre como a guerra na Síria.
Mas não foi o melhor resultado. Mesmo estando há 6 jogos sem derrota, neste tipo de disputa o importante é vencer. O empate ajuda pouco, quase nada.

Vamos para frente, pois a equipe pode melhorar sua sequência sem derrotas e conseguir vitórias, mudando o campeonato.

“Valeu pela experiência”

Este é o bordão que mais ouço dos atletas brasileiros participantes da Olimpíada londrina.
Valeu para quem? Foi boa a viagem, bons hoteis, ótimos papos. E daí?

A mídia gosta de pegar no pé de jogadores de futebol quando, saindo do gramado, os atletas vêm com aquelas máximas “jogamos com determinação e humildade”; “o professor pediu para marcar no campo todo” etc e tal. Porém pouco falam em relação aos atletas olímpicos, que mantêm sempre a mesma cantilena: “valeu pela experiência”. Reduziram a máxima “o importante é competir” para “o  importante é viajar e estar aqui”.

Oh vida dura!

O Blog do Perrone traz uma interessantíssima matéria sobre um barraco no Tricolor Paulista.
Um empresário (ou será ex?) de um famoso supermercado teria exagerado nas cobranças ao time, ao fazer duras declarações públicas. Diz a matéria que o dito cujo – embora filho de portugueses, abandonou a Lusa – fica mandando, durante os jogos,  mensagens SMS  para o auxiliar técnico, exigindo mudanças na equipe, substituições de jogadores etc. A Diretoria tratou de desautorizar as críticas feitas em público ao treinador tricolor.

Curioso é que, na matéria do Perrone, um Diretor reclama que o empresário deveria trazer a rede de supermercados para anunciar na camisa do time.
Poderia repetir o que fez com o filho, quando corria na Fórmula 1, ou quando um batalhão de atletas era levado para a maratona de Nova York e a mídia divulgava  o incentivo como ” apoio cultural” . Esqueçam , senhores. Isto já não vos pertence mais ! O tal empresário não é mais o dono da rede de supermercados. É grande acionista,  mas não o principal.
Se desejarem falar com o novo investidor majoritário, devem procurar na lista de Paris por um nome argelino.

Aug 5, 2012

O Sr. Derrota

Presidente do COB ocupa o cargo há 17 anos

Do Blog do Nassif

Por Vinicius Carioca

Pede pra sair, Nuzman: o que aprender com o desempenho da Grã-Bretanha nas Olimpíadas

De Kiko Nogueira, No Diário do Centro do Mundo


Nuzman, presidente do COB há 17 anos, reeleito, sem oposição, para mais três

O Brasil, mais uma vez, vai micar.
Já virou uma tradição – ou, numa expressão cara ao meu irmão Paulo, o triunfo da esperança. Olimpíadas têm, no mínimo, uma função importante: inspirar as pessoas a saírem do sofá e praticar esportes. Por que o país não evolui na competiçao? Bem, há muitas explicações. A principal delas nós sabemos: o Brasil não tem uma estrutura que proporcione o surgimento de atletas de outra modalidade que não seja o futebol. Além disso, não há renovação: Cesar Cielo, Fabiana Murer, Bernardinho, Marta, Daiane, Diego Hipólito etc etc. Nada de novo, a não ser na turma do judô.

Mas há um nome que é o mais velho deles e deveria responder por esse desempenho.
Carlos Arthur Nuzman está há 17 anos no Comitê Olímpico Brasileiro, sem trazer resultados expressivos. O que explica esse apego? Em 2000, ele reclamou que não tinha verba e que, se tivesse, transformaria o país em potência olímpica. Bem, contou com 2 bilhões de reais, investidos na preparação para Londres. E aí?

Sim, ele teve um papel importante no fato do Rio de Janeiro ter vencido a disputa para sediar os Jogos de 2016.
Mas o que isso faz dele? Organizador de festas? Em abril, ele foi reeleito até 2016. Foi o único a registrar uma chapa. Nuzman guarda alguma semelhança com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Ambos são especialistas em se perpetuar nos cargos. Teixeira, porém, tem duas vantagens: 1; ele saiu; 2. apesar de tudo, ele entregou resultados importantes durante seu reinado.


Lorde Moynihan: espantado com o baixo número de atletas ingleses vindos de escolas públicas

Nos Estados Unidos, o presidente do Comitê Olímpico é Stephanie Streeter, eleita em março de 2009.
Seu colega chinês, Liu Peng, assumiu em 2008. O presidente do British Olympic Association, BOA, Lorde Moynihan, está lá desde 2005. Seu mandato expira este ano. A Grã-Bretanha deve terminar em terceiro lugar no quadro de medalhas. O Brasil provavelmente estacionará no 25º, atrás de Cazaquistão, Bielorússia, Coreia do Norte, entre outros.

Na semana passada, Moynihan declarou ser inaceitável a desproporção entre medalhistas oriundos de escolas públicas e privadas.
Apenas 7% dos ingleses frequentam escolas particulares – mas metade das medalhas ganhas em Pequim pertencia a alunos dessas instituições. Até agora, o chamado Team GB faturou nove ouros. Quatro são de gente de escolas privadas e um quinto é de um atleta que estudou na Alemanha. ”Nós teremos falhado se, em 2016, olharmos para trás e não acharmos que transformamos nossa paisagem esportiva. Os Jogos de 2012 têm de causar arrepios em cada uma das nossas crianças”.

Nuzman tem visto, provavelmente, as boas práticas em outros lugares.
Há várias lições a aprender. Mas, talvez, a principal delas é a que ele jamais admitirá: quem perde há tanto tempo precisa sair.
Pede pra sair, Nuzman.

Publicado no www.advivo.com.br/luisnassif/

Aug 3, 2012

Briga para vencer

Grant Wood, “Favela”, 1937. (reprodução)

O técnico Tite, no Estadão de hoje, 3/8, deu a nota da música: é preciso tentar fazer o “impossível” para vencer o Campeonato Brasileiro de 2012.
Nada de desistir e ficar dizendo que já tem vaga na próxima Libertadores. Isso é coisa de time médio.

Como diz o técnico, embora a diferença de 16 pontos seja grande, nada impede que o Timão lute por uma sequência de vitórias que, rapidamente, venha alterar o quadro atual.

Muitos dirão que é bobagem.
Nada disso!  No ano passado, como informa a matéria, o Corinthians ganhou 16 de 18 pontos disputados numa sequência que foi decisiva para conquista daquele campeonato.

Destaque-se, por outro lado, que não há nenhuma equipe se sobressaindo na disputa.

Lutar pelo campeonato só ajudará à disputa pelo Bi-Mundial, no final deste ano,  e diferentemente do que querem crer alguns, não desgastará a equipe.


O COB e suas explicações

As lorotas dos dirigentes olímpicos brasileiros, para explicar os resultados “magros” da atual representação nacional, são de dar dó.

Dizer que estamos apenas nos preparando para  as Olimpíadas do Rio-2016 é papo de enrolador.
O COB recebeu o dobro da grana do Comitê Italiano,  mais de 2 bilhões nos últimos 4 anos, como demonstrou o UOL, sem que os resultados se seguissem à chegada destes recursos.

Todo o dinheiro fica com a cúpula (COB e Confederações) e a base só recebe uns pingados.
Clubes, escolas, centros de formação, Universidades, que no primeiro mundo são a base que sutenta vários esportes, aqui são tratados como núcleos secundários. O caminho está errado e os resultados, que refletem esta discrepância, só podem dar nisso.

Aug 2, 2012

O juiz e seus problemas

Benton, “Boomtown”, 1927-28 (reprodução)

Thomas Hart Benton (15/4/1889-19/1/1975) foi um pintor e muralista norte-americano. Ao lado de artistas como Grant Wood e John Steuart Curry, ele esteve à frente do movimento de arte Regional ou Figurativa Regionalista. Seu estilo, composto por pinturas quase que esculpidas, retratou cenas da vida cotidiana dos Estados Unidos. Conquanto sua obras esteja associada ao Meio Oeste norte-americano, Benton pintou diversas cenas da cidade de New York, onde viveu por mais de duas décadas; dos vinhedos de Martha, região em que passava férias em grande parte de sua vida adulta; da América do Sul; e do Oeste dos Estados Unidos.

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Uma boa parte da discussão da mídia esportiva (e dos torcedores, também) é sobre erros de arbitragem no futebol.
Não há jogo ou lance que não receba uma imediata  crítica a respeito da decisão do árbitro. Não creio que seja possível eliminar do futebol o espaço para erros de interpretação do juiz.

Há erros e erros. Como regra, o árbitro erra para os dois times.
Mas, também, há juízes que se deixam intimidar pelo grito da torcida do time da casa, são os chamados “caseiros”. No entanto, há casos de juízes (por razões várias) querendo decidir a partida no apito. E, em casos raríssimos, há juízes “acertados” com equipes.

Nos dias atuais, creio que há erros de rotina da arbitragem.
Não conheço atualmente casos, como de há  30, 40, 50 anos, em que o referee apitava inferido por forte cor clubísticas.

Hoje, com as TVs marcando em cima todas as jogadas, é dificílimo qualquer equívoco proposital da arbitragem.
Há erros comuns, que favorecem um ou outro lado. “Esquemas”, como o folclore do esporte registra em seu passado, hoje não conheço.

O mais famoso caso de “compra” de ábitro é o da final, no Maracanã, da Copa Intercontinental, entre Santos e Milan.
A desastrosa arbitragem do juiz argentino (a favor do time brasileiro) estava “combinada”. Quem desejar saber detalhes (e são tantos e bem narrados) pode ler a biografia do Almir Pernambuquinho. Lá, sem qualquer constrangimento, ele conta tudo  e explica aquela “estranha arbitragem”.

Mas isso é passado pois, nos dias atuais, qualquer erro é sempre analisado e exposto pela mídia e pelos torcedores.

Jul 31, 2012

Peroba pura !

Hendrick Barentsz Avercamp (1585-1634) (“Uma cena no gelo”, 1625) (Reprodução).
Avercamp era um surdo-mudo, conhecido como “o Mudo de Kampen”. Nascido em Amsterdã, especializou-se em pintar cenas de inverno.
Seu estilo remonta a influências de artistas como Pieter Isaacs e  Pieter Bruegel, o Velho.

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A entrevista do Sr. Carlos Nuzman hoje, 31/7, no Estadão, é de uma hipocrisia só.
Merece medalha de ouro, numa Olimpíada de mentiras.

Como sabemos, a atual direção do Comitê Olimpico Brasileiro (COB )  está no comando há quase duas décadas.
Quando assumiu, prometeu que o Brasil seria – em quatro anos – uma potência olímpica. Decorrido todo este período, conseguiu um enorme número de leis e de incentivos, que deram grana para os esportes olímpicos como o país nunca viu.
De Pequim a Londres foram mais de 2 bilhões, conforme  mostrou o UOL.

Mesmo nadando em grana, os resultados do Brasil são praticamente os mesmo  dos últimos 50 anos, sendo que, em algumas áreas, houve até retrocesso.

Agora o sr. Nuzman diz ao Estadão que  “não se classifica os países no ranking de medalhas por volume de dinheiro investido. Não existe isso”.

A primeira consequência deste afirmação seria o Governo dizer : “que bom, não precisamos gastar tanto”.

Perdeu o Sr. Nuzman a oportunidade de dizer quanto da grana foi destinada para os Clubes, escolas e universidades que mantêm esportes olímpicos. O COB pouco fala da maneira pela qual distribui todos os recursos que recebe do Governo. Veremos que as “Confederações” (ah, esta queridas de Nuzman) abocalham quase tudo, e aqueles que efetivamente sustentam os esportes vivem na pindura.

Há sim uma relação entre gastos e medalhas.
Se forem bem aplicados, os investimentos públicos trarão conquistas, mas, se forem utilizados sob a “fórmula Nuzman”, o quadro será este que estamos vendo.

Vejam o exemplo do Corinthians.
Um Clube que nos últimos 50 anos construiu um conjunto aquático de se fazer inveja. Tem todas as condições para sediar eventos de expressão, com um grande número de excelentes nadadores,  mas o setor vive “correndo atrás de grana” para manter suas instalações e atletas. O dinheiro deveria ser distribuído para entidades como esta (e existem várias, não apenas na cidade de São Paulo, mas em todo o Brasil), que formarão novos campeões.
No entanto,  Corinthians, Pinheiros e outros vivem lutando com poucos recursos, em contraste à realidade do COB, que dispõe de grana por todo lado.

Está mais do que na hora de se mudar este quadro.
E isso começa por alterações profundas no COB e nas Confederações.

Jul 30, 2012

Futebol, dinheiro e medalhas

Marc Chagall (1887-1985) “Velas do Casamento” (1945)  (reprodução)

 

O empate de 0x0 do Corinthians contra o Bahia não foi um bom resultado.
Nada que mude o mundo, mas poderia ter sido uma vitória para colocar o Timão muito próximo do primeiro pelotão do Campeonato. Como não há nenhuma equipe com grande destaque na ponta, uma sequência de vitórias do Timão recolocaria a competição em disputa real.

Vamos torcer para melhores resultados, pois nada está decidido.
E é muito importante que o time dispute com real empenho para o título do Campeonato Brasileiro. Isso ajuda, inclusive, a preparação para a disputa do final do ano pelo Bi-Mundial.

Grana e COB

Essa discussão sobre a escolha do que é prioritário nos esportes olímpicos  está sendo colocada de forma equivocada.
Não há contradição entre “investir na base do esporte” e “preparar-se para conquistar medalhas”  como vem sendo colocado.

A verdade é que o Brasil está gastando o “mundo e o fundo” nestas últimas décadas nos tais esportes olímpicos.
E é urgente estabelecer-se uma cobrança por resultados: medalhas, recordes ou algo assim. Mas o que vem fazendo o Sr. Nuzman é uma “enrolação”,  saltando de uma edição olímpica  para outra, pedindo cada vez mais recursos públicos sem apresentar resultados positivos.

Como sabemos, o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu nestes últimos quatro anos mais de 2 bilhões de reais, segundo mostrou oUOL.  
Os esportes olímpicos da Itália recebem metade do que o nosso comitê, mas alcaçam um desempenho muito superior ao brasileiro.

O que quer Sr. Nuzman é uma grana sem cobranças.
Cada vez mais dinheiro e menos exigências.

Está mais do que na hora de se mudar este jogo.
É necessário ser criado um sistema de avaliação,  mostrando a sociedade que seu esforço de recursos está acompanhado de progresso no campo desportivo.
Ficar dando grana sem qualquer cobrança de resultados, em  algum momento, provocará uma revolta dos investidores privados e públicos.

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